Antonio Maria Mariano Verdicchio, carinhosamente chamado pelo apelido de Toninho, nasceu em 07 de Agosto de 1942 na cidade de Saltinho. Filho de pai italiano Sr. Humberto Domenico Verdicchio e mãe brasileira Sra. Isabel Ferraz Verdicchio, o terceiro de dez irmãos, dentre os quais dois já são fal...Continuar leitura
Antonio Maria Mariano Verdicchio, carinhosamente chamado pelo apelido de Toninho, nasceu em 07 de Agosto de 1942 na cidade de Saltinho. Filho de pai italiano Sr. Humberto Domenico Verdicchio e mãe brasileira Sra. Isabel Ferraz Verdicchio, o terceiro de dez irmãos, dentre os quais dois já são falecidos. Devido a uma promessa de seus pais, todos os irmãos possuem em comum o nome Maria. Sua casa era feita de barro, chão batido, família simples, pais lavradores, trabalhavam na roça que pertencia a um fazendeiro.
Aos dois anos de idade uma forte febre alta preocupou a família, graças ao olhar atento de um amigo farmacêutico um diagnóstico foi dado, era a febre da paralisia infantil. Entre idas e vindas finalmente foi encaminhado ao Hospital das Clínicas, passando por um longo processo de tratamento de dois anos. No retorno ao lar, a paralisia infantil deixou sequelas através de uma limitação física, paralisando os movimentos das pernas. Para que Toninho e seus irmãos não ficassem em casa sozinhos, seus pais os levavam para a roça, onde costumavam ficar a sombra de uma árvore. Entre tarefas e afazeres como restiar alho, cebola e tratar dos porcos da fazenda, criavam seus próprios brinquedos como o caminhãozinho de madeira feito de pedaços de pau. A sombra daquela árvore os acalentou por um longo tempo. Aos oito anos de idade teve oportunidade de frequentar a escola, a qual foi fundada com ajuda de seu pai e amigos, tornando realidade o tão esperado grupo escolar. Diariamente Toninho ia para a escola em seu cavalo Mimoso e sempre contava com a ajuda de seu cachorro Lobo para buscar seu cavalo no pasto. Na escola aprendeu um grande valor, não mentir, depois de deixar de fazer uma tarefa para casa, inventando para os pais que a professora não tinha deixado lição.
Suas limitações físicas não impossibilitaram de realizar seu grande sonho, de ser sapateiro, um pouco depois trabalhou em uma Olaria operando a Serra Circular. Já em Piracicaba ao procurar serviço, um grande empresário lhe ofereceu alguns cruzeiros, Toninho indignado não aceitou, queria um emprego, o qual encontrou na Rodoviária. Fazendo desabrochar um grande talento, o de locutor, anunciando as chegadas e saídas dos ônibus. Essa conquista foi graças a sua força e coragem, onde tudo o que queria era uma oportunidade de emprego.
A pedido de uma conhecida Toninho entrou como membro do Grupo FCD (Fraternidade Cristã dos Deficientes), onde lutou para proporcionar melhorias nas estruturas e arquiteturas de lugares públicos, tais como banheiros maiores, rampas de acesso, colocar o deficiente na sociedade, buscando mais igualdade e direitos. Na Rodoviária Toninho também conquistou um olhar de uma bela Senhorita chamada Zilda, onde se casaram e após 19 anos de união, Zilda veio a falecer.
Com 28 anos de trabalho na Rodoviária, veio a se aposentar, mas não parou por aí, resolveu vender bilhetes de loteria e adquiriu uma moto adaptada. Atualmente Toninho presta serviços voluntários na comunidade, se senti realizado e muito feliz, o qual não se deixou abater pelos obstáculos da vida. Tamanhas foram suas conquistas mostrando o quão grato tem pela vida e sua família, se tornando um grande exemplo de superação.Recolher