P/1 – Primeiro Alex, quero que você diga para gente o seu nome completo, data e local de nascimento.
R – Meu nome é Alex Lima Guimarães Gurgel, local de nascimento é Guadalupe, Piauí.
P/1 – E a data?
R – A data é 8 de fevereiro de 1979.
P/1 – Agora o nome completo dos seus pais, ...Continuar leitura
P/1 – Primeiro Alex, quero que você diga para gente o seu nome completo, data e local de nascimento.
R – Meu nome é Alex Lima Guimarães Gurgel, local de nascimento é Guadalupe, Piauí.
P/1 – E a data?
R – A data é 8 de fevereiro de 1979.
P/1 – Agora o nome completo dos seus pais, seu pai e sua mãe e local de nascimento também.
R – O nome do meu pai é Aldenir Guimarães Gurgel, ele nasceu em Fortaleza, Ceará. Minha mãe é Maria Lenira Lima Guimarães Gurgel, de Alagoas.
P/1 – Fala para gente um pouco como eram seus pais, seu pai e sua mãe e o que eles faziam?
R – Meu pai, hoje que eu saiba, é corretor de imóveis. Minha mãe ela trabalhava de vendedora em loja.
P/1 – E como eles são, assim, como pessoas?
R – São bons, são pessoas boas.
P/1 – Onde você passou a sua infância?
R – A minha infância? Eu saí de casa, acho que, com uns 18 anos, fui me aventurar, fui no Rio.
P/1 – Mas antes dos 18 anos, a infância mesmo, você passou a infância em Guadalupe?
R – Não, passei a infância com meus pais, acho que foi em Alagoas e depois a gente foi para Mossoró, sabe? Nordeste, aí depois meu pai variou, foi para Fortaleza e ficou em Fortaleza.
P/1 – E você lembra como era a casa da sua infância? A casa que você passou a maior parte da sua infância?
R – Como era a casa?
P/1 – É, descreve um pouco para gente como que era a casa, o bairro, a rua em que você morava.
R – A casa era boa, o local bom, grande. Meu pai tinha uma casa lá em Fortaleza, não sei se ele vendeu, já tem tempo que eu não vou lá, sabe?
P/1 – Mas a casa que você morou quando pequeno?
R – Casa que eu morei? Eu não lembro mais não, tem muito tempo.
P/1 – Você tem irmãos?
R – Tenho.
P/1 – Qual é o nome dos seus irmãos e quantos irmãos você tem?
R – Eu tenho três irmãos. O nome do meu irmão é Aldenir Guimarães Gurgel Júnior, o nome do meu irmão.
P/1 – E os outros dois?
R – O nome da minha irmã é Aline Miriele Lima Guimarães Gurgel, e a outra é Pâmela Larissa Lima Guimarães Gurgel.
P/1 – E durante a infância você se lembra quais eram as brincadeiras? Do que você brincava? O que você costumava fazer para se divertir?
R – Eu brincava de bola, de luta. Eu gostava muito de lutinha, essas coisas, bola, essas coisas aí.
P/1 – Onde você brincava?
R – Brincava nos parques com meus amigos, em casa também às vezes.
P/1 – Qual era a brincadeira favorita?
R – Essas coisas aí, se esconder, jogar bola, essas coisas aí.
P/1 – Você nasceu em Guadalupe, você falou, e você ficou em Guadalupe até que idade, você sabe mais ou menos?
R – Eu nem conheci Guadalupe, só nasci lá e saí pequeno, eu não conheço, só por nome, de local assim eu não conheço.
P/1 – E você foi viver onde na infância? Você nasceu em Guadalupe e logo em seguida vocês foram para onde?
R – Depois que eu nasci lá minha mãe foi para Alagoas. Minha mãe é de Alagoas e meus avós maternos são de Alagoas. Eu fiquei em Alagoas com meus pais, depois eles saíram de lá e foram, acho que se não me engano, foi para o Maranhão, alguma coisa assim. Do Maranhão eles foram para Fortaleza, ficavam variando, sabe? Do Maranhão eles ficaram em Fortaleza, que Fortaleza é capital, Ceará, mas lá é grande, muito grande, aí ficaram lá, entendeu?
P/1 – E dessa fase assim de infância, Alex, tem alguma história, assim, que tenha te marcado? Que você lembre sempre? Uma história de brincadeira ou de família, qualquer coisa que tenha sido marcante, assim, para você?
R – História de brincadeira eu não lembro, porque eu era pequeno, que eu saiba não lembro não.
P/1 – Dessa fase de infância você não lembra de muita coisa?
R – De criança eu não lembro muita coisa, só de adolescente, maior, já lembro bastante coisa, mas de criança não.
P/1 – E quando você começou a frequentar a escola? Você começou a frequentar a escola criança?
R – Ah! Sim. Acho que com uns três anos eu comecei na creche, creche que fala, né? De criança pequena.
P/1 – E você se lembra, assim, qual é a primeira lembrança que você tem de escola?
R – Não lembro muito, não lembro. Sei que eu estudava, meu pai me levava, tinha umas fotos minhas no colégio, mas eu não lembro muita coisa não, tem tempo, né?
P/1 – Três anos é muito novinho, mas um pouco mais velho você não se lembra de nada na parte do primário?
R – Maiorzinho já lembro.
P/1 – Lembra? E o que você se lembra? Como é que era a escola que você estudava, conta um pouco para gente.
R – Era bom. Quando eu tinha meus nove, dez anos nós pegamos o certificado de primeira série, essas coisas, aí eu lembro, essas coisas assim eu lembro. Mas de três, quatro anos para baixo eu não lembro nada.
P/1 – É muito novinho mesmo, né?
R – Tinha uma época aí que minha mãe foi viajar com meu pai e me levou no avião, ela falou que eu morria de medo de avião, eu não lembro, sabe? Ela fala: “Você tinha medo de avião,” falava que eu gostava muito de frutas, essas coisas assim. Falava que eu comia banana igual a macaco, essas coisas assim, eu gosto muito de banana mesmo.
P/1 – Mas você não tem recordação disso, ela que te conta.
R – Mas eu não lembrava, não, ela falava para mim que eu não gostava de banana quando era criança, porque banana é de macaco, e eu sou adulto e gosto muito de banana, só que ela falou para mim, eu não lembrava, porque eu era muito pequeno.
P/1 – Muito novinho. Mas a partir de nove, dez anos você já lembra de alguma coisa?
R – Sim.
P/1 – E nessa idade você estava fazendo o fundamental I, que acho que era primário ainda na época, né? Você se lembra da escola? Como era o espaço da escola? Era perto ou longe da sua casa? Conta um pouco para gente como era a escola.
R – Eu acho que era longe, viu?
P/1 – Como você ia para escola?
R – Meu pai me levava, meu pai tinha uma condição mais ou menos, ele me levava, tinha o carrinho dele lá e me levava.
P/1 – E da escola você lembra? Assim, o espaço físico? Era grande? Era pequena?
R – A escola era grande.
P/1 – Professor, você se lembra dos professores? Tem um professor que tenha te marcado assim?
R – O nome dos professores não lembro mais, é tanto tempo, não lembro mesmo.
P/1 – Tinha alguma matéria que você gostava mais assim?
R – Eu gostava mais de ler, de Português e de Inglês. Matemática eu não gostava, porque eu tenho dificuldade, até hoje eu tenho dificuldade em Matemática.
P/1 – E você terminou o primário? Fez o primário inteiro?
R – Quando eu era mais jovem?
P/1 – É.
R – Eu terminei a primeira série, depois fui para outra.
P/1 – Você falou que na adolescência você já tem mais lembranças, você lembra de mais coisas. Você estava estudando na adolescência? Você continuou estudando?
R – Sim, eu estudei acho que foi até a quarta série. Até a quarta série eu estudava, passava e tirava nota boa, quando chegou na quarta série eu comecei a ter problema com Matemática, essas coisas assim, confusão na escola, os outros enchiam meu saco, brigava, já fui expulso de vários colégios. Meus pais têm um pouco de condição, aí me botaram em colégio particular, aí eu me desentendia com colegas meus, que queriam tirar comigo eu metia porrada, eu apanhava dos outros também, essas coisas assim, confusão.
P/1 – Você não gostava muito da escola?
R – Eu gostava, o problema é confusão dentro de sala de aula, essas coisas, desrespeito, sabe? Eu tentava evitar, não tinha como, aí eu tinha que brigar mesmo. Eu fui expulso, sofri muito com negócio de escola, aí eu estudei até os meus 16 anos, quarta série, depois comecei de parar de ir para aula, matava aula. Ia para escola, mas matava a aula, só ia para comer lanche e na hora do recreio saía fora. (risos)
P/1 – E quando você matava aula você ia fazer o quê? Você ia para onde? Quando você saia da escola para matar aula você ia para onde?
R – Eu ia por aí, jogar bola, sei lá, zoar com os colegas, não tinha lugar certo. Eu chegava em casa, meus pais descobriam e metiam porrada em mim, me batiam, não aceitavam.
P/1 – Você trabalhava nessa época ou só estudava?
R – Nessa época eu só estudava.
P/1 – E para se divertir, assim, nessa fase mais de adolescência o que você fazia? O que é que você gostava de fazer para se divertir?
R – Eu comecei a ficar de maior comecei a ir para as festas uns 15, 16 anos chegava tarde em casa, pulava o muro, o meu pai não deixava entrar eu pulava o muro, ia para zoeira com os colegas.
P/1 – E como eram as festas? Que tipo de festa você ia? Que tipo de música?
R – Na época eu gostava de rock, eu tinha o cabelo grande e ia para o rock com meus colegas. Meu pai não gostava, porque eles são evangélicos, eu ia para as baladas. Só que aí meus colegas estavam me arrastando, sabe? Querendo me por nas drogas, essas coisas aí. É uma longa história, quando eu era de menor eu fiz umas coisas erradas, fiquei no Conselho Tutelar, sofri muito já e aí com o tempo eu fui aprendendo.
P/1 – Você ia para bar de rock, era isso?
R – Ia para os bailes, para as danceterias.
P/1 – E que tipo de música? Você lembra de que bandas você gostava? Que músicas eram preferidas?
R – Quando eu era mais jovem eu gostava de rock, Iron Maiden, essas coisas, Guns N’ Roses essas coisas aí. Quando eu comecei a crescer, ficar maior, até meus 20, 19 anos eu gostava de rock, aí depois passado um tempo eu perdi um amigo, aí eu fiquei com trauma de rock, perdi um amigo meu, aí eu comecei a ouvir muita música diferente depois, Michael Jackson, que o Michael é da minha época, 79. A época que ele lançou o Thriller foi em 79, então eu comecei a ouvir as músicas do Michael, ele foi me acalmando, as músicas dele é de paz, né? Fui ouvir Michael Jackson, James Brown, fui gostando das letras de músicas e da performance dele como cantor e dançarino, que ele é cantor e bailarino, né? Comecei a ouvir James Brown, Michael Jackson, o Elvis, comecei a gostar de outros tipos de som. Aí, depois veio o funk, esse funk carioca, o funk do Rio, aí achei legal as batidas dos bailes. Só que o meu ídolo mesmo hoje é o Michael Jackson na música, apesar dele ter morrido e não ter realizado o meu sonho, mas até hoje eu sou fã do Michael Jackson.
P/1 – E tem uma música preferida?
R – Do Michael?
P/1 – É.
R – Têm várias.
P/1 – Do que você gosta dele?
R – Eu gosto da Ben, que ele fez para o ratinho. Tem a Ben, tem a Thriller, Billie Jean, que era uma moça que ele gostava, sabe? Que chama Billie Jean, só que ela falava que, não sei se você chegou a ver a tradução da letra, que o Michael fala que o filho não é dele, porque ela falou que o Michael tinha deitado com ela, essas coisas aí, quando eles eram jovens. O Michael falava que não, que o filho não era dele. É Billie Jean is not my lover que ele falava, que a criança não é dele, entendeu? Aí é legal. E a Ben é a do ratinho, que ele tinha um ratinho de estimação e ele gostava muito desse rato, aí, o pai dele matou o rato e o Michael ficou com trauma, o Michael falava que Ben, ninguém vai ser igual a você, porque eu fico até emocionado, eu gostava muito, sabe?
P/1 – São suas preferidas? Suas músicas preferidas?
R – Para mim eu nem sei o que falar, cara, tem hora que eu penso nas coisas que eu poderia ter conquistado, as pessoas que eu fiz sofrer também, eu me arrependo de muita coisa, sabe? Mas na adolescência eu não pensava, agora eu sou de maior. Inclusive agora eu sou pai também, eu tenho um filho agora, eu fico emocionado com a minha vida, sabe?
P/1 – Deixa eu perguntar uma coisa. Você mencionou que você parou de gostar de rock por causa de um amigo que você perdeu, né?
R – Eu gosto de rock, mas não sou doentio, não sou aquele roqueiro, aqueles caras que andam tudo de preto. Quando eu era mais novo eu era roqueiro mesmo, andava todo rasgadão, na zoeira mesmo. Eu fazia o que os outros queriam fazer, às vezes, eu não fazia por mim, fazia pelos outros, sabe? Tipo me drogava, essas coisas aí, era cabeludo, tinha cabelo grande. Começava a ir nas baladas com os carinhas e quando você estava no meio dos caras, os caras falam que você é careta: “Pô, esse cara não curte nada” e eu ia no embalo deles também, eu gostava do rock, mas eu ia na zoeira também. Aí depois que um colega meu morreu, inclusive a banda predileta da gente era o Guns N’ Roses, até hoje o Axl Rose que é o vocalista, né? Só que a banda parece que, não sei se acabou, estando tentando voltar, não sei, sei que o Slash saiu, aí o Axl está querendo voltar com o Guns de novo. Só que depois que ele morreu, o nome desse colega meu é Rogério, aquele que morreu, aí depois que ele morreu parrei de ouvir rock, parei de curtir rock, foi mais outros tipos de músicas, mais o James Brown, Elvis.
P/1 – Porque ele gostava de rock e frequentava contigo os bares, as baladas de rock, é isso?
R – Depois eu comecei a ouvir aquelas músicas mais dançantes, igual ao Elvis Presley, que ele canta e dança também, né? Inclusive, o Michael era casado com a filha do Elvis, Michael Jackson. Eu comecei a pegar assim, poxa, o cara casado com a filha do rei do rock, só que não deu certo, ele se desentendeu com ela lá e separou, né?
P/1 – E Alex, fora música, gostar de rock e sair para os bares e baladas, tinha alguma outra coisa que você fazia nessa fase de adolescência que você gostava? Ver filme ou não, era mais a música mesmo, sair para balada?
R – O meu forte mesmo é a música, porque o meu sonho é cantar, eu estou tentando a carreira de funk, estou tentando ser MC, eu sou MC e componho, mas eu ainda não realizei o meu sonho que é cantar na TV ao vivo para todo mundo. Eu tenho umas músicas minhas na internet, por enquanto eu tenho três músicas gravadas, está no Youtube. Quem quiser ver é só colocar MC Liang Jackson, tem outros vídeos, eu dançando Michael Jackson, que uma época que era mais jovem eu tinha o cabelo grande eu dançava Michael, só que depois apareceu um monte de cover e eu larguei, porque hoje em dia é concorrência, eu tenho que parecer com o cara, tem que ter figurino, tem que dançar bem, eu não sou um profissional, eu danço, assim, por hobby, eu já ganhei dinheiro com dança, mas hoje tem muito cover e eu parei. Eu estou querendo seguir a carreira de funkeiro, de MC, que a onda é ostentação agora, eu estou querendo seguir a carreira de cantor, que o meu sonho é cantar desde pequeno o meu sonho é cantar, só que meus pais nunca me ajudou nessa área de música. Eu peguei algumas bases da internet, alguns instrumentais e eu mesmo faço a letra, registrei no cartório da Biblioteca Nacional, aí registrei a música, fiz o ritmo, peguei a batida da internet, fui no estúdio, paguei o cara e gravei, tenho três músicas gravadas.
P/1 – Quando foi isso?
R – Tem uns quatro, cinco meses que eu gravei. Só que eu estou tentando fazer mais letra, eu tenho letra registrada, só que eu tenho que juntar um dinheiro para ir no estúdio e gravar mais. Quando eu tiver dez músicas eu vou fazer o primeiro CD eu estou trabalhando ainda no CD.
P/1 – Eu vou te perguntar como você chegou nisso de ser MC e tal. Mas nessa fase ainda de adolescência tem alguma história marcante que você sempre se lembre, conte para outras pessoas? Dessa fase de adolescência, uma coisa que você tenha vivido mesmo, que seja marcante para você.
R – Uma coisa boa?
P/1 – Qualquer coisa que seja marcante, pode ser boa ou pode não ser boa, mas que seja importante para você.
R – Adolescente até que ano? Que idade?
P/1 – Na juventude, essa fase de adolescência e juventude.
R – Uma fase boa, deixa eu ver aqui, deixa eu pensar.
P/1 – Não precisa ser necessariamente uma coisa boa, mas uma coisa marcante, que seja significativa para você, uma história que tenha te marcado.
R – De adolescente que saiba não tem muito não, mais na área adulta assim.
P/1 – Você estudou até os 16 anos e depois largou, né?
R – Sim.
P/1 – E quando você parou de estudar o que você fazia? Como você preenchia seu tempo?
R – Quando eu parei de estudar, tipo assim, o meu sonho desde criança era cantar, era música, era dançar, inspirar nas pessoas que eu gostava. Aí, eu peguei, quando eu cheguei aos 18 anos eu saí de casa, eu fugi de casa.
P/1 – Como você decidiu sair de casa?
R – Tipo assim, meus pais não queriam me ajudar e eu inventei de ir para o Rio de Janeiro, que lá era o funk, eu conheci negócio de funk através do Rio. Aí, eu fui para o Rio de Janeiro fugido de casa, não tinha onde ficar, fiquei na rua, fiquei ali na Candelária onde teve a chacina, eu ficava ali, tem uma matriz, uma igreja, eu ficava ali às vezes. Aí, eu comecei a dançar, que eu gostava muito de dançar, o pessoal botava música do James Brown e do Michael na loja, eu botava a caixinha no chão eu dançava, fazia as performances, ganhava umas moedas, quando era mais novo. O pessoal foi gostou de mim, eu fui falando minha vida para eles: “Olha, eu vim para cá, não tenho onde morar, estou na rua,” comecei a trabalhar, gostaram de mim, ajeitaram um lugarzinho para eu dormir.
P/1 – Quem que ajeitou um lugarzinho?
R – O pessoal da loja lá ficou com pena de mim, aí arrumaram um lugarzinho para eu dormir. Fui trabalhando, ganhando um dinheirinho e comprando minhas coisinhas, eles deram uma chance para mim. Depois de uma época eu conheci um pessoal da igreja, me levou para casa deles, só que eu era meio doidão, gostava de zoeira, eu não estava conseguindo ficar na igreja e nem ser evangélico com eles, aí eu comecei ir para os funks. Aí, eu me desentendi com um irmão, um pastor, não agressivamente, assim, verbal. Eu gostava mesmo de som, aí o pastor falou: “Irmão, você está indo para o caminho errado, você não está seguindo a igreja do jeito que é,” eu falei: “Ô pastor, mas eu gosto disso aqui,” aí ele falou: “Você tem que voltar para sua casa, então, você quer voltar para os seus pais?” Eu falei que eu queria voltar para os meus pais, ele pagou minha passagem, me botou no ônibus e eu voltei para o norte.
P/1 – Para Fortaleza?
R – É, para Fortaleza. Só que meus pais tinham mudado de endereço, que eu era uma pessoa meio doida e meus pais eles tinham meio trauma de mim, porque eu aprontava, fazia coisa errada que era de menor, pegava dinheiro deles sem permissão, às vezes, eu pedia dinheiro e eles não davam, eu pegava deles. Só que eu mudei, depois dos 18 eu mudei, mas na vida da juventude eu só fazia besteira, depois dos 18 a minha mente começou a abrir um pouco.
P/1 – Me conta como é que você decidiu aos 18 anos sair de casa e ir para o Rio de Janeiro. Aí vocês moravam em Fortaleza, né?
R – Sim.
P/1 – Como você fez a viagem de Fortaleza até o Rio de Janeiro?
R – Quando eu estava de 18 anos, meu pai pagou minha passagem. Eu falei: “Pai, quero ir embora daqui, aqui não tem emprego, quero me aventurar, quero ser artista, quero ir embora” “Mas você vai para lá e vai ficar onde?” “Eu me viro, eu vou para uma igreja, peço ajuda a alguém, eu me viro, vou tentar me virar, se eu não arrumar nada eu volto,” ele falou: “Você que sabe.” Aí, eu fui, sofri para caramba lá, chorei antes, quando eu fui embora, entrei no ônibus, chorei para caramba, meu pai chorou, minha mãe chorou. Minha mãe nem queria me deixar na rodoviária, meu pai pegou me levou, aí eu fiquei no Rio, do Rio passei quase três anos no Rio, porque eu saí no ano de 2002, fiquei um tempão no Rio.
P/1 – Você lembra como foi sua chegava no Rio? Você conhecia o Rio de Janeiro?
R – Não conhecia, não.
P/1 – E como foi a sua impressão quando você chegou lá?
R – Quando eu cheguei lá eu achei diferente, porque eu era doido para ir para o Rio, quando cheguei lá era funk 24 horas. Aí, cheguei na estação, agora não estou lembrado o nome da rodoviária, já tem tempo não lembro mais nem o nome da rodoviária eu me lembro mais. Eu peguei o Cometa, que é o ônibus que vai para lá o Cometa, só que o nome da rodoviária eu esqueci, tem muito tempo que eu não vou no Rio. Aí, eu cheguei lá, fiquei uns três, quatro anos lá.
P/1 – Você chegou na rodoviária e foi para onde? Porque você não tinha ideia.
R – Eu fiquei andando para conhecer os bairros, perguntar onde era: “Moça, onde é esse local aqui?” eu ficava perguntando para os outros, “Eu não sou daqui do Rio, vim aqui para conhecer e estou sem destino aqui, onde é esse local aqui?” aí o pessoal me indicava: “Esse local é tal rua, você quer ir para onde?” “Eu estou andando,” eu falava que eu era visitante: “Eu sou visitante, eu estou vindo de viagem,” estava só com a mochila nas costas. “Eu estou de viagem, eu quero conhecer o Rio, não sou daqui, sou de Fortaleza,” começava a falar: “Vim para conhecer, estou sem rumo”.
P/1 – Você não tinha nenhum endereço?
R – “Eu estou sem rumo, quero ir para o albergue,” eu estava atrás de um albergue, queria me aventurar. Só que eu cheguei no Rio, não encontrei albergue no Centro, não encontrei, porque lá os albergues estavam cheios, eu não sabia onde era. Eu chegava nos albergues e o pessoal
e não tinha vaga, aí foi na assistente social e perguntei: “Moça, queria ir para um albergue porque eu estou vindo de viagem e não tem onde ficar, queria ir para um albergue, eu estou na rua” “É mesmo?” “Estou, estou na rua.” Só que eu era mais jovem, né? Tinha meus 18, 19 anos. Me indicaram uns locais e com o tempo eu fui conhecendo mais ou menos o Rio, né? Hoje não sei como está, porque tem muito tempo que eu fui lá.
P/1 – Mas você acabou conseguindo o albergue ou não?
R – Não, não consegui albergue, não. Me mandaram para uma tal de Fazenda Modelo, queriam me mandar, lá eles ajudam, mas tem muito traficante, lá no Rio é coisa de comando, essas coisas de máfia, queriam me mandar para lá, lá era uma fazenda, mas você tem que trabalhar, você tem direito a um salário, os comentários que eu ouvi, se eu levar minhas coisas para lá alguém pode roubar. Então, fiquei com medo de ir, eles queriam me levar para Fazenda Modelo: “Tem a Fazenda Modelo, lá você vai trabalhar, tem estudo, você vai estudar, se você quiser ir para lá,” eu fiquei meio com medo: “Não sei não, acho que não vou querer, não.” Aí, eu fiquei pela rua mesmo, com o tempo eu fui, eu dormir ali, sabe onde é o Hospital Souza Aguiar? Lá tem vários mendigos, pessoas de rua à noite. Quando dava nove e meia, dez horas eu ficava com os caras, comecei a fazer amizade, como eu não conhecia ninguém: “Moço, por gentileza, eu estou na rua, você deixaria eu sentar perto do senhor aqui? Eu também estou na rua” “Pode sim” “Eu estou com medo, porque eu não conheço ninguém,” conversava com as pessoas, “Pode ficar aí sim, pode ficar.” Fiz amizade, de noite passava a sopa, essas coisas. Aí, eu conheci o pastor, o pastor ia lá, tentou me ajudar: “Irmão, você quer um local? Você tem que servir o Senhor”, começava a falar para mim, eu falava: “Quem sabe, né?” Aí, me levaram para o Centro de Recuperação, numa época eu usava drogas, bebia muito. Agora, às vezes eu tomo uma cervejinha, mas eu não sou mais aquela pessoa que eu era quando era novo, mais jovem. O pastor me levou para o Centro de Recuperação, mas eu fui mais para sair da rua, porque não tinha muito vício, eu bebia minhas bebidas, usava minhas droguinhas, mas eu não era dependente, eu fui mais para sair da rua. O pastor falou: “Irmão, a gente vai te levar para o centro de recuperação para você desintoxicar,” porque eu fumava muito aquelas coisas, “vai lá você vai se alimentar, a gente vai te dar uma roupa boa, você vai ter a palavra de Deus, Deus vai te libertando ao poucos,” o pastor falou para mim: “Você quer, irmão?” “Ah! Pastor, posso tentar.” Aí, fiquei um tempo lá, só que lá tinha as tarefas lá dentro, ela não é só pegar e levar, tinha as tarefas. Eu fiquei uns três meses, aí um pastor me levou para um sítio não sei onde, tinha que cortar lenha, essas coisas, tinha que trabalhar muito.
P/1 – Para onde?
R – Eu falei, vou sair fora, lá no Rio.
P/1 – Alex, qual era o centro de recuperação?
R – Eu não lembro mais o centro.
P/1 – Você ficou três meses, né?
R – Quase três meses. Só que assim, lá eles ajudam a pessoa, os irmãos ajudam pessoas, só que eu gostava mesmo de curtir, não queria ficar preso, queria sair. Porque lá dentro você fica preso, só pode sair de lá com os irmãos para ir para igreja, sabe? Quando eles viajam você tem que ir com eles, você não pode andar sozinho. Depois que você tiver passado o processo, aí o pastor vai te colocar para pregar, para ser um pregador, um cantor, aí vai de acordo com o seu dom que Deus te deu. Eu pegava e falava: “Não, eu gosto mesmo é de balada, de ir curtição,” aí eu peguei e fugi, pedi para o pastor: “Pastor, quero ir embora” “Você vai para onde?” “Não, quero ir embora,” peguei minha bolsa, ele falou: “Infelizmente irmão você não quer ficar aqui”, aí eu saí.
P/1 – E foi para onde?
R – Eu fui andar, fui para o mundo andar. Depois eu falei com o pastor, com um irmão lá, se ele poderia me ajudar e voltei para minha terra lá, compraram minha passagem e eu voltei para minha terra. Eu fiquei uns tempos lá com meus pais, depois eu falei para o meu pai que eu queria ir embora para São Paulo, queria conhecer São Paulo. Meu pai estava sem condições, falou que não queria mais me meter na minha vida, porque já me ajudou muito, que eu tinha que trabalhar para ter minhas coisas. Aí eu peguei: “Tá bom, se o senhor não quer me ajudar, então eu vou assim mesmo.” Peguei carona na estrada, fui para estrada, conversei com o caminhoneiro, na época, agora ninguém dá carona mais, é difícil. Com meus 23, 24 anos peguei a carona, arrumei minha mala, fui para BR, cheguei no posto e falei com um cara que eu queria ir para São Paulo, estava sem dinheiro, se ele poderia me levar. Aí, o motorista era de São Luís do Maranhão, ele vinha para o Maranhão, aquela cegonha, sabe? Ele ia descarregar no Maranhão e de lá ia para São Paulo. Ele começou a me dar umas ideias: “Cara, tu vai para São Paulo? Lá tá perigoso. Tá chovendo muito, você vai ficar onde?” Que eu era mais jovem, “Você vai ficar onde?” “Não, eu vou me aventurar”. Aí, ele falou albergue, ele me indicou um albergue, inclusive eu fiquei muito tempo nesse albergue aqui em São Paulo.
P/1 – Qual que era? Você lembra?
R – Eu fiquei no Arsenal da Esperança. Só que lá eles não quer que fala albergue, porque lá é do padre, albergue é quando é da prefeitura, não sei se você conhece o Arsenal, você já ouviu falar?
P/1 – Não, não conheço.
R – O Arsenal fica ali próximo ao Brás, tem a Faculdade Anhembi-Morumbi, sabe? Fica colado com a faculdade, na Rua Doutor Almeida Lima, eu sei onde é até hoje, que eu morei bastante tempo ali, então já sei o nome da rua, aí eu vim para cá.
P/1 – Você veio com o caminhoneiro? Veio de carona?
R – Vim com o caminhoneiro, aí ele chegou perto do Tietê, que chegou no Centro ali, aí eu desci. Antes de eu descer ele falou: “Olha, tá no Brás, você não queria descer no Brás? Tá no Brás,” aí ele: “eu vou seguir viagem por outro caminho.” Aí eu desci no Brás e fiquei andando, não sabia onde era. Cheguei no Brás, perguntando: “Onde tem um albergue aqui?” os caras me indicou quando eu cheguei aqui: “Tem um albergue aqui na rua tal,” eu fui. O primeiro albergue que eu fiquei foi o Albergue Coração, que é ali perto da Rua do Gasômetro, eu fiquei lá. Através do Albergue Coração eu conheci o Arsenal, porque lá no Coração é pouca pessoa, lá tinha no mínimo umas 80 pessoas, lá a comida é muito boa, só que é pouca pessoa. Eu fiquei lá um tempo, aí depois me indicaram o Arsenal: “Cara, você tem que entrar para o Arsenal que vai gostar, lá é grande para caramba, é dos italianos.” Aí começou a me falar e eu fiquei no Arsenal, “É mesmo, cara?” “É só subir essa ladeirinha aqui”. Fiquei no Arsenal, lá eles indicam para emprego. Eu nunca dei problema no Arsenal, porque lá é assim, se você arrumar confusão eles te põem para fora, não pode brigar, não pode desacatar os funcionários. Lá tem as camas de beliche, tudo. Tem um armário para guardar, lá é organizado, têm uns albergues que são meio desorganizados, o Arsenal é o melhor que tem daqui de São Paulo, mas lá é só homem, lá é só masculino. Tem uns albergues que é unissex, mas lá é masculino. Eu fiquei uma época lá no Arsenal, aí comecei a arrumar um empreguinho. Depois eu aluguei um quartinho para mim, saí, arrumei uma pensão.
P/1 – Quanto tempo você ficou no Arsenal?
R – Eu fiquei quase uns seis meses lá.
P/1 – E enquanto você estava lá você falou que trabalhou, né?
R – Fiz uns trabalhos, aí aluguei uma pensão.
P/1 – E do que você trabalhou na época?
R – Trabalhei de obra, construção civil, arrumei uma obra aí e comecei a trabalhar e aluguei um quartinho. Depois eu peguei, fui conhecendo a cidade, me mostraram a Praça da Sé, eu fui andando e conhecendo a cidade. Fui para outros bairros e depois fui aprendendo andando de metrô, o pessoal foi me ensinando como é que era.
P/1 – E nessa época você estava conhecendo a cidade, vivendo no albergue, fazia um trabalho ou outro que era temporário, né?
R – Às vezes, eu vinha mais para me aventurar também, que eu queria carreira artística. Inclusive, umas vezes, sabe o Viaduto do Chá? Eu já cantei no meio da rua com um microfone de plástico, eu já fiz loucura para conseguir a fama, para ficar conhecido, já fiz muita coisa, até hoje eu não consegui, estou tentando, né?
P/1 – Mas quando que você começou a fazer essas apresentações na rua? Qual foi, assim, a primeira vez?
R – A primeira vez acho que foi com uns 20, 22 anos.
P/1 – Isso foi no Rio?
R – Quando eu comecei a fazer apresentação no meio da rua o Michael estava vivo, o Michael Jackson estava vivo, com meus 20, 25. O Michael morreu agora recente, em 2009, né?
P/1 – Sim.
R – Até a época de 2009 eu me apresentava, fazia as performances. Uma vez e outra, até agora que o Michael morreu, tinha vez que eu estava sem dindim, sem dinheiro, eu botava minha caixinha no chão e fazia meus breaks, meus negócios e ganhava umas moedas. Só que eu tinha o cabelo grande na época, tinha figurino. Já hoje tem muito cover e muita concorrência, aí eu parei, porque eu não sei todas as danças do Michael Jackson, só sei algumas, eu sou amador, eu danço assim mais por hobby. Começou a aparecer bastante cover e eu dei pausa.
P/1 – Alex, a primeira apresentação que você fez na rua, você se lembra qual que foi?
R – A primeira apresentação foi lá no Rio.
P/1 – Onde no Rio?
R – Foi ali, sabe o Largo da Carioca?
P/1 – Sei.
R – Então, foi ali naquela rua onde ficam os artistas. Primeira vez que eu dancei Michael lá, tinha meus 18, 19, 20 anos. Só que ali eu ganhei dinheiro, porque ali naquela época não tinha tanto cover do Michael Jackson igual tem hoje, né? Eu tinha o cabelo grande, tinha mais ou menos a roupa do Michael, eu tinha calça, tinha luva, eu não tinha a roupa completa, mas algumas coisas do Michael. Eu botava peruca, tinha um chapéu preto, eu dançava ali na rua e ganhava minhas moedas lá, o pessoal gostou de mim, porque quando eu fui para lá eu não fiz nada errado, não peguei nada de ninguém, isso aí eu fazia na minha cidade, porque às vezes meu pai não me dava dinheiro, aí eu pegava, sabe? Nas amizades erradas começava a fazer coisa errada. Mas aí no Rio não, eu fiquei na rua e nunca fiz nada errado, porque eu tinha medo de ir preso, essas coisas, lá não tinha ninguém que me ajudasse, né? Na minha cidade tinha minha mãe e meu pai, mas ali não, nesses lugares longe eu nunca fiz nada errado, não. E também porque eu estava de maior, se eu fizesse uma coisa errada ali eu ia ficar preso na cadeia e ia sofrer, aí eu pensei: “Poxa, estou de maior, não vou fazer besteira,” tem gente que continua, não vou fazer mais não, quero mudar, quero minha carreira artística.
P/1 – E Alex, quando você se apresentava na rua você cantava e dançava?
R – Eu sei mais ou menos, toco violão, toco pouca coisa, arranho. No Rio eu só dançava Michael, eu vim inventar de cantar aqui em São Paulo.
P/1 – E no Rio você dançava Michael, você tinha caixinha de música? Como é que tocava? Ou era sem música mesmo?
R – Na época eu não tinha caixinha, eu não tinha som, eu pegava uma caixa de sapato, botava próximo à loja, eu pedia para o cara: “Por favor, sou dançarino,” contava minha história, “estou na rua, sou dançarino, estou tentando ganhar umas moedas para comer, encher minha barriga”, contava para eles minha situação. Aí, eles: “Ah é, cara? Você dança?” “Mais ou menos, eu dou umas palhinhas” “Você poderia fazer uma performance para gente ver? De repente a gente dá um lanche aí, você já tomou café?” “Não tomei café, não. Se o senhor me arrumar lanche eu ficaria muito feliz se o senhor me arrumasse um lanche,” eu falava para o rapaz da loja. Aí, comecei a fazer amizade, o povo começou a gostar de mim, “Rapaz, tu dança mesmo, hein cara?” Aí eu fiz uns breaks lá de Michael Jackson, ele botou o som do Michael, eu comecei a dançar, encheu de gente, aí eu ganhei dinheiro. Ganhei dinheiro, me deram moeda: “Puxa, o cara dança mesmo, pensei que era brincadeira,” eu dancei umas músicas do Michael lá, aí veio o cara da televisão, tirou minha foto, perguntou de mim, na época, o meu nome é Alex, né? Na época eu era Alex Jackson. Até hoje tem um cover oficial do Michael na internet, tem vários Alex, só que tem um cover do Michael oficial, o Alex Jackson, na internet tem o cover do Michael. Aí, eu quis mudar, eu quis ser diferente, sabe? Eu não quis ficar parecido com os outros covers. Eu peguei e mudei o nome, fiquei procurando, procurando, sabe? Inclusive eu ia botar Bruce Jackson porque eu sou fã do Bruce Lee também, aí já tem um Bruce Jackson, que é um chinês lá na China que é cover mesmo. Aí, eu fiquei pesquisando, eu quero por um nome que chamasse a atenção, ainda mais que eu sou fã do Jet Li, que é o mestre das armas no filme, eu sou fã do Bruce Lee e do Jet, mais do Bruce, os dois meus ídolos e o Michael. Aí, de repente veio uma ideia, eu pesquisei num jornal, aí tinha uma mulher com o nome Liang, só que Liang na China tem nome lá que é unissex, Liang é um nome masculino e feminino. Eu achei bonito: “Caramba, Liang,” aí eu peguei e juntei o Liang com o Jackson, vou botar Liang Jackson que eu quero ver. Botei Liang Jackson aí pegou, eu fiquei gostando, pesquisei bastante no Youtube para ver se não tinha no Youtube um cover com o nome de Liang, não tinha, tinha um chinês lá, mas não era cover, ficou legal, aí eu botei Liang Jackson. Inclusive quando o Michael morreu eu estava na galeria do rock, tinha o cabelo um pouco maior, esse ano agora, recente, antes do Michael morrer. Quando o Michael morreu, acho que eu tinha meus 25, 26 anos quando o Michael Jackson morreu, eu estava na Galeria do Rock, eu estava andando lá e passou a reportagem, SPTV, foi o Caue Angeli e a Neide Duarte, não sei se você conhece, que é do SPTV, eles me entrevistaram. Eu estava andando de boa, só curtindo o som do Michael, quando chegou lá falaram de mim: “Tem um carinha aqui que dança Michael” “Cadê ele, cadê ele?” “Tá ali, ele faz umas apresentações do Michael às vezes aí,” aí me perguntou se eu queria fazer uma matéria: “Posso te entrevistar, fazer uma matéria sobre o Michael?” “Pode,” “fala do Michael, o que o Michael é para você,” perguntou o que você sabe do Michael, eu falei o que eu gostava dele, que eu fazia apresentação dele, não sei muita coisa do Michael, mas eu gosto. Eu sei mais do Jet Li, que eu sou fanático.
P/1 – Alex, como que você aprendeu a dançar? Você treinava sozinho?
R – Algumas coisas eu aprendi só, outras me ensinaram. Só que eu não sei todas as coreografias do Michael, eu tenho um amigo que é cover profissional, o Christian Joseph Jackson, um amigo meu que, inclusive, ele faz muito show na rua, no Centro de São Paulo. Não sei se você chegou a ver ele?
P/1 – Não, não.
R – Ele é cover profissional, ele parece com Michael, tem o figurino. Algumas coisas o cara me ensinou, outros covers do Michael me ensinou algumas coisas, a maioria eu peguei só, mas eu não sei tudo, eu não sou um cover profissional, sou amador.
P/1 – Mas você treinava como, vendo?
R – As danças do Michael eu sei, Thriller, mais ou menos, as principais eu sei.
P/1 – Você via na TV e copiava, era isso?
R – Via e tentava aprender. Eu tenho um DVD do Michael em casa, tenho alguns DVDs dele.
P/1 – Você contou do cover que você fazia em frente da loja de música no Rio, era sempre a mesma loja ou não?
R – Não, às vezes eu variava. Às vezes, eu ficava dois, três dias na loja lá, às vezes o cara queria vender, falava assim: “Ó Alex”, na época meu nome era Alex Jackson, às vezes chamava de Michael, porque às vezes não decorava meu nome e falava: “Oh Michael, vou chamar você de Michael”, tudo bem, estava lá na loja: “Hoje não vai dar para você se apresentar aqui, porque a gente tem que vender, você sabe, né? Mas passa na parte da tarde que a gente rola o Michael para você,” aí eu chegava e ia andar, chegava em outras lojas que eu não conhecia, porque como eu contava minha história: “Olha, faço apresentação, estou precisando de uma ajuda, eu estou na rua, não tenho ninguém, eu sou dançarino e preciso fazer uma apresentação para ganhar uma moeda. O que você der para mim para eu encher a barriga,” eu falava assim mesmo que é para eles verem que eu estou precisando “O que você puder me ajudar, um real, dois reais, 50 centavos, ou então até mesmo pagar um lanche eu agradeceria. Eu só tenho essa peça de roupa, estava com sapato, se você puder me ajudar com uma camisa, porque eu estou sem roupa, estou sem nada,” aí as pessoas ficavam com dó de mim, ficava com pena de mim: “Poxa, rapaz jovem, jogado na rua.” Só que eu não usava drogas nem nada essa época que eu estava no Rio, “Você não tem família?” “Tenho família, mas eu saí de casa, eu vim me aventurar,” aí eles falavam assim: “Então, espera aí que a gente vai dar umas coisas para você,” aí trazia lanche para mim. Eu fiz amizade, eu conheci um rapaz num lugar lá que vendia água de coco, ali ele botou para eu vender água de coco com ele lá, falou: “Você quer trabalhar comigo? Vou dar uma força para você, aí você vai comprando suas coisas” “Tá bom,” comecei a trabalhar com ele, me botou num box lá e eu dormia embaixo do box, eu olhava o negócio dele. Só que ele trancava, tinha a chave, trancava.
P/1 – Isso no Rio?
R – É. Ele tinha um box dele lá, eu dormia, tem um segurança, né? Só que lá ele trancava eu no box, me dava comida, tinha um negócio de coco dele e eu ficava, tem tanto tempo só que eu não lembro mais o nome do rapaz, eles me ajudaram. Depois eu aluguei um quartinho: “Ó Alex, a gente vai te dar uma força para você alugar um quartinho, você quer? Você fica à vontade, você bote suas coisas do Michael, você bote os negócios que você quer,” porque o pessoal também era da igreja, falou assim: “Se você não quer ir para igreja, você tenta seguir o seu caminho sozinho.” Aí eu comecei a falar obrigado, agradecia, fiquei na minha vida sozinho. E aí depois peguei vim para cá para São Paulo, sabe de uma coisa, eu vou para São Paulo, São Paulo é melhor para o negócio de dança, dessas coisas de artista, aí eu peguei e vim para cá.
P/1 – Como você começou a se apresentar em São Paulo? Onde você começou a se apresentar?
R – A primeira vez foi no Centro, perto do Teatro Municipal, não tem ali a Casas Bahia? Eu andava muito por ali. Os caras botavam, ligavam o som na porta e eu pedi para o gerente se deixava eu fazer uma apresentação ali para tentar ganhar moeda, estava desempregado. Ele deixou e falou: “É mesmo, cara? Você gosta de música?” “Gosto.” Eu era mais novo, tinha o cabelo maior, “Você gosta tanto do Michael Jackson assim por quê?” eles falavam: “Por que você gosta mais do Michael?” eu falei: “Porque o Michael ajudava as pessoas, ele canta bem, dança bem” “É verdade, o Michael dança bem,” aí eu peguei e falei assim: “Então, eu estou treinando, eu quero ser igual ao Michael assim na dança, eu quero cantar, tenho o sonho de cantar,” na época eu não estava compondo, eu só cantava músicas dos outros, eu não tinha letra própria. Hoje eu tenho minhas letras próprias, eu canto música dos outros, mas eu gosto mais de cantar minhas músicas. Aí os caras perguntaram: “Pô, mas você não canta?” “Não, por enquanto eu só danço mesmo o Michael e canto música internacional,” aí eu cantava música do Elton John para eles verem, Brian Adams, esses caras assim, cantava para eles.
P/1 – Isso era nas Casas Bahia?
R – É. Aqui em São Paulo e lá no Rio também, os caras perguntavam: “Poxa, mas você não canta, você só imita o Michael, você tem que ser você.” Pelas ideias que os caras foram me dando eu falei: “Poxa é mesmo, poderia fazer cover do Michael e cantar minhas próprias músicas.” Tanto que eu estou tentando a carreira de MC, quando eu conseguir cantar, tiver meus fãs, vou me apresentar como dançarino, eu vou fazer as performances do Michael também no meu show, mas eu vou estar cantando a minha música. Eu posso dançar uma música do Michael na minha música e estar cantando a minha música, entendeu? Posso estar mandando a do Michael Jackson numa palha e cantando minha música, foi a ideia que os caras me deram.
P/1 – Você falou que começou a gostar de funk um pouco antes de ir para o Rio de Janeiro? Ou no Rio de Janeiro?
R – Eu comecei a ouvir funk, naquela época já tocava Furacão, inclusive eles têm um programa de TV.
P/1 – E o que você costumava escutar? O que você mais gostava de funk?
R – Eu ouvia mais era Cidinho e Doca, essas coisas aí. (canta) “Eu só quero é ser feliz”, aquelas músicas lá, né? Agora entrou o ostentação, porque o Cidinho e Doca é meio periferia, né? Aí tem Cidinho e Doca, tem o Marcinho que é mais melody, na época tinha o Bochecha, inclusive ainda gosto de algumas músicas do Bochecha, o Claudinho morreu, está só o Bochecha. Algumas músicas eu gosto, só que eu gosto mais do ostentação, porque o funk agora é o ostentação, porque o ostentação fala de mulher, fala geral, de dinheiro, fala tudo.
P/1 – E o que você gosta do funk ostentação? O que você mais escuta?
R – Os MCs que eu sou mais fã mesmo é o Daleste, que morreu, que ele é um dos rapazes que explicava melhor o ostentação, ele cantava funk consciente, fala a realidade do dia a dia e o funk ostentação que fala de dinheiro e de mulher, né? Não sei se você chegou a ouvir aquela música dele da Dama de Vermelho? Ele fala da menina que ele foi para o baile, então ele se expressava na letra de música dele, da ostentação. Aí minhas músicas também, só que eu estou começando agora, eu só estou com três músicas, depois vou lançar outra. Só que a minha música é uma ostentação e não é, porque a minha música é uma ostentação, mas é mais zoeira, porque tem a música pornografia, que você fala de pornografia e tem a música de zoeira, a minha é mais de zoeira, sabe? Tipo o Créu, não tem a música do Créu?
P/1 – Sim, sim.
R – O Créu não é uma pornografia, é mais zoação, né? Então, a minha é tipo a música do Créu, só que o meu forte é o funk melody e o funk zoeira.
P/1 – E do funk que você escuta tem uma música preferida?
R – Dos MCs?
P/1 – É.
R – Tem. Eu sou fã mesmo, de carteirinha, do Daleste e do Guime.
P/1 – Mas música, uma música deles.
R – Eu gostava muito do Daleste, mas o Daleste morreu, né? Inclusive eu ainda gosto de algumas músicas do Daleste, só que eu sou fã mesmo, agora, depois do Daleste, do Guime, MC Guime, têm vários.
P/1 – E quando você começou a querer ser MC, a escrever funk? Quando que isso começou?
R – Então eu já gostava de funk, só que depois que eu comecei a escutar esses funks de agora, do ostentação, que eu vi que os caras mandam mesmo na letra, os caras são bons, que eu comecei a ouvir o Daleste, o Guime, aí me interessei. Poxa, os caras mandam bem, os caras cantam bem, os caras têm a vida boa, tem carro bom, tem tudo, “Eu quero ser igual a esses caras aí”, eu ficava pensando. Eu quero e até hoje eu estou tentando, não é fácil, mas eu estou tentando, eu quero ter a vida igual a eles, ter meu carro, eu posso até não ficar famoso, ricão igual ao Daleste. O Daleste ganhava 200 mil por mês, não sei se você sabia, mesmo que eu não ganhe essa fama toda, esse dinheiro, esse reconhecimento todo, só de eu ter meus fãzinhos ali, de eu ter um carrinho para andar, minha casa que eu estou batalhando para ter minha casa própria, que eu ainda não tenho, moro de aluguel, que eu Infelizmente, eu não queria falar, mas eu vou falar para você que está me entrevistando, eu moro no movimento de moradia, movimento sem teto, não tenho casa para morar. Eu estou lutando para ter minha casa, eu e minha esposa, que eu moro com minha esposa, estou tentando, está quase para sair o apartamento, mas eu tenho que fazer o cadastro para mim, tenho que pagar o movimento, porque eu não sou titular, só ganha quem é titular. Minha esposa já está no cadastro do Minha Casa Minha Vida, aí eu vou agilizar depois para ver se eu faço para mim também, para eu ter minha casinha. Porque se eu não conseguir fazer sucesso na música eu vou ter minha casinha, vou ter meu emprego.
P/1 – Claro.
R – Por isso que eu estou tentando segurar esse meu emprego, porque está difícil.
P/1 – Quando você vem para São Paulo, então Alex, você fica um tempo se apresentando e trabalhando com pequenos empregos. Como você se sustenta?
R – Por enquanto, assim, a minha carreira artística eu não consegui realizar, porque o meu maior sonho é cantar. Se eu conseguir cantar e fazer fama numa música, que é no funk, as outras coisas vão ser mais fáceis, porque aí eu vou ter condições, eu vou comprar todas as roupas do Michael Jackson, que eu sou fã de carteirinha, eu vou comprar todos os CDs, pôster, tudo. Eu posso mostrar uma coisa do Michael aqui?
P/1 – Pode, pode sim.
R – Inclusive eu tenho algumas coisas dos meus ídolos, Michael Jackson, eu não vou trazer tudo porque...
P/1 – É muita coisa.
R – Isso aqui é do meu ídolo. Eu quero comprar tudo, todos os materiais deles, pôster, tudo. Esse aqui é o Jet Li, que eu sou fã de carteirinha, aqui até tentando ser o sósia dele brasileira (mostra pôster). Jet Li, não sei se vocês me acham parecido.
P/1 – É parecido, é parecido.
R – Tem esse. Esse aqui é o Bruce Lee, que é o meu ídolo também, no Kung Fu é o Bruce Lee, não sei se você conhece o nome dele mesmo, o nome dele chinês é Lee Jun-fan, eu sei tudo dele. Como a matéria é mais comigo, o nome dele de batismo é Lee Jun-fan, que em tradução quer dizer Retorno a São Francisco. Eu sei tudo de Bruce, mas também do Jet Li aqui, o nome artístico dele, porque o nome verdadeiro dele é Li Lianjie, em chinês e Li Lian Kit em cantonês, sei tudo dele.
P/1 – Alex, deixa eu te perguntar um pouco mais da sua vida. Eu queria entender, assim, você começou a trabalhar como auxiliar de pedreiro, hoje em dia você trabalha em obra ainda, é isso?
R – Eu trabalho quando aparece, porque a obra ela dá mais dinheiro, ajudante de obra está ganhando uma grana boa, só que obra você trabalha muito, você cansa muito, você carrega peso, né? Eu estou na limpeza, só que limpeza paga pouco, a limpeza que eu trabalho paga pouco, mas você quase não sua, você cansa, mas não pega peso.
P/1 – Não é tão pesado.
R – É. Só que o dinheiro que eu ganho lá não dá quase nada, eu pego tiro o do meu filho, eu tenho um filho pequeno, tiro do meu filho, tiro um dinheiro para mim comprar comida, se der para gravar umas duas, três músicas lá no estúdio eu pago o cara lá, falei para o cara da minha situação, ele está deixando fazer barato. Gravei umas coisas com ele lá, só que às vezes não sobra nada, eu quero treinar Kung Fu, artes marciais que eu gosto demais, para o meu preparo físico, às vezes não dá, por isso que eu quero seguir a carreira de música, porque eu vou ter dinheiro, eu vou ter condições de estar comprar as coisas que eu quero. Mesmo que eu não faça sucesso, mas se fazer uma coisa que eu gosto, eu quero ser músico, porque eu estou fazendo uma coisa que eu gosto, eu vou comprar meu carrinho para andar.
P/1 – Me fala do funk então, quando você compôs o seu primeiro funk?
R – Minha música eu já tinha feito há muito tempo já, só que não registrei. Desde quando eu tinha meus 20, 19 anos eu já compunha, só que eu nunca tinha registrado a letra. Só ficava me aventurando atrás de dançar, essas coisas assim, de me apresentar para o pessoal me conhecer, mas cantar, eu não tinha registrado a letra, não.
P/1 – E quando você registrou a primeira letra?
R – A primeira letra registrei agora. Eu tenho 11 letras registradas, composta eu tenho umas 80 e poucas, registrada em cartório tenho 11. Aí, gravei três músicas, porque tenho que arrumar dinheiro para gravar, né? A primeira letra que eu registrei foi agora em 2011, foi agora tem dois anos, né? 2014, três anos, 2011 acho que eu registrei, 2011 para 2012.
P/1 – E qual é o nome da música?
R – Tem várias, né?
P/1 – Mas dessa que foi a primeira que você registrou? Ou da que você mais gosta? Da sua música que você mais gosta.
R – Da minha música que eu mais gosto tem um monte, tem o Rap do Botão, só que a minha música é mais zoação, eu não gosto muito de falar o título, porque é meio esculachado, sabe? Tem a do Botão, tem da Cachorrinha que eu fiz, e tem a da Rosca, está na internet, quem quiser ver. É mais zoeira, não é muita pornografia, mas é para pessoa rir mesmo.
P/1 – Você diz que usa um pouco do seu dinheiro para gravar, onde você grava?
R – Eu gravo num estúdio ali na Rua 24 de Maio, ali no Centro, tem o Paulo, que ele mexe com som, eu gravei com ele. Eu estou tentando juntar um dinheiro para poder gravar de novo. Quando eu tiver as dez letras que eu te falei, aí eu vou fazer o CD, mas eu estou na luta, se algum empresário de funk, posso passar meu telefone?
P/1 – Pode. Mas, na verdade o pessoal que assiste a essa entrevista é mais mesmo para saber da sua vida, não é uma divulgação. Então assim, se alguém se interessar em algum momento a gente pode colocar em contato com você.
R – Não, está tranquilo.
P/1 – Vou voltar um pouco, me conta como você conheceu sua esposa?
R – Eu conheci pela internet.
P/1 – Você já estava em São Paulo?
R – Eu estava em São Paulo, na época eu morava no Arsenal, que eu te falei, morava no albergue. Eu comecei a entrar na onda do Orkut, que antigamente era Orkut, agora o Orkut acabou, né? Aí no Orkut eu comecei a adicionar os fãs do Michael, que eu sou fã até hoje e eu conheci ela no Orkut. Comecei a fazer amizade, só que ela foi falando da vida dela, que era separada, queria arrumar uma pessoa, também falei de mim, que eu estava sozinho, querendo arrumar uma pessoa, aí ela falou: “Onde você mora? Você faz o quê da vida?” eu comecei a falar que meu sonho era cantar, que eu morava no albergue, falei a verdade, moro num albergue, vim para cá para me aventurar, estou tentando a minha carreira de artista. Ela começou a gostar de mim, falou se eu queria conhecer ela pessoalmente, que ela morava em Barra Mansa, no interior do Rio, se eu queria conhecer ela pessoalmente, eu falei: “Sim, se você quiser vir aqui, a gente marca.” Ela foi para o Tietê, veio passar uma época, eu conheci ela, aí eu mostrei a cidade para ela, que ela não conhecia São Paulo também, mostrei a cidade para ela, aí ficamos andando juntos, namorando, fomos numas baladas e ficamos juntos. Depois ela voltou para o Rio e depois eu fiquei aqui de novo, aí passou uma época eu estava sentindo falta, aí ela falou se eu queria ficar com ela, mas tinha que enfrentar a fera, o cara que ficava me enchendo o saco, o ex-dela. Peguei e fui para lá, fiquei com ela lá, conheci os filhos dela que ela tem uns rapazes maiores, fiquei lá, morei com ela lá. Lá é meio ruim de serviço, Barra Mansa é bom para morar, mas não tem emprego, só em Volta Redonda, em Volta Redonda tem bastante emprego, mas em Barra Mansa não tem emprego, aí eu comecei a querer sair fora: “vou embora, estou querendo ir para São Paulo de novo, porque lá é melhor” “Mas você quer ir para me largar” “Não, eu vou lá para trabalhar, depois eu volto,” aí quis vim para cá, aí ela ficou lá eu vim para cá. Depois numa época eu desentendi com ela, aconteceram uns problemas sentimentais, comecei a querer paquerar outras meninas na internet, uns problemas pessoal da gente, foi a maior confusão, depois pedi para ela se ela me perdoasse, tentar nossa vida de novo. Eu estava morando num albergue, só que eu tinha um amigo meu que morava no movimento, nesse que eu estou, através dele que eu entrei no movimento, só que teve uma confusão, quando eu comecei a morar no movimento, que através dele que eu estava entrando, só que eu estava morando de favor, não tinha saído o quarto da gente, porque lá você tem que pagar taxa para arrumar um quarto para você morar lá no movimento.
P/1 – Onde está o movimento? Onde está estabelecido? Espaço.
R – Tem no centro. É MMPT, você já ouviu falar?
P/1 – Sim.
R – Porque São Paulo tem vários movimentos, né? Tem esse que eu estou, tem FLM, tem um monte.
P/1 – Você está no MMTP?
R – Eu estou nesse aí, estou tentando a moradia, sabe? É muita luta, cara, é muito difícil.
P/1 – E como é que você entrou no movimento?
R – Eu entrei através desse meu colega, esse meu colega eu gostava dele como irmão, só que ele bebia muito, ele bebe, não sei se ele está bebendo. Aí ele fez uma confusão comigo e com a minha esposa lá, eu estava no meu quarto, ele entrou, quer dizer, minha esposa estava no quarto, ele começou a querer entrar e encher o saco, sabe? Quando cheguei o cara já estava lá, fui no quartinho dele e na casa dele ele não estava, estava no meu quarto quando eu cheguei do trabalho. Começou a encher o saco: “Cara, vai embora,” falava para ele, aí me desentendi com ele, quis me agredir, também tinha tomado uma, porque lá dentro não pode beber, nem nada. Só que ele tinha tomado em excesso, o cara tinha sacado uma garrafa de conhaque, então o cara estava muito doido, só que eu tinha tomado dois dedinhos só. Lá não pode beber nada, se eles sentirem um bafo eles falam alguma coisa. Eu me desentendi, ele empurrou a minha esposa, me empurrou, aí eu dei umas porradas nele, só que os caras me botaram para fora, só que a dona do movimento ia me expulsar, eu ia para rua, aí eu pedi pelo amor de Deus, eu e minha esposa implorou pelo amor de Deus me dar outra chance, para eu não ir para rua, pelo amor de Deus, eu ia ser excluído, quando você é excluído do movimento, você nunca mais pode entrar. Aí, eu pedi pelo amor de Deus, aí me mandaram para outro prédio, porque eles têm vários prédios, me mandaram para outro prédio, tiraram do que eu estava e fui para outro prédio, aí fiquei morando na 24 de maio, sabe na 24 de maio? Tinha um prédio do MMTP, deu um problema e o dono pediu de volta, o proprietário, e fechou. A gente ocupou outro prédio, que lá eles ocupam os prédios, vê um prédio abandonado eles entram para dentro. Eu fui para outro prédio, inclusive agora eu estou morando nesse que eu falei, na Capitão Salomão, só que, assim, lá quando eles vão ocupar eles pedem para você comparecer para ocupar com eles, porque eles vão, mas eles ficam na linha de frente, tipo, só vão na hora que tem o perigo, eles não entram no prédio. O pessoal que ocupa são os moradores, os linhas de frente eles ficam tipo escondidos, quando é o momento eles vão ajudar a gente, porque a dona do movimento, que eu não quero citar o nome dela para evitar problemas, então ela é advogada. Ela é mulher estudada, tem quatro universidades, e é advogada do movimento, então ela ajuda a gente, a minha esposa ajuda muito, eu não vou falar o nome da minha esposa para não dar problema, ela não gosta que fale pessoal dela, não. A minha esposa é colaboradora do movimento, ela ajuda assim espontânea vontade. O coordenador já tem um cargo mais alto, tem lá as etapas, colaborador, coordenador e tem o chefe que é a gestora, que é a dona do movimento, e o pessoal lá, o marido dela. Só que aí no caso a minha esposa é colaboradora e eu sou auxiliar de colaborador, eu não sou um colaborador, eu ajudo, mas a minha esposa é que marca a entrada da pessoa e tal, mas coordenadores tomam conta do prédio, vê se tem alguma coisa errada, essas coisas assim.
P/1 – E como é que organiza a ocupação do espaço?
R – Não entendi.
P/1 – Você falou que a sua esposa, por exemplo, que é colaboradora e marca assim, quem são as pessoas que estão ali ocupando, é isso? Ela faz o controle dos moradores?
R – Não, ela ajuda no prédio, a limpeza do prédio, manter os andares limpos. Todos os moradores ajudam, só que lá tem as regras, você não pode entrar bêbado, você não pode drogado, lá todos os moradores fazem portaria, tem que fazer no mínimo duas horas de portaria, inclusive amanhã, amanhã é sábado? Não, domingo tem a minha portaria, de um horário até tal horário, tipo, a minha portaria é de onze da manhã a uma da tarde, depois entra outra pessoa, só que às vezes eu faço duas, faço para mim e para minha esposa, porque às vezes ela vai resolver alguma coisa e eu fico até dar os dois horários, não pode sair, a portaria não pode sair, quando der o horário entra outra pessoa.
P/1 – E quais que são as outras atividades que os moradores se revezam?
R – Lá é portaria e ajudar o movimento quando eles se precisar, você está pagando a taxa, é tipo um aluguel, você está pagando uma taxa, mas você está morando no espaço, esse dinheiro é para ajudar o movimento, que o movimento tem escritório, eles batalham para você conseguir a sua moradia. Eles falam que não é aluguel, mas é sim, porque eu não quero bater de frente, porque o movimento está me ajudando, entendeu? Só estou falando a minha opinião, vocês estão me entrevistando, estou falando minha opinião, minha vida pessoal, mas só que o movimento ele ajuda a pessoa, a gestora fala: “Gente, se vocês forem pagar um aluguel aqui no Centro, vocês vão pagar uns mil reais, uns 500 reais”, mas é mesmo, é verdade, “só que aqui você está pagando ajuda de custo para manter o prédio, vocês têm que pagar a luz”, lá tem luz, energia, lá eles pagam energia, pagam a água. O morador tem chuveiro, só que não é da gente, a gente está morando lá, mas não é da gente. A gente está lutando para transformar em moradia, por exemplo, lá no prédio eles estão lutando, lá nesse prédio que eu estou, o dono já foi ver lá, eles têm contato com o dono, já puxou IPTU, esse negócio todo. Só que está querendo combinar com o dono para fazer moradia ali, aí vai fazer moradia fixa, mas aí no caso você vai ter que pagar uma taxa para Caixa, está querendo falar com o dono e com a Caixa, porque o dono está querendo o prédio, o prédio é seis milhões de reais. Só que o movimento está lutando para ver se compra da Caixa, se negocia, como é que vai fazer, porque a Caixa está querendo comprar esse prédio que a gente está morando, para transformar em moradia fixa. Eles estão vendo o que vão resolver, só que a minha esposa...
P/1 – Você está há quanto tempo lá, Alex?
R – Vai fazer um ano e pouco. A minha esposa está inscrita no Minha Casa Minha Vida, então o apartamento dela está para sair, mas é lá em Itaquaquecetuba, vai sair, que lá é mais barato, lá é para pessoas de baixa renda. Aqui no Centro, se eu for entrar num negócio desses vou pagar 500 reais por mês, é mais caro. Acho que é para quem tem três salários para lá, acho que a gente nem entra, porque você tem que ganhar no mínimo uns três mil reais por mês, todo mês. Eu não ganho esse dinheiro.
P/1 – Então vocês estão tentando um pouco mais longe, né?
R – É.
P/1 – Você me disse que você tem um filhinho, né? Queria saber quando sua esposa engravidou.
R – Acho que já tem tempo já, viu?
P/1 – Quantos anos tem seu filho?
R – Agora acho que ele está com um ano.
P/1 – É pequenininho ainda.
R – Tem um ano.
P/1 – E como foi, para você, ser pai?
R – É bom, tipo assim, mas eu ainda não, como eu sou pobre financeiramente eu quero ter no mínimo três filhos, mas isso mais para frente, quando ele estiver maior, porque agora não tenho condição de sustentar os três, quando ele estiver maiorzinho entendimento, aí pode ser que eu queira ter outro filho, eu falei para ela: “Quando nosso filho estiver maiorzinho eu quero mais um, quando ele estiver com cinco, seis anos eu quero mais um.” Só que como eu sou pobre eu quero ter no mínimo três filhos, agora quando eu tiver condições, ser um cara famoso, aí eu quero ter vários, quero ter mais. Porque o Michael tinha três, né? O Michael Jackson, eu gosto das músicas dele, então eu me inspirei no Michael também. Só que o Michael era famoso, mas do jeito que eu estou eu quero ter três, mas se eu conseguir a mídia eu pretendo, no mínimo, uns sete filhos, oito.
P/1 – Por que tantos?
R – Porque eu gosto de ter a minha família grande, porque meus irmãos lá em casa são quatro, então eu quero ter, no mínimo, uns cinco filhos. Meu pai teve quatro filhos, filho do meu pai e da minha mãe é três, eu sou adotado, entendeu? Eu estou fora da família, tipo estou e não estou, né? Porque eu sou adotado, eu não sou do sangue do meu pai, então meu pai teve três filhos, e o Michael Jackson tinha três, e eu quero ter três também, quando eu tiver condições eu quero ter uns oito filhos, eu quero minha família grande, entendeu?
P/1 – Você foi adotado bebezinho?
R – Bebê, minha mãe falou para mim. Inclusive meus irmãos não se dão muito bem comigo por causa do meu passado, eu tive um passado meio ruim, né? Fui nos maus caminhos. Minha família me educou bem, me deu carinho e tudo, só que eu comecei a ir nos caminhos errados, e quando eu comecei a ficar de maior minha mente foi abrindo, sabe? Quando eu fiquei de maior com 18, 20 anos, eu fui mudando meu jeito.
P/1 – Alex, me conta então um pouco, você trabalha também, faz sósia do Jet Li, né?
R – Não, sósia assim, meu sonho é ser conhecido mundialmente como sósia brasileiro. Eu tenho uns trabalhos meus no Youtube, quem quiser ver é só colocar MC Liang Jackson sósia do Jet Li, tem vários vídeos meus, tem eu cantando, com violão, não sei se você chegou a ver? Tem imitação do Michael, têm vários. Eu tenho dois sonhos, o sonho maior é cantar, cantar minhas músicas de funk e arrumar empresário, tem a minha música na internet, se alguém quiser ver também. E meu sonho é cantar e tentar seguir a carreira de sósia de Jet, que meu sonho é conhecer ele. Meu sonho pessoal é um dia pelo menos conhecer ele e fazer uma ponta num filme com ele, eu já estava feliz.
P/1 – Quando você começou a gostar dele? Você assistiu os filmes? Quando você começou a assistir os filmes?
R – Eu comecei a assistir os filmes de adulto, uns 25, 26 anos, só que na época eu não parecia muito com o Jet. Minha esposa falou para mim, porque eu tinha o cabelo grande, começou a cair, tirava o boné. O meu cabelo, eu tinha umas entradinhas de careca aqui, aí na época, até os meus 25, 26 anos eu tinha um cabelão, amarrado assim, soltava ficava igualzinho ao Michael, parecia um pouco com o Michael quando era novo, começou a cair, eu rapei e vi que tinha uma aparência meio de chinês por causa dos meus olhos, minha esposa falou que eu tenho os olhos puxados, igual de chinês. Ela falou: “Cara, dava para você fazer um sósia do Jet, se botar as roupas de Shaolin, deixar o cabelo raspado igual do Jet” “Pareço mesmo, mesmo?” “Parece, olha bem.” E eu sei todos os filmes do Jet Li. “Olha bem para foto do Mestre das Armas e tenta copiar o cabelo dele para você ver,” aí eu falei: “Foi uma boa ideia.” Como o Jet tem o cabelo raspado aqui assim, eu peguei e comecei a raspar só essa parte da frente e deixar aqui, porque meu cabelo era pequeno, aí raspei aqui e deixei só aqui, aí olhei a foto dele assim: “Rapaz, fiquei igual o Huo Yuanjia mesmo.” Aí eu comecei a raspar por baixo com barbeador e foi crescendo, eu fui no salão e falei para o cara: “Eu quero meu cabelo igual a esse aqui, do Jet Li, do Mestre das Armas, do Huo Yuanjia,” ele faz o papel do Huo Yuanjia no filme. Aí o meu cabelo foi crescendo, crescendo, crescendo normal, aí teve uma época que eu deixei, meu cabelo ficou quase três meses aqui, batia nas costas, tem um vídeo meu no Youtube, você chegou a ver? Quem quiser ver é só pesquisar no Youtube: Liang Jackson sósia do Jet Li. O meu cabelo batia aqui nas costas, aí conforme eu não estava arrumando emprego, nem nada, o pessoal tinha preconceito, falava que era coisa de louco, de maluco, aí eu peguei e cortei o cabelo. Porque assim, o Jet Li nesse filme do Huo Yuanjia ele tinha o cabelo daquele jeito, que era época do tradicional, só que ele tem filme dele que ele está com o cabelo assim, no coco também, igual ao meu assim. Tem um filme dele, Era Uma Vez na China, você já viu? Que é o um, o dois e o três, ele está careca, cabeça raspada assim no zero.
P/1 – E você começou?
R – Só que tem outros filmes dele de cabelo normal, cabelo cortadinho baixinho. Mas eu não pareço com nenhum filme do Jet Li de cabelo normal, a única aparência do Jet que eu pareço é o Huo Yuanjia, minha esposa falou: “Você parece com o Jet Li do filme Huo Yuanjia, do Mestre das Armas,” do Mestre das Armas até Era Uma Vez na China, eu tenho a aparência com o Jet, minha esposa falou, mas os outros filmes, O Cão de Briga, aqueles outros eu não pareço, porque o Jet estava mais novo.
P/1 – E você se apresenta como sósia de Jet Li hoje em dia?
R – Não, apresentar mesmo eu não apresento. Às vezes, eu ando assim, fazer uma exibição, uma brincadeirinha, dublar ele, sabe? Fazer uma brincadeirinha no Centro. Faço flexão, sem agressão física, faço uns treinamentozinhos deles para brincar, para divulgar, para falar de mim, para falar do meu trabalho de sósia e para tentar mostrar que eu sou fã dele, que eu conheço sobre ele, só que eu ainda não consegui patrocínio. O meu sonho, se alguém puder ver a minha matéria aqui e tiver uma agência de sósia, que puder estar me ajudando como sósia do Jet eu gostaria também, se tiver também produtores de funk que eu possa estar levando meu funk para eles, também seria muito agradecido.
P/1 – Tá certo. Alex, a gente está encaminhando para o final da entrevista. Queria te perguntar se tem alguma coisa que você quer dizer, assim, para finalizar? Você já falou quais são seus sonhos. Tem mais alguma coisa que você queira colocar antes da gente finalizar?
R – Alguma coisa?
P/1 – Alguma coisa que você queira dizer e que a gente não tenha perguntado.
R – Eu quero agradecer por vocês terem me entrevistado, falar que mais um dia estou lutando pelos meus sonhos, porque os sonhos não param, você tem que continuar perseverando até você alcançar. Quando você tem um objetivo e você luta por aquele sonho, um dia ele se realiza, igual o MC Guime fala, eu gosto muito das músicas do Guime, inclusive ele deu entrevista para o Faustão, a vida dele, e ele falou que muitas vezes ele ia atrás de fazer show, de cantar e levava não, o pessoal não gostava. Tem gente que não gosta de funk, fala que funk é lixo, que funk é pornografia, depende do cantor, depende da mensagem que você quer passar para o público, o meu funk é mais zoeira, é mais para brincar, o meu forte é o funk melody. Hoje o funk melody é o Naldo, MC Marcinho, os caras mais famosos do funk, o Latino. Só que eu também tenho os meus funk melody, eu quero estar lá com eles, cantando lá com eles um dia, conhecer eles. Quem sabe, um dia desses eu realizo esse meu sonho, estou lutando por isso, obrigado, viu?
P/1 – E Alex, só para gente terminar. Como é que foi contar a sua história aqui, como foi participar da entrevista?
R – Foi bom. Gostei, estou feliz em estar aqui falando com vocês. Estou feliz, satisfeito, porque é acrescentando mais uma coisa sobre mim, porque tem gente que não conhece a minha história, nunca viu, não sabe quem sou eu. Então, estou contando minha história para vocês, para vocês entenderem minha vida, o que eu passei na vida, o que eu estou passando até agora para ter a coisa que eu quero, que é a música, que é a minha carreira artística. Trabalhar eu trabalho, mas não tenho nada na vida, eu trabalho, natural, sou pobre, mas o que eu quero não é isso, sabe? Eu não quero trabalhar para ter só um salariozinho, você tem que pensar grande, você tem que arriscar na sorte. Todo mundo tem seu sonho, um quer ser médico, outro quer ser advogado, outro que ser jogador, outro que ser lutador de boxe igual ao Anderson Silva. Os caras têm o sonho dele, ele lutou para aquilo, igual ao Jet Li, O Mestre das Armas, fez o filme, ele é mestre em Kung Fu, o Wushu, que é um Kung Fu olímpico, só que ele não é para luta, ele faz exibição, ele faz aqueles movimentos, ele sabe lutar, mas ele é ator, então ele lutou para ser ator. Bruce Lee era o mestre do Kung Fu, ele sabe todos os estilos, tanto que ele criou o Jeet Kune Do, que é a arte dele. Ele não gostava de estilo, o Bruce Lee, ele era livre ele fazia o jeito que ele gostava, ele era ator, ele lutou por aquilo, estudou. Então, eu estou lutando pela minha música, pelo meu espaço. Eu não tenho faculdade, nem nada, eu estou estudando para tentar concluir o fundamental, que a vida está difícil, o emprego está difícil, então estou tentando. O meu sonho, eu não sei lutar igual ao Jet Li e fazer os treinos todos dele, mas pelo menos eu quero ser conhecido, um sósia brasileiro. Ter a aparência dele, andar igual a ele, roupa, figurino, quero ter a aparência dele. Se ele me chamasse, se um dia ele ver meu vídeo e me chamar para fazer uma ponta, aí ele pode me ensinar os movimentos, se eu conhecer ele. E estar cantando a minha música na TV para o pessoal ouvir meu funk, tudo o que eu queria era isso.
P/1 – Tá certo, Alex, obrigada, viu?
R – Obrigado.
FINAL DA ENTREVISTARecolher