ESCRITOR SEM ESTUDAR
Em minhas horas de meditações esqueço-me do mundo em que vivo e é nestes momentos que sinto sobre mim o claro de uma luz, que penetra em doses de serenidade e de imediato me ponho a pensar na verdadeira felicidade e procuro deixar de lado as falsas ilus...Continuar leitura
ESCRITOR SEM ESTUDAR
Em minhas horas de meditações esqueço-me do mundo em que vivo e é nestes momentos que sinto sobre mim
o claro de uma luz, que penetra em doses de serenidade e de imediato me ponho a pensar na verdadeira felicidade e procuro deixar de lado as falsas ilusões que encontro nesta vida terrena. Nestas horas apago da mente problemas que me envolvem no diário e sinto o calor da luz me envolver intensamente em pensamentos de amor
e de uma paz santificada.
Sinto fluir de meu coração energias até então desconhecidas para mim, que me levam a uma estranha vontade, começo a rever meus tempos passados, meu perfeito nascimento, me vejo lindo deitado em um berço, vestido com uma roupinha branca, estou sorrindo com meus pais ao lado, os dois alegremente a embalá-lo, o que para mim foi surpresa, pois de meu nascer eu nada lembrava, e na realidade só ouvi comentários de minha mãe lembrando a festa de meu pai quando me viu pela primeira vez, dizia que eu já trazia na inocência do olhar um brilho diferente e nos pequeninos lábios transparecia uma forma de riso, parecendo estar
felicitando o próprio renascer para uma nova existência, isto, me contava a mãe, deixou meu
pai entusiasmado e para todos repetia que eu seria pela vida um iluminado, ele nisto acreditou tanto que colocou meu nome de Elio, sem H, nome que ele pesquisou
em um livro sobre a Mitologia Grega que confirmava isto, conforme ali era denominado
dizia:
– Elio. O Iluminado.
Em continuação minha mente fervilha em belas recordações de minha adolescência
passada em uma rica fazenda, das “coisas”
que eu fiz por lá, da lida campeira, dos peões
pela manhã montando em seus fogosos cavalos, gritando palavras de ordem partiam para
o campo saírem a vistoriar e que eu tentava acompanhar montado em meu petiço de estimação, lembro da incrível felicidade que sentia ao correr atrás de um terneiro que se desgarrava do rebanho que era conduzido para novos pastos, era certo que quase nunca
o alcançava, pois meu pequeno petiço com suas perninhas curtas não eram feitas para isto, mas sempre me socorria um dos peões, pois eles eram orientados para me cuidarem e dentro do possível aos poucos me ensinarem a profissão de campear, sinto-me voltar no tempo e chego mesmo a ver o sorriso de satisfação de meu pai quando eu começava a contar para ele as proezas que galopando campo afora em meu petiço eu fazia.
A tarde era para estudar e depois enquanto todos esperavam pela janta eu adorava alimentar os animais da fazenda e com eles fazia todo tipo de brincadeira.
Minhas lembranças me fazem agradecer a providência divina por aquilo que recebi
e tudo de bom que dentro dela a vida me concedeu tornando-me pelos iguais um
homem bem quisto, alegre e muito feliz.
Vagarosamente milhões de imagens vão se achegando, pela mente começa a rodar
“aquele” filme, se escancarando acertos e desacertos, onde um dia eu pretendi ser o único comandante de meu próprio destino. Pela tela instalada no interior de minha mente revejo com clareza meus tempos de escola, tempo em que imperava o respeito pelos mestres e que era ensinado em casa, no seio da família a se preservar os valores morais, fui me elevando em alegrias ao rever meus amigos e as lindas namoradinhas, que naquele tempo só se podia dizer que era, mas nem em sonhos se podia perto de uma menina chegar, o que dizer então de abraçar e beijar.
Mas era para isto que eu ia para a escola, porque sou consciente
e nunca escondi que eu na realidade nunca gostei muito de estudar, e o que eu mais detestava era as aulas chatas de português, acho que por não entender o que para
mim adiantaria estudar um monte de palavras que pesquisadas queriam dizer a mesma coisa. As provas do estudado durante o ano eram realizadas todas de uma só vez ao final
do ano
letivo, notas daquela época eram representadas por números, o A de hoje,
valia 100, e para passar tinha-se que alcançar a metade mais um e só para
vocês terem uma ideia de o quando eu detestava o português, vou contar que eu nunca consegui passar na prova em si, tirava 01 ou 02, no máximo um 05, mas ela era dividida
em duas partes, a que eu chamava de simples baboseira, que valiam 50 e a redação,
que também valia 50 e era o que me salvava, sempre alcancei os 50, e passava ali ali,
com nota 51 ou 53, passava mas levava algumas boas carraspana da professora, sim da professora, até o quinto ano primário as matérias, todas, eram lecionada por uma só educadora, mas como eu era bom nas outras matérias, Matemática, História, Ciências, Frances e geografia, geralmente não sofria muito com suas repreensões.
A minha bronca era apenas com o miserento do português, e para dizer a verdade
até hoje eu não entendi o porquê, e pasmem, apesar de já ter publicado mais de 210 livros, eu continuo a não gostar, o que me acarreta com as letras inúmeras dificuldades.
Eu gosto é de escrever, escrevo de carreirinha e depois do livro pronto, vou corrigi-lo,
com o bom pai-dos-burros na mão, o Aurélio e o de Sinônimos, acreditem,
é um sufoco, mas eu gosto.
O Filme em continuação segue a rodar, nele estão registradas as
discussões com meu pai,
pelo menos uma vez por semana eu tentava lhe convencer da inutilidade de levantar cedo
e rumar para o colégio com chuva ou no forte do inverno, onde perfilados, todos os dias,
as vezes tiritando de frio, antes de para a sala entrar, cantávamos o Hino nacional e outros mais, naquele tempo era assim, os queridos mestres diziam que era para que aprendêssemos ainda em criança os valores da Pátria e dentro de nossos deveres aprender a respeitá-la
e principal a honrá-la e amá-la, e isto de fato acontecia assim, os que se fizeram homens apreendendo desde modo, amam e se orgulham deste glorioso Brasil, abençoado por Deus, onde o mundo inteiro tem inveja deste solo, pois aqui tem de tudo que se possa imaginar
e não acontece abalos naturais que o possam destruir, os naturais não, mas quem ama
esta Pátria Amada, atualmente tem motivos sobrando para dela não se orgulhar, porque
os homens, politiqueiros, que em enganos foram eleitos para administrá-la,
sem nenhum pudor e desavergonhada roubalheira quase estão conseguindo a sua
completa desmoralização, felizmente leis rígidas e ainda vigentes no país,
estão sendo devidamente nele aplicadas.
Mas cantar os Hinos Nacionais sempre foi por mim apreciado, não gostava mesmo era de sentar em sala e ficar amanhã inteira conjugando verbos ou queimando neurônios para resolver os problemas de matemática, meu pai, um homem calmo e que trazia consigo uma grande sabedoria da vida, além de ser homem culto, ele já com seus 60 anos ainda devorava livros para mais conhecimentos adquirir, ao me ouvir reclamando, ele me olhava e em gesto bondoso pousava a mão em meu ombro e com fala mansa me repetia o de sempre: quanto
tu nasceste eu dizia que serias um iluminado, agora de nada adianta ter sobre ti a luz
se não souber de onde ela vem e isto só descobrirás estudando meu filho, só através do estudo poderás ser alguém é ele que te fará alcançar o planejado para a sua vida.
Não segui este conselho e muito cedo descobri que ele estava certíssimo, foi quando quis seguir independente e procurei um trabalho digno para me sustentar, então passei a enfrentar batalhas memoráveis, sem um diploma para comprovar o que de fato eu sabia.
O filme continua a passar e a me mostrar que, apesar de encontrar sérias dificuldades,
eu da vida nunca reclamei, foi eu que escolhi.
Pelo que me contaram eu ainda em pequeno comecei a desenvolver um elevado grau para
o lado do bom humor e me divertia com os estorvos que encontrava em minhas desventuras,
principalmente dos amores que passei a desejar, mas que por não ter uma melhor estabilidade não se deixaram conquistar, assim eu seguia sozinho percorrendo vários lugares do mundo e por estes lugares onde passei fiz de tudo um pouco, vezes
tropiquei aqui e ali, mas sabia que estes tropicos era para que eu aprendesse a ter mais cuidado e por isto mesmo os meus percalços eram por mim transformados em uma saudável brincadeira
À medida que o tempo passava levei muitas chicotadas da vida, algumas deixaram marcas, mas fui fazendo destas bordoadas, por conta e risco um aprendizado, sempre me lembrando
dos conselhos de meu pai e do dinheiro que ele gastou pagando as melhores casas de ensino
para que mais tarde eu pudesse seguir tranquilo.
Por exclusiva culpa minha não foi como ele queria, mas de mim mesmo
e das benções que recebi não posso me queixar.
E uma delas, a que mais gostei, foi quando senti aquele despertar da veia artística
que me fez seguir os caminhos literários, vibrando no prazer que sentia em escrever.
Fecham-se as cortinas em minha mente, acaba o filme, foi apenas até aqui, acho que era apenas para que eu pudesse recordar e em novas meditações avaliar se aprendi
ou se ainda precisava levar na cabeça mais umas estonteantes bordoadas.
Em torno de mim o claro da luz aumenta, um delicioso perfume começo a aspirar
e sinto a presença do Cristo Jesus representada pelos braços de um alguém que delicadamente passa a me abraçar, sensibilizado mentalmente começo
agradecer
por tudo o que já tive e quando percebi as ânsia na descoberta para escrever e no
que me inspirei para começar, sim foi um impulso de Deus, que por certo enviou seu filho
para me alertar e foi com gosto que comecei a observar como a vida era perfeita,
não só para mim, mas para todos.
Agora sim, tudo estava certo e como já havia ampliado meus conhecimentos em vivencia
pessoais, das minhas observâncias foi quase instantâneo o compor de poemas, crônicas
e contos, eu escrevia sobre todos os assuntos, mas não queria em escritos expor apenas meus imprevistos mas sim fazer uma transmição para quem os lessem,
uma mensagem de amor e paz.
Passados uns dias destas minhas meditações à noite estava quente e eu fui me sentar
em um banco do jardim, era uma noite esplêndida de luar e eu olhava distraído as flores
que banhadas pelo azulado dos raios lunar se apresentavam em cores brilhantes, raras
e diferente, eu ali sentado sendo beijado e acariciado pelo claro desta lua iniciei
a pensar nos encantos das coisas naturais e porque que uma bela noite enluarada
bolinava em meus sentimentos deixando-me feliz, e extremamente sensível, foi quando comecei a sentir um estranho formigamento, como se os raios da lua estivessem em meu corpo a penetrar, meu coração pulsava mais forte parecia querer me enviar mensagens
de um amor infinito e uma vontade irresistível de apanhar folhas e caneta e ali mesmo começar a escrever e foi o que fiz, apoiado em cima da perna a caneta corria formando linhas, meus pensamentos fluíam com uma intensidade que a mim mesmo admirava eu escrevia muito rápido e poemas foram terminados em uma velocidade incrível, escrevia
sobre casais de namorados e quantos esta mesma lua já esteve a abençoar, parei e
fiquei a pensar, preciso lhe batizar com um pseudônimo condizente, olhando para
o alto em um impulso eu lhe intitulei -- A Rainha dos Apaixonados.
Ma se eu queria ser um escritor de verdade não poderia ter como única inspiração apenas
o deslumbre lunar, fiquei por momentos parado a pensar e foi então que senti pela primeira vez em meus ouvidos um sussurro, que mais tarde eu também a batizei “de minha querida
voz secreta”
e que ainda hoje ela me acompanha, as vezes me transmitindo coisas lindas,
outras vezes quando me encontro em bobas distrações querendo sair fora dos trilhos
vem me passar um pito para que retorne a compostura, não me perca dos caminhos
que aquele “estalo” um dia me aconselhou seguir ou seja me dedicar inteiramente
a escrever.
Às vezes fico sorrindo ao lembrar de como tudo aconteceu, eu no jardim pensando
no que devia fazer para encontrar novas inspiração de repente comecei nitidamente
a ouvir sussurros, a princípio me sobressaltei levantando depressa e procurando
quem comigo queria falar, como não vi ninguém voltei a me aquietar, então novamente
ouvi a voz a sussurrar, desta vez prestei atenção e comecei
a entender
– Queres novas inspiração, pois deixe de ser parvo e a busque na natureza, encontrarás belos motivos que possam mil folhas escritas lhe proporcionar, não precisa deixar nunca
de a lua e seus raios estimulantes homenagear, mas note a existência de outras bênçãos divinas em que um escritor possa se inspirar, veja e sinta o inigualável romper da aurora,
veja e sinta a beleza de um novo amanhecer quando os raios dourados do sol vem a vida despertar e depois de um dia alegre dentro de suas atividades ao entardecer posicione
em uma lugar tranquilo, relaxe suas tensões concentre-se na magia dos alaranjados
e últimos raios do sol que aos poucos vai se perdendo longe na linha do horizonte,
repare na força do mar com sua energia vitalizante e no vai e vem das ondas que podemos
dizer que marcam a respiração da vida, toque as pétalas aveludadas de uma flor sentindo seu doce perfume, são lindas em cores e também quando
presenteada estimulam alegrando e confirmando grandes amores, repare no brilho cintilante e na luminosidade das estrelas, notarás, sempre existe uma mais resplandecente direcionando para você sonhos de um brilhante viver, componha poemas retirando palavras líricas do corjeios dos pássaros, identifique-se com as energias de pessoas que lhe gostam e por isto se achegam diariamente a você, não se prenda a rostos bonitos e nem em olhares maliciosos,
mas procure decifrar o encanto que existe no interior de cada uma, se mantenha em
um padrão emocional sensível e voltado para a benquerença, assim descobriras quantas coisas
lindas e raras poderá escrevendo desenvolver.
E realmente assim foi por méritos eu me sinto
plenamente realizado, hoje são mais de duas centenas de livros publicados, onde aconselhado de tudo eu falei,
sempre agradecendo “a minha querida voz secreta”
que me inspira ou vem me criticar,
dependendo de meus desvios.
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