P - Então, a primeira pergunta é nome completo, local e data de nascimento. R - Meu nome é Fábio Henrique de Camargo, eu nasci em Ribeirão do Pinhal em 11 do 07 de 1972. P - E quando você entrou no Aché? R - Eu entrei exatamente no dia 01 do 02 de 1995. P - E por que razões? Co...Continuar leitura
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Então, a primeira pergunta é nome completo, local e data de nascimento.
R - Meu nome é Fábio Henrique de Camargo, eu nasci em Ribeirão do Pinhal em 11 do 07 de 1972.
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E quando você entrou no Aché?
R - Eu entrei exatamente no dia 01 do 02 de 1995.
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E por que razões? Como é foi a sua entrada no Aché?
R - É, na verdade, quando entrou o Plano Real em 1994, nós tivemos... Eu trabalhava em farmácia antes, nós tivemos uma devassa em todo esse mercado de farmácia. Então, aquelas mini redes que existiam, que cresciam muito com a inflação, acabou, caiu bastante, né? E, obviamente, que nós caímos juntos também. E surgiu uma oportunidade na época que, em 1995, eles estariam ampliando a linha e eu me candidatei. Tive a grande possibilidade de entrar no Aché, de fazer parte do Aché e estou lá.
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Você já conhecia pessoas do Aché, propagandistas?
R - Não, não conhecia ninguém do Aché. Não conhecia ninguém. Foi mais por necessidade mesmo, essa busca pelo emprego, né? Eu mandei um currículo em dezembro, só que as vagas só iriam abrir em janeiro do ano seguinte, no dia 09 do 01. Aí, eu participei depois das entrevistas, das simuladas de propaganda, para ver se eu estava de acordo com o perfil da empresa, né? E, graças a Deus, consegui entrar exatamente no dia 01 do 02, comecei trabalhar já no campo, que a gente chama.
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E a região que você trabalha como é?
R - Bom, na verdade, eu sou turista, porque eu trabalhei cinco anos em Curitiba e um ano e meio, quase dois anos em... Vai completar dois anos já em Londrina, Paraná. E a região de Londrina é uma região muito complicada para se trabalhar, principalmente a parte central da cidade. Uma região difícil, os médicos são prestativos e tal, mas são difíceis... De difícil acesso. Normalmente trabalham depois das 19:00, 20:00 e de manhã normalmente as visitas começam a render mesmo depois das 10:00 ou 11:00, e você perde o almoço na maioria dos dias. Então, é mais complicado você trabalhar em Londrina do que em Curitiba. Em Curitiba, você trabalhava com mais liberdade, mais tranquilidade, apesar dos médicos serem mais fechados, mas você tinha um acesso à eles muito maior que Londrina, né? Bem melhor.
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E agora...
R - E agora, fui transferido aqui para Blumenau, aqui perto de Brusque e não vou fazer Blumenau propriamente dito, que é a segunda cidade pior, de pior forma de se trabalhar, né? Eu vou trabalhar na região que é uma região muito boa, com certeza, eu vou estar gostando.
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Tá certo. E durante esse seu tempo de empresa, alguma coisa mudou na maneira de trabalhar?
R - Ah, sim. Nós tínhamos uma maneira de trabalhar muito fechada. Nós tínhamos que fazer o bê-a-bá que se pedia no Marketing e não podíamos completar com a nossa criatividade. A gente tinha que trabalhar meio nas cordas mesmo, meio fechado, né? Isso acarretou... Isso foi por um bom tempo. Por um período, nós não podíamos estudar. Nós... Existia uma certa proibição em se estudar dentro do Aché, então nós praticamente ficávamos ligado ao Grupo Aché, 24 horas por dia. Isso envolvia nossa família, envolvia os filhos e tudo o mais, né? E, depois de um certo tempo, a coisa começou a mudar, não se relaxando, mas tomar outro, outro rumo, se profissionalizar um pouquinho mais, até que no ano passado, no final do ano 2000, início de 2001, foi aquela mudança total, né? Nós, infelizmente, tivemos que perder alguns colegas da região. No Brasil, nós perdemos 500 e poucos colegas, isso machucou a gente, deixou a gente meio abalado porque aquelas pessoas que estavam pondo confiança em nossa cabeça, que nada ia acontecer, foram as primeiras a serem mandadas embora. Isso trouxe uma série de desconfiança nas próximas atitudes que o grupo ia trazer, né? Nós vivemos o ano de 2001 complicado porque essa, a Lei dos Genéricos nos colocou numa situação de total guerra, né? Aquilo que eu até já comentei, nós brigávamos com cinco laboratórios e, de um dia para outro, passamos a brigar com 100 laboratórios, que não foram só os laboratórios de genéricos que entraram no mercados, foram os laboratórios que trabalham com bonificados, foram as farmácias. Então, nós tivemos inúmeros concorrentes que acabaram entrando a mais aí que, infelizmente, nós tivemos que dançar conforme a música e correr atrás do resultado novamente, né?
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E como é que você explicaria que, mesmo com essas adversidades, houve crescimento de vendas? Qual seria a receita do sucesso?
R - Persistência, né? Decisões na hora certa e persistência. Porque uma decisão errada numa hora que seria necessário uma decisão mais certa colocaria tudo a perder. Infelizmente, nós sentimos a perda de 500 colegas. Novamente nesse final de ano, nós sentimos a perda de outros colegas, mas são necessários essas mudanças, entendeu? Assim como eu estaria perdendo o meu emprego, eu posso olhar para trás e ver que o que eu pude fazer, eu fiz, né? Mas, eu vejo que essas decisões tomadas na hora certa ajudaram muito os resultados a melhorarem. Isso engrandece a gente porque a gente volta a ter criatividade, a gente volta a pôr o olhar lá no horizonte novamente que, até então, a gente estava só pensando no dia de hoje para ver o que ia dar, né?
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O propagandista faz muitas visitas diárias?
R - Constantemente. Nós... Na região que eu trabalhei, principalmente... Em Londrina é mais complicado. Com essa complicação, a gente fazia em média 17 visitas por dia, 17 e meio e era o pico máximo nosso, podemos dizer assim, né? Em Curitiba, a gente podia fazer um pico maior, chegando até 20, 21 visitas por dia na época em que eu estava trabalhando lá. Pelo menos no meu setor tinha essa característica, então a gente podia realizar esse tipo de trabalho. Em Londrina, o meu setor tinha essa nova característica. Então acabava dificultando, mas a média, dá para trabalhar 18, 19 de média.
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Você acha que o Aché tem um diferencial em relação aos outros laboratórios?
R - Ah, sim, sem sombra de dúvida. O que a gente observa no dia-a-dia nosso, o Grupo Aché, ele trabalha de uma forma diferente os seus representantes. A gente tem o hábito de trabalhar o médico de uma forma muito mais agradável do que a concorrência. Não que eles não trabalhem bem, muito pelo contrário, são profissionais excepcionais. Só que é engraçado, em toda região que eu trabalhei, posso dizer isso com cadeira, o profissional do Aché, ele era visto de uma forma diferente. Parece que ele agradava mais o médico, a impressão que dava. Ele era mais, o médico era mais receptivo para o representante do Aché e isso sem dar nada em troca. Ao contrário de outros laboratórios que acabam investindo no médico, gastando dinheiro com o médico e nós só tínhamos o nosso trabalho, né? Então, isso é gratificante. Eu acho que isso é um dos grandes diferenciais que é a equipe de vendas que está trabalhando.
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E desses anos todos tem alguma história talvez mais curiosa, a relação de você com outros propagandistas é boa?
R - Olha, é engraçado, quando eu mudei de Curitiba para Londrina, as pessoas me viam assim, como o espião, né? Que no Aché antigamente existia essa coisa de forçado, de ditadura, essas coisa pesadas mesmo. Então, quando eu fui para lá, na cabeça deles, eu era uma pessoa que estava indo lá para vigiar todo mundo, para contar tudo para o chefe, né? (risos) Isso era interessante porque eles ficavam de olho em mim, aonde eu ia o pessoal ia comentar, me convidava para ir para casa deles. Não, que não era receptividade deles, mas a gente observava que... Depois eles acabaram abrindo o jogo também que realmente existia esse medo de.... Mas, por fim, realmente eles viram que não tinha nada a ver, que eu era mais um ali batalhando e estava com eles ali. Mas, claro, quando você sai de uma situação e passa uma situação mais livre, a gente pensa que a gente vai ficar mais apreensivo porque naquela apreensão de que alguma coisa errada ou pior que já está, vai acontecer. (risos) Mas não, graças a Deus, a gente tem observado que, quanto mais a gente batalha, mais a gente está produzindo, mais a gente está correndo atrás, mesmo em locais distantes, que não tinha saída, vale a pena. Essa mudança trouxe tudo isso para mim.
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Aí, nesses quase sete anos, tem uma campanha que você gostou mais de trabalhar, que te marcou?
R - Olha... Ah, sim, a Campanha do Voluntariado. Olha, essa campanha foi excepcional. Eu trabalhei o dia todo, nós chegamos... Nós nos reunimos na nossa filial, desde às 7:00, colocando todos os planos em como que a gente deveria realizar, colocar as ocupações de cada um, como cada um ia se pôr. Eu fui chefe da minha equipe no Hospital e Maternidade de Londrina e lá, naquele dia, nós passamos um tempo muito agradável. As pessoas com uma receptividade assim, excepcional, mas o que mais valorizou foi o que a gente sentiu, a impressão que dá, é que a gente saiu mais massageado, mais socorridos do que aquelas pessoas que estavam sendo socorridas por nós, que estavam sendo beneficiadas com algum apoio que nós levamos lá. Isso foi muito gratificante. Essa foi uma campanha que, realmente, eu não devo esquecer tão cedo não, porque marcou, marcou mesmo.
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Tem mais alguma coisa que você gostaria de dizer? E acho que para finalizar, tem uma outra pergunta, se você não tiver nenhuma coisa que você queira dizer.
R - Olha, você sabe que eu fui já casado, me separei, mas meus filhos nasceram dentro do Aché. Meus filhos acostumaram a me ver trabalhando no Aché.
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Quantos filhos você tem?
R - Dois filhos. E é engraçado porque toda minha vida que eu fiz depois que eu saí da farmácia, eu só cresci, graças a Deus, tanto profissionalmente, como pessoa. Infelizmente, eu não pude levar a minha família junto, né? Mas, eles acostumam ver o pai como eles me vêem hoje, dessa forma, trabalhando no Aché. Engraçado, mas é uma realidade, eu gosto disso sabe? Gosto e gosto muito mais que eu fiquei, né? Que eu fiquei, foi mais importante ainda, né?
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E o que você... A tua sua opinião sobre esse projeto, a oportunidade do Aché contar a sua história?
R - Olha, é uma oportunidade ímpar porque, até então, eu não conheço, eu desconheço. Conheço muitas empresas grandes, médias e pequenas, que eu desconheço delas terem realizado esse tipo de evento, né? Eu fico engrandecido de poder participar desse projeto, eu fico feliz mesmo.
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É isso, muito obrigada.
R - Obrigado você.Recolher