IDENTIFICAÇÃO Ailton Peres de Moura, nasci no dia 31 de março de 1939, na cidade de São Miguel dos Campos, Estado de Alagoas. TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Antes da Petrobras, eu trabalhei nos Correios e Telégrafos. Eu entrei nos Correios e Telégrafos em 1960 e trabalhei até 196...Continuar leitura
IDENTIFICAÇÃO Ailton Peres de Moura, nasci no dia 31 de março de 1939, na cidade de São Miguel dos Campos, Estado de Alagoas.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Antes da Petrobras, eu trabalhei nos Correios e Telégrafos. Eu entrei nos Correios e Telégrafos em 1960 e trabalhei até 1966, quando ingressei na Petrobras. Mas, antes dos Correios, eu trabalhei no comércio de Maceió como balconista, numa loja chamada Armazém, na rua Aurora, que hoje não existe mais. Então, tinha feito concurso para os Correios, que foi até interessante. Fiz parte do primeiro concurso que houve nos Correios. Porque, até 1959, as pessoas entravam indicadas por políticos. Na época do Juscelino Kubitschek, eu entrei no primeiro concurso, como servente dos Correios. E, por incrível que pareça, o servente dos Correios, concursado, ganhava mais do que todos os demais empregados dos Correios, até inclusive do postalista e do telegrafista, que eram os níveis mais altos. Também tem um pouquinho da memória do Brasil aí, quando Juscelino falava da renovação do funcionalismo público federal. Isso foi em agosto de 1959. Quando foi em 1960, ele fez a renovação – o nome é até outro –, a reclassificação do funcionalismo público. Com essa reclassificação, ele colocou o postalista e o telegrafista lá em cima, mas o salário do servente continuou o mesmo. Depois, na eleição de 1960, o Jânio ganhou e encontrou um déficit total, porque o funcionário público teve um aumento enorme de salário. Eu acho até que a renúncia do Jânio foi por causa disso.
Nessa época, eu era jogador de futebol também, jogava bola no Centro Esportivo Alagoano, que é o time do CSA, de Maceió. Era uma pessoa bastante conhecida em Maceió. Mas, a essa altura, o salário dos Correios começou a defasar.
INGRESSO NA PETROBRAS A Petrobras estava surgindo como um eldorado, né? Eu fiz o primeiro concurso de auxiliar de produção que houve na Petrobras, em 1965, lá em Maceió. E passei. Fui transferido de imediato para trabalhar em Sergipe, onde estava começando o novo campo de Carmópolis. Inclusive, o meu pai achou uma loucura. Ele dizia: “Deixar de ser funcionário público federal para trabalhar numa empresa maluca como essa que está surgindo aí.” Porque eu já não era mais servente, já tinha outra função. Aí eu dizia: “Mas o salário de lá é bom, né? Se não der, depois eu saio.” Eu vim para a Petrobras, em 1966, direto para Sergipe, em Carmópolis. Na época, veio muita gente de Alagoas, porque a sede era lá. Sergipe estava começando, mas surgindo com muita força no petróleo. Então, veio um grande número de pessoas. Pessoas jovens, a maioria até com curso universitário, curso de segundo grau, aquela coisa toda, para trabalhar num verdadeiro campo de petróleo. Você não imagina o que era trabalhar. Eu trabalhava de noite, às vezes, numa estação coletora onde tem aqueles tanques e ficava sozinho. Porque não tinha energia elétrica, não tinha nada. Eu era acostumado a viver na boa vida em Maceió, era até jogador de bola, como disse, e fiquei exposto àquilo tudo.
Então eu fui trabalhar num setor que era chamado de moleza. Eu estou dizendo que era moleza em relação aos outros. Aconteceu nesse período um caso interessante. Apesar de ficar de noite, sozinho, era mole em relação aos outros que trabalhavam em sonda, em instalações. Mas lá em Carmópolis – isso é até ligado um pouquinho à história da Petrobras aqui –, tinha várias tubulações da Petrobras que passavam no local onde hoje é o Mercado. Aí o pessoal falou para eu pegar esse local de trabalho, porque eu praticamente não estava fazendo nada, era só uma espécie vigia. Então, me levaram para mudar esses tubos, em
Carmópolis, dentro da cidade. E lá era um verdadeiro lamaçal, era uma mini-lagoa. Eu sei que entrei com aquelas botas de borracha e entrou água na bota. Nesse dia, eu estava com muita febre, com o corpo bem mole, e fui fazer esse serviço. De cara, eu peguei – quem entende de Petrobras sabe o que estou falando - um tubo de quatro metros ou de quatro polegadas, muito pesado. O sol quente nos canaviais e eu tremendo de febre. Mas eu dizia: “Eu morro aqui dentro desse canavial, mas não digo que estou doente.” Por quê? Porque eu já tinha perdido o meu emprego nos Correios, eu tinha pedido demissão, tinha ido para lá, e alguém poderia pensar – porque naquele tempo existia essa rudeza – que eu estava fazendo corpo mole. Então eu dizia: “Eu morro aqui, mas não digo que estou doente.” Mas alguém percebeu que eu estava trêmulo e me levou para a enfermaria, me salvou, graças a Deus. Daí em diante, a Petrobras, para mim, é um sonho, um verdadeiro eldorado. Tudo que eu sou hoje é por causa da Petrobras.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Eu comecei a trabalhar, houve um concurso e passei a capataz de produção, que trabalha com aqueles cavalos-de-pau, aquelas unidades que bombeiam no campo de Carmópolis. Aí surgiu em Aracaju uma planta de gasolina. Esse nome é meio estranho. Para quem não sabe, planta de gasolina é onde se processa o GLP, Gás Liquefeito de Petróleo. É o gás de cozinha. Então, eu fui convidado para participar da montagem dessa unidade e ficar trabalhando lá, mas teria que fazer um curso. Aí eu fui para a Bahia, fiquei dois anos na EPBA fazendo curso. Na hora que eu estava fazendo esse curso e a unidade estava sendo construída aqui, surgiu a guerra Irã-Iraque. E, como sempre, faltou dinheiro para terminar essa obra em Aracaju. Como eu já estava na Bahia e estava classificado para a função que iria exercer, e aqui não tinha essa função, fui transferido de imediato para a Bahia. Trabalhei um ano e poucos meses na Bahia, no campo, nas plantas de gasolina de Catú e Candeias. Por quê? Porque aqui a unidade estava paralisada por falta de verba.
Então, a guerra Irã-Iraque me favoreceu. Quando surgiu a guerra Irã-Iraque, o mundo inteiro ficou pressionado pela falta de petróleo, aquela coisa toda. E aqui voltaram a agilizar a planta, porque poderia faltar gás e seria mais uma unidade. Então, um ano e pouco depois, eu tive que voltar para Aracaju, que era o meu sonho. Não que a Bahia fosse ruim. A Bahia é ótima, os baianos são ótimos, principalmente, as baianas, que são excelentes, né? Lá tudo é excelente. Mas só que a minha família estava toda aqui e eu havia sido transferido para lá.
OPERÁRIO PADRÃO Comecei a trabalhar na planta de gasolina e houve um certo destaque lá na planta: fui eleito Operário Padrão de Sergipe e Operário Padrão da Petrobras. Esse ano, 1988, foi o último ano de Operário Padrão do Brasil. E eu fui eleito, representando toda a Petrobras. Porque no Brasil inteiro também não teve nenhuma outra região que tivesse alguém da Petrobras.
Naquele tempo, o SESI e a Rede Globo promoviam o concurso. Eu lembro que a gente passava uns 15 dias de boa vida no Rio. Para você ter uma idéia, quando eu cheguei no Aeroporto Tom Jobim – naquele tempo ainda era Galeão –, com a minha esposa e todos os operários dos outros estados, a Rede Globo e o SESI estavam nos esperando. Eram todos os operários do Brasil, né? A Petrobras mandou um carro com motorista e foi uma briga danada entre o assistente social da Petrobras e o cara da Globo para me levar. E o cara: “Não, a Petrobras não tem nada haver com isso”
Bom, eu sei que a Petrobras me deu todo o apoio. A gente ia visitar vários lugares, ia no ônibus e atrás acompanhava o carro da Petrobras. Porque se eu precisasse, houvesse uma quebra na programação, como aconteceu, eu iria no carro da Petrobras para outro lugar. Então fui Operário Padrão 1988 da Petrobras.
TRAJETÓRIA PROFISSIONAL Aí surgiu lá na Reduc, lá no Rio de Janeiro, a implantação da nova planta de gás. E como a nossa planta era mais moderna, o grupo da Reduc veio estagiar aqui. E vendo o meu desempenho aqui, aquela coisa toda, acharam que eu deveria fazer a pré-operação. O que é a pré-operação? A pré-operação é partir daquela unidade muito complexa, na Reduc. E eu fui para o Rio de Janeiro e fiquei lá 45 dias na Reduc, ajudando essa unidade. Então a história na Petrobras é longa.
SINDICATO Eu sempre participei das atividades sindicais. Fui muito tempo diretor do nosso sindicato, o Sindipetro. Fui diretor desde quando entrei na Petrobras, entre 1972 a 1979 ou 1980. Nesse mesmo período, eu fui diretor da CNTI –
Confederação Nacional dos Trabalhadores de Indústria. É diferente da CNI. A CNTI tinha sede em Brasília, né? Nessa época, eu viajava muito para Brasília, porque eu era conselheiro de CNTI. Inclusive em Brasília, na sede da CNTI, na Asa Norte, o prédio tem sete andares e tem o meu nome naquelas placas como conselheiro. Então eu deixei os sindicatos, depois de determinado tempo. Eu permaneci sempre como sócio. Aí surgiu a Associação dos Aposentados.
ASSOCIAÇÃO DOS APOSENTADOS - ASPENE Hoje eu sou diretor da Aspene - Associação dos Aposentados da Petrobras no Norte e Nordeste. Essa associação foi coordenadora de todas associações do Brasil durante três anos. E, nesse ano, em março, no Rio de Janeiro, nós resolvemos criar a Federação dos Aposentados, Pensionistas e Anistiados da Petrobras do Brasil. E lá no Rio de Janeiro, com todas associações juntas, inclusive a AEPET e a AMBEP, que são poderosas, eu fui eleito presidente de Federação Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Anistiados da Petrobras do Brasil. Então, hoje eu sou presidente da FENASP, que é essa federação. Por sinal, amanhã, eu estarei viajando para o Rio de Janeiro. Então, agora na sexta-feira, nós estamos fazendo o nosso primeiro congresso de delegados. Vai ser uma inovação, a gente vai fazer uma teleconferência. A gente vai ficar no Rio de Janeiro e vai ter um tele-áudio – parece que o nome é esse – ligando Fortaleza, São Paulo, Salvador, Curitiba e Belém. E nós estamos querendo colocar 1200 pessoas, aposentados, na ABI, no Rio de Janeiro. Mandei até um convite para o presidente da Petrobras e para o ministro da Previdência Social. A gente está trabalhando para que os nossos direitos jamais sejam tirados, pelo menos para que os nossos direitos continuem.
FAMÍLIA Sou casado com a Glícia, fazemos parte do Lions Clube. Tenho três filhos, dois homens e uma mulher, e quatro netos, todos homens.
OPERÁRIO PADRÃO Conversa com o Presidente da Petrobras Quando eu fui operário padrão em 1988, fui recebido pelo presidente da Petrobras e ele perguntou: “Ailton, você se sente satisfeito na Petrobras?” Eu disse: “Ah, imensamente satisfeito. Só sinto que eu estou perto de me aposentar e infelizmente não tenho nenhum filho na Petrobras.” E ele disse: “Por quê?” “Porque os concursos são muito rigorosos e eles não passam. Tem um que ficou em quinto lugar, mas só tinham quatro vagas. Inclusive, presidente, eu sugiro ao senhor o seguinte: que dê prioridade aos filhos de petroleiros.” Aí ele disse, com ar de dono da verdade, olhando para mim seriamente: “Você quer mudar as normas da Petrobras?” Eu disse: “Exatamente.” Ele repetiu: “Você quer mudar as normas da Petrobras?” Eu disse: “Exatamente.” Isso no gabinete dele. E ele disse: “Por quê?” Eu disse: “Porque, seguindo o exemplo das empresas japonesas, onde há uma seqüência, pai, filho e tal, se tiver um concurso e houver um empate entre um filho de um petroleiro e um cara de fora, a prioridade deveria ser do filho da Petrobras. Por quê? Ele saberia que há uma disciplina rígida, porque aprendeu com o pai, e esse camarada ia ter mais facilidade de se adaptar ao sistema Petrobras do que um cara de fora.” Aí ele apertou minha mão e disse: “Você está certo. Eu tenho um filho de 21 anos que gostaria de me substituir, porque eu vou me aposentar agora, mas não é possível. Vou dar um exemplo que aconteceu no Edise. Nós tínhamos um motorista que tinha 37 anos de trabalho, mas nós nunca ligamos muito para ele. Ele era um cara eficiente e tal, né? Mas um dia ele teve um infarto e morreu. Foi quando a gente sentiu quem era ele, quem era a pessoa do motorista. E ele tinha um filho que trabalhava numa empresa contratada. Então nós pegamos o filho, foi responsabilidade total da diretoria da Petrobras, e o colocamos no lugar dele. E o filho correspondeu ao pai.”
IMAGEM DA PETROBRAS Então, uma das coisas que eu sinto é não ter deixado um filho na Petrobras. Porque eu sempre disse que a Petrobras só tem um lado ruim. O lado de fora. O resto é excelente. Eu, como presidente da Associação dos Aposentados, torço pela Empresa. Fizemos a Petrobras, vamos torná-la maior cada vez maior, porque a Petrobras é o símbolo do Brasil. E nós aposentados temos orgulho. Eu falo como aposentado e como presidente da Federação e sinto orgulho em dizer: “Eu sou da Petrobras, eu fui da Petrobras, eu defendo a Petrobras em todo lugar.” Então eu espero que sejamos sempre reconhecidos como petroleiros. A gente nem diz que é ex-petroleiro. A gente diz que é petroleiro, porque a Petrobras está no nosso coração, no nosso sangue.
ACIDENTE DE TRABALHO Um caso me marcou muito em 1970. Eu tive um acidente gravíssimo, me queimei praticamente todo. Eu estava em Sergipe, numa estação coletora de petróleo. Lá tem um tratador de óleo, que trabalha com a temperatura alta, e esse tratador explodiu. Eu praticamente me queimei todo. Eu tive muita sorte de me recuperar, mas fiquei seis meses afastado. Foi um fato marcante.
COTIDIANO DE TRABALHO Tem altos e baixos, claro. Na vida de todo mundo tem altos e baixos, mas sempre eu soube me comportar, nunca abaixar a cabeça para ninguém. Nem
para os meus subordinados, nem para as pessoas que estavam acima, no nosso caso, engenheiros. Sempre tentei mostrar meu trabalho. Também nunca faltei um dia de trabalho. Trabalhei 25 anos e um mês na Petrobras e nunca faltei. Sempre procurei primar por tudo que era disciplina, que era respeito em termos de profissão na Petrobras. No início, o trabalho era muito pesado. Nós viajávamos até Carmópolis em cima de caminhões, que tinham só a grade lateral para a gente se segurar. O acampamento ficava numa cidade chamada Maroim, distante de Carmópolis em torno de 15 a 20 quilômetros. É interessante que a gente ia pegar no trabalho à meia-noite e era uma tonelada de lanche. A Petrobras sempre primou pela comida, para encher a barriga da gente. Por isso que eu fiquei gordinho, antes eu era magro. De lá para cá não baixei mais. Então a gente ia trabalhar e antes a gente ainda passava no acampamento, comia carne, comia não sei o quê, para ir trabalhar meia-noite em cima desse caminhão. E tinha muitos fatos, assim, hilariantes.
HISTÓRIAS / CAUSOS / LEMBRANÇAS Eu trabalhava numa estação chamada coletora de petróleo e lá tinha uma casinha que era feita de madeira, a gente ficava sozinho. Nessa época, já tinha energia elétrica. A gente largava à meia-noite e começava a fazer um boletim da produção da área às 11 horas, 11 e meia nessa casinha. Tinha uma turma terceirizada – naquele tempo, a gente nem chamava terceirizados, era empreiteira mesmo, hoje é terceirizada, quarteirizada, sei lá – que dormia lá. Tinha um rapaz que ficava conosco, o nome dele era Maracanã. Ele tocava cavaquinho e bebia muito nas suas horas de folga. Mas ficava lá como um apoio, a gente ficava e ele ficava. Como era sábado, tinha a feira de Carmópolis, ele iria para lá e só chegaria no outro dia. Nós tínhamos um bureau de madeira tosca, que a gente mesmo tinha feito, para ter um apoio para fazer o boletim, e um banco de madeira, tosco também. Feito por nós mesmos. Eu estava fazendo o boletim, tinha uma lâmpada bem grande, 500 watts, parece, 500 velas. E aqueles besouros circulavam muito por ali. Estava aquele silêncio. Em frente, a turma dizia que ali tinha sido um cemitério. E o povo fazia aquele medo para a gente. O Maracanã deixou o cavaquinho bem pertinho, encostado na parede, com as cordas do cavaquinho viradas pro lado de cá. Quando eu estava fazendo aquele boletim, doido que chegasse a hora de ir embora, num silêncio arretado, eu vejo as cordas do cavaquinho ‘brurubu’, dar aquele sinal. Dei um pulo e virei com o resto: bureau, cadeira,
mesa e banco. Quem é que estava ali para tocar o cavaquinho, né? Você já está com aquele pensamento. Sabe o que aconteceu? Os besouros que estavam lá em cima, dois ou três, vieram e pousaram nas cordas. Aí deu naquilo. Mas o medo foi impressionante. Então, são coisas assim.
Nós tínhamos um amigo chamado Manuel dos Anjos, também conhecido como Manuel Nome Feio, porque o sobrenome era feio mesmo, chamava Manuel não sei o quê. Então, ele dizia: “Me dê uma chave 36 e uma mão de força que eu desmonto a Petrobras.” Esse cara hoje vive aí, é aposentado. Na realidade, eu vim hoje aqui, podia vir até mais preparado para isso, mas estou envolvido demais nesse congresso lá no Rio. Estava conversando pelo telefone antes de vir para cá, estou mais ligado lá do que aqui. Então a vida na Petrobras é uma vida de altos e baixos, como digo, mais altos do que baixos. Porque me aposentei relativamente bem, num nível bom, não tenho nada do que reclamar nesse sentido. Posso apenas reclamar das discriminações que está havendo, mas isso é outra história. Mas o nome e a palavra Petrobras, para mim, é como um santuário.
PROJETO MEMÓRIA PETROBRAS Já deveria ter acontecido esse resgate da memória dos trabalhadores da Petrobras. Eu senti que, no ano passado, quando o [Wilson] Santarosa mandou fazer aquele almanaque, ele não retratou a realidade. Eu cheguei até a comentar isso com ele. Aquele almanaque feito no ano passado falou uma coisa sobre a Petrobras, e algumas pessoas foram entrevistadas. Pessoas que a gente viu que, a maioria, não tinha história na Petrobras. Eu achei o Almanaque fraco, como a maioria das pessoas do meu tempo. Então é importante esse resgate agora, porque a gente não pode morrer sem ter uma memória. E o brasileiro já esquece muito. Eu ainda faço parte da junta comercial de Sergipe, que tem 104 anos e também está resgatando a sua memória. Contratou antropólogos, historiadores, está fazendo um serviço mais ou menos parecido com este. Então, a história da Petrobras não pode ser esquecida, uma história das pessoas que passaram por essa Empresa e deixaram uma marca bastante forte. Eu acho louvável essa iniciativa. Veio em bom tempo, nos 50 anos da Petrobras. Eu espero que ela se concretize com um negócio bem bolado e bem feito. Não sei como vai ser o final.Recolher