Em agosto de 2011 vivi um experiência da qual jamais esquecerei. Era época de paralisação e parte do efetivo não podia parar, pois além dos nossos direitos trabalhistas, não podemos esquecer que prestamos serviços para a sociedade cujo nossos compromissos são muito importantes. Naqueles dia...Continuar leitura
Em agosto de 2011 vivi um experiência da qual jamais esquecerei. Era época de paralisação e parte do efetivo não podia parar, pois além dos nossos direitos trabalhistas, não podemos esquecer que prestamos serviços para a sociedade cujo nossos compromissos são muito importantes. Naqueles dias, fui trabalhar na cidade onde moro, cujos bairros não conheço muito bem, pois apesar de residir lá, somente durmo e passo os finais de semana; em dias normais estudo e trabalho em outro município.
Eram dias quentes, uma sensação térmica que passava dos 30ºC e uma estiagem incrível. Pela manhã, recebi uma quantidade de cartões do ENEM para entregar em um bairro residencial, fui informada da direção, mas não tinha mapa para eu seguir, enfim, sai 11 horas da manhã de um dia extremamente quente e um sol brilhante que não tinha sequer uma nuvem no céu. Com a cara e a coragem lá foi eu pelo caminho. Cheguei na primeira rua, uma subida um tanto longa. As horas foram passando, o cansaço e a fome também foram aumentando, eu não posso beber água que logo sinto vontade de ir ao banheiro sequer levei uma garrafa de água, justamente para não ter vontade de ir ao banheiro, pois não conhecia nada daquele bairro, mas bebi água antes de sair para a rua. Conforme as horas foram se passando, as entregas foram se distanciando do CDD. Justamente na hora do almoço, passar pelas ruas procurando os números e sentindo aquele cheiro de comida, Ai que sacrifício! Em cada rua que passava, minha fome aumentava. Quando cheguei na metade do caminho, eis que a vontade de ir ao banheiro surgiu, olhei para rua que teria de subir. Nossa! Uma ladeira muito alta, eu sem conhecer ninguém e sem nenhum comércio ou local banheiro público por perto, e a vontade aumentando, meu estômago roncando de fome, naquele momento a vontade de ir ao banheiro já era muito maior do que a fome e o sol ardido no corpo.
Olhei para o céu e clamei forças para Deus e que aparecesse algum conhecido para me ajudar, pois já estava perdida no trajeto e nas minhas idéias, pois só conseguia pensar no banheiro. Comecei a subir, entregava os cartões, rezando e me contorcendo, me senti no deserto do saara, não tinha ninguém na rua. Quando cheguei na metade da ladeira, vi de longe uma mulher na calçada que me parecia conhecida, mas naquela altura do campeonato eu nem enxergava muito bem, fui me aproximando e vi meu oásis no deserto, a mulher era uma amiga que há muito tempo eu não via, logo que ela me viu ela falou:
- Oi Mari! Ta perdida?! Naquele momento estava mesmo, completamente perdida e apertada. Ela estava no salão de cabeleireiro onde ela trabalha, minha felicidade e desespero era tão grande que nem cumprimentei logo perguntei se podia ir ao banheiro, ela falou que sim e Nossa!!! Que Alívio!!! Depois que me aliviei, consegui conversar e falar o que eu estava fazendo. Ela até me ajudou a encontrar os outros endereços para terminar as entregas. Sai de lá muito feliz pela ajuda que recebi, terminei as entregas, voltei para o CDD e fui para a escola.
Daquele dia em diante passei a respeitar e admirar muito mais o trabalho dos meus colegas carteiros e passei a dar muito mais valor as minhas orações, pois Deus nunca deixa ninguém desamparado e sempre coloca em nosso caminho anjos para ajudar.Recolher