Quando eu era pequena sempre passava as férias na casa da minha avó com os meus primos e primas, algumas vezes chagávamos a 12 crianças. Lembro-me vividamente da loucura que era, nos afazeres mais simples como tomar banho e comer tínhamos que fazer filas para manter a organização e não enlou...Continuar leitura
Quando eu era pequena sempre passava as férias na casa da minha avó com os meus primos e primas, algumas vezes chagávamos a 12 crianças. Lembro-me vividamente da loucura que era, nos afazeres mais simples como tomar banho e comer tínhamos que fazer filas para manter a organização e não enlouquecer a nossa avó.
Era uma chácara localizada no litoral Sul Paulista, Peruíbe. Uma casa simples com poço artesiano, estrada de terra... na verdade a chácara não passava de uma casa com muitos e muitos metros de mato em volta, mas nós amávamos aquele lugarzinho que tinha tão pouca intervenção humana. Como de costume sempre antes do almoço saímos para explorar. Antes de sairmos vovó sempre dizia para olharmos bem o chão, por causa das cobras, então para nos proteger os meninos que eram apenas 2 empunhava um pedaço de madeira e saiam na frente.
Em uma das vezes que fomos explorar estávamos apenas em 7 crianças, de 4 a 11 anos de idade. Dissemos para vovó que íamos nadar no riacho que não ficava muito longe dali, mas naquele dia estávamos dispostos a ir além. Chegando no riacho seguimos pela margem para descobrir onde que era o fim daquilo, sempre tivemos essa curiosidade, mesmo sabendo das cobras, lagartos e outros bichos que espreitavam aquele matagal. A margem era estreita e quanto mais andávamos mais estreita ficava, em algumas partes só era possível andar em fila com o risco de cair dentro da água. Chegamos em parte em que o riacho desaguava em um lago com pedras coloridas no fundo, a água era cristalina e era possível ver os peixinhos nadando, vimos então que teríamos que escolher entre dois caminhos, seguir o caminho do lago ou seguir a trilha que ia para o outro lado mato a dentro, foi então que começou uma discussão, eu era a segunda mais nova, então fiquei quieta e deixei os mais velhos decidirem se voltaríamos ou se escolheríamos uma das trilhas. Durante aquela gritaria de “vamos embora” ou “vamos para aquele lado” ouvimos um barulho seguido de uma risada bem profunda HAHAHAHAHA e imediatamente ficamos calados, quando me dei conta todos já estavam correndo de volta pelo caminho em que viemos. Chegamos em casa esbaforidos e decidimos manter segredo sobre aquilo e não contar para vovó.
Durante a noite inventamos diversas hipótese de quem poderia ser aquela voz, meus primos mais velhos diziam que era do homem do saco, mas nós nunca saberemos a verdade.Recolher