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História
Por: Museu da Pessoa, 27 de junho de 2010

Entre seringais, jazidas e disputas territoriais, uma mulher que ama pescar

Esta história contém:

Entre seringais, jazidas e disputas territoriais, uma mulher que ama pescar

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Para mim tudo mudou, porque eu não queria sair daquide Mutum. Eu nunca quis sair daqui, eu nunca tive planos fora daqui. A mudança por causa da hidrelétrica é um sentimentoque não tem nem palavras pra dizer, não tem! Porque isso aqui tudo fomos nós que plantamos. Isso aqui fomos nós que fizemos.Quando nós chegamos aqui, só tinha dois pés de manga bem pequenininhos, um pé de cupuaçu e um pé de coco.Era o que tinha. Isso aqui tudo fomos nós que plantamos.Tem caju, lima, laranja, tangerineira, mandioca, tem quiabo,bananeira, tem tudo ali! Isso aqui tudo fomos nós que plantamos! E agora vai começar de novo em outro lugar. Ai, nem sei, viu? Eu digo sempre assim que eu não sei se as pessoas vão se adaptar,não! Às vezes se adaptam, porque tem pessoas que se adaptam com facilidade. Mas eu acredito que muita gente vai sentir arrependimento de ir pra essa nova cidade!

Dados de acervo

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P/1 – Bom, Iraildes, eu vou começar de novo perguntando seu nome completo, o dia e o lugar que você nasceu?

R – Meu nome é Maria Iraildes Valente de Menezes e nasci em um seringal, chamado Campo Lindo. Hoje faz parte do município de Brasiléia, Acre.

P/1 – É aonde no Acre? É perto daqui ou é muito mais pra lá...?

R – Ah, fica na divisa da Bolívia.

P/1 – Então perto de Rondônia?

R – Não, não muito perto não, deve ser uns seiscentos quilômetros mais pra lá.

P/1 – E você nasceu quando?

R – Eu nasci no dia dez de outubro de 1959.

P/1 – E como chamavam seus pais?

R – Meu pai se chamava Severino Ramos de Menezes e minha mãe era Otacília Valente de Menezes. Menezes por causa do meu pai, né?

P/1 – Você tem muitos irmãos?

R – Minha mãe teve dez filhos, mas criou só seis.

P/1 – Por que quatro morreram?

R – Quatro morreram ainda bebê.

P/1 – E como é que era lá no seringal? Conta para mim.

R – Ai, gente! Era assim, sei lá, uma vida muito simples, uma vida muito pobre, assim, mas era assim muito bom, sabe? Muito bom! A gente aquela época era... Acho que a gente era feliz e não sabia. A gente morou em vários seringais, em várias colocações, porque teve aquela época que a seringa era o forte mesmo da coleta, do leite, da borracha, pra fabricar as borrachas. Aí chegava certo tempo que meio que esgotavam, as árvores ficava meio que esgotadas. Aí geralmente as pessoas, os donos de casa, os pais de família trocavam de colocação, né? Às vezes iam pra outro seringal de outro dono, às vezes no mesmo seringal, mas trocavam de colocação. E era essa a vida da gente, além da seringa meu pai sempre plantou feijão, arroz, essas coisas... Minha mãe sempre teve canteiro de verdura, cebola, coentro, chicória, essas coisas...

P/1 – Ela plantava o que? Cebola...?

R – Cebola, coentro, chicória, couve... Porque nessa época lá pra gente não existia essa coisa de alface, almeirão, de repolho....

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Título: Entre seringais, jazidas e disputas territoriais, uma mulher que ama pescar

Data: 27 de junho de 2010

Local de produção: Brasil / Mutum-paraná - Ro

Autor: Museu da Pessoa

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