Projeto Pequenas Atitudes Fazem a Diferença - Instituto BRF
Realização Museu da Pessoa
Depoimento de Ana Paula Pinheiro
Entrevistada por Stela Tredice
Código: PAFD_HV008
Transcrito por Karina Medici Barrella/MW Transcrições (Mariana Wolff)
Revisado por Luisa Borges
P/1 – Então, eu q...Continuar leitura
Projeto Pequenas Atitudes Fazem a Diferença - Instituto BRF
Realização Museu da Pessoa
Depoimento de Ana Paula Pinheiro
Entrevistada por Stela Tredice
Código: PAFD_HV008
Transcrito por Karina Medici Barrella/MW Transcrições (Mariana Wolff)
Revisado por Luisa Borges
P/1 – Então, eu queria que você começasse falando pra mim o seu nome completo.
R – Bom, meu nome é Ana Paula Pinheiro, eu nasci em Soledade no dia 29 de agosto de 1977.
P/1 – E qual é a origem da sua família, você sabe?
R – Sim. Italiana e brasileira, né? Também conhecida como portuguesa, mistura do português um pouquinho. Mas a origem dela é Batiste. Eu sou Pinheiro devido ao meu marido, casamento, mas é italiano.
P/1 – E tinha algumas tradições italianas na sua família, na sua casa?
R – Sim, tinha. Tinha no começo, meu avô. Meu avô fala italiano, uma coisa que a gente não aprendeu, foi se perdendo. Ele até lia em italiano e a gente criança sentava perto dele, ouvia ele contar, ouvia ele falar, mas nunca se interessou tanto, né? Então, alguma coisinha, alguma palavrinha, a gente até relembra, mas pouca coisa.
P/1 – E tinha algum sonho assim, de quando crescesse, queria ser alguma coisa, você se lembra?
R – Tinha. Bom, o meu avô, que inclusive foi uma pessoa muito importante na minha fase da infância, ele tinha o sonho da neta dele ser uma advogada [risos] porque eu era uma menina muito esperta, falava demais, conversava, sempre assim. Aí, com o passar do tempo o meu sonho era Medicina, mas acabei me transformando em uma professora. Acabei fazendo Magistério, do Magistério fiz a primeira graduação que foi Educação Física, e da Educação Física eu fui pra Biologia. Então me formei em Educação Física e me formei em Biologia porque era dentro da área da saúde, desse sonho, buscando esse sonho. Atualmente eu curso Pedagogia. Especialização eu fiz a Gestão e Coordenação Pedagógica, que é o que me garante estar trabalhando nessa área, fiz Mídias na Educação também, muito boa, e Educação Ambiental eu to terminando.
P/1 – E hoje qual é a sua atividade?
R – Eu sou coordenadora pedagógica da Ismec [Instituto de Medicina Social e de Criminologia de São Paulo], a coordenadora do núcleo quatro, que essa escola Dom Pedro está incluída nesse núcleo e mais outras duas escolas, e a gente coordena, no caso da prefeitura, atende a coordenadora do núcleo que é mais local. A gente é o intercâmbio entre a coordenadora local e direção na prefeitura municipal.
P/1 – Você me falou que é professora também.
R – Sou.
P/1 – Pra quem você leciona?
R – Eu trabalho
com o quinto ano do ensino fundamental de nove anos na parte da manhã no Instituto Estadual Ernesto Ferreira Maia, que é uma escola estadual também do município aqui. E adoro a sala de aula [risos]. Inclusive já tive a proposta da prefeitura pra eu trabalhar as 40 horas, mas eu disse que 40 horas fora da sala de aula e longe do convívio dos alunos não dá. Não dá. Pra quem é professor de sala de aula, que gosta de criança não pode ficar sem eles. É isso.
P/1 – E você trabalha com os seus alunos? Como você tá fazendo Educação Ambiental você trabalha com essas noções?
R – Certamente. Em especial, a Educação Ambiental não é só aquela questão relacionada tanto ao meio ambiente, mas ao ambiente onde nós estamos. Todo o nosso contexto, a casa da gente, inclusive o 5S entra muito nisso. A casa da gente, o meio de transporte onde a gente tá indo, a convivência ambiental entre as pessoas. A Educação Ambiental perpassa por todos esses ângulos. E ela é um tema transversal, então, ela também perpassa por todas as disciplinas, não é uma disciplina em si, mas ela é de fundamental importância, ela conta nos PCNs, então tem que ser trabalhada com as crianças, porque se não começar com eles, como esse projeto começou aqui, a gente não tem como pegar uma pessoa já adulta e tu tentar, né? Então, tem que começar com os pequenos mesmo, transformação social.
P/1 – E como que você soube do projeto? Como que isso chegou até você?
R – Bom, quando eu iniciei como coordenadora pedagógica do núcleo quatro, o projeto já tinha começado, já estava em andamento. Aí, eu conheci o pessoal da BRF, no início até quando eles começaram a fazer aquela transformação física, na estrutura física, porque tudo foi aos poucos. Depois, concomitante a gente pegou o projeto e começou a fazer a transformação pedagógica, a questão com os alunos. E realmente, esse processo, conforme ia acontecendo no físico, na estrutura, o pedagógico ia acompanhando, e as professoras e as crianças, em especial, iam mudando em muito os hábitos, valores e atitudes, vivendo essa questão do projeto. Eu peguei esse projeto com eles, aprendi com eles, me engajei com eles, a secretária adjunta também me passou todo o projeto, e foi assim que a gente conheceu, soube um pouco. E o 5S, daí eu busquei informação sobre eles, o que eles representavam, como funcionava. A gente fez a formação pedagógica para as professoras pra implantação dos primeiros, que é a seleção, a ordenação desses aqui com eles. E digamos que serviu não só pras crianças, pro pessoal da prefeitura também, né? Inclusive a secretária disse: “Não, vamos aplicar o 5S aqui na nossa sala”. Então, a gente acabou incorporando pra vida da gente a busca da qualidade, a busca de fazer as coisas do jeito que tem que ser também, né?
P/1 – Então a sua função, e da secretária foi de justamente como trabalhar esses novos conceitos com professores e com os alunos?
R – Sim, auxílio pedagógico. Mas na parceira com a prefeitura eles oferecem brita quando era pedido, máquinas, nessa questão da infraestrutura. Daí a BRF ligava pro parceiro, o parceiro ajudava com essa parte também da estrutura física, não só pedagógica.
P/1 – E como se dava em termos de ação? O que era feito? Reuniões?
R – Sim, sim. Inclusive o nosso contato, Otávio, está sempre em contato ou a Mardi, né? Ela manda e-mail, tudo o que acontece na escola a gente tá a par, a gente vem até aqui. A gente fez reunião de planejamento, um plano de ação que teve início no ano passado, quando antes da implantação do 5S foi feita a reunião de formação pra secretária, pra adjunta, pra mim, para as professoras. As crianças ficaram na sala de aula, tiveram uma sessão de cinema nessa tarde, e foi bem divertido pra eles e proveitoso pra nós, pra gente poder começar junto essa caminhada, tem que ser uma caminhada junto. Não adianta a prefeitura ficar lá, eles aqui ficarem trabalhando, as professoras também não quererem o projeto, daí também não dá. As crianças também não estarem dentro do projeto, não se interessarem, não fazer a parte deles. Acho que foi tudo uma questão de parceria, de conquista. A empresa conquistou a escola, conquistou a prefeitura, os professores e foi indo, uma questão de parceria mesmo.
P/1 – E o que você acha que significou esse projeto, essa melhoria, pra comunidade?
R – A comunidade também porque de certa forma, quando tu trabalha com aluno dentro da sala de aula, o aluno chega em casa e a comunidade é pais, vizinhos. Então a criança chega contando, a criança chega: “Ó, agora a gente tem que fazer a composteira. Agora a gente tem que separar o lixo, não podemos queimar o lixo”. O grande problema do meio rural é que vem aquela questão bem antiga da queima do lixo, e a queima do lixo produz gases tóxicos. Então, é um ato que a gente não pode praticar. Então, eles chegam em casa e acabam contando porque criança interfere também, hoje em dia não é como antigamente, criança não falava não, criança hoje tem voz também, né? Então ela chega em casa, ela conta pro pai, “na escola tá assim desse jeito, hoje nós trabalhamos tal coisa, fizemos assim”, e acaba modificando também o contexto porque eles estão vendo não só a estrutura física, mas também a questão do comportamento, dos valores, das atitudes que estão se modificando com as crianças. Então acaba chegando nos pais, dos pais chega nos vizinhos, e assim vai. E a BRF, junto com as professoras, eles foram e fizeram um chamamento pra toda a comunidade, eles pegaram a parceria. Como dizia Renault, a gente tem que saber envolver os pais também no processo, se tu não envolve os pais no processo, ele tende a falhar. Ou a comunidade em si. Então acabou afetando dessa forma a comunidade.
P/1 – E parece que houve toda uma melhoria ambiental também da questão do lixo da comunidade, né?
R – Com certeza. Eles aprenderam também a separar o lixo e fazer a coleta seletiva. Pra ver como houve uma mudança na questão de hábitos não só das crianças, mas da comunidade em si.
P/1 – E que de alguma forma sensibilizou o poder público que parece que providenciou um caminhão, não é isso? De uma coleta.
R – Sim, aí foi a parceria. Tudo o que eles iam promovendo a mudança, iam fazendo o intercâmbio com o poder público, o poder público ia ajudando também.
P/1 – E o que você acha de ter uma horta aqui na escola?
R – A horta, enfim ela não é só uma horta, você: “Bah, agora vamos tirar toda a merenda da escola na hora”. Não, ela é uma ferramenta pedagógica, inclusive pra criança dar valor, saber de onde vem aquele alimento, que o alimento é plantado, que ele vem do solo, vem da semente, vem na mudinha. Ela acaba sendo uma ferramenta pedagógica de trabalho dos professores, então a criança aprende com a horta. Aprende que se tem na escola ela também pode fazer na sua casa, pode melhorar. Olha a horta da escola, uma horta bonita: “Ah pai, vamos fazer uma horta também”. Aprende a plantar, a cuidar, a valorizar, então é importante ferramenta pedagógica [risos].
P/1 – Como com as noções da higiene também...
R – Sim, com certeza.
P/1 – De alguma forma vocês colaboraram? O que a secretaria colaborou com essa ideia das noções de higiene?
R – As noções de higiene, a gente tem um projeto que também é uma parceria, que a Ismec trabalha com os parcerias, que é o Sesc. Ele fornece o dentista que vem fazer a aplicação de flúor e a escovação pra eles, já aproveitando o gancho da higiene pra fazer essa parceria também de trabalhar com as crianças.
P/1 – De uma forma geral, quais os principais benefícios que você acha que essa melhoria, tanto na parte física quanto pedagógica da escola, o que isso trouxe de benefício pros alunos?
R – A mudança de comportamento, mudança de hábitos e atitudes. A mudança em si. Uma mudança que, digamos, ela não é só motivacional, a motivação acontece de fora pra dentro, mas que seja uma mobilização interna deles mesmos. É quando eles falam, eles mostram. É quando a gente vê, vai lá na sala, conversa com eles, pergunta e eles te explicam o que é o senso da seleção, o que é o senso da ordenação? A limpeza, o bem estar. Por que foi trabalhar esse senso, o que tem que fazer? E autodisciplina, manter todos eles, o que é preciso fazer. É quando vem da criança essa grande mudança. O bom, o melhor de tudo é deles. Então, acho que o benefício maior do projeto em si é ver que as crianças mudaram. E com as crianças, os pais também. A comunidade mudou também. Isso acho que não tem preço.
P/1 – E o corpo docente, qual o retorno que você sentiu?
R – O corpo docente mudou bastante também, inclusive nas questões de organização. Organização da sala, do ambiente, foi um dos primeiros que era seleção e ordenação. A escola realmente precisava desse insight. Então, elas mudaram o ambiente, mudaram a maneira de pensar, de ver, assim como a gente de certa forma começou a aprender a olhar: “Mas bah, o que lá no meu ambiente também tem que ser mudado?”. A gente acaba vendo. E as professoras modificaram também essa maneira de pensar, maneira até de trabalhar. Porque tendo uma escola assim,
com estrutura mais bonita, fica mais aconchegante também pras próprias professores.
P/1 – Você sente, Ana Paula, que essa escola pode ajudar a servir de modelo até pra vocês pensarem em outros projetos semelhantes?
R – Com certeza. Inclusive ela já é uma escola modelo pra todo o corpo docente e pra todas as outras escolas, inclusive é até uma escola pra ser visitada pelas outras diretoras, coordenadoras e professoras. Ela vem visitar pra ver, pra conhecer o que é o projeto. Muitas até já disseram: “Ah, por que não é na nossa escola também, né? Por que não acontece?” [risos]. Já é um pedido pra mais, não ficar só na Dom Pedro [risos], elas já pedem. Inclusive foi feita uma reportagem no jornalzinho que foi colocado no jornal do meio ambiente sobre a escola, sobre o antes e o depois e todo o processo de transformação. Então claro, essa parceria realmente foi uma parceria que deu certo e continua. Claro que as mudanças na área da Educação são lentas, então, não é uma mudança de hoje pra manhã, não acompanha a estrutura física porque as pessoas têm que modificar os seus hábitos internamente, é um processo mais lento, é um processo de desconstrução do que se pensava e a construção de um novo patamar de algum pensamento. É um processo lento, não é uma coisa que se enxerga assim.
P/1 – Dentro desse processo todo que você e a secretária participaram, teve alguma experiência, alguma história, alguma fala, alguma coisa que aconteceu que tenha sido marcante pra vocês?
R – Olha, uma das falas, uma das confraternizações da entrega da escola, toda essa parte que chamou bastante atenção foi quando o, esqueci o nome dele, mas ele distribuiu bala pras crianças no final. Todas as crianças pegaram a bala. E o que elas fizeram? Primeira coisa: “Vamos correr e achar o lixo certo!”.
Sabe, aquela de ver as crianças procurando, eles não vão achar o lixo certo. “Eu vou cuidar do meu colega”, porque um cuidava o outro. “Eu vou cuidar do meu colega”. Então as falas que mais chamaram a atenção durante todo o processo foi cada vez que a gente visitava a escola e as crianças falavam pra gente. As crianças contavam o que estavam fazendo, o que a “pro” tinha trabalhado. “Ah, a professora Eloir trabalhou um poema sobre o 5S”, então eles contavam o poema pra gente, sabe? Daí outro dizia assim: “Eu falei pra minha mãe lá em casa que nós tínhamos que ter uma horta” [risos]. Isso são falas deles, essas falas deles são as que mais marcam a gente, tanto a secretaria, quanto a secretária, eu como coordenadora. O que mais marca é as crianças mesmo. Eles correndo pra aquele lixo, com o papelzinho na mão.
P/1 – Eu achei bacana que você falou que vocês também aprenderam. O que você sente que vocês tenham aprendido com esse processo?
R – A olhar pro ambiente, a desvelar o olhar. A desvelar o olhar, entrar no ambiente e olhar realmente. O que eu posso mudar? O que eu posso fazer de diferente? O que eu posso fazer pra transformar esse ambiente, pra deixar ele melhor? Lá na nossa sala também, a gente entrava e dizia: “Ó o 5S” [risos]. O que a gente pode fazer pra organizar, pra arrumar, pra deixar melhor? Pra fazer o melhor. Isso é um aprendizado também. O professor que disser ‘eu já sei tudo’, ele não é um professor, né? A gente tá aprendendo, sempre na vida, o processo evolutivo contínuo não existe. A gente acaba aprendendo sim, aprende com os colegas, aprende com as professoras, aprende com as crianças. Às vezes eles te ensinam que a tua metodologia não está certa, tu tem que mudar a metodologia. Afinal de contas o que a gente quer? Aprendizagem, evolução, é isso aí.
P/1 – E você falou bastante dessa parceria. Como foi pra secretaria esse trabalho em parceria com a iniciativa privada?
R – Olha, em questões de educação a gente sabe que muitas coisas que vêm pro poder público, até o poder público tem vontade fazer, a secretaria tem vontade de fazer, e não tem como devido ao sistema. Tudo é complicado. Se tu quer fazer uma reforma em uma escola, tu depende de verba, tu depende disso. Essa parceria veio pra melhorar o ambiente, e coisas assim que de repente a secretaria não iria conseguir de imediato a empresa conseguiu. E o mais engraçado, que às vezes as pessoas dizem: “Não, não dá certo”. Dá certo sim. O pessoal da BRF trabalhou bem dentro do 5S mesmo. Eles trabalharam de forma organizada, de forma planejada, bem elaborada. Um pessoal bem unido. Eles mostraram que dá certo a iniciativa entre a educação pública e a privada também. E eles deixaram bem claro que o principal objetivo deles era realmente uma melhora profunda, era uma transformação ambiental. Minha escola, meu futuro, nessa questão. Interessante a questão da empresa privada pensar mesmo no futuro profissional, porque essas crianças que estão aqui, eles mais tarde também vão estar no mercado de trabalho, vão estar na sociedade, na comunidade, fazendo sua parte, né? Eles perceberam que a escola precisa dessas parcerias, muitas coisas o poder público tem vontade de fazer mas há empecilhos. E com essa parceria foi conseguido [risos].
P/1 – E vocês acham que a partir daí é um padrão que vocês podem multiplicar, podem propor isso pra outras empresas?
R – Com certeza. Inclusive, até a proposta partiu da empresa, essa parceria foi da empresa, vendo a situação da comunidade aqui, da escola. Ela já tinha passado por uma reforma também, mas claro que daí sempre toda ajuda é bem vinda. E certamente, se fosse ter outras parcerias, pra outras escolas, com outras empresas, provavelmente também. Sendo o foco principal a aprendizagem, o objetivo a melhora da qualidade na Educação, sim, né?
P/1 – E hoje, quando você vem aqui, olha pra escola, o que você sente?
R – A gente se sente bem, se sente melhor, o ambiente é aconchegante. Então é como a gente pensa. Às vezes tu diz, ‘mas é só ambiente’. Mas o ambiente é aconchegante e acaba todo o processo de transformação também acontecendo. A gente se sente bem, todos gostam. Como eu disse é uma escola modelo também pras outras escolas.
P/1 – Está ótimo. Tem alguma coisa que eu não perguntei e você acha importante registrar?
R – Assim, essa questão que a gente conversou bastante, sobre a parceria. Que seria a nossa gestão, inclusive, de não muitas vezes a escola afastar, ou a própria Rede Pública ou Estadual afastar as parcerias, mas que sim, que a gente pegue os parceiros como apoiadores nesse processo. Acho que fecha, né? [risos]. Seria isso.
P/1 – Então está ótimo! Muito bom, Ana Paula, é isso basicamente.Recolher