Projeto Cabine São Bernardo – Trilhas da natureza
Depoimento de Wagner Jesus de Oliveira
Entrevistado por Leandro Cusin
São Bernardo do Campo, 12 de dezembro de 2009
Realização Museu da Pessoa
Código: TRIL_NAT_CB025
Revisado por Joice Yumi Matsunaga
P/1 – Bom, Wagner, é o seguinte: eu qu...Continuar leitura
Projeto Cabine São Bernardo – Trilhas da natureza
Depoimento de Wagner Jesus de Oliveira
Entrevistado por Leandro Cusin
São Bernardo do Campo, 12 de dezembro de 2009
Realização Museu da Pessoa
Código: TRIL_NAT_CB025
Revisado por Joice Yumi Matsunaga
P/1 – Bom, Wagner, é o seguinte: eu quero que você me fale o seu nome completo, data e o local que você nasceu.
R – Meu nome é Wagner Jesus de Oliveira.
P/1 – Data e o local em que você nasceu.
R – Eu sou do dia 6 de agosto de 1971, eu nasci em Presidente Epitácio, interior de São Paulo.
P/1 – E por que é que você veio morar em São Bernardo?
R – É, na verdade eu vim com meus pais. Meus pais vieram para cá e eu tinha dois anos de idade e resido até hoje aqui. Na verdade, residi em outro local e hoje resido no Baeta aqui em São Bernardo.
P/1 – E já que você falou nos seus pais, me conta um pouco da origem deles, da onde que eles vieram.
R – Meus pais são de Presidente Epitácio. Meu pai trabalhou em corte de tora, sofrido, a vida sofrida e vieram para São Paulo Paulo para buscar a vida. E hoje, infelizmente, meu pai é falecido, eu só tenho minha mãe.
P/1 – E a sua mãe, ela é de lá também?
R – É de lá também, de Presidente Epitácio também.
P/1 – Legal. E qual foi a sua primeira impressão de quando você chegou aqui? Você falou... você chegou com dois anos, mas você lembra assim alguma coisa?
Como é que foi. (risos).
R – A minha primeira impressão era... sei lá, eu era criança, era tudo mato, né cara, tudo era mato, né? Não é que nem hoje, hoje é... a evolução hoje em dia... eu tenho trinta e oito anos, há trinta e seis anos atrás, o negócio era diferente, era tudo mato, entendeu? A minha primeira impressão, sei lá, não tinha impressão ainda, né?
P/1 – E que época que você viu assim que, realmente, São Bernardo mudou assim, sabe, que ela cresceu? Você lembra assim mais ou menos quando foi, o ano, a fase?
R – Olha, São Bernardo sempre teve as evoluções, mas... São Bernardo sempre viveu evoluindo. Teve a época do móvel, né, a época da indústria, Volkswagen, as empresas, Ford e tudo. Teve sempre as evoluções, talvez eu não acompanhei porque eu nunca liguei muito para isso, que eu nunca fui, sei lá, não sei como te dizer, mas... não vivia esse mundo, entendeu, meu mundo era diferente, eu era criança. Hoje talvez; eu sou um adulto, trabalho, estudo, estou me esforçando mais. São Bernardo sempre evoluiu, sempre evoluiu, mas eu não sei te dizer ao certo.
P/1 – Mas, aqui em São Bernardo assim, do que é que você mais gosta daqui dessa cidade?
R – São Bernardo está evoluindo, cada vez mais está evoluindo, buscando cultura. A cultura está ficando legal, sabe, antigamente não existia cultura em São Bernardo, São Bernardo era ligado à indústria, de gerar dinheiro. Hoje em dia tem uma certa cultura porque precisa, o povo precisa de cultura. Todo mundo vive de trabalho, lazer e cultura e hoje São Bernardo está de parabéns porque está lutando por cultura.
P/1 – E é disso que você mais gosta aqui na cidade então, dessa evolução da cultura?
R – Da cultura, é evolução da cultura, é exatamente.
P/1 – E você sabe se aqui em São Bernardo tem algum projeto que eles preservam a natureza? E você participa de algum deles?
R – Não, eu não participo. Eu trabalho, na verdade, eu trabalho em São Paulo, não sei te dizer, eu trabalho no Itaim Bibi lá na Zona Sul, mas eu sei que São Bernardo está lutando por preservação. Eu conheço lá o Parque Estoril, eles têm alguns parques fechados à ecologia, tá, mas não fizeram uma coisa que eu acho que é supercerta e que devia fazer, a reciclagem. Em São Bernardo não existe a reciclagem ainda. Não existe, entendeu, todo o mundo joga o lixo misturado, tanto o alimentar como o reciclado, vidro, lata, tudo, é tudo misturado. Isso deveria ser feito, sabe por quê? É para o bem do nosso planeta, né, e todo mundo deveria ter essa consciência. Em alguns... [Em] Santo André eu sei que existe, em São Bernardo não existe e isso eu acho legal, deveria acontecer em São Bernardo.
P/1 – Agora, para gente acabar aqui, me fala de alguma história bem curiosa que você já viveu aqui em São Bernardo e que marcou a sua vida e que você gostaria de contar aqui para gente.
R – Puta, uma história curiosa que eu vivi aqui em São Bernardo e que marcou a minha vida que eu queria contar para vocês assim de momento é difícil, mas...
P/1 – Com filho, sei lá, família, amigo, mulher, alguma história assim...
R – Uma vez eu vinha na Avenida, na Estrada da Cooperativa e o meu tio, a mulher dele ia ganhar neném e cruzou um gambá na rua, uma coisa que nunca ninguém achou que ia acontecer, sabe por quê? Porque, a natureza, está todo mundo destruindo e o gambá cruzou a rua. Ninguém achou que ia acontecer aquilo, nem meu tio porque... é uma coisa inevitável assim, você fala assim: “Não, não existe a natureza”. Existe a natureza porque a natureza está viva, só que o homem nunca conseguiu olhar que ela está ali ó, em todo o canto verde existe natureza.
P/1 – Então, Wagner, obrigado pela sua entrevista. Até mais.Recolher