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Por: Museu da Pessoa, 30 de julho de 2013

Esperança em um futuro melhor

Esta história contém:

Esperança em um futuro melhor

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Eu nasci no dia 07 de julho de 1962, no Rio Iratapuru, numa colocação chamado Abacate.

Colocação é um castanhal.

Nasci de parteira.

A mamãe na verdade é de Gurupá, mas quando ela veio de lá ela era menina.

Gurupá é perto de Macapá.

Meu pai era de Gurupá também.

Meus avós por parte de pai tirava açaí e madeira, porque eles moravam nessa área de várzea.

Eles trabalhavam assim, com madeira, tirando açaí, camarão.

Por parte da mamãe moravam aqui, por ela se criou já para cá com eles, para cima do Abacate, em outra colocação.

Tinham mais de 40 colocações de gente morando, cada uma família morava em uma.

O meu avô morava lá, numa colocação chamada Boa Sorte.

Meus pais se conheceram aqui, porque ela veio para cá e ele também.

Quando ela era menina, ele veio tirar balata aqui para cima, e castanha, para o Rio Jari.

Lá eles se conheceram e se casaram.

Meu pai tirava castanha para lá, cortava seringa, balata para cá ele trabalhou pouco no Iratapuru, mas era castanha e seringa.

Seringa era borracha e defumava.

Fazia a borracha para vender, a gente chamava de bolão, de 50 quilos.

De verão era seringa, de inverno era castanha e roça, que plantava cana, banana, macaxeira, arroz, milho, tudo, café.

Meu avô fazia até açúcar de cana e fazia mel de cana e tinha muito plantio, mas só era para comer mesmo, porque não tinha como vender, não tinha valor.

O que dava dinheiro só era castanha e a seringa, era essas duas coisas.

Mamãe fazia a mesma atividade que ele fazia, tirava castanha e cortava seringa também.

Quando a gente se entendeu, que a gente já estava grande, a gente ajudava eles.

Mamãe teve nove filhos, morreram dois.

Eu sou a velha de tudinho.

A nossa casa era de palha de ubim.

Ubim é uma palmeira, é uma palha.

Então, era de ubim e o... Continuar leitura

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Correios – 350 anos Aproximando PessoasDepoimento de Elisabete Freitas dos SantosEntrevistada por Rosana Miziara Iratapuru, 30/07/2013Realização Museu da PessoaHVC075_Elisabete Freitas dos SantosRealização Museu da Pessoa Transcrito por Cristiane CostaMW TranscriçõesHistória de vida:P/1 – Beth, você pode falar seu nome completo, local e data de nascimento?R – Meu nome é Elisabete Freitas dos Santos, nasci no dia 07 de julho de1962.P/1 – Aonde?R – Aqui, no Rio Iratapuru, numa colocação chamado Abacate.P/1 – Aonde? R – Numa colocação chamada Abacate, no Rio Iratapuru.P/1 – O que é que é colocação? R – Colocação é um castanhal, é um castanhal que o nome da localidade é colocação que dá, aonde que a pessoa fica colocada lá, faz o barraco, aí é colocação, porque a pessoa é colocada lá.P/1 – Sua mãe estava lá?R – Estava, quem me pegou foi até a tia dela.P/1 – Você nasceu de parteira? R – Foi.P/1 – A tia dela era parteira? R – Era. Aí, foi, eu nasci lá, que é munícipio Laranjal do Jari, estado do Amapá.P/1 – E sua mãe é aqui, dessa região? R – A mamãe na verdade, ela é de Gurupá, mas quando ela veio de lá ela era menina, ela disse. Gurupá é aqui perto de Macapá, é entre o Pará e o Amapá. É aqui pertinho de Macapá. Então, é das ilhas, as ilhas, assim, palafita, assim, onde a água entra, que eles chamam várzea, que a água entra e sobe, todo dia, na beira do Amazonas. Ela é de lá só que ela veio para cá menina e casou para cá, ela disse. Ela casou para cá com o meu pai, o meu pai também ele...P/1 – E seu pai é de onde? R – Eles eram tudo os dois de lá.P/1 – De Gurupá? R – De Gurupá.P/1 – E seus avós maternos e paternos? R – Eram de lá também.P/1 – Tudo de Gurupá? R – O meu avô era de lá, a minha avó também era de lá.P/1 – Você sabe o quê que os seus avós por parte de pai faziam? R – Por parte de pai ele disse que tirava açaí e madeira,... Continuar leitura

Título: Esperança em um futuro melhor

Data: 30 de julho de 2013

Local de produção: Brasil / Amapá / Iratapuru

Entrevistador: Rosana Miziara Lopes
Transcritor: Cristiane Costa
Autor: Museu da Pessoa

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