P – Sergio, boa tarde. Você poderia começar falando seu nome, data de nascimento e local?
R – Boa tarde. Meu nome é Sergio Arilson de Santana, nasci no dia 31 de agosto de 1973, no Rio de Janeiro.
P – E qual é a sua formação, e como você entrou no CDI [Comitê de Desenv...Continuar leitura
P – Sergio, boa tarde. Você poderia começar falando seu nome, data de nascimento e local?
R – Boa tarde. Meu nome é Sergio Arilson de Santana, nasci no dia 31 de agosto de 1973, no Rio de Janeiro.
P – E qual é a sua formação, e como você entrou no CDI [Comitê de Desenvolvimento da Informática]?
R – Bom, a minha formação é prioritariamente na área tecnológica, eu conheci o CDI através de um anúncio, de uma reportagem em que havia o convite para que as pessoas pudessem conhecer e trabalhar, me voluntariei para estar atuando dentro do CDI, na sala de aula, o meu intuito era dar aulas no CDI.
P – E você entrou em que ano?
R – Eu entrei no ano de 1999. O CDI tinha uma estrutura que era bem menor, bem pequena. Era praticamente duas salas num local na Haddock Lobo.
P – Era uma sede própria?
R – Não. Era uma sede que estava vinculada ao Sindicato da Construção Civil e que o CDI, por ter um bom relacionamento com o presidente do Sindicato, podia utilizar duas salas. Uma sala era uma sala de escritório onde as pessoas trabalhavam, tinham todos os contatos com as pessoas. E na outra sala era onde tinha a capacitação com algo em torno de 10 computadores, mas uma estrutura muito precária, pequena, mas que mostrava o entusiasmo das pessoas em fazer o seu trabalho. Grande parte das pessoas eram voluntários, então tinha esse brilho nos olhos das pessoas de fazer coisas diferentes.
P – O grupo que formava esse início era formado de quantas pessoas?
R – Ah, em média umas seis pessoas, mas muitas dessas pessoas trabalhavam parte do seu tempo no CDI, eu comecei como voluntário, então tinha uma outra atividade profissional. Mas o projeto a amplitude da proposta de trabalho foi muito interessante, inclusive tem até umas questões que são bem interessantes que a gente, e que eu, em muitos casos até saia bem mais cedo do meu trabalho para estar no CDI, e estava distante, pegava um táxi de onde eu tivesse para estar no CDI no horário, porque tinha compromisso com a turma e as pessoas que estavam lá, era algo que me deixava muito contente, saber que eu poderia de alguma forma ajudar outras pessoas.
P – E qual era o seu trabalho nesse período?
R – Eu trabalhei como voluntário, como educador, quer dizer, a gente não tinha uma proposta político-pedagógica ainda definida, tinha muita coisa para acontecer, para a gente poder sistematizar e organizar as coisas, então a gente fazia muito voluntariado. Nessa época tinha muito disso, desse romantismo, era uma coisa bem artesanal, cada aula era um processo artesanal.
P – Quem eram os estudantes, os alunos nesse início? Quem é que procurava o CDI?
R – Na realidade o público continua parecido com o de hoje, quer dizer, são dos parceiros, das entidades que são parceiros do CDI e que estavam buscando ou uma primeira capacitação para iniciar o curso ou uma capacitação mais avançada de tal forma que eles pudessem oferecer para suas comunidades cursos mais avançados, um curso melhor, que eles pudessem se desenvolver e isso em síntese, o público é o mesmo. Não tem muita diferença com relação a hoje em dia, a grande mudança é na estruturação do nosso trabalho hoje, a gente tem muito mais condição do que tínhamos aí em 1999.
P – Hoje qual é o seu cargo e a função que você exerce?
R – Hoje eu estou atuando como assistente da rede CDI, mas durante esse tempo passei por diversas áreas ou tive diversas funções comecei como voluntário, fui ser educador, depois de algum tempo como educador, fui ser assistente pedagógico, assumi durante um ano e meio a coordenação pedagógica do CDI-Rio de Janeiro. E hoje, no realinhamento de funções, eu voltei a matriz para poder desenvolver inovações tecnológicas, porque a gente percebeu a necessidade de trazer tecnologias mais avançadas para a EICs [Escola de Informática e Cidadania].
P – E a sua área de atuação é na rede CDI ou na rede como um todo?
R – Isso. Como é que funciona nossa estrutura? Existe uma coordenação chamada coordenação da rede CDI que tem como principais atividades dar apoio, acompanhamento, ser um catalisador de informações, dar suporte para todos os escritórios regionais, tanto no Brasil como no exterior. Hoje temos o foco de estar garantindo a qualidade do nosso trabalho, do nosso modelo, tanto modelo de gestão como modelo pedagógico, em toda a rede CDI, seja no Brasil ou fora.
P – Em termos de qualificação técnica, que é mais a tua área, qual é a situação hoje dos CDIs? Quer dizer, em que momento, qual é a qualidade do...
R – É, a gente entende que...
P – A máquina.
R – A gente entende que grande parte, eu acho que a gente tem que pensar nessa pergunta em dois aspectos; um aspecto mais técnico, que é a questão tecnológica, de máquina, que a gente tem visto e buscado uma melhoria das condições dentro de sala de aula, para os educadores, no que se refere à máquina, equipamento, à conectividade de rede interna e conectividade externa, que aí seria a questão da Internet. Existem passos, posso dizer assim, bem consistentes, para que a gente possa garantir e ter um upgrade, uma melhoria dos equipamentos e dessa conectividade dentro das escolas, inclusive parcerias com órgãos governamentais, empresas e outras organizações. Então estamos buscando melhorar este aspecto técnico dentro da rede CDI, por outro lado, tem o recurso humano, o lado das pessoas que também temos verificado com o próprio nível de exigência da matriz, que tem aumentado, e a gente quer crescer junto com os regionais, aí é uma coisa de retro-alimentação entre o regional e o CDI. Nós temos verificado que os regionais têm uma grande pré-disposição a fazer um trabalho com uma qualidade elevada, eu acho que uma pessoa que está dentro da Eics, ou o jovem que está freqüentando aula dentro da Eics ele merece isso, merece ter essa qualidade, esse empenho que nós buscamos ter, Então, essa pergunta tem esses dois aspectos, tanto técnico como humano, o CDI é isso, não é só o aspecto de máquina, da tecnologia fria, mas no aspecto humano, se as pessoas estão bem, querem melhorar, ou se não estão bem naquele dia, mas o que a gente pode fazer para mudar nossa situação como um todo, então é pensar nesses aspectos.
P – Como tem ocorrido a renovação técnica? Porque se depende muito de doações, quer dizer, como que o CDI pode dirigir um pouco isso, se depende de doações?
R – Hoje o CDI é considerado uma das referências na questão da inclusão digital, então em virtude disso, e até com a própria conscientização da sociedade relativa aos vários problemas sociais que nós temos no Brasil, mais especificamente com relação a essa questão da inclusão social, as empresas são muito simpáticas ao CDI, a gente tem um trabalho de estar captando esses recursos, de estar conseguindo esses recursos, mas muitas vezes as pessoas falam assim: “Oh, soube do trabalho de vocês, eu acho o trabalho de vocês interessante.” Às vezes é uma máquina que está encostadinha em um canto e uma pessoa fala assim: “Eu quero doar essa máquina para vocês, que eu vejo que o trabalho de vocês pode dar um resultado, vai dar algum resultado”. E isso é a coisa que é mais gratificante de todo esse trabalho que a gente tem, de toda essa caminhada até hoje, saber que as pessoas confiam na gente, saber que as pessoas acreditam no nosso trabalho. Acho que esse reconhecimento é importantíssimo.
P – E vocês hoje avaliam que estão num bom nível de qualificação técnica? Da qualidade?
R – A gente tem buscado constantemente essa melhoria, a tecnologia de forma geral tem essa característica de sempre estar em evolução, é uma evolução constante e ininterrupta. Então eu acho que como nós temos essa vertente tecnológica, temos sempre que buscar desenvolver mais, buscar inovações. Mas nunca esquecer, repito, esse aspecto humano dessa inovação, que a máquina por si só não faz diferença na vida de ninguém. Mas a máquina com a pessoa que pensa o que vai fazer com esse equipamento, que possa articular, que possa ver além, é que faz toda a diferença.
P – Que tipo de demanda você recebe da rede?
R – A gente tem vários tipos de demanda, no sentido de prestação de contas financeiras, de estar solicitando relatórios, buscando informação, de estar consolidando essas informações e fazendo com que as informações de toda a rede possam circular, contribuindo para a ampliação, para o crescimento da própria rede do CDI como um todo, no fortalecimento dessa rede. Uma característica marcante da rede é que a gente tem uma capilaridade muito grande, então estamos espalhados em 20 estados brasileiros, e considerando esse número, a gente tem que ter uma mobilidade, uma agilidade muito grande pra estar dando resposta às principais demandas, às solicitações. Então temos uma equipe formada por cinco pessoas que cuidam disso.
P – O seu trabalho é área técnica, não é? Também?
R – Também.
P – Também, ligado com o pedagógico?
R – Também tem ligação com o pedagógico, agora a gente estava fazendo algumas modificações e fatalmente vou estar assumindo uma parte de contabilidade e controle financeiro, isso também é bem interessante no CDI, quer dizer, não existe um quadro tão formal, uma utilização tão formal do cargo, o que te permite, em certa medida você buscar novos conhecimentos, novos desafios internamente, não é uma coisa tão fechada, não é uma camisa de força, há essa possibilidade de você vislumbrar outros trabalhos, de realizar outras ações.
P – De circular um pouco por outras áreas?
R – Circular por outras áreas, conhecer as dificuldades de cada uma das áreas, de ter contato com as Eics, que eu considero a razão de ser de tudo isso, isso só existe por causa das Eics. Então é muito importante ter esse contato direto, esse calor humano de você estar ajudando efetivamente o seu companheiro do lado dentro do trabalho e estar ajudando as pessoas que estão apontando aí.
P – Você visita outros CDIs, outros projetos também?
R – Sim.
P – Você viaja pelo Brasil?
R – Há esse intercâmbio, ultimamente a gente tem viajado menos, mas temos viajado, e muitas vezes os CDIs, os regionais vêm para o Rio de Janeiro, para serem capacitados, para
trocar informação. Então tem sempre essa busca, a gente usa muito e aproveita bastante essa coisa da tecnologia dos vários sistemas de comunicação via Internet ou via telefone, conferências, a gente mantém um contato constante por isso.
P – Quer dizer, uma rede tão grande, espalhada por quase todos os estados brasileiros, ela consegue ter uma homogeneidade?
R – Não, e até uma das nossas facetas é isso, ela não pode ser tão homogênea porque senão a gente estaria ferindo as características regionais, as possibilidades regionais, o que existem são parâmetros mínimos para funcionamento, que aí os regionais se adequam a esses parâmetros, o que a gente considera bastante razoável dentro do que os regionais também propõem como qualidade, há certos parâmetros que são comuns, mas a gente tenta manter ao máximo as características regionais, cultura, história, isso tem que ser valorizado. Eu acho que é até por isso que o CDI conseguiu essa expansão, por valorizar essas características locais.
P – Em termos de sistema de informação entre a rede CDI, o que é que tem, qual é o sistema que circula de informações dentro da rede?
R – Sim, a gente utiliza bastante essa questão tecnológica para fazer as informações circularem, e hoje, esse ano, está implementando o que chamamos de SIG [Sistema de Informações Gerenciais], que é um sistema que visa consolidar todas as nossas informações, haverá informações tanto do CDI matriz como dos CDIs regionais, como de Eics, como de ex-aluno de forma que a gente possa ter um histórico do que está acontecendo nas escolas, nos regionais e no próprio CDI matriz,
e essa ferramenta é muito importante para a gente poder mapear tudo que acontece nesse Brasil. Nós temos um sonho que algum dia, por exemplo, um doador possa saber exatamente aonde está a máquina que ele doou, em qual escola está a mesa número cinco da escola da rua tal, que ele possa ver esse computador e até quem sabe, utilizando aí a tecnologia de conversar com esse aluno e perguntar o que ele está fazendo naquele exato momento. É o nosso grande sonho algum dia conseguir fazer isso.
P – Pelo número da máquina?
R – Pelo número da máquina o doador, num local no centro da cidade, ele podendo doar para uma escola, uma comunidade que está distante do centro cidade, e ele poder conversar diretamente com o aluno e perguntar: “O que você está fazendo? O que a informática trouxe de bom pra você?”.
Então mais uma vez essa questão da tecnologia, mas com o calor das relações humanas.
P – Legal. Você participa das campanhas aqui, de doação que são feitas?
R – Sim.
P – Que aqui não tem o nome de mega ajuda, não é?
R – Isso.
P –Aqui tem o nome de campanha.
R – Na realidade a captação de computadores, nós recebemos as doações de computadores durante todo o ano, e aí existem algumas atividades que nós fazemos, a principal delas é o dia da inclusão digital que nós realizamos no último sábado do mês de março para estar chamando a sociedade, pra que a sociedade possa refletir sobre essa questão da inclusão digital. Isso começou, quer dizer, o dia da inclusão digital começou com uma manhã aqui no Rio de Janeiro, nós articulamos com os outros CDIs e hoje é um projeto, em alguns países, no Uruguai por exemplo tem um projeto de lei, nacional, existe o dia da inclusão digital. Em alguns outros regionais já não é mais um dia, já é a semana, no Chile é a semana da inclusão digital, em São Paulo também, nesse ano de 2004 houve a semana da inclusão digital com várias atividades. Então estamos sentindo que essa iniciativa está ganhando corpo com a presença de várias organizações, universidades, empresas. Esse ano, aqui no Rio de Janeiro especificamente, nós fizemos um abraço simbólico à Cinelândia no dia da inclusão digital, foi o nosso maior o ápice, foi um evento onde teve debates, show, foi muito alegre, uma das características que, até considerando que grande parte da equipe do CDI tem pouca idade, o próprio Rodrigo é um jovem, por assim dizer, então tem muito essa coisa de ver uma perspectiva positiva do que a gente pode fazer, ao invés daquela postura derrotista de reclamar. “Ta, nós temos esse problema, o que a gente faz pra resolver isso?”. Nós temos muito esse entusiasmo, isso acho que é reflexo da idade da equipe de forma geral, então tem essa coisa da tecnologia que é algo muito estimulante, eu acho que é muito nesse aspecto.
P – E você poderia nos dizer como tem evoluído essas atuações em termos de número e qualidade? Quer dizer, que mudanças você percebe ao longo do tempo? Você está desde 1999, né?
R – Com relação à qualidade dos equipamentos, no início a gente efetivamente recebia sucatas, coisas que ninguém queria e que a gente tinha que dar nó em pingo d’água para fazer com que aquelas sucatas se transformassem num computador que pudesse ser utilizado dentro da Eics pelo aluno. Hoje a gente vê a melhoria dessas doações, claro que as doações poderiam ser melhores, a gente poderia estar conseguindo computadores melhores, mas eu acho que é uma trajetória que se vai se construindo, quer dizer, a própria tecnologia faz com que a obsolescência das máquinas seja muito mais rápida. Então acho que a gente pode conseguir, eu espero, desejo que a gente possa conseguir melhores equipamentos e garantir que os alunos da Eics possam ter melhores equipamentos, possam ter melhores oportunidades, para os alunos não falta talento, não falta inteligência, falta para ele a oportunidade.
P – E em termos de número, você tem esses dados?
R – Não, eu não tenho. Eu não trabalho especificamente com essa questão de número, então não tem essa informação não.
P – Quais são os desafios que são colocados hoje assim, em termos da renovação tecnológica da rede CDI?
R – A gente tem vários desafios, o primeiro desafio é que estamos buscando efetivamente resgatar algumas Eics em alguns CDIs para que eles possam ter essa qualidade que a gente deseja. É um processo que demanda tempo, esforço e que a gente ta buscando ter uma organização que possa ter esse padrão mínimo atingido, claro que respeitando a regionalização de cada escritório, de cada regional, as características regionais. Mas acho que, dos grandes desafios que a gente tem internamente é tentar melhorar a organização do nosso trabalho, buscar ainda mais sistematizar as nossas informações, o nosso trabalho, ter um planejamento melhor definido das coisas internas, isso faz falta, apesar da gente ter esse entusiasmo, ter esse brilho nos olhos, mas tem horas que é angustiante você não saber exatamente, não ter essas definições bem claras, então às vezes atrapalha um pouco o trabalho dentro dos CDIs, como é um trabalho com vínculo social, você trabalha efetivamente pelo salário, mas como tem esse lado social que é muito forte, você leva uma carga também de outras coisas, quer dizer, você leva a carga do teu envolvimento pessoal com o trabalho muito mais do que numa empresa comum. Então o que acontece é que quando você tem uma alegria, as alegrias são muito intensas, porque você está se realizando pessoalmente naquela atividade, mas por outro lado quando você tem uma tristeza, é de abater, é de partir o coração, porque você também fica muito triste, na mesma intensidade com que você fica alegre, você fica triste quando tem algum revés. Então dentro dessa questão interna nossa, de estar trabalhando com a qualidade, de estar garantindo a melhor tecnologia para as Eics, você passa por um melhor planejamento, melhor comunicação, melhor sistematização dos nossos dados e informações. Eu acredito que, quando a gente conseguir arrumar a casa neste sentido, o trabalho vai fluir de uma forma muito mais organizada, muito mais produtiva.
P – E esses anos de CDI que você tem, tem algum fato, algum acontecimento que tenha te marcado, uma lembrança especial que você guarda? São muitas, não?
R – Tem várias. Eu me lembro de um jovem que veio indicado para trabalhar na manutenção do CDI, era um jovem que falava com você cabisbaixo, tinha um aspecto derrotado acho que pelas feridas que a vida trouxe pra ele, apesar da pouca idade, e aí, depois de algum tempo eu o encontrei, e era engraçado isso, porque ele estava de terno, gravata, uma postura totalmente diferente, olhando diretamente para as pessoas, falando de igual pra igual, esse jovem me marcou muito quer dizer, ver essa diferença de postura dele, a maneira como ele chegou. Você mal ouvia a voz dele quando ele falava alguma coisa, e toda vez que ele falava parecia que estava te pedindo desculpas, pra uma postura assim de; “Eu posso, eu vou conseguir fazer o que eu quero”, então esse é um fato, que eu destaco de forma muito positiva, acho que ele é emblemático de várias outras pessoas e vários outros jovens, várias pessoas que já passaram pelo CDI. E eu particularmente fico muito feliz por isso, porque como eu atuava como educador, capacitando outros educadores na Eics, eu tive esse contato muito próximo e isso me deixa muito contente, muito feliz.
P – Tem alguma coisa que você queira acrescentar que eu não perguntei, algum aspecto que você acha importante registrar?
R – Eu acho que uma coisa que é bem importante nesse nosso registro, chama-se a visão da história do CDI durante 10 anos, eu fiz parte da metade final, e eu acho que a gente tem como saldo, ou está buscando ter como saldo uma maior amplitude do nosso trabalho, quer dizer, não só em termos de quantidade mas em termos de qualidade, acho que qualidade hoje é um ponto fundamental do nosso trabalho, e aí, a gente vem trabalhando constantemente nisso, seja nas diversas divisões do CDI, nas diversas coordenações, seja na coordenação pedagógica, no desenvolvimento institucional, na própria rede CDI, na área de comunicação. A própria figura do Rodrigo como motivador, como um catalisador para essa questão da inclusão digital eu vejo como uma coisa muito importante, e também salientar que o trabalho do CDI nesses anos todos vem evoluindo de tal forma que a gente começou a ter a visão de que a tecnologia era importante, e depois passamos a ver que o importante é o que as pessoas fazem com a tecnologia, quer dizer, usar a tecnologia para resolver problemas, para resolver suas questões, estar discutindo, refletindo, para que as pessoas possam ter uma visão mais pragmática da importância, uma visão mais realista da importância da ferramenta computacional, do computador, da tecnologia. Eu acho que seria esse o fechamento para esse fato que a gente está tendo aqui.
P – O que você acha da idéia do CDI de realizar esse trabalho de colher depoimentos das pessoas, da própria rede?
R – Eu acho que é muito importante porque na realidade essas pessoas que compartilham todas as alegrias, mas também estão batalhando, lutando, muitas vezes remando contra a maré, contra as dificuldades para poder fazer o trabalho acontecer, e isso é importante. Eu estou muito grato por estar aqui falando, todos que passaram e deram o seu depoimento, fizeram o seu relato de vida com o CDI ou de sua vida com a Eics, ou das suas experiências dentro das organizações, ficam muito contentes de saber que, daquele pequeno escritório, de uma ideia houve um sonho e está se transformando nessa coisa tão concreta que a gente vê hoje. É muito gratificante compartilhar esse sonho e poder fazer as coisas acontecerem dessa maneira, o Rodrigo é uma figura inspiradora pra todos nós.
P – Certo. Em nome do Museu da Pessoa eu quero agradecer esse depoimento.
R – Obrigado. Eu também te agradeço.
P – Muito obrigada.
R – Por nada.Recolher