Projeto Minha Casa, Minha Cara, Minha Vida, Cabine São Bernardo do Campo
Depoimento de Minervina Marques Rocha
Entrevistado por Gisele Rocha
São Bernardo do Campo, 09/03/2014
Realização Museu da Pessoa
ASP_CB012_Minervina Marques Rocha
Transcrito por Cristiane Costa
P/1 – Então, primeiro muito obrigada, dona Minervina, por vir dar a sua entrevista pro Museu da Pessoa. Pra começar, eu queria que você falasse o seu nome completo.
R – Minervina Marques Rocha.
P/1 – Data e local de nascimento.
R – Estado da Bahia, Santo Estevão, Estado da Bahia.
P/1 – E quando você nasceu? Dia que nasceu, mês e ano.
R – Dia 14 de agosto, tô com 69 anos. E o que mais?
P/1 – Tá? E dona Minervina, começando, então, você é da Bahia. Você se lembra de você bem pequenininha lá na sua cidade, como que era? Se você tinha irmãos? Conta um pouquinho pra gente?
R – Tem eu e tinha... Minha mãe teve 20 irmãos, era uma situação muito difícil. Eu vim me embora pra cá pra São Paulo, trazida pelos “outro”. Sofri muito aqui nas casas “outro”. Aí, tinha uma irmã aqui também, como a minha prima viu o meu sofrimento, me trouxe aqui pra São Bernardo. Nessa aqui, São Bernardo, já tô com trinta e poucos anos que eu convivo aqui em São Bernardo. E aqui estou até hoje, Graças a Deus, passei... Aqui não foi sofrimento, aqui em São Bernardo, não vou dizer que aqui eu sofri muito. E sofri, né? Fui presa pelo Juizado de Menores, que eu arrumei serviço muito cedo; em São Paulo errei o ônibus e o Juizado me pegou. Aí, minha irmã aqui de São Bernardo foi pra São Paulo e me soltou. Meu cunhado era guarda-naval, que vocês conhecem ali, perto da garagem do ônibus ABC. Ele era segurança lá. Pronto, aí minha irmã não deixou eu trabalhar pra longe mais. Fui muito judiada por meu cunhado, que já morreu também. Pronto, arrumei emprego e fui trabalhar. Arrumei uma pessoa, morei com ele 20 anos, 20 anos e seis “mês”, tive os meus três filhos, porque eu tenho cinco filhos mas dois moram na Bahia, que é João e Carlinhos; tem Simone, a Sílvia e o Sílvio, que foi nascido aqui em São Bernardo. Simone tem 34, tem 35... É, acho que é 35, eu não sei. E Sílvio tem 34, Sílvia tem 30... Tem 27. Aqui sofri muito, o pai dela morreu atropelado na Anchieta. Daquele tempo pra cá, o meu sofrimento aí que foi mesmo sofrimento pra valer.
P/1 – Minervina, lá na Bahia você morava numa cidade pequena, grande? Como que era a sua cidade?
R – Era interior.
P/1 – Interior. Sertão?
R – Sertão.
P/1 – E como que vocês se sustentavam lá? Sua mãe e seu pai trabalhavam era na roça?
R – Na roça. Às vezes a gente tinha o que comer, às vezes não tinha. Era seca, a gente bebia aquelas águas de gravatá, sabe? Uma árvore que juntava aquelas águas. A gente ia tirava aquelas folhas, botava numa vasilha e trazia pra os outros irmãos em casa beber. Arrancava aqueles umbu, que tinha aquelas batatas, ralava naqueles ralos pra “mó de” mexer e fazer a farinha pra gente comer.
P/1 – Vocês todos moravam nessa mesma casa?
R – Morava tudo na mesma casa.
P/1 – Nessa época tinha tios outros parentes lá com vocês?
R – Tinha, tinha os avós, pai, mãe. Minha mãe morreu e eu não conheci. Meu pai quando morreu eu já estava aqui em São Paulo, meus avós também. Um morreu eu já tava lá, a outra morreu eu já tava aqui.
P/1 – Aí, por um tempo você foi criada lá pelos seus tios e avós?
R – Foi, com o meu pai.
P/1 – Com o seu pai até ele... Você falou que você veio pra São Paulo depois de um tempo. Você lembra a sua idade?
R – Uns 14, por aí.
P/1 – E até 14 anos você ficou nessa cidade, Santo Estevão, na Bahia? Até os 14?
R – Lá na passagem, no Estado do Bahia, que se chama Feira de Santana, né? Que é Santo Estevão.
P/1 – E lá em Feira de Santana, como tem uma parte maior da cidade, vocês iam também pra cidade, ficavam só no interior? Como é que era?
R – Não. A gente ia também pra cidade, pra Feira, comprar as coisas e vinha pra roça.
P/1 – Tinha festas na cidade?
R – Tinha.
P/1 – E como que eram as festas?
R – As Festas Juninas, Carnaval... Não era que nem aqui, né, mas tinha as festinhas.
P/1 – Era na praça, na rua?
R – Na rua, nos lugares chiques a gente não podia ir, a gente ia pular na rua.
P/1 – Enfeitavam as ruas...
R – Enfeitava a rua e era aquela vida de sofrimento. Aí, um foi espalhando, todo mundo foi crescendo. Foi espalhando pro seu canto e eu, sendo a caçula, eu “vim-me” embora acho que mais primeiro do que os outros.
P/1 – Aí, com 14 anos você veio pra São Paulo, aqui mesmo, já em São Bernardo?
R – Aqui, pra dentro de São Bernardo.
P/1 – Você veio sozinha, de ônibus? Como foi?
R – Eu vim de ônibus, com uma moça de Mauá.
P/1 – Você ia trabalhar na casa dela?
R – Não, ela me trouxe pra cá pra “mó de” eu arrumar um serviço pra mim trabalhar. Eu vim com a filha do compadre do meu pai.
P/1 – E, aí, quando você chegou aqui já arrumou logo um trabalho?
R – Não, não. Ele começou a beber, me judiava muito, aí a minha prima se bateu, se bateu, achou a minha irmã aqui e eu vim com a minha irmã. Aí, já foi outro sofrimento o meu cunhado que bebia. Aí, conheci o pai dos meus filhos, morei com ele 20 anos e seis meses, morreu atropelado, pronto.
P/1 – Vou voltar um pouquinho, antes, Minervina. Quando você foi morar com sua irmã era em que região de São Bernardo? Era aqui?
R – Era aqui, a Vila São José.
P/1 – Era um barraco? Era uma casa?
R – Barraco, barraco de aluguel.
P/1 – Morava você, sua irmã...
R – Morava minha irmã, eu, Zuleica, Leda, Neide e meu cunhado.
P/1 – Como que era dentro do barraco? Tinha mais de um cômodo? Como que vocês dormiam?
R – Era dois cômodos. Dormia meu cunhado num quarto e a gente dormia beliche, no chão, colchão.
P/1 – E dessa época você se lembra de algum acontecimento? A gente ouviu muito aqui histórias de enchentes, de incêndios. A senhora lembra de algum?
R – Eu “alembro” de um mesmo, no quintal onde nós “morava”.
P/1 – Conta pra gente como é que foi?
R – Que foi um rapaz que vendia negócio de foguetes, de fogos dentro da casa, aí pegou fogo. Dos fogos dentro da casa foi cada pipoco, o que tinha lá dentro queimou tudo. Aí, chamaram os bombeiros. Que naquele tempo eu era tão boba, eu saí correndo que eu fui parar não sei aonde. Aí, depois, foram me caçar eu, que eu era novata aqui, e a minha irmã foi me caçar, aonde eu fui parar, que eu saí correndo e gritando com medo de morrer, que eu tinha chegado pra cá de pouco.
P/1 – Você ficou com medo do fogo quando você viu?
R – Eu fiquei com medo do fogo e dos pipocos.
P/1 – E chegou a pegar fogo no barraco?
R – Queimou tudo o que tinha dentro.
P/1 – Tudo. Chegou a queimar algum barraco vizinho?
R – Não, porque o bombeiro veio logo, rápido. E o povo tacando água. E eu corri também, não vi mais nada. Eu saí correndo.
P/1 – Você lembra quantos anos você tinha quando isso aconteceu?
R – Não “alembro”, não.
P/1 – E você depois que o barraco pegou fogo e vocês perderam tudo? Como é que vocês fizeram? Vocês foram pra onde?
R – Não foi na nossa casa, não, foi na casa vizinha.
P/1 – Ah, foi do vizinho, entendi. E você ficou um tempo com a sua irmã e suas outras irmãs e você falou que conheceu seu marido.
R – Foi.
P/1 – Ele morava lá também?
R – Morava, no mesmo quintal. Aí, ele viu o meu sofrimento com o meu cunhado, aí ele falou com a minha irmã, se ela consentia de eu ir morar com ele. A minha irmã viu o meu sofrimento, eu fui morar com ele.
P/1 – Você ficou feliz quando ele fez a proposta?
R – Fiquei. Porque eu ia morar na minha casa sozinha, como eu vivia sozinha mesmo... Aí, eu comecei a trabalhar com ele, que ele tinha defeito nas pernas, ele era pequenininho. Ele tinha defeito mesmo, ele era deficiente mesmo da perna. Perninha tortinha, ele era pequenininho.
P/1 – E em que você ajudava ele?
R – Nós vendia na portaria da Volks pão doce, queijo e goiaba. A gente naquele tempo chamava Romeu e Julieta.
P/1 – E onde vocês compravam queijo, goiaba, pão?
R – No Brás.
P/1 – Conta como era pra conseguir chegar no Brás, comprar as coisas, como que era a rotina?
R – Ele pegava o ônibus, ia buscar. Aí nós botava no triciclo, ele montava no triciclo que ele não podia empurrar naquela ladeira da Volks. Eu empurrava ele a metade pra descer a ladeira, ele ia “se embora” e eu ficava em pé esperando os motoristas dos ônibus me pegar e me levar lá onde ele tava, no estacionamento da Volkswagen, que era no outro lado de lá, que hoje já não é mais estacionamento, né?
P/1 – Como que era? Ele montava no triciclo?
R – Uma bicicleta com a “carroçariazinha” atrás.
P/1 – E como é que era, punha as coisas atrás?
R – Isso! E ele montava. Aí, eu empurrava ele pro mó dele descer a ladeira e eu ficava em pé esperando os motoristas passar e eles me pegavam e me deixavam onde ele estava. Era aquela rotina, todo dia eu fazia isso, com medo mas os motoristas passou a me conhecer, pronto.
P/1 – De fim de semana também vocês trabalhavam?
R – Também, também, também.
P/1 – E vendia principalmente pros funcionários da fábrica?
R – Era pros funcionários da Volkswagen.
P/1 – E ficaram fazendo isso muito tempo?
R – Muito tempo, que nós só vivia nesse ramo mesmo. Ali no ABC nós “vendia” churrasquinho...
P/1 – Onde vocês iam no ABC? Tinha barraquinha, como é que era?
R – Tinha barraquinha. Nós botava ali a churrasqueira e vendia, de frente aqui onde é o ABC hoje, ainda, que tá lá ainda.
P/1 – Tipo o Ceasa?
R – Não. Não tem aqui aqueles ônibus que era vermelho? Era ali que nós vendia.
P/1 – Também vendia bem, vocês todo dia...
R – Vendia.
P/1 – Então vocês eram comerciantes mesmo?
R – Era.
P/1 – Teve outro negócio que vocês fizeram juntos?
R – Não, era só isso, nós vendia isso aí. Depois, botamos uma banquinha de tempero no Paço Municipal. Faz uns 20 anos que ele morreu, por aí. Nós vendia tempero. Aí, ele faleceu, eu comecei a tomar conta da banquinha do tempero. Aí como eu fiquei com medo de atravessar a Anchieta, que ele foi atropelado lá e eu vi muita gente morrer, eu fiquei com medo de atravessar a Anchieta com o Paulo Henrique com oito anos... Com o Sílvio.
P/1 – Não tinha passarela?
R – Não tinha passarela e a passarela foi feita porque nós “botemo” a boca pro ar e fizemos um protesto e eu me alembro como hoje! Foi a primeira telha quem botou no chão do protesto foi eu, porque meu marido morreu naquele lugar e no lugar que ele morreu tá lá, até hoje.
P/1 – Foi importante, então?
R – Foi. Ali foi importante, aquela passarela. Agora, hoje desmantelou tudo, foi aquele negócio lá, ficou parece “mais ruim” pra gente.
P/1 – O quê que aconteceu?
R – Porque tem um ponto do ônibus que não dá pra gente descer.
P/1 – O ônibus passa na Anchieta?
R – O ônibus pra gente ir pra São Bernardo é bom, quando ele vai pra Anchieta desce lá perto do areião, é muito longe pra gente “vortar” e é perigosíssimo. Aquele ponto de ônibus pra nós ficou inutilizado.
P/1 – E dona Minervina, voltando um pouquinho, então a senhora ficou morando na Vila São José...
R – Depois que o meu marido morreu...
P/1 – Também continuou no mesmo...
R – Barraco.
P/1 – Você tá lá até hoje? Mudou pra outro lugar?
R – Depois que meu marido morreu, eu fui pra Biquinha. Meu cunhado comprou um barraquinho na Biquinha, fiquei lá sete anos, vendi o barraquinho, fui lá pra onde tava meus filhos tudo que estavam morando lá, Simone, Sílvio e a Sílvia. Eu falei “eu vou pra onde tá os meus filhos porque eu tô aqui sozinha”, vendi lá e comprei lá.
P/1 – A Biquinho é aonde?
R – Aqui na Vila São José.
P/1 – E seus filhos estavam em que lugar?
R – No Oleoduto.
P/1 – E hoje em dia vocês continuam...
R – No Oleoduto.
P/1 – E quando você se mudou pra lá, pro Oleoduto, teve diferenças? Quais foram as mudanças que você sentiu?
R – Agora, né? Porque antigamente nós morava dentro da lama.
P/1 – Por conta da geografia do terreno? O quê que acontecia lá?
R – Não, porque nós “compremo” mesmo era lama pura mesmo.
P/1 – Afundava o barraco?
R – Era. Quando chovia não tinha como a gente andar, não tinha calçada, não tinha nada, era só lama. A gente calçava um sapato e amarrava uma sacola nos pés pra quando chegar no ponto do ônibus tirava a sacola, deixava pro lado, pro sapato chegar limpo no ponto do ônibus, pra gente não passar vergonha. Todo mundo fazia isso.
P/1 – E eram todos barracos?
R – Todos barracos. Rato, Deus que me perdoe.
P/1 – Muito rato?
R – Muito rato.
P/1 – Lá tinha enchente também?
R – Enchente???
P/1 – Teve alguma que você se lembra? Ou mais de uma.
R – A que eu me lembro, eu ia era morrendo.
P/1 – Conta pra gente como foi.
R – A minha geladeira ficou no teto. Eu pensava que geladeira afundava e geladeira não afunda, geladeira suspende, ela vai pro teto da casa.
P/1 – Foi subindo de água até...
R – Foi subindo de água, a menina com uma bruta de uma barrigona e meu neto sentado em cima do sofá e água aqui na barriga da minha filha e tomou tudo, até o meu fogão desmantelou coma força da água. Nunca mais eu quero ver uma coisa daquela. Assim mesmo, eu tô no apartamento, eu tô bem, Graças a Deus, tô no Céu em vida, mas quando chove enche ainda, porque eu moro embaixo e ser uma chuva grossa ainda molha o meu apartamento.
P/1 – O apartamento novo agora?
R – É.
P/1 – O seu bloco é qual?
R – É o bloco um, apartamento três.
P/1 – Se ainda chover muito hoje em dia, sobe um pouco de água?
R – Já encheu. Uma chuva grossa que deu encheu o meu e o da vizinha.
P/1 – Tem quanto tempo que a senhora se mudou?
R – Já tem dois anos e pouco.
P/1 – Você começou a contar, Minervina, das mudanças quando chegou no apartamento. Que mais você sentiu quando viu o seu apartamento, quando fez a mudança no primeiro dia?
R – Gostei, né, porque a gente saiu da sujeira e fomos pra limpeza. Hoje tá tudo bonitinho, tudo limpinho, tudo na cerâmica, a gente entra dentro do banheiro tá tudo limpinho, chega na cozinha tá tudo limpinho, chega no chão tá tudo limpinho. A minha filha, ela é síndica do prédio que eu moro, ela é muito capri... Caprichosa, minha língua não dá pra falar. Ela é muito caprichosa, é tudo limpinho, tudo arrumadinho, muita planta na frente, que eu gosto de plantar. Então, eu não posso dizer nada, fia. Comunidade tá muito boa.
P/1 – E dentro do apartamento? Você tem comprado sofá, como que tá a decoração?
R – Minha decoração: minha cozinha, meu armário novo, os azulejos na cozinha, nas paredes, né? Agora eu vou passar grafiato na sala, guarda roupa novo, tudo. Que não era que nem aqueles barraco que a gente morava, botava uma panela, não podia deixar em cima do fogão que quando era no outro dia os ratos já comiam tudo. Nós vivemos na sujeira ali, filha. Muito sujo.
P/1 – Agora com você moram quantas pessoas no apartamento?
R – Três.
P/1 – Você e mais quem?
R – Meu marido, esse que eu casei agora, que tá com 21 anos, e meu neto.
P/1 – E, Minervina, você tem sonhos? Quais são os seus sonhos ainda?
R – Meu sonho? O sonho que eu tenho é de eu fazer a minha redução no estômago pra eu tirar um pouco da dor da minha coluna. Eu peço a Nosso Senhor Jesus Cristo que ele me ajude nessa daí. E que a gente seja feliz todo mundo. E o prefeito que entrar seja bom. Não tem mais coisa pra dizer.
P/1 – Você lembra de alguma coisa que não contou e quer contar?
R – Não.
P/1 – Pode pensar um pouquinho, a gente... O Caio também, se tiver ouvido alguma coisa.
R – Se tu tiver uma coisa pra me dizer, pode falar que eu respondo. Que eu não alembro, né? Porque muitos anos que eu morei aqui.
P/1 – Teve incêndio em algum dos lugares que você morou?
R – Não. Assim, que eu me alembro não. Esse incêndio foi cá, na Vila São José.
P/1 – A gente ouviu história sobre ele.
R – Agora, matar gente ali, mata direto, né? Isso aí já é diferente. Mas muito bom, tem escola agora pra gente estudar...
P/1 – Ah, então...
R – Que eu não sei ler.
P/1 – Conta essa parte!
R – Já tô na escola estudando. Aí, que benção, não é? Só de eu estudar, que meus pais nunca me botou na escola, pra mim já é uma benção.
P/1 – Você começou esse ano na escola?
R – Comecei. Já tô na natação, fazendo natação, tudo pra mim já é uma “bença”. Não é uma “bença”?
P/1 – Onde que você faz a natação?
R – No Baeta.
P/1 – O Baeta é um clube público ou privado?
R – Público. E depois a gente vai sair de lá, vai pro Baetinha, que vai arrumar lá, vai ficar mais chique pra gente. Então, quer dizer que tudo isso pra gente é uma “bença” pra nós! Pra nós que somos humildes, né? Pela minha filha, porque por mim eu também não ia, não (risos).
P/1 – Então eu acho que a gente vai encerrar, Minervina. Obrigada demais por ter contado a sua história, a gente agradece.
R – E da enchente que teve lá eu já falei, né, fia? Que aquela enchente foi braba.
P/1 – Muito obrigada!
FINAL DA ENTREVISTA
Recolher