Correios – 350 anos Aproximando Pessoas
Depoimento de Roberto Carlos Bezerra Oliveira
Entrevistado por Rosana Miziara
Laranjal do Jari, 29 de Julho de 2013
HVC073_Roberto Carlos Bezerra Oliveira
Realização Museu da Pessoa
Transcrito por Iara Gobbo
MW Transcrições
História de Vida
P/1 – Roberto Carlos, você pode falar o seu nome completo, local e data de nascimento?
R – Roberto Carlos Bezerra Oliveira, nascido em 17 de junho de 79, Bacabal, Maranhão.
P/1 – Você se criou nessa cidade, Bacabal? Você ficou até quanto tempo nessa cidade?
R – Fiquei até os 18 Anos.
P/1 – Até os 18 Anos?
R – Sim.
P/1 – Seus pais são de Bacabal?
R – Sim.
P/1 – E seus avós?
R – Também.
P/1 – Maternos e paternos?
R – Não, os paternos são descendentes de cearenses.
São do Ceará, foram para lá.
P/1 – Por que é que eles foram para lá? Você sabe?
R – É, naquela época o Ceará estava muita dificuldade, eles foram procurar vida melhor e ficaram lá no Maranhão.
P/1 – E por que é que eles escolheram Bacabal?
R – O meu avô, por parte de pai, ele fundou vários interiores lá no Maranhão.
Vertente, Santa Luzia e o nome dele era Regino.
Aí ele terminou fundando o Centro do Regino, até onde ele ficou bem velhinho, e depois que ele foi embora para outra cidade chamada de Pio XII, Maranhão também.
P/1 – O que é que ele fazia?
R – Trabalhava de roça.
P/1 – E a sua avó?
R – A minha avó era dona de casa, cuidava dos filhos que eles tinha.
P/1 – Você conviveu com eles?
R – Muito pouco, mas eu conheci.
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P/1 – Os pais do seu pai?
R – Isso.
P/1 – E os pais da sua mãe?
R – Os pais da minha mãe moravam bem próximo lá também, mas o convívio mesmo foi pouco porque o meu avô por parte materna morreu muito cedo.
P/1 – O que é que ele fazia?
R – Ele era vaqueiro.
Aí ele pegou uma chifrada de uma vaca, ele não se cuidou, virou câncer e ele morreu.
P/1 – E a sua avó?
R – A minha avó já morreu bem depois.
Ela ficou, se aposentou, ficou lá na cidade lá.
P/1 – O que ela fazia?
R – Ela só cuidava da casa mesmo.
P/1 – E você sabe como que seu pai e sua mãe se conheceram?
R – Ah, se eu sei? Não, eles se conheceram por acaso lá.
É que uma prima da minha mãe casou-se com um irmão do meu pai.
Aí minha mãe foi visitar a prima dela aí conheceu meu pai, no interior.
Aí começaram a namorar e terminaram casando.
P/1 – E como é que era Bacabal nessa época, quando você nasceu? Quantos filhos eles tiveram?
R – Nós somos quatro.
P/1 – Vocês desses quatro é qual? O mais velho?
R – Sou o mais velho.
P/1 – E como que era Bacabal nessa época?
R – Ah quando eu conheci Bacabal já era bem desenvolvida já.
Bacabal é grande, cidade.
Hoje tem mais de cem mil habitantes e já era bem desenvolvida, mas de uns dez anos para cá desenvolveu bem mais.
P/1 – Mas quando você era pequeno como é que era? Era uma cidade de que, tem?
R – É uma cidade, onde tinha várias cidadezinhas pequenas ao redor, e às vezes naquelas cidadezinhas pequenas não tinha o que Bacabal tinha, supermercado bom, loja para vender eletrodoméstico, essas coisas assim.
O pessoal iam para lá para fazer essas compras.
A minha mãe era funcionária da Prefeitura e todo mês ela ia receber o dinheiro dela e a gente ia.
Às vezes eu ia com ela.
P/1 – O que sua mãe fazia?
R – Era merendeira.
Trabalhava de merendeira na escola no interior.
P/1 – Que escola?
R – É São Francisco o nome da escola.
P/1 – Escola estadual?
R – Não, era municipal, uma escola até a quarta série só.
Só lecionava até a quarta série.
P/1 – Merendeira é quem faz.
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R – Mas a merenda e serve para as crianças e limpa também, a escola?
P/1 – E seu pai?
R – O meu pai trabalhava de roça.
P/1 – Mas ele tinha terra ou ele trabalhava para alguém?
R – Ele ainda tem terra ainda.
Aí hoje ele está aposentado, ele não.
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P/1 – Mas a sua casa era na roça?
R – Na roça.
P/1 – Como que era a casa?
R – Ah, era de taipa.
É barro amassado.
Faz tudo um trabalho lá de.
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Tipo uma cercazinha do talo do coco.
Aí coloca o barro amassado dentro, aí deixa secar.
Aí já é uma parede.
É chamada de casa de taipa.
Hoje a casa do meu pai é de alvenaria já.
P/1 – Quantos quartos tinha a casa?
R – Tinha dois quartos.
P/1 – Você dormia com seus irmãos?
R – Era.
Meus dois irmãos e a irmã.
P/1 – E como que era na sua casa? Quem que exercia autoridade, seu pai ou sua mãe?
R – Meu pai.
P/1 – Como que ele era?
R – Ah, ele era daquele modo antigo ainda.
A conversa dele era pouca, assim.
Não respeitasse ele metia porrada mesmo e a gente vivia assim.
A gente respeitava muito ele.
Tinha muito medo dele.
Medo assim, e respeito também.
Mas ele também não deixava faltar nada dentro de casa, não.
Graças a Deus a gente.
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P/1 – E a sua mãe? Como que ela era?
R – A minha mãe era mais calma dentro de casa.
E trabalhava nessa escola e ajudava ele na compra das coisas.
Ele só conseguia colocar o arroz, o feijão, a fava, o milho.
Ele vivia da roça, e os derivados da roça, abóbora, essas coisas.
P/1 – Mas ele plantava e as coisas eram para vocês comerem.
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R – Isso, isso.
P/1 – Mas sobrava alguma coisa para vender?
R – Bem pouco.
Tinha ano que quando a safra era ruim, não dava nem para gente acompanhar outra safra, aí tinha que comprar.
Aí ele dava um jeito.
Ele tinha criação de gado, ainda hoje tem.
Aí ele vendia uma, duas cabeças de gado e comprava aí de arroz, feijão, aí completava o resto do ano.
P/1 – Mas vocês tiveram uma infância com dificuldade?
R – Com certeza, com dificuldade.
Não passava fome, mas era bem regrado mesmo.
P/1 – Quais que eram suas brincadeiras de infância?
R – Ah, a gente jogava muito bola.
Gostava muito de jogar bola e brincadeira com as outras crianças também.
P/1 – Do que é que vocês brincavam?
R – De bandeira.
P/1 – Como que é bandeira?
R – Bandeira é dividir um determinado terreno e para um lado fica um time, para um lado fica outro.
Aí punha um pedacinho de pau de um lado e do outro.
Esse time tem que pegar aquele pau lá sem esse daqui tocar.
Aí esse era bandeira.
Pegar a bandeira e trazer, entendeu? Para o terreno lá e era quando conseguisse passar já é um ponto, na realidade.
Daí assim que era.
P/1 – Você teve formação religiosa?
R – Eu sou católico.
P/1 – Mas vocês tinham o costume de rezar e ir à missa? Como que era?
R – Sim, ainda tenho.
A gente ia.
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O culto lá, lá era missa umas duas vezes por ano só, interior.
Aí a gente tinha culto toda semana, todo domingo, culto lá na igrejinha que a gente tinha lá.
Aí eu estudei lá, numa cidadezinha lá próximo.
P/1 – Com quantos anos você entrou na escola?
R – Ah, eu terminei meu segundo grau eu tinha 17 anos.
P/1 – Não, quando que você começou? Com quantos anos você entrou?
R – Quando eu entrei eu não lembro não.
Mas que foi pequeno assim com idade mesmo normal, foi logo cedo.
P/1 – E a escola era perto da sua casa?
R – Era bem próximo.
P/1 – Como é que vocês iam?
R – A pé, era bem próximo.
P/1 – Você ia com quem?
R – Eu ia sozinho.
Era bem próximo, lá não tem carro lá.
Não tinha movimento para ter perigo.
Era ficava cem metros, eu acho, da casa, ou menos.
P/1 – E tinha uniforme?
R – Não, tinha uniforme não.
Era só mesmo a sandália e a roupinha mesmo.
Não tinha uniforme.
P/1 – Era perto da escola que a sua mãe era merendeira?
R – Ela lá que a mãe era merendeira.
P/1 – Era a mesma escola?
R – Era na mesma escola.
P/1 – E a sua mãe te servia merenda?
R – É.
P/1 – Como é que era?
R – É ela que servia merenda, organizava lá.
Era bom.
P/1 – Que lembranças você tem desse período, da escola?
R – Ah, às vezes dava briga na hora da escola e outras crianças, disputando a merenda.
Às vezes dava briga e porrada aí, mas era coisa de criança mesmo, ninguém tinha raiva um do outro não.
P/1 – Por que é que dava briga?
R – Um queria mais, um jogava merenda no outro às vezes, por querer, às vezes sem querer, o outro reagia.
Terminava dando um pezinho de briga lá.
P/1 – E as pessoas falavam, te chamavam de filho da merendeira?
R – Não, porque todo mundo conhece.
Era pequeno lá, era uma vilazinha com umas 25 casas e tudo, e era só família.
Era não, é ainda só família lá.
Terreno, eles tem uma herança que meu avô por parte de pai deixou, aí ficaram os filhos lá.
Foram tendo outros filhos, netos.
Uns foram embora, que nem eu vim para cá.
P/1 – Vamos voltar.
E o que servia na merenda?
R – O que é que servia? Era mingau de milho, sardinha.
Era cada dia era um tipo, o cardápio.
Tinha dia que era mingau de milho.
Era um mingau que tinha uns carocinho, que esse era o mais cobiçado, era o mais gostoso.
E também eles faziam a sardinha com arroz branco, macarrão, aquele macarrão também.
Era esse tipo de merenda.
Biscoito com suco, às vezes.
Era esse o tipo de merenda.
P/1 – O que é que você mais gostava na escola?
R – De que é que eu mais gostava? Naquela época? Na realidade eu era bem.
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Eu gostava de estudar mesmo, na realidade.
Eu gostava muito de estudar.
Eu não faltava e eu gostava de estudar mesmo.
A merenda a gente não era o foco não, mas na merenda mesmo o mais gostoso que tinha era o mingau de milho.
P/1 – Você lembra de alguma professora?
R – Ah, não era mais, tinha passado para, terminado a quarta série lá, não tinha mais como estudar lá, eu fui estudar numa cidadezinha próxima.
Aí eu lembro dessa professora que quando eu cheguei lá na escola eu era muito pequeno ainda e eu não conseguia levantar a cadeira para colocar ali na sala.
E eu estava tentando levantar a cadeira, tentando levantar a cadeira, aí a professora chama de Luzia, disse assim: “Ajuda o coleguinha que o coleguinha não consegue levantar a cadeira”.
Aí o outro aluno já bem maior lá, pegou a cadeira e colocou para mim lá.
Eu nunca esqueci essa cena.
Aí eu me identifiquei com ela, com a Dona Luzia.
Ela já lecionava da quinta série para cima.
P/1 – E como é que você ia para essa outra cidade?
R – Eu ia para outra cidade de ônibus.
Eu acordava cinco horas da manhã, colocava minha roupa dentro de um saco, saco de plástico para não molhar.
Aí eu andava quatro quilômetros a pés, aí eu pegava o ônibus e aí eu andava mais uns dez quilômetros de ônibus, e quando era para voltar eu voltava o trajeto todinho a pé.
Chegava em casa por volta das 14 horas, às vezes sem tomar café, sem nada, que não tinha às vezes.
Quando a mãe tinha uma moedazinha ela dava para gente chupar um chup, que lá é chamado de dim dim, lá no Maranhão.
E aí a gente chegava em casa, quando terminava de almoçar ia para roça ajudar o pai.
P/1 – Ajudava o pai na roça?
R – É.
P/1 – O que é que você fazia?
R – A gente limpava, fazia derruba.
Aí limpava, plantava, ficava fazendo limpeza até o arroz crescer, produzir.
A gente colhia o arroz, armazenava, esperava ele secar e batia ele.
Aí trazia para casa e armazenava em casa.
Aí ficava pilando ele.
P/1 – E tinha histórias de roça? Seu pai e sua mãe eram de contar histórias?
R – É porque na realidade a história da roça é uma só.
É um serviço repetitivo.
P/1 – Mas eles eram de contar história?
R – Eles contavam bastante história, mas eu não lembro muito bem não.
P/1 – Tem alguma história que você lembra, que eles contavam, seu pai ou sua mãe?
R – Relacionado à roça mesmo.
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P/1 – Não, a qualquer coisa assim, eram de contar história?
R – É, pai contava história.
Pai tinha medo de cachorro doido, que na realidade lá eles chamam de cachorro doido, mas é cachorro quando está com raiva.
Aí ele disse que uma vez que lá eles sempre tiveram criação de gado.
Aí ele estava no curral, onde ia prender o gado.
Aí o menino disse que, ele disse que um homem gritou assim: “Cuidado que tem um cachorro doido”, e ele subiu na porteira que era por onde o gado ia passar, aí ele se cagou todinho (risos), de medo.
Aí ele sempre contava essa história.
Ele tinha muito medo de cachorro, quando cachorro estava com raiva.
Ele chamava lá cachorro doido.
Ele tinha medo de ser mordido e morrer.
Essa história é uma das histórias que eu lembro dele.
P/1 – Aí você fez o ginásio nessa escola da cidade do interior?
R – É, eu fiz até a oitava, aí não tinha mais como estudar, eu vim para Bacabal, entendeu?
P/1 – Quem que morava em Bacabal?
R – O tio Alexandre, irmão do meu pai.
P/1 – Aí eu comecei lecionar o segundo grau lá, comecei estudar o segundo grau.
P/1 – Seus irmãos também foram para lá?
R1 – Não.
P/1 – Por que é que você foi, os seus irmãos não?
R – Porque eles ainda não tinham atingido a idade de fazer o segundo grau.
Estavam estudando onde eu deixei, fiquei lá.
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P/1 – O tio Alexandre é irmão de quem?
R – Do meu pai.
P/1 – E como que foi mudar para casa dele?
R – Ah, foi muito ruim.
Foi ruim e foi bom ao mesmo tempo.
Foi ruim porque morar na casa dos outros era constrangedor.
Eu dormia no corredor.
Todo mundo que passava me sacudia, porque eu dormia numa rede, eu batia do lado da parede, mas eu fiquei lá até.
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Fiquei três anos.
Aí logo logo eu comecei logo a trabalhar também para ajudar lá nas despesas dele e mandar dinheiro para mãe.
P/1 – Mas eles tratavam você bem?
R – Tratavam bem, muito bem.
Era constrangedor por isso porque não é na casa do pai da gente, é diferente.
Sei que eu consegui terminar o segundo grau, mesmo aos trancos barrancos lá.
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P/1 – Mas você trabalhava lá?
R – Trabalhava.
P/1 – Desde o primeiro colegial?
R – Não, só no segundo e no terceiro ano.
P/1 – Você estudava à noite? À tarde?
R – Isso, eu comecei estudar de manhã, aí eu no ano seguinte eu transferi para noite para trabalhar de dia.
P/1 – Você começou a trabalhar em quê?
R – Em depósito de material de construção.
P/1 – O que é que você fazia?
R – Entregava telha, tijolo, areia, pedra brita, essas coisas.
Cimento.
Era um depósito, eles vendiam e a gente entregava no carro.
Eu era ajudante deles lá.
Eu trabalhei dois anos lá.
Aí foi que eu terminei o segundo.
P/1 – E você tinha alguma coisa assim, alguma profissão? Alguma coisa que você queria seguir?
R – Não.
Eu tinha vontade de dirigir, de aprender dirigir, mas lá não consegui.
Não tive oportunidade.
Aí eu concluí o segundo grau e me deu a ideia de sair de lá.
Lá da cidade, por falta de.
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P/1 – Como que era Bacabal?
R – É uma cidade que tem vários fazendeiros.
Tem riqueza, mas é mal distribuída, mas são poucas pessoas que têm riqueza.
O pessoal trabalha bastante, mas eu como era novo assim, não tinha experiência, não conseguia arrumar um emprego logo que, de ganhar um salário mínimo.
Ganhava acho que a metade do salário nessa época.
Aí foi que aconteceu a oportunidade de eu vir para cá.
P/1 – Que oportunidade?
R – Que eu tenho um primo que ele veio para cá primeiro.
P/1 – Para cá para onde?
R – Para cá, para o Jari.
P/1 – Laranjal do Jari?
R – Ele veio para Monte Dourado.
Aí a gente tinha combinado de ir para Manaus, que ele é formado em administração e quando ele fichasse, arrumasse um emprego, aí ele ia me chamar para alugar um quarto.
P/1 – Vocês eram bem amigos?
R – Isso.
Que era para gente morar junto e eu ver se eu conseguia arrumar um emprego.
Por um acaso ele veio para cá.
Veio em Outubro de 98, ele veio em Agosto de 98.
Em Outubro ele conseguiu fichar aí na Cadan que é uma empresa que faz caulim.
Aí em Fevereiro de 99 ele me chamou para cá.
Aí eu vim, fiquei com ele aí, aí consegui.
Já trabalhei em várias empresas aqui.
P/1 – Onde você trabalhou? Qual foi a primeira empresa que você trabalhou?
R – Trabalhei no Supermercado Pague Pouco.
P/1 – Pague Pouco?
R – Pague Pouco o nome do supermercado.
P/1 – O que é que você fazia?
R – Eu era repositor.
Pegava mercadoria lá no depósito e colocava nas prateleiras.
Depois eu passei para dirigir, motorista, depois eu passei para fiscal de caixa.
Ficava fiscalizando os caixas de atendimento.
Aí com o tempo eu saí, fichei em outra empresa.
P/1 – Deixa eu voltar um pouquinho.
Lá em Bacabal, além de trabalhar e estudar, qual que era o seu divertimento? Você passeava? O que é que você fazia?
R – Ah, eu jogava.
Lá o esporte, lazer mesmo, só era jogar bola.
P/1 – Você não ia para festa, baile? Tinha amigo?
R – Ah, ia sim.
A gente ia para as festas das igrejas, sempre tinha.
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Lá, o ano quase todo é festejo de igreja.
Santa Terezinha, Santo Antônio, são vários santos.
Aí cada igreja faz o festejo durante uma semana, a gente ia.
Participava bastante eu com os primos.
P/1 – Você tinha namorada? Paquerava?
R – Lá eu tinha uma namorada, mas não era lá.
Era lá em outra cidade.
Lá mesmo não tinha namorada não.
P/1 – Onde que é.
R – É em Pio XII, a 60 quilômetros de lá.
P/1 – Você namorou muito tempo com ela?
R – Namorei seis anos.
P/1 – É? Como que vocês se conheceram?
R – A gente é primo.
Nós somos primos.
Aí desde a criação mesmo.
Nós nos criamos juntos.
Aí a gente começou a namorar um namorinho de adolescente e foi envelhecendo o namoro.
Namoramos por uns seis anos, aí.
Eu deixei ela quando eu vim para cá.
P/1 – Por que você deixou?
R – É a distância.
Arrumei outra namorada aqui, aí eu tive que deixar ela.
Ela ficou muito magoada com isso porque ela gostava muito de mim e eu dela também, mas só que a distância, não tinha como a gente ficar junto.
Porque eu a convidei para vir para cá, ela não quis vir.
Aí eu fiquei com essa outra que ainda hoje é minha esposa.
P/1 – E como que era essa região naquele momento?
R – Aqui? Aqui era bem movimentado, muito movimento.
P/1 – Mas você morava aqui em Laranjal.
R – Monte Dourado.
Morei primeiro em Monte Dourado.
Eu trabalhava no supermercado eu morava em Monte Dourado.
Aí eu trabalhei quase três anos no Supermercado, morando lá em Monte Dourado.
P/1 – Você vinha sempre para cá, para Laranjal?
R – Vinha tomar cerveja, brincar para cá.
Aqui era bem mais movimentado.
Tinha muita mão de obra.
E aí passei quase três anos no supermercado, eu fichei numa empresa que trabalha para Jari.
Ela é quem fazia a limpeza dos eucaliptos.
Para corte, para manutenção para ele crescer no limpo.
P/1 – Como foi essa parte do Jari? Desculpa.
R – Eu quando eu saí do supermercado, eu saí porque o salário estava pouco, eu achei pouco já, porque eu estava trabalhando, eu achava que a minha função já era para ganhar um pouco mais.
Aí eu falei com o dono do mercado, ele disse que não podia aumentar, aí eu pedi para ele mandar embora que eu arrumava outro serviço.
Aí eu arrumei na NDR, eu era chefe de turma.
Tomava conta de 50 peões.
Aí era 25 peões.
Era 50 no ônibus, tinha dois encarregados.
Eu era encarregado de turma.
Aí eu senti muita dificuldade nesse emprego.
Porque os peões bebiam cachaça, vamos supor, no domingo aí iam ressacado na segunda trabalhar e não queriam trabalhar, um problemão.
Aí eu trabalhei oito meses só lá.
Aí eu saí porque acordava muito cedo.
Acordava quatro horas da manhã, chega só 18 horas em casa, 18, 19.
Era muito puxado.
Aí eu saí de lá, fui trabalhar na Canto Engenharia, que mexe com construção civil, lá no Munguba, lá prestando serviço para Cadan.
Trabalhei de motorista lá, quase três anos também.
Morava no Planalto já essa época, que é onde tem o aeroporto aqui.
Depois senti muita dificuldade no deslocamento na ida e na vinda.
Aí eu mudei lá para Vitória do Jari.
Nessa mudança, eu trabalhando na Canto, aí me chamaram para trabalhar em outra empresa, que mexe com a extração do caulim.
Aí eu pedi para sair dessa Canto e ia trabalhar nessa outra empresa, mas aí o pessoal da prefeitura me chamaram, lá de Vitória do Jari, para trabalhar com eles lá no Fórum, prestando serviço no Tribunal de Justiça do Amapá.
Aí eu fui trabalhar para lá.
Aí a prefeitura começou a atrasar o pagamento depois de dois anos e pouco, aí eu saí.
Aí eu fiz o concurso dos Correios.
P/1 – Mas você foi trocando de empresa, mas você tinha algum objetivo assim: “Quero trabalhar em tal lugar”? Você pensava: “Quero fazer tal coisa”?
R – É, o meu pensamento era trabalhar numa empresa que no dia do meu pagamento o dinheiro tivesse na conta.
Que não fosse uma coisa duvidosa.
Igual aos Correios, por exemplo.
P/1 – Mas você pensava em prestar concurso?
R – Pensava.
P/1 – Para onde?
R – É, eu pensava em prestar concurso, vários concursos.
Os que fossem aparecendo.
Aí um dia eu fui nos Correios deixar correspondência lá em Vitória, o rapaz lá me disse: “Olha, saiu o edital do concurso dos Correios”.
Aí eu fiz e passei.
P/1 – Para que é que você prestou o concurso?
R – É, agente dos Correios.
P/1 – Mas você já sabia o que você ia fazer nos Correios? Você tinha ideia?
R – Já, tinha ideia já.
P/1 – Por quê? Como você sabia?
R – Porque eu ia sempre lá, conversava com o atendente.
Aí eu já tinha uma ideia o que que era.
Aí eu prestei o concurso, aí me chamaram para trabalhar, aí eu fui trabalhar lá em Vitória mesmo.
Trabalhei.
P/1 – Como que foi o concurso? Você lembra?
R – Como que foi?
P/1 – Como que foi o concurso?
R – Quando?
P/1 – Como?
R – Foi um.
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P/1 – O que é que caiu? Como era a prova?
R – Ah, caiu muita regra de três, equação de segundo grau.
Eu lembro.
Eu percebi que eu ia passar porque era aquilo que eu tinha revisado.
Caiu aquilo que eu tinha revisado.
Tinha coisa parecia que eu tinha visto já na prova.
Aí fui o primeiro colocado no concurso.
P/1 – Que ano que foi isso?
R – Foi em 2008.
P/1 – Primeiro colocado?
R – Foi.
P/1 – De qual agência?
R – Da região de Laranjal e Vitória do Jari.
P/1 – Mas era para trabalhar em qual agência?
R – Aqui ou em Vitória.
P/1 – Aí você escolheu aonde?
R – Não, eu escolhi lá porque já tinha vaga para lá e eu morava para lá.
Aí escolhi lá.
P/1 – Você ficou quanto tempo lá?
R – Quatro anos e dez meses.
P/1 – Você lembra do seu primeiro dia de trabalho?
R – Não.
P/1 – O que é que você fazia lá? O que fazia agente dos Correios?
R – Quando eu cheguei lá eu comecei trabalhar de carteiro também, porque tinha dois.
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tinha um gerente.
O gerente gerenciava e atendia.
Era unipessoal a agência.
Não tinha carteiro.
Aí eu ia para rua entregar.
Passei três meses entregando.
P/1 – E como que era?
R – Ah, era.
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Eu gostava de ser carteiro.
Porque não é um serviço repetitivo, está sempre interagindo com as pessoas.
As pessoas te procurando e assim, você está sempre vendo novidade e aí está acompanhando o movimento da cidade também.
P/1 – Você lembra de algum causo que aconteceu quando você era carteiro? Alguma coisa que te marcou?
R – Eu fiquei uma vez chateado porque a bicicleta caiu dentro da água, com as cartas, com tudo também.
P/1 – Como que foi? Conta.
R – É porque a gente sempre vai deixar a carta, a gente põe o tripé da bicicleta.
Aí toda a vez a gente vai colocar o tripé.
Aí eu fui colocar o tripé ela escorregou numa brecha da ponte e virou e caiu dentro da água.
Aí uma criança pulou na água e apanhou para mim.
Eu estava todo de sapato, não tinha como eu pular na água.
Aí eu voltei chateado.
P/1 – E aí? Mas o que você fez com as cartas?
R – Eu coloquei para secar e entreguei depois.
Levei lá para agência e coloquei para secar.
P/1 – Mas ficou direitinho?
R – Ficou, não rasurou não, porque só molhou, não deixei esfregar uma na outra.
E tinha bem pouco, já estava no final do distrito.
P/1 – Que ponte que era?
R – Na José Simeão de Souza.
P/1 – Como?
R – José Simeão de Souza, o nome da ponte.
Lá perto do número cinco mil, mais ou menos.
P/1 – Da onde?
R – Lá da Santa clara, na ponte.
No final da ponte.
P/1 – Mas aonde?
R – Lá em Vitória.
P/1 – Vitória do Jari?
R – Isso.
Aí eu trabalhei três meses de carteiro, aí eu passei.
Fui efetivado, o rapaz me entregou a agência para eu gerenciar.
P/1 – Você, de três meses, já foi gerenciar?
R – Já.
P/1 – Por que você?
R – Porque eu já tinha feito para atendente, aí ele me passou as instruções lá e eu passei logo para gerenciar, porque ele foi embora.
P/1 – Como era gerenciar a agência?
R – Ah, atender e gerenciar ao mesmo tempo.
Ah, era muito puxado.
P/1 – Fazia o que?
R – Tudo.
P/1 – Fala, descreve.
R – Eu atendia ao público, depois ficava fazendo serviço interno.
Às vezes eu ia para rua entregar Sedex.
Era muito puxado.
Eu só saía de lá 20 horas, 21 da noite.
Era muito puxado.
P/1 – Tinha algum causo? Quem eram as pessoas que procuravam? Conta alguma história que tenha acontecido lá nesse período.
R – É, existe muito cliente que vai reclamar e não sabe o que está reclamando na realidade.
Tipo dizer que a gente não entrega a carta e na hora não sabe nem o endereço dele, existe muito.
O número da casa, muito pior.
Acontecia isso de o cliente chegar e dizer: “Eu esqueci o número da minha casa”, eu digo: “Não, é na rua tal e o número é esse”.
No atendimento.
As outras pessoas ficavam me olhando: “Mas como é que tu sabe o número da casa dele?”, ficava jogando chaveco.
Mas não, lá eu conhecia praticamente 85 por cento da população, conhecia quase todo mundo.
P/1 – Quantos habitantes tinham lá?
R – Lá tem uns 15 mil habitantes.
P/1 – Que tipo de carta que chegava? Encomenda? Como é que era?
R – Olha, encomenda o pessoal compra pela internet, que vinha muito, e Sedex para os órgãos, o Fórum, Prefeitura e o Ministério público e fatura, muita fatura de banco.
As cartas em si diminuiu bastante.
Carta escrita para alguém era bem pouca.
Mas tinha também, era pouco, bem pouco mesmo.
P/1 – Tem alguma coisa que tenha te marcado nesse período?
R – Lá? Não, eu assim.
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de ruim ou de bom?
P/1 – Tanto faz.
R – Não, que me marcou é assim que eu gosto de atender as pessoas.
Eu gosto de fazer o cliente sair sorrindo, na realidade.
Eu acho que eu nunca fiz recursos humanos, essas coisas para atendimento pessoal, mas eu sempre me saí bem assim.
Gosto de atender porque eu vejo que o cliente, a gente tem que tratar ele bem.
Porque se ele vai lá ele tem algum motivo para ir ao teu encontro.
Se ele for com problema, se você tiver com um, for responder ele fica pior.
Eu gosto assim, que o pessoal lá me marcou assim que eu sou muito conhecido lá.
Todo mundo me conhece, na realidade.
Aí isso é gratificante.
Muitas pessoas às vezes eu recebia presente, ganhei um relógio, cliente de uma loja me deu um relógio.
P/1 – Por que é que ele te deu o relógio?
R – Ah, eu não sei.
Ele gostava do atendimento que eu fazia para ele.
Aí ele me chamou lá na loja dele, abriu a vitrine assim, disse que era para mim escolher um relógio.
Outro me deu celular.
É assim, de vez em quando ganhava presente.
Toalha de banho.
Ganhava muito presente.
P/1 – Mas eu não entendi.
Por quê?
R – É porque os clientes gostavam da maneira como eu atendia eles.
Aí eles terminavam presenteando.
P/1 – Por quê? Eles iam direto na agência?
R – Iam, iam direto na agência.
P/1 – Para buscar? Por quê? Você não entregava, eles vinham buscar?
R – Não, aí já era na parte de atendimento mesmo.
Já tinha carteiro já nessa época.
Já foi contratado um carteiro.
Na época que eu ganhei os presentes já não era mais na época de carteiro, era atendimento mesmo.
P/1 – Mas o que você fazia como atendente?
R – Ah, é porque o pessoal gostava que eu tratava o rico e o pobre, igual.
P/1 – Entendi, mas o que fazia? Descreve a sua atividade como atendente.
R – Ah eu, era porque eu explicava bem, explicava não explico bem.
P/1 – Mas o que é que as pessoas iam fazer que precisavam do seu atendimento?
R – Era abertura de conta, é tirar um CPF, esse tipo de coisa.
Pagar fatura de concessionária, de título, esse tipo de coisa.
Era esse tipo de atendimento que a gente tinha, tem.
Vender Telesena, que a gente vende também e oferecer outros produtos.
Tem essas caixas, esses envelopes e tirar dúvida das pessoas.
Que a pessoa tem dúvida.
Às vezes não faz um serviço porque não sabe e acho que da maneira que a gente explicava os clientes ficava satisfeitos, e com isso não sei, acho que foi por isso que eu consegui ganhar esses brindes.
Consegui ganhar também uma viagem para Gramado, no Rio Grande do Sul.
P/1 – É mesmo? Como foi?
R – É que a Hermes tem uma parceria com os Correios.
Quase quarenta, um bom tempo aí.
P/1 – Hermes, o que é que é?
R – É empresa que vende catálogo.
Aí eu consegui atingir minha meta para conseguir ganhar a viagem.
Eu ganhei a viagem.
P/1 – O que é que é? A Hermes faz o quê?
R – Ela tem uma parceria com os Correios.
Ela vende catálogo.
Tudo encontra: roupa, sapato.
Aí os clientes faz o pedido na agência, a gente manda para Hermes, a Hermes manda dentro de uma caixa, a gente cobra o valor aqui.
Quando a gente cobra aqui vai o dinheiro lá para Hermes.
É parceria que ela tem com os Correios.
Nisso eu atingi a meta de uma quantidade de pedido naquele período da campanha, teve uma campanha.
P/1 – Que ano que foi isso?
R – 2010.
P/1 – E aí?
R – Aí eu fui para lá para Gramado.
Foi muito bom.
Os Correios me liberou e é tudo pago por conta da Hermes.
P/1 – Você foi com quem?
R – Fui eu.
.
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Eu fui sozinho.
Fui eu e mais três colegas do Amapá.
Aí a gente foi.
Mas muito bom, muito bom mesmo.
A gente ficava só tomando chope lá.
Foi muito bom.
Tudo pago, a gente só pagava o chope.
Alimentação, a gente visitou várias.
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Museu do Automóvel, fábrica de chocolate, andou de teleférico, ah, foi muito gratificante a viagem.
Três dias de viagem.
E foi isso.
P/1 – E depois desse período?
R – Aí depois desse período aí eu retornei para Vitória e foi que eu vim com gás mesmo para trabalhar.
Aí eu trabalhei lá até ser transferido para cá.
P/1 – Quando que você foi transferido?
R – Foi no dia 24 de.
.
.
Tem quatro meses, dia 24, quatro meses.
P/1 – Agora tem quatro meses?
R – Sim, tem quatro meses.
P/1 – E como que foi chegar nessa agência? Você já conhecia as pessoas?
R – Eu conhecia, eu vinha sempre aqui.
P/1 – Como é que você conhecia?
R – Eu vinha sempre aqui.
Quando era feriado lá sempre eu dava um pulo aqui, eu passava aqui com eles.
Às vezes a gente jogava bola junto aqui.
Também eu vinha para cá eles tinham essa interação.
P/1 – Tem um time dos Correios? Como é que é aqui na região?
R – Não, agora que a gente está colocando.
Nós já efetuamos já um jogo contra o Banco do Brasil.
É para interagir porque é nosso parceiro, o Banco do Brasil agora, desde o ano passado.
A gente tem um relacionamento muito bom com o pessoal lá.
P/1 – Aqui ou nos Correios inteiro? O Banco do Brasil?
R – Não, é no Brasil todo parceria.
Mas o relacionamento nosso é com essa agência aí, o nosso relacionamento é essa agência.
Fica logo próximo aqui.
De frente o Ideal, lá onde vocês vão.
E foi isso.
P/1 – E como você foi recebido aqui?
R – Ah, fui bem recebido.
O moleque, eles queriam que eu pagasse uma pizza, que eles disse que era regra aí quando chegasse novo ou fosse embora, tinha que pagar uma pizza.
Mas eu não paguei não que eu não tinha dinheiro.
Aí depois eu vou pagar essa pizza para eles.
P/1 – E como é o salário?
R – O salário é razoavelmente bem.
A gente quer ganhar mais, mas às vezes não dá, não tem como.
Salário dá para viver na realidade.
P/1 – Você casou nesse período?
R – Eu casei, eu tenho dez anos de casado já.
Quando eu entrei nos Correios eu já tinha esposa e três filhos.
P/1 – É mesmo?
R – Já.
P/1 – E a sua esposa, aonde você conheceu? Aqui?
R – Conheci lá em Monte Dourado.
Na época eu trabalhava no mercado Pague Pouco.
P/1 – Como é que foi?
R – Ah, eu fui numa festa de confraternização do mercado lá na casa do dono do mercado e ela trabalhava lá na casa.
Aí começamos conversando desde lá, aí passamos um mês namorando, aí a gente já foi morar junto.
Aí foi aí que eu larguei a do Maranhão.
P/1 – Você tem três filhos? E quais são as suas perspectivas aqui no trabalho?
R – Eu penso, no trabalho eu penso de sair daqui e ir para uma cidade maior, para mim estudar.
Fazer faculdade que aqui é mais difícil.
P/1 – Que cidade?
R – É Macapá, por exemplo, ou então voltar para minha terra, transferido, ir lá para Bacabal.
P/1 – E você acha que é possível?
R – Sim, é possível, muito possível.
Eu vou me cadastrar.
Tem um sistema, a gente tem um sistema nacional de transferência aqui, a gente se cadastra aí na hora há oportunidade eles mandam chamar a gente.
O colega que saiu daqui, ele saiu transferido para o Pará, o Wagner.
P/1 – Mas você quer continuar trabalhando nos Correios?
R – Não, transferido, mas pelos Correios.
Ir pelos Correios.
P/1 – E tem jeito de você se aumentar na carreira aqui?
R – Tem.
P/1 – Perspectiva?
R – Tem.
Desenvolver um bom trabalho, a gente abre a oportunidade de crescer.
Passar para técnico.
Eles dão aí uns cargos maior, a gratificação é maior.
P/1 – Tem alguma história marcante que você queira deixar registrada que aconteceu nesse período do Correios? Além da viagem, do prêmio?
R – É, essa viagem para mim foi muito gratificante.
Para mim eu achei assim, eu nunca ia ter como fazer uma viagem daquela, a não ser por um patrocínio, por causa do custo que é muito alto.
Eu achei que foi muito gratificante, na verdade eu nunca esqueci.
Perdi as fotos, mas na memória nunca saiu.
P/1 – Você perdeu as fotos?
R – Perdi.
O meu pen drive deu bug, aí eu terminei perdendo as fotos da viagem, que tinha bastante foto, que eu fiz.
P/1 – Quais são os seus sonhos?
R – Ah, meus sonhos é terminar de criar meus filhos, viver em paz, ir sempre à igreja, ter paz no trabalho também.
Amizade com os colegas, um bom relacionamento e, se possível, passar num concurso que ganhe mais também.
Porque a gente almeja melhoria para gente e para família também.
Ou então seguir carreira nos Correios mesmo, que é uma empresa que não atrasa, tem um plano de saúde muito bom e é assim.
P/1 – Agradeço seu depoimento, muito obrigada.
FINAL DA ENTREVISTA
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