Conversa telefônica com um dos COUTO DE MAGALHÃES
Helcias Bernardo de Pádua
14 de setembro de 2009
Praticamente tirei o dia entrando em contato com os indicados a serem homenageados com a “placa comemorativa do 75º Ano de Emancipação do Distrito de Paz de Itaim”.
Foi com o ato de 04 de...Continuar leitura
Conversa telefônica com um dos COUTO DE MAGALHÃES
Helcias Bernardo de Pádua
14 de setembro de 2009
Praticamente tirei o dia entrando em contato com os indicados a serem homenageados com a “placa comemorativa do 75º Ano de Emancipação do Distrito de Paz de Itaim”.
Foi com o ato de 04 de outubro de 1934, sob a forma de decreto estadual nº6731, assinado pelo Dr. Márcio Pereira Munhós, então Interventor Federal, interino no Estado de São Paulo que se criou oficialmente o Itaim, separando-o do distrito de Pinheiros.
Era “delimitado pela Alameda Jaú, no ângulo da Rua Augusta, seguindo pelo eixo desta e pelos da Rua Colômbia, Avenida Europa e Avenida Cidade Jardim, indo até o Rio Pinheiros, subindo por este até a barra do córrego da Traição, divisa com o município de Santo Amaro, e por este acima até a estrada velha para aquele município e seguindo pelo eixo esta estrada e pelo da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, alcançando a Alameda Jáu, por cujo eixo continuava até o ponto em que tiverem começo”; (Executivo pgs. 931 e 932).
Hoje, graças à ajuda do telefone, do computador, da internet, (sites e e-mail) e de uma incansável amiga, Nereide Schilaro Santa Rosa, conseguimos editar e enviar os vinte e um comunicados, informando aos antigos e recém itahyenses, aos significativos representantes do comércio local e outras tantas instituições e associações da região, que eles foram os escolhidos para receber a placa comemorativa, no dia 05 de outubro de 2009.
Os nomes foram lembrados e sugeridos por expressivo número de colaboradores. Mais de quarenta preliminarmente apontados. Tudo analisado pela Comissão de Aniversário-2009, reunida nesta última sexta feira, dia 11 de setembro de 2009, durante pouco mais de duas horas e meia, na Associação Cultural Nova Acrópole.
No dia de hoje, o gratificante foi poder conversar, via telefone e trocar mensagens, (e.mail), com alguns pioneiros itahyenses, ou seus descendentes. Por exemplo, conversei com a Sra. Ilka de Lourdes Brandão Bezerra, uma dos quatro filhos do falecido Sr. Brandão, o querido farmacêutico da região, segundo a filha, desde 1940. Localizei os netos da Da. Dulce Borges Barreiros, a Ângela e o Antonio Borges Barreiros Junior.
Também recebi retorno favorável de um membro da família do Policarpo Pinto Correa, o português carroceiro que comprou parte das terras, as mais alagáveis do lado na margem esquerda do córrego do Sapateiro, atualmente a valorizada Vila Olímpia. Sem esquecer o simpático e.mail da professora Ágata Muylaert Tinoco, mãe do Bernardo Muylaert Tinoco, criador da Bandeira do Itaim Bibi, pela primeira vez hasteada em 05 de julho de 1990, na esquina da Rua Bandeira Paulista com a Joaquim Floriano.
Pude manter uma longa e agradável conversa com o filho do Arnaldo Couto de Magalhães, o Sr. Roberto Couto de Magalhães que emocionado esclareceu alguns fatos da família formadora do Itaim.
Reafirmou que o João Cachoeira era sim o empregado muito querido da família, permanecendo com eles desde a época do Dr. Leopoldo Couto de Magalhães, o médico e irmão do general José Vieira Couto de Magalhães.
Contou que o João Cachoeira nasceu em Mogi das Cruzes-SP, e que teve mesmo uma filha. Era um ótimo pescador de traíra, exímio violeiro e apreciador de uma cachacinha, talvez sendo essa mais uma versão sobre o porquê do sobrenome ou apelido “cachoeira”. O Roberto conheceu a filha do João e que a única foto do pai foi entregue a ela pelo “Bororó”, quando da última vez que a viu. “Naquele tempo, fotografia era luxo”, exclamou.
Falou que foi o “Bibi” (Leopoldo Couto de Magalhães Junior), quando do processo de nomeação das ruas do Itaim, que pediu para o seu amigo João “cachoeira”, escolher uma rua qualquer para receber o seu nome.
“Cachoeira” escolheu, entre tantas outras, a rua que atravessava, naquela época, a principal via de acesso da região, a Rua Joaquim Floriano. Nem imaginava que tal rua, ainda toda esburacada, se tornaria a mais conhecida e prestigiada de toda a redondeza, a comercial Rua João Cachoeira.
O Sr. Roberto ainda fez questão de corrigir alguns equívocos como o apontamento nas placas da Rua Leopoldo Couto Magalhães Jr.. “Esta escrito que o Bibi foi um benfeitor e ainda sem o de no nome. Não, não. Esta tudo errado Ele foi um dos principais e mais famoso formador do bairro, junto com o seu filho, o Arnaldo Couto de Magalhães”.
Aproveitando, confirmou o motivo do apelido do Arnaldo. “Quem deu esse apelido foi o meu tio, o cientista Dr. Agenor Couto de Magalhães”. Completou dizendo que o “Bororó” era um homem muito rústico, mateiro mesmo e por isso recebeu esse apelido, lembrando os índios, os “Bororos”.
Disse que nasceu na casa da Rua Cojuba, aonde hoje temos a Creche de Santa Teresa. Coincidentemente no dia 04 de outubro de 1931, apenas três anos antes da data da emancipação do Itaim. Também que morou na casa construída pelo seu pai, o Arnaldo, lá na Rua Joaquim Floriano, 72. O terreno, de início, ocupava uma grande área indo até a Rua Brasília, nome da esposa do “Bibi”. A nova casa substituiu uma antiga, demolida em 1942.
Afirmou que a primeira travessa da Joaquim Floriano, entre a Avenida São Gabriel e Rua Brasília, foi aberta para o Sr. Schmith Vasconcelos, que tinha uma casa nos fundos desse terreno, mas de frente à Rua Tabapuã. Era para facilitar a entrada pela rua principal, a Joaquim.
Depois de tantos outros fatos gostosamente lembrados, terminamos a nossa agradável conversa graças ao “invento granbelliano”, com a certeza que o nome correto da família é COUTO DE MAGALHÃES.
“Temos sim o “de” no nosso nome, bradou o descendente do general brigadeiro.
Atualmente o Sr. Roberto Couto de Magalhães, com a sua esposa Ruth, ex professora no antigo Parque Infantil do Itaim, não mais residem no Itaim Bibi. Mudaram para o Brooklin. Um local mais sossegado, segundo ele.
(História enviada em abril de 2010)Recolher