Ângela Bianco Assistente de Acervo Museu da Pessoa.Net Prezada Senhora, com estes escritos, concluo a minha empreitada de contar toda a minha modesta história. Gostaria que V.Sa. anexasse às remessas anterios, já disponíveis no Museu da Pessoa, pelo que ficarei ...Continuar leitura
Ângela Bianco
Assistente de Acervo Museu da Pessoa.Net
Prezada Senhora,
com estes escritos, concluo a minha empreitada de contar toda a minha modesta história. Gostaria que V.Sa. anexasse às remessas anterios, já disponíveis no Museu da Pessoa, pelo que ficarei imensamente grato. Quero, aqui, expressar o meu agradecimento pela atenção que esse Museu da Pessoa dedicou às minhas matérias, enquanto faço votos que outras pessoas sigam o meu exemplo para, que cada um de nós tenha a sua história disponível para agora e para a posteridade. Muito obrigado pela atenção, Odilon Alves da Rocha
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odilonar@uol.com.br
-Natal/RN
A CHEGADA
A
NATAL
Acabamos de chegar. Agora, viemos para ficar. Fomos direto para o apartamento de Da. Laura, minha sogra, onde deveríamos
permanecer, até que se encontrasse um imóvel para alugar. Dois dias após a chegada, vou ao banco me apresentar e marcar a data em que deveria iniciar os meus trabalhos. Tive uma surpresa no momento O Gerente já conhecia toda a história e foi logo me dizendo que eu seria o novo Subgerente da agência. Não é preciso dizer que, fiquei surpreso e ao mesmo tempo, vibrando, com notícia tão agradável.
Nem imaginava as dificuldades que me esperavam pela frente
Ter um cargo como esse, aqui em Natal, era muito diferente lá do Rio Vim de lá, pensando em ser caixa executivo, ao chegar, recebo uma promoção, só pode ter sido algo muito importante para o meu “ego” Enquanto isso acontecia, Igara e as crianças, suportavam aquele calor enorme,
já nosso conhecido, de um ano e pouco antes, quando do nascimento de Mano. Felizmente, logo consegui alugar um apartamento na rua Ernesto Fonseca, no Bairro Vermelho. Era um 1o. andar, muito ventilado e bem localizado. Fiz um certo esforço para conseguir o imóvel, já que, a autorização de pagamento do aluguel, pelo banco, ainda não havia chegado.
Dias depois, veio a resposta, porém, negativamente. Levei o problema ao Gerente Regional e mostrei a desvantagem que estava tendo, em relação aos demais colegas, que vieram de outras agências e, finalmente, depois, foi o caso resolvido satisfatoriamente.
Em casa, todos estavam, ainda, sob o impacto da transferência de Niterói para Natal. A novidade
era mano que,
estava dizendo as primeiras palavras. Não chegou a fazer muito sucesso, não Pelo menos, em matéria de sotaque Chamava a atenção pela aparência física, de criança muito bem cuidada; aliás, essa observação valia para os dois Eram, os dois, o orgulho dos pais
Voltando ao apartamento. Tinha um vizinho nosso, da rua Ernesto Fonseca, com quem logo me identifiquei. Tratava-se do advogado Valério Mesquita, então chefe de uma repartição federal. Não sei, qual delas. Lembro de um fato que vivenciamos juntos. Foi por ocasião do 1o. pouso do homem na lua. Como morávamos bem em frente à casa de Valério (hoje, ele é deputado estadual, na sua 3a. legislatura), fomos convidados a assistir o acontecimento que iria marcar a humanidade: o pouso de Neil Armstrong, astronauta americano, em solo lunar Era o dia 20 de julho de 1969. Bebemos uma garrafa de um bom vinho, para comemorar a façanha Pena, é que não vimos quase nada, por causa da péssima qualidade da imagem de TV, que tínhamos em Natal, naquela época De qualquer forma, valeu a intenção Isso foi assunto para muito tempo Vimos tudo, detalhadamente, através das revistas “O Cruzeiro” e “Manchete”, que exploraram o tema durante semanas.
Assim como eu, o nobre deputado gostava desses avanços da ciência Não sei nos dias atuais, com a responsabilidade de representante do povo Pelo explanado, tem-se a idéia de que tudo andava bem, com relação a moradia e família. E era isso realmente, o que acontecia As coisas só não corriam muito bem no lado profissional. Na nova missão de subgerente de um banco, desconhecido em Natal e até mesmo no Nordeste, as coisas ficavam muito difíceis para mim. Na função, precisava visitar os clientes da minha agência, acompanhá-los às vezes, socialmente, mas, ganhando um salário não condizente com o que eu representava, sem dúvida, complicou bastante o meu trabalho. Ainda mais, numa praça pobre, como o era a nossa, naquela oportunidade A verdade é que, o banco exigia bastante dos seus auxiliares, sem dar em troca a cobertura necessária ao bom desempenho das suas funções. Quando tudo parecia estar indo bem, o Gerente principal foi transferido para Fortaleza e veio substituí-lo um outro, oriundo de Cachoeiro de Itapemirim/ES.
De princípio, nos demos bem; mas, com o passar do tempo, começaram a surgir alguns desacordos. Não estávamos falando mais a mesma língua e fui obrigado a pedir transferência.
O sonho de Natal, durou
apenas 1 ano Consegui ser transferido para João Pessoa/PB.
Nesse novo endereço, iniciei na função de caixa, até que o subgerente foi promovido e transferido para Natal, em substituição àquele, sobre quem falei há pouco. O “cara” deu um golpe na praça, foi demitido e sumiu Isso veio confirmar o que eu pensava dele e tive que contar para o Gerente Regional, por ocasião do meu pedido de mudança para outra praça Neste momento, assumo a função de subgerente, mais uma vez, agora, porém, na cidade de João Pessoa, Capital do Estado da Paraíba. No próximo capítulo, contarei os meus passos na nova terra.
JOÃO
PESSOA
Com
uma vida já meio parecida com um andarilho, agora estou chegando a João Pessoa/PB,
após transferência da agência de Natal.
Os motivos foram mais ou menos contados; em suma, não estava me dando bem profissionalmente e a opção mais acertada no momento, seria mesmo mudar, mais uma vez. Saímos de viagem num “baixo astral”, danado
Além dos problemas no emprego, havia falecido a mãe de Igara, poucos dias antes. Tudo isso pesava muito, numa hora tão difícil para nós Mas, o espetáculo não podia parar, como diz o adágio popular. Tínhamos que continuar a nossa vida, a despeito dos contratempos que por ventura surgissem. E assim, o fizemos. Como não dispunha de recursos mais expressivos, fui obrigado a alugar a primeira casa que me apareceu. Apesar de meio antiga, era bem espaçosa e tinha uma bananeira no quintal, que dava uns frutos deliciosos Ficamos bastante tempo sem comprar
bananas A nossa era do tipo ouro, ou leite e amadurecida no próprio pé A casa ficava situada na Rua Sinésio Guimarães, perto da reserva florestal do “Buraquinho”, há uns 10 minutos do Centro, quando íamos nos “lotações” velhos, “caindo aos pedaços”, que faziam aquela linha Condução própria, nem pensar O salário não dava nem para comprar um “pangaré” Por aí, vê-se que a coisa não estava nada boa, em matéria de dinheiro Aluguei a casa e dois dias depois, estava me mudando. Igara abaladíssima com o desaparecimento da Sra. sua mãe, não achava graça em nada, especialmente, numa situação como aquela, quando fomos forçados a sair de Natal, para salvar o meu emprego Nos instalamos na casa,
quando os pintores ainda estavam dando uma mão de tinta, por conta do senhorio, para entregar o prédio em perfeitas condições de uso. Logo no primeiro dia, tivemos um aborrecimento enorme Igara tinha a mania de, após o almoço, tirar a sua aliança do dedo, para não arranhar, quando fosse lavar os pratos. No nosso primeiro dia em João Pessoa, como não podia ser diferente, agiu da mesma maneira O hábito de colocar a jóia sobre a mesinha de cabeceira, dessa vez, foi fatal
Um dos 2 pintores viu a aliança “dando sopa”, não teve dúvida, levou-a, por engano Pensava que era dele Com esse furto inesperado, no dia da mudança, lá se foram 8 gramas de ouro, sem contar o valor estimativo, que era muitas vezes maior Isso nos causou um tremendo mal-estar
Fosse hoje, eu teria me ressarcido, pelo menos, do valor material. Exigiria o reembolso da jóia, do dono da casa, que fora o contratante dos dois pintores. Era sua, a responsabilidade por qualquer dano que nos fosse causado, de acordo com a lei; mas, à época, eu era leigo, em matéria de Direito, daí, não conhecer o amparo da legislação, para casos dessa natureza Lamentavelmente, só me tornei advogado, alguns anos depois, quando de volta, mais uma vez, para Natal
Apesar desse desgosto, “tocamos o barco prá frente”, como se costuma dizer, vulgarmente Instalados na nova residência, agora era a vez do meu trabalho Na agência do Banco Nacional em João Pessoa, senti aquela mesma rejeição de um ano atrás, quando cheguei do Rio, para Natal. Outra vez, o problema do meu salário A minha faixa de remuneração estava superior à dos demais colegas e isso causava um certo desconforto
Pus em prática os mesmos princípios adotados da vez anterior; sempre cordato, amigo, humilde e colaborador, para não despertar a inveja dos colegas, que ganhavam menos do que eu Este assunto foi comentado anteriormente, portanto, não me deterei mais sobre o mesmo. Aos poucos, fui conquistando a confiança de todos Os próprios clientes davam boas informações ao meu respeito. Também, pudera Eu os tratava, como a uns príncipes Esse comportamento me fez crescer de tal forma, que em poucos meses, já estava dominando, completamente, o ambiente Veja só de que é capaz a necessidade, para se superar situações adversas A verdade é que, transpus os obstáculos, “dei a volta por cima” e venci a batalha
Há um provérbio latino que diz: “si vis pacem, para bellum” Ou seja: “se queres a paz, prepara-te para a guerra”
SÃO
BENEDITO
Estávamos num ano de Copa do Mundo
Era 1970, a Seleção Brasileira se candidatava ao Tricampeonato de futebol, nos gramados do México. E, finalmente, trouxemos a taça Por este motivo, a televisão dava muita ênfase ao assunto, de maneira especial, ao jogador Pelé Por causa desse acontecimento, comprei um televisor na Socic. O que trouxera de Niterói havia queimado, ainda em Natal. Não tivera a necessidade de adquirir um outro, porque a imagem televisiva da qual dispúnhamos nessa cidade, não compensava o investimento Agora, não O sinal era bom e valia a pena a aquisição Ainda mais, que não podíamos gozar outras “mordomias” , do tipo passeios, restaurantes e etc. Taciana à época, estava com 3 anos e 4 meses, enquanto Mano, tinha 2 anos e quase 4 meses Muito pequeno, ainda, via constantemente Pelé, nas resenhas esportivas. Como bom observador que era, gravou a cor da pele, desse jogador
Era um domingo do mês de junho de 1970. À tarde, por não dispormos de outras opções, fomos a uma igreja que fica situada entre o Ponto de Cem Réis e o Parque Solon de Lucena, bem no Centro da cidade. Entramos na igreja para assistir a missa e aproveitar para pedir mais sorte para a nossa família Queríamos tirar aquela “urucubaca” que tinha desabado sobre nós Quando entramos no templo, logo à direita, havia um nicho, com a imagem, sabe de quem? De São Benedito Na sua santa inocência, Mano viu a imagem e gritou, alto e bom som, “óia Pelé Óia Pelé” A platéia que estava concentrada nas suas orações, imediatamente, virou-se para trás, não sei, se pensando que se tratava do craque, ou por curiosidade, da blasfêmia cometida por aquela voz de criança, num momento tão solene, confundindo São Benedito com Pelé
Eu e Igara, quase morremos de vergonha Há muito custo, tiramos o menino daquele local, já que, o que ele queria mesmo, não era rezar e sim, contemplar Pelé, travestido de santo Como é linda a inocência de uma criança
O
MONTESSORI
O
Instituto Montessori foi a primeira escola, onde Taciana começou a estudar. Ficava situado na mesma Rua Sinésio Guimarães, onde morávamos e bem próximo à Praça N.S. de Fátima, no Bairro da Torre, em João Pessoa. Nesse educandário, como disse, as primeiras lições, os primeiros ensinamentos, foram transmitidos no ano de 1970 a Taciana e no ano seguinte a Mano. Não sei se eram alunos aplicados Acredito que sim, porque Igara acompanhava de perto todos os passos dos dois alunos. Se existe u’a
mãe que participava de todos os momentos dos filhos, essa, talvez, fosse das primeiras Lembro, que certa vez, um determinado colega andou dando uns murros nas costas de Mano, sem que a professora houvesse percebido; pois bem, no dia seguinte, Igara foi à escola, deu um “baile” da Diretora até o faxineiro Para completar, pegou o agressor de “jeito” e disse o diabo a ele Finalizou, dizendo que, se o menino voltasse a agredir o nosso filho, ela própria, iria dar-lhe uma surra, que jamais ele esqueceria Já pensou? Mas, a lição funcionou muito bem; nunca mais, se repetiu o problema Ocupado, como sempre, no banco, eu só tomava conhecimento dos “causos” à noite, quando voltava do trabalho. Mas, a minha “escudeira” estava sempre atenta, no sentido de dar toda a proteção necessária às crianças. Eu não precisava me preocupar, tudo corria perfeitamente bem, sob a orientação de Igara Com o passar do tempo, tudo deu certo. As professoras se tornaram grandes amigas, tanto das crianças, quanto da própria Igara, já que, diariamente, na hora do recreio, estava na escola com a mamadeira de Taciana
Mamadeira, sim Até essa época e por mais algum tempo, a menina não se alimentava com alimentos sólidos, do tipo feijão, arroz e etc. Tudo tinha que ser passado no liqüidificador e ingerido por intermédio de uma mamadeira Basta dizer que, guloseimas, como balas, chocolates e outras mais, ela não comia, porque não sabia ou não queria mastigar Creio que esse problema surgiu, ainda, quando novinha, de poucos meses, com aquele caso da banana machucada, com mel Karo, que descrevi lá atrás
Nem com o exemplo do irmão, que comia tudo que lhe desse, a menina sempre se negava a mastigar Mais na frente, vou contar o episódio da sua primeira mastigação
O tempo passou, nós, já acostumados com a nova moradia e conhecendo melhor a cidade, achamos que devíamos mudar para uma nova casa. Aquela serviu, apenas, para o momento da chegada, já que, não dispúnhamos de tempo, para se conseguir uma coisa melhor. Após quase um ano nesse endereço, encontramos a casa que sempre sonhamos Apesar de um pouco menor do que a primeira, estava situada numa ruazinha espetacular A tal ruazinha tinha o nome de avenida, não sei porquê Avenida Cônego Matias Freire.
Com menos de 100 metros de comprimento, nessa avenida, passamos alguns dos dias mais agradáveis das nossas vidas Os moradores eram todos antigos e proprietários das casas. Só nós e Da. Anita, ficamos ali como penetras Mas os dois estranhos, nos demos muito bem Não chegamos a ser segregados; pelo contrário, depois de pouco tempo, tanto nós, como Da. Anita, passamos a ter uma liderança invejável naquele ambiente Quem era, essa Da. Anita? Uma senhora de uns 60 e poucos anos de idade, nascida de família abastada do interior, que veio depois, para a Capital, onde ficou, até se passar para o 2o. pavimento, pouco tempo depois, que nos mudamos para Natal, vindos de João Pessoa. Era uma pessoa incrível Alegre, brincalhona,
presepeira e com uma cabeça de 20 e poucos anos, num corpo que tinha mais de 60 Espero, assim, ter descrito a nossa vizinha de frente
Vou tentar lembrar uma das suas brincadeiras, para contar no próximo capítulo
A
MATIAS
FREIRE
Já
falei acerca dessa rua, que, por acaso, é uma avenida Pois bem, aqui, tudo foi muito bom. As famílias pareciam de uma mesma árvore genealógica, tanto era o entrosamento que as uniam Com o espírito extrovertido que Deus lhe deu, Igara se “soltou” nesse novo ambiente, após ter encontrado uma “pareceira”
à altura, nas muitas brincadeiras e peças que pregaram Estou falando de Da. Anita, aquela que mencionei, há pouco. Prometi contar alguma peripécia praticada por ela (Da. Anita) e aqui vai uma: certo dia, logo cedo, os moradores das casas iam acordando e notando que alguma coisa estava errada Sabe o que aconteceu?
Essa senhora, depois que alguns foram dormir, passou a entrar nas áreas da frente das casas e trocar os vasos de plantas, de uma, para as outras.
Foi um sucesso Todos preocupados com o ocorrido Como é que podia acontecer uma coisa daquela, sem que ninguém visse?
Um determinado dia, Igara diz, inocentemente, que só não iria embora, por falta de u’a mala Não deu outra Quando amanheceu, estava na nossa porta u’a mala velha, com alguns molambos e um bilhete, que dizia: “se é por falta da mala, está aí, boa viagem” Eram coisas desse tipo, engraçadas, sem maldade, mas, que divertiam a todos, pela simbologia que representavam Quando voltamos para Natal, soubemos, algum tempo depois, da sua morte. Uma pessoa boníssima, que fez muita falta com a sua partida, especialmente, aquela gente boa que morava na Av. Cônego Matias Freire. O provérbio diz que as coisas boas da vida, normalmente, passam tão rápido, que às vezes, nem percebemos É uma verdade O tempo que ficamos residindo nessa rua, passou como a luz de uma vela, no dizer de tia Iaiá Esta, irmã da minha Mãe, falecida há alguns anos atrás, aos 92 anos de idade. Aqui, os nossos filhos se deram muito bem. Continuaram estudando no Instituto Montessori, com a Profa. Elza, uma jovem muito bonita, que prestava os seus serviços nesta escola. A nossa casa tinha um quintal muito grande, onde havia um abacateiro enorme, um cajueiro, uma goiabeira e uma bananeira; era uma pequena chácara Quando estava na safra, o tal abacateiro botava tantos frutos, que mesmo dando para a vizinhança, não faltava abacate na nossa casa Até nisso, nos demos bem, nessa morada Aqui ficamos quase 3 anos. Foi um período áureo, em quase todos os sentidos
Dessa residência, mudamos para a casa mal assombrada, onde Igara viu, certa vez, o antigo morador enforcado e depois, para a outra, de um ex-colega de Seminário, de onde partimos para Natal, agora, definitivamente, no final do mês de dezembro de 1973. No ano anterior, 1972, o Brasil comemorou o sesquicentenário da Independência. Lembro, que por causa das comemorações, os estudantes tiveram que aprender o Hino Nacional Brasileiro. Como os meus filhos estudavam à época, também aprenderam um hino, que não era o nacional, mas parecia bastante Chegaram a casa satisfeitos e radiantes, porque a professora tinha ensinado a eles o nosso principal hino patriótico Pedi-lhes que cantassem Os dois, ao mesmo tempo, cada um querendo saber mais do o outro, começou a cantar parte da 1a. estrofe do Hino Nacional (deles), que dizia assim: “ Elvira do ciranda as marges plástica” E por ai, afora
Se
Francisco Manoel da Silva, o autor da letra original, escuta tamanha blasfêmia, provavelmente, teria um enfarto e talvez, viesse a morrer de tristeza
IDAS
A
PILAR
Durante os quase 4 anos que moramos em João Pessoa, de quando em vez, íamos passar os fins de semana em Pilar. Menos de 1 hora de ônibus e estávamos na terra onde nasci.
Aqui moravam Tia Rosa, seu marido José Lins, Irinha e Alicinha, filha do casal. Para nós, esses passeios se tornavam bastante interessantes, primeiro, porque revíamos os parentes, segundo, porque tínhamos contatos com a vida e os costumes do interior e terceiro, porque Tia Rosa nos recebia maravilhosamente bem, inclusive, com uns cardápios, que só em pensar, fico mastigando no seco Era cada comida, que nem os hotéis de 5 estrelas oferecem aos seus hóspedes Pena que não vamos mais a Pilar Enquanto Igara ficava com tia Rosa e Irinha, eu ia ouvir as conversas de Zé Lins Ele sempre tinha uns bons “papos” para me contar. Falava-me de seus bens. Para mim, era uma qualidade admirável, que nem todos a têm
A filha Alice, era a maior colecionadora de brinquedos da cidade Na época, havia bonecas maiores do ela própria, na sua coleção
Só que, servia apenas de “status” Não sei se era a menina que não gostava de brincar com elas, ou se havia uma proibição, por parte de alguém; a verdade é que os brinquedos estavam sempre em suas caixas, como se vê nas lojas de exposição
Taciana e Mano, que não tinham 1/10 (um décimo) daqueles brinquedos, ficavam admiradíssimos Eu não tinha inveja, mas,
ficava triste, por não poder proporcionar o mesmo aos meus filhos. Bem que gostaria, mas com aquele salário minguado que recebia do banco, nem pensar, numa condição daquela Graças a Deus, eles foram bastante compreensíveis e aceitavam, naturalmente, o desequilíbrio Mas isso, não vem em demérito às nossas visitas à casa de tia Rosa. Sempre foi muito bom visitá-la Nada desses fatos, evitou que fizéssemos esses passeios várias vezes. Sentíamo-nos muito bem compensados, toda vez que nos deslocávamos à cidade do Pilar, para rever a família. Foi numa dessas viagens, que aproveitei para rever os meus caminhos da infância, assunto abordado no início dessa obra. Como escrevi na ocasião, tudo havia mudado Aquela satisfação, a coisa gostosa de atravessar o Rio Paraíba, o movimento de pessoas na estação do Pilar, tudo acabara, para a minha tristeza e decepção Agora, eram tempos novos, com estradas asfaltadas, com fuscas, com o ônibus que passava pelo Pilar, de manhã, com destino a João Pessoa e voltando à tardinha, indo para Umbuzeiro, a terra que viu nascer o maior jornalista brasileiro de todos os tempos, Assis Chateaubriand, o fundador dos Diários Associados, da revista “O Cruzeiro”, da 1a. Televisão da América Latina, a TV Tupi de S.Paulo, inaugurada em 1950. Uma curiosidade,
em Umbuzeiro nasceu Assis Chateaubriand e no Pilar, cidade vizinha, José Lins do Rego, um dos maiores romancistas brasileiros
Nessa história toda, há um detalhe que não posso esquecer e devo registrar. As mais das vezes, o horário
do único ônibus que passava por Pilar, vindo de Umbuzeiro, com destino a João Pessoa, não nos convinha e o que é pior, iríamos perder algumas horas, que poderíamos estar em companhia daqueles parentes tão receptivos e agradáveis; nesse momento, surgia tia Rosa, exigindo que nós ficássemos e ela “patrocinaria” a nossa viagem de volta, na confortável “Rural” de Aluísio, um amigo da família, que sempre estava à disposição, para as
viagens “extras”
Nós adorávamos aquelas intervenções Tia Rosa sempre nos surpreendia com situações desse gênero Não se envaideça, mas, a sua figura ficou marcada de maneira indelével na minha e na memória dos meus Fica aqui a
nossa gratidão, pelos momentos inesquecíveis que a senhora nos proporcionou
E por isso, recordo, com muita saudade, ainda hoje, aquele tempo Tempos idos, que não voltarão jamais, pelo menos, da
maneira como aconteceram
A
BRASÍLIA
“OCRE MARAJÓ”
Tia
Rosa e família se mudam para João Pessoa. Deixaram a cidade do Pilar, depois de dezenas de anos, residindo nesta cidadezinha, situada às margens do Rio Paraíba. Quando se instalaram na Capital, nós estávamos morando numa casa muita bonitinha, apesar de estar situada num local meio humilde, ainda no bairro da Torre.
Glauco, era proprietário do imóvel;
fora meu contemporâneo no Seminário. Facilitou as coisas e logo mudamos, sem muita burocracia. Parece que ele ainda estava imbuído daquele “espírito de corpo”, que geralmente, domina nos ambientes coletivos. Apesar de bem construída e com uma aparência muito agradável, ficava numa rua sem calçamento e o meu vizinho da esquerda, era um carroceiro Em frente à casa, funcionava a estrebaria.
Ali, a força propulsora da carroça ( o cavalo), se alimentava e fazia as suas necessidades fisiológicas O problema é que, o vento estava em nossa direção e trazia um pouco do mau odor dessa cavalariça improvisada, sem contar com uma quantidade enorme de moscas e muriçocas Ainda bem, que demoramos pouco, nessa casa. Logo chegou o meu desligamento do banco, que estava sendo o outro “calo” na minha vida Banco particular não costuma dar camisa a ninguém; eu não poderia ser a exceção Daí, aquele pedido de Igara, no sentido de que o Gerente solicitasse a minha demissão. Enquanto o pedido não foi atendido, continuamos por aqui, onde recebemos, algumas vezes, a visita de tia Rosa e família.
Zé Lins vinha dirigindo a sua Brasília de cor amarelo canário, meio a contra gosto, porque o seu pedido fora para a cor “ocre marajó”. Passou
meses falando nisso e quando chega o carro, não tinha a cor que desejava Isso foi motivo para muita reclamação Mas, ao final, já estava se acostumando e passou a gostar, depois de alguns anos usando a Brasília amarela Apesar de não ter sido do seu desejo, como disse há pouco, o carro era cantado em verso e prosa Alguns anos após, quando já morávamos em Natal e íamos visitá-los em João Pessoa, Zé Lins sempre me chamava até garagem, para mostrar o estado em que se encontrava o veículo. Fazia questão de salientar que, ainda tinha o “cheirinho” de novo; mostrava o “estepe” e dizia: este nunca foi ao chão Quatro, cinco anos, depois, o carro marcava uma quilometragem de 10.000 quilômetros O que se roda, normalmente, em 6 meses Ele contava isso, como se fosse um troféu, na sua vida de motorista Vibrava com esse tipo coisa Eu achava interessante o modo como se referia ao carro Para mim, era uma conversa diferente e que eu gostava de ouvir, apesar dos muitos detalhes usados, para realçar o diálogo Foi, ainda, na casa de Glauco, onde os nossos filhos foram acometidos de sarampo. Ah, doencinha danada Foram uns 15 dias de muita luta, para que os meninos sentissem menos, os efeitos danosos da doença. Ficaram totalmente chagados. Que coisa horrível Mas, poucos dias depois, já estavam em plena recuperação e puderam voltar à vida normal. Foi um sufoco, às vésperas da nossa saída de João Pessoa para Natal.
Nessa época, tivemos os primeiros contatos com José Rocha, um primo que ia a João Pessoa visitar o seu sogro, que se encontrava hospitalizado no Hospital S. Vicente de Paula, onde fora fazer uma cirurgia muito delicada.
Em conversa com Zé Rocha, contei-lhe da minha próxima saída do banco. Que não tinha nada em mente, em matéria
de trabalho. Foi aí, então, que me falou de um seu projeto agropecuário, nas proximidades de Ceará-Mirim, há uns vinte e poucos
quilômetros da Capital. Entusiasmei-me com a idéia e disse que topava o desafio Disse-me, também, que a realização do projeto era coisa para longo prazo. Não seria uma coisa para já.
Verbalmente, acertei tudo. A partir daí, criei um ânimo maior, no sentido de
voltar para a terra potiguar, o que aconteceu, poucos meses depois. E assim, contando quase 11 anos de banco, recebo a minha demissão, pedida há algum tempo atrás.
Iria começar uma nova vida. Será que teria feito uma boa opção? Só o tempo, poderia me responder este questionamento. Agora, não podia mais recuar. A sorte estava lançada Depois, veremos se foi acertada a decisão
A
VOLTA , MAIS UMA VEZ
Chegou o grande dia. Após algum tempo de espera, já desiludido com o Banco Nacional de Minas Gerais, onde trabalhava há quase 11 anos, recebo o comunicado do meu desligamento. Apesar de querer o fato, a cabeça fica a “mil”; será que agi corretamente? Não fiz, por acaso, uma bobagem? Uma série de interrogações desse tipo, povoa a nossa cabeça, numa hora dessas Mas, a sorte estava lançada e não podia mais recuar A situação da agência onde eu trabalhava era cada vez mais difícil, a administração sempre a exigir mais depósito e nós não tínhamos algumas vantagens que outros bancos davam aos seus clientes; isso nos prejudicava bastante, em termos de competição. Depois de medir e pesar os prós e contras, resolvi tomar a decisão de que, melhor seria deixar a vida de bancário e enveredar por outro caminho. Apesar de meio covarde numa decisão como essa, Igara veio, decisivamente, favorável à idéia. Aliás, foi ela, quem solicitou a minha demissão, como disse, lá atrás.
Sei, que não é a melhor opção, deixar o certo, pelo duvidoso, mas, com um apoio incondicional, como senti, vindo de Igara, não me restou outra alternativa, que não a de abandonar aquele tipo de trabalho e partir para outro Resolvido todos os problemas, cortamos os vínculos com a Capital paraibana e partimos para Natal, em busca de uma nova oportunidade. Conseguimos alugar uma casa no conjunto Mirassol. Ficava
bem próximo à UFRN
e à margem da BR 101. O conjunto havia sido inaugurado há pouco; estava “novinho em folha”, como dizemos, comumente, em referência às coisas novas
A casa pertencia a uma jovem que trabalhava na Reitoria da Universidade Federal e não iria utilizá-la, pelo menos, naquele momento. Foi uma informação de Sebastião, meu cunhado, que conhecia a proprietária.
Estávamos começando com o pé direito. A casa, que geralmente dá um certo trabalho para encontrar, dessa vez, foi relativamente fácil. O problema aqui, era a condução. Precisávamos descer para a BR, para pegarmos os ônibus de Neópolis, distante uns 500 metros da casa.
Afora isso, tudo o mais, com referência
à casa estava perfeitamente bem. O conjunto tinha sido entregue há pouco tempo e por este motivo, fomos os primeiros inquilinos do prédio. Três dias após ter chegado, fui ao Inocoop, para ver as possibilidades de me inscrever em um conjunto residencial que teria o início de sua construção, para breve. Fiz a minha inscrição, que tinha o No. 1.524; o projeto era para 2.000 casas.
Uma curiosidade no ato de me inscrever, foi que precisava ter o contracheque, documento hábil, para se ter um parâmetro para a prestação mensal do imóvel. E o pior. É que eu ainda não estava trabalhando; acabara de deixar o banco e não havia conseguido um novo emprego. Mais uma vez, recorri a um parente, que prontamente, “forjou” um documento, onde dizia que eu trabalhava no escritório dele e tinha um salário condizente, para a inscrição, como candidato a uma moradia do tipo “A”, no conjunto Candelária, aqui em Natal.
As casas eram dos tipos: A, B, C, D,
E.
A “armação” deu certo e eu agradeci àquele parente, que me “quebrou um galho” dos grandes
Só para se ter uma idéia da aventura, 3 meses depois, quando já trabalhando legalmente, com carteira assinada etc., o meu salário só daria para a casa do tipo “B”. Além do mais, talvez já estivesse encerrado o prazo para as inscrições Para salvar a pele da gente, algumas vezes, temos que tomar umas decisões não muito éticas, lamentavelmente Não me arrependo do fato. Faria tudo de novo, para conseguir o meu intento, apesar dos pesares
Com a família instalada na nova residência, eu estava tranqüilo
para agir o meu problema profissional.
Iniciei, prestando ajuda no escritório daquele parente, onde fiquei uns dois meses. Trabalhava diretamente com o contador daquele projeto agropecuário, de que falei um pouco atrás. Dizia-me que, o tal projeto, seria negócio para o longo prazo; eu deveria procurar uma outra coisa.
Até que, um certo dia, ele próprio, soube da demissão do sub contador do escritório da Usina Estivas S/A . Participou-me o fato e me encorajou a tentar essa vaga na usina. Como sendo amigo de longas datas do Sr. Barreto,
contador dessa empresa, de imediato, falou com o mesmo, via telefone, ao meu respeito. Marcamos, para nos encontrarmos
no mesmo dia, à tarde.
O Sr. Barreto era antigo conhecido do meu pai, quando do tempo em ele era o administrador do Engenho Limoal, lá perto da usina, a uns 3 quilômetros da cidade de Goianinha. Na oportunidade, acertamos tudo. Pediu-me para vir no dia seguinte, para me apresentar ao Diretor Presidente da Usina Estivas, Dr. Murilo Tavares de Melo. Conforme o combinado, compareci e fui com o Sr. Barreto à presença do Diretor, para uma espécie de entrevista. Na véspera, o Sr. Barreto me pedira para fazer uma carta, endereçada ao Dr. Murilo, solicitando emprego e apresentando a minha proposta salarial, etc. Como não sou bobo, nem nada, deixei em branco a questão de salário. Que me pagassem, de acordo com o meu desempenho profissional; foi a opção mais adequada que achei naquele momento.
Amauri, aquele que me falou do emprego e me levou até o escritório da usina, concordou comigo; disse que agi bem, muito embora, acreditasse, que o Sr. Barreto determinasse o mesmo valor remuneratório pago ao meu antecessor. Acredito que Amauri já sabia, pois, foi o que aconteceu.
Iniciei com um salário de Cr$ 1.500,00 (um mil e quinhentos cruzeiros), correspondentes a um pouco mais de 7 salários mínimos, à época. Adorei a proposta. Era mais do que eu
recebia no banco Comecei com o pé direito no novo emprego, onde fiquei, durante 8 anos. Estávamos no mês de março de 1974. Dava início a uma nova vida profissional, agora, como uma espécie de subcontador
da Usina Estivas S. A . , em Natal. O escritório da empresa ficava situado à Av. Tavares de Lira, no. 77, no Bairro da Ribeira. Neste endereço, permanecemos até meados de 1977, quando nos mudamos para a Rua Mipibu, no. 353, no centro da cidade, pertinho do Hospital Infantil Varela Santiago. Desde o início, gostei do tipo de trabalho, dos colegas e principalmente, da política adotada pela empresa, tanto com referência aos seus empregados, quanto com os seus compromissos diversos, em relação a fornecedores e tudo o mais, que se relacionava
ao seu funcionamento, como um todo. A situação solvente da firma, transmitia aos seus servidores uma confiança muito forte, com relação à segurança dos mesmos. Não existia aquela intranqüilidade constante, que eu sentia, na época em estava no banco, cheio de metas a cumprir, sempre no sentido de fazer crescer a organização, sem a devida correspondência, em benefício dos empregados. Acreditei que fiz um ótimo negócio E o fiz, realmente Estava plenamente satisfeito com o novo trabalho Na ocasião, morando no Mirassol e trabalhando na Ribeira, para depender de ônibus, ainda meio precário, na cidade, resolvi satisfazer um desejo muito antigo, ainda dos meus tempos de menino; comprar uma motocicleta. Começavam a aparecer as motos importadas do Japão, principalmente, das marcas Honda e Yamaha. Para resolver o meu problema de condução, nada melhor do que me aventurar na emoção jovem, de pilotar uma moto Só que, no meu caso específico, não seria
emoção e sim, a necessidade de locomoção. Comprei uma moto japonesa, da marca Honda, 50 cilindradas, branca e azul, a qual, me resolveu os problemas de idas e vindas ao trabalho Além do desejo antigo de possuir uma motocicleta, resolvi uma situação que me estava prejudicando: o tempo gasto nos deslocamentos até o local de trabalho. Como eu não podia comprar um carro, a solução mais viável foi, realmente, esta aquisição.
Até para os pequenos passeios de fins de semana, o
veículo “quebrava o galho” Como as minhas crianças eram pequenas, normalmente, eu levava as duas de uma só vez De forma meio precária, mas, se resolvia o caso Vou dar um exemplo: quando íamos à casa de Neraldo e Laurinha, geralmente, no domingo à tarde, eu levava Taciana e Mano, de uma vez e voltava, para pegar Igara. A distância era pequena, uns 2 quilômetros; dava tudo certo; na volta, invertia a ordem, trazia primeiro Igara, para ficar em casa e voltava, para pegar os meninos É aquela história: “quem não tem cachorro, caça com gato”, não pode é deixar de caçar Apesar de me ter sido muito útil, caí duas vezes Uma delas, foi um pouco mais séria Mas, no final, tudo se acertou e eu não fui para o 2o. pavimento
OS
COLÉGIOS
DOS
FILHOS
Uma das nossas grandes preocupações, com relação aos nossos filhos, foi exatamente o problema educacional. Tínhamos um cuidado enorme nesse sentido, procurando sempre o melhor, dentro das nossas possibilidades.
Quando nos instalamos no novo endereço, fomos, imediatamente, providenciar uma escola adequada para as duas crianças.
Inicialmente, por ter uma cunhada lecionando no Ginásio São Luiz, cuja direção ficava a cargo o Pe. Eymard
Monteiro, optamos por matricular os filhos neste educandário. Nele, inclusive, estudava, na época, a filha caçula do Governador do Estado, Cortez Pereira. Talvez por esse motivo, as festinhas comemorativas eram bastante animadas e concorridas
Quanto à qualidade do ensino, era bem razoável, já que, o padre Eymard, era um diretor muito exigente Lucramos com isso Taciana fez todo o 1o. grau no S. Luiz, enquanto Mano, fez até a 7a. série. Daí, nós os transferimos para o Colégio N. S. das Neves. Este, era dos mais renomados da Capital, disputando de igual para igual, com os colégios Marista e Salesiano. Esperamos uns dois anos, até que as freiras aceitassem as matrículas dos dois. Lembro que havia muita dificuldade para se colocar um filho no Colégio das Neves; imagine-se dois, ao mesmo tempo Mas, conseguimos Enquanto Taciana sofreu um pouco, no início do 1o. ano do 2o. grau, Mano, por sua vez, logo se adaptou e foi bem, desde a 8a. série (quando entrou no Neves), até a conclusão do 3o. ano. Recordo, até com certa saudade, quando ele apostava com Alexandre “coquinho”, na disputa cronometrada, para soluções de problemas de matemática, física e etc.
Para deixar Mano “afiado” para o vestibular, já que era candidato ao curso de medicina, coloquei-o, também, no cursinho particular de Roberto, lá no Alecrim, um especialista em preparar “feras”, especialmente, os vestibulandos de medicina, odontologia e engenharia. Creio que a nossa opção foi boa, e, melhor ainda, o resultado final.
Dos dois, o primeiro a se submeter ao ingresso na universidade, foi Taciana. Escolheu, contra a nossa vontade, o curso de Serviço Social; nós desejaríamos que fosse Direito, mas, jovem, quando quer uma coisa, dificilmente, se consegue mudá-lo de idéia Não sei, se ficou satisfeita com o curso que fez? Ao terminar o curso de
Serviço Social, tentou o vestibular para Direito, não conseguiu êxito. Em seguida casou e acredito, que tenha desistido de continuar tentando. Com Mano, foi mais fácil. Ainda no início do 2o. grau, andou falando em Arquitetura; talvez, porque desenhava, mais ou menos, o “Falcon” e alguns outros super-heróis da sua preferência Porém, nós fomos mais fortes do que eles e o convencemos de que, para passar tanto tempo na universidade, só por um curso, que tivesse um retorno certo e seguro Graças a Deus o filho nos ouviu
e optou por uma graduação invejável Acreditamos que esteja satisfeito, apesar dos muitos plantões e desses 4 anos fora de casa, fazendo a sua Residência Médica e Aperfeiçoamento, tão longe da família O tempo nos dirá se tínhamos ou não razão, em o orientando a fazer o curso de Hipócrates
Assim, em poucas palavras, descrevi fases escolares importantes, na vida dos filhos: Taciana e Mano. Iniciei com o Montessori, (em João Pessoa), falei da 2a. escola, que foi o Ginásio S. Luiz, a 3a., o Colégio das Neves e finalmente, a Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN.
O
PERÍODO
ENTRE
1974/1978
O período compreendido entre os anos de 1974/78 passou por uma série de mudanças na nossa vida, especialmente, em matéria de estudos. As crianças, agora, adolescentes, continuavam estudando no Colégio das Neves, enquanto eu, comecei a pensar que deveria, também, voltar a estudar. No trabalho, tudo corria normalmente. A única alteração, foi que o escritório da usina mudou da Ribeira, para o centro da cidade, no final de 77. Como disse, me veio a idéia de fazer um curso superior. Contudo, por não ter concluído o curso de humanidades, no Seminário, precisei fazer exames do supletivo do 2o. grau. Inscrevi-me e me submeti às provas. Não consegui êxito em biologia, porém, por medida de precaução, efetuei inscrição, também em João Pessoa, para todas as matérias. Quando tomei conhecimento dos resultados de Natal, vi que tinha ficado, exatamente, em biologia. Submeti-me à seleção, em João Pessoa e passei. Convém que se faça uma pequena ressalva. Quando estava no Seminário, não estudei biologia, física e química; daí o meu receio, quando da ocasião de prestar os exames supletivos. Agora, aprovado no 2o. grau, com o diploma na mão, vinha a etapa, aparentemente mais difícil - o vestibular. Porém, como eu tinha me preparado para o supletivo, entrei “de cara”, para o vestibular de Ciências Contábeis, na UFRN. Optei por contábeis, porque trabalhava, exatamente, no setor de contabilidade da Usina Estivas. Não me foi tão útil, como imaginava, mas, de qualquer forma, ajudou um pouco Eu estava com 42 anos, quando fiz o vestibular. Das oitenta vagas para esse curso, fiquei entre os 20 primeiros Fui aprovado para o 1o. semestre. Sorte, não?
Lembro um fato que ocorreu nessa oportunidade; às vésperas do resultado, fui comprar umas “bebidinhas”, para comemorar a minha aprovação. A moça do caixa, do supermercado, não sei por quê, me perguntou se eu iria comemorar alguma coisa Respondi-lhe que sim. Era para beber, por ocasião do resultado do vestibular. É de um filho? Não, é meu E o senhor compra antes de conhecer o resultado? É que tenho certeza que passei Não quero deixar para a hora; assim, já estou prevenido Pediu o meu nome e o curso. Quando voltei, dias depois, ela me deu os parabéns
Nesse vestibular de 78, havia voltado a prova de redação. Fazia anos, que tinham suprimido esse tipo de exame. Modéstia à parte, a melhor nota da redação do curso de contábeis, foi a minha Penso, que foi sorte Antes de entrarmos para a prova, recordo que havia candidatos, com 3 ou 4 temas diferentes, decorados Se cai um assunto daqueles, provavelmente, essas pessoas teriam se dado muito bem. Porém, foram dois pequenos textos, de onde teríamos que tirar a idéia central, que seria o tema da redação Ninguém esperava aquela “casca de banana” Foi um Deus nos acuda Muita gente se deu muito mal; não sabia nem como começar A minha dificuldade foi descobrir o tema Quando consegui, escrevê-lo, foi muito fácil
Sei, que no dia seguinte, os jornais locais trouxeram muitas matérias sobre a tal redação. O Diário de Natal trazia na sua manchete principal a prova de um candidato, que deve ter tirado “zero”, consequentemente, foi eliminado do vestibular A redação desse “desesperado” vestibulando, era o seguinte: o desenho de uma caveira, com dois ossos atravessados e a seguinte inscrição: “enquanto as palavras vão viajando eu vou me lascando”
Essa presepada, tomou toda a 1a. página do jornal. E o “cara” ainda assinou a prova, o que era proibido
Ainda hoje, quase 20 anos depois, lembro que fumei 3 cigarros, até chegar a uma conclusão sobre qual seria o tema da prova Dos quase 40 que estavam na minha sala, fui o primeiro a começar a redigir e o primeiro, também, a entregar o gabarito. Das 4 horas disponíveis, para se fazer essa primeira etapa - Comunicação e Expressão, gastei exatos, 1 hora e 20 minutos
Para quem
estava há 23 anos, sem pegar num livro didático, creio que foi uma grande façanha O pouco que eu sabia, devia, exatamente, àqueles 6 anos de Seminário. Foi por isso, que quando falei sobre ele, atribuí-lhe uma nota 10 (dez) Volto a frisar; não desmerecendo as demais instituições de ensino, o que se aprendia no Seminário ficava gravado na mente. A prova disso, está nos dois vestibulares que eu fiz, praticamente, sem nenhum aprendizado extra. Assim, fiz o meu curso em 4 anos, recebendo o meu diploma de bacharel em Ciências Contábeis, em dezembro de 1981. A última façanha dessa etapa, foi a escolha do meu nome, para orador geral das turmas concluintes. Disputei com candidatos de vários cursos, tais como: Direito, Medicina, Engenharia, Psicologia, Economia, Letras, Odontologia e outros mais. O meu discurso foi o escolhido por uma mesa de professores da UFRN, especialmente convocada, para essa seleção. Desta maneira, fechei com chave de ouro o meu bacharelado em Ciências Contábeis Presentes à solenidade, estavam: o Ministro da Justiça, o Governador do Estado e o Presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho, entre outras autoridades.
Ainda na década de 70, realizei um sonho de todo brasileiro de classe média; comprar a sua casa própria. Disse um pouco atrás, que logo que cheguei de João Pessoa, me inscrevera no S.F.H., (Sistema Financeiro de Habitação), para a aquisição de uma casa própria. Fiz a minha inscrição e incentivei algumas pessoas a que também o fizessem.
Dois foram “nas minhas águas”: Marinita, minha irmã e Sebastião, meu cunhado. Os dois, também, conseguiram receber as suas casas. Não sei, se lembram, que eu os ajudei, em incentivando nessa empreitada O conjunto seria construído numa região totalmente desabitada. Daí, muita gente não ter se interessado pelo projeto. Hoje, passados 20 anos, lamentam não terem feito o negócio O parque residencial tomou a denominação de Candelária. Seria, até aquele momento, o maior da cidade, com mais de 2000 casas. Eu vibrava tanto com a construção das residências, que quase todos os domingos, eu dava uma passada pelo local, para ver o andamento das obras. Geralmente, eu trazia um dos filhos, na minha Honda de 50 cc. Era um dos passeios dominicais, naqueles anos do chamado “Milagre Brasileiro” Tempo de projetos econômicos megalomaníacos, de governos
revolucionários, comandados por generais de 4 estrelas, na época, Ernesto Geisel, falecido neste ano de 1996. A verdade é que tocaram a obra em ritmo de Brasil Grande, como se dizia naquela ocasião e a 1a. parte do conjunto foi entregue em julho do ano seguinte, um ano e meio depois de iniciadas as obras. Em fins de agosto/75,
começaram a entregar as primeiras unidades habitacionais. Recebi a minha, nesta oportunidade. Esperei uma semana, porque as casas não tinham água. No dia 5 de setembro, a minha caixa d’água sangrou. No dia seguinte contratei a mudança com uma firma especializada. Finalmente, a 7 de setembro de 1975, um sábado, pela manhã, deixei o Mirassol, onde morava de aluguel e vim definitivamente para a minha casa, onde resido até apresente data. No princípio, tudo era meio difícil. Não havia comércio de forma alguma. Tudo o que queríamos, tínhamos que ir comprar no Bairro do Alecrim. Acredito que todo conjunto recém-inauguardo tenha essas deficiências. Com o passar do tempo, foram surgindo aquelas pequenas “bodegas”, que amenizavam, nas emergências Um fato que devo registrar é que, nós, fomos a 1a. família a residir no quarteirão onde está situada a minha casa. A 2a. família a vir morar no nosso quarteirão (24 casas) foi a de Antônio Luiz e Lúcia, nossos vizinhos até
hoje. Mudaram-se numa quarta-feira, 11 de setembro de 1975. Naqueles anos, a Parada Militar do dia da Independência era um fato marcante. Muita gente acordava cedo, para procurar um lugar de destaque no local onde as tropas desfilariam. Fui algumas vezes, por causa das crianças; depois, nos contentávamos em ver a Parada, pela televisão. Os filhos a essa altura, já não eram tão patriotas,como antes Eu achei ótimo, pois não precisava mais daquele sacrifício todo, exposto ao sol, para ver soldados marchando. Liguei o televisor logo que chegamos à casa nova, ainda nos momentos da mudança e vimos pela televisão o desfile militar do dia 7 de setembro de 1975.
Após esse acontecimento, fomos arrumar os nossos móveis na nova residência. Era uma festa Todos alegres e satisfeitos com a nossa nova conquista. Tudo cheirando a novo. Nunca tínhamos sentido uma experiência igual. Com exceção da casa do Mirassol, as demais, eram prédios antigos, já que, o dinheiro não dava para alugar cômodos melhores e mais novos O restante, deixo para a imaginação de quem me esteja lendo neste momento
NA
UNIIVERSIDADE
FEDERAL
Finalmente, chegou o momento da minha matrícula no Curso de Ciências Contábeis, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Éramos uns 45 alunos; 40 aprovados no
vestibular de janeiro de 1978 e mais uns 5 repetentes. Iniciamos com aquela euforia de todos, que começam alguma nova empreitada. É sempre muito gostoso principiar alguma coisa, especialmente, quando se lutou para galgar aquele objetivo. E, essa minha volta aos bancos escolares, me trouxe aquela sensação prazerosa que sentem os estudantes, especialmente, os aplicados Com isso, não quero dizer que fosse tão aplicado, mas, dentro das minhas possibilidades, fiz o possível, para não decepcionar. Agora, não dispunha do tempo, como na época do Seminário, quando eu era um estudante profissional. As coisas eram bem mais difíceis, mesmo assim, apesar da idade, já estava com os meus 42
anos, não direi bem vividos, mas vividos e o peso da idade foi um pequeno obstáculo, que superei, pela minha força de vontade.
Estranhei um pouco, de início, mas, com o passar do tempo, as coisas foram se acomodando e tudo chegou a bom termo e eu consegui receber o meu diploma de bacharel em Ciências Contábeis, após os 4 quatro anos de duração do curso. Aliás, a minha turma foi a última com duração de 4 anos. A partir daí, o currículo foi alterado para 5 anos. A universidade havia suprimido
as aulas aos sábados,
as quais, nós tínhamos. Por sinal, eram aulas chatíssimas, sem contar, que muitos professores faltavam, especialmente, em época de veraneio, quando estavam nas praias. De qualquer forma, ganhei um ano a menos, em relação aos que me sucederam no mesmo curso. Estávamos ainda no tempo do regime militar. Cada classe, tinha, normalmente, um ou mais agentes da Polícia Federal, com a finalidade de observar os movimentos estudantis, especialmente, com referência a greves e outras situações semelhantes. Os citados agentes se misturavam com os demais alunos e nós não sabíamos quem eram eles. Na minha classe tivemos um delegado e uma agente Federal.
Por sinal, ele fez vestibular e foi o primeiro colocado no curso de Contábeis. Fábio Caetano, o seu nome. Demo-nos muito bem. Havia uma turma de pessoas mais maduras, onde eu estava incluído e foi nela, que o Fábio se enturmou. Só depois de muito tempo, foi que descobrimos a sua atividade profissional. Era bastante discreto e não fazia a menor questão de aparecer. Antes do término do curso, foi transferido para ser Delegado da Polícia Federal em Santos/SP. Um fato engraçado, com relação a esse colega, aconteceu por ocasião de uma eleição para o D.C.E. Esse diretório congregava, na sua maioria, estudantes de tendência esquerdista, como devia acontecer com os demais centros estudantis, de outras universidades. Estávamos numa fila para votar na nova diretoria. Fábio estava conosco, como sempre; não gostava de se misturar aos mais jovens. De repente, vêm os candidatos entregando as chapas ao pessoal da tal fila e quando iam entregar a de Fábio, antes de falarem aquelas coisas que são comuns aos candidatos, saiam de “fininho” e desapareciam Achei estranho aquela atitude e perguntei a ele, por quê aquele comportamento? Disse-me: é que todos são meus clientes lá na P.F. De vez em quando, preciso conversar com eles Por isso, dá para se ter uma idéia da época da repressão Quem fosse contrário ao regime, estava sempre vigiado, ao menos de longe. O “campus” universitário era o local ideal para esse tipo de atividades As “cabeças feitas” da cidade estavam ali para estudar ou para ensinar; portanto, um ambiente propício para um trabalho de acompanhamento
das idéias políticas da ocasião Uma das missões específicas da Polícia Federal. Falei sobre um colega de turma e seria injusto, não dizer alguma coisa ao respeito de outros
A minha classe era repleta de figuras “ilustres” Uma das que não posso esquecer, é o aplicado Moita, (Manoel Euclides Moita). Esse, foi de uma importância vital, no correr de todo o curso. Era uma espécie de maestro; sabia tudo, especialmente, com referência às matérias exatas, como matemática, cálculo diferencial integral e outras “complicações” que existiam no currículo.
Não fora o Moita, a situação de muita gente teria se complicado Não posso negar, que eu e muitos outros, fomos bastante “ajudados” por esse colega, que sabia para ele e ainda sobrava tempo e conhecimento, para os demais.
Na época, Moita era um 2o. Sargento do Exército, com conhecimentos de um General Nem sei se o General teria tanta erudição, muito menos desprendimento, para colaborar com os demais colegas, numa hora difícil, de uma prova de Cálculo Diferencial Integral
E o meu amigo Moita, nunca se negou a dar uma “mãozinha” a quem precisasse dos seus préstimos Lembro um fato ocorrido com relação ao Moita. Um outro colega, Carlos Freire, funcionário da Caixa Econômica, estava em situação difícil, com relação à matéria ”Contabilidade Comercial II “. Precisava tirar uma nota muito alta, para não ser reprovado.
Sabe qual foi a atitude de Moita, nessa ocasião? Ofereceu-se para tirar uma nota “0” (zero) na sua prova e poder fazer uma segunda, junto com Carlos Freire, para ajudá-lo.
Acontece, que nesse momento, o Papa João Paulo II estava em visita ao Brasil e peregrinava por Recife, no dia da tal prova. Carlos não aceitou a proposta, justificando que não iria deixar de ver o Papa, pessoalmente, por causa desse motivo Resultado,
Carlos foi reprovado na matéria, porque não aceitou a proposta de Moita, ficou desnivelado e concluiu o curso, 6 meses depois da nossa turma
O nosso tempo, enquanto aluno de contábeis, foi muito interessante em vários aspectos Casos engraçados ocorreram aos montes, só que, não me disponho a narrá-los, para não me tornar enfadonho, para quem não participou dos eventos Certa vez, estávamos numa aula de Microeconomia e o professor, que havia chegado do Mestrado, começa a desenvolver uma determinada teoria econômica, escrevendo no quadro negro (que era verde), as equações relativas à teoria; lá para as tantas, com o assunto todo “embananado”, caiu na bobagem de perguntar se estávamos concordando com ele? Moita tomou a palavra e desmanchou todo o raciocínio do Professor, provando, exatamente o contrário. O “pobre” Professor ficou nervoso, começou a tremer e não acertava mais nada Terminou a aula,
saiu e nunca mais voltou A turma era mesmo da “pesada” Modéstia à parte, a nossa turma de Contábeis, foi dos grupos mais evoluídos e aplicados que a U.F.R.N. teve oportunidade de conhecer O pessoal era tão cônscio de sua responsabilidade, que numa determinada aula de “Instituições de Direito Público e Privado”, ministrada pelo Desembargador Aécio Marinho, um grupo de uns 10 estudantes, da tropa de choque do D.C.E., todos da “esquerda festiva”, como se chamava na época, adentraram na sala de aula, pregando uma greve. Como é natural nesse pessoal, foram demonstrando as vantagens do movimento e cada um que falasse mais do que o outro, dentro daquele linguajar próprio dos elementos de esquerda A nossa turma, ao contrário das outras, se insurgiu contra o protesto, ao ponto de expulsarmos os “comunistas” da sala, à força Acredito que ainda hoje, se lembrem da guerra que enfrentaram conosco. Derrubamos todos os argumentos apresentados pelos revolucionários e os obrigamos a saírem, sem poder contar com o nosso apoio Todas as demais classes se dobraram àquela demagogia e aderiram à greve proposta. Mesmo contando com alguns indiferentes ao movimento, mas no geral, o grupo era bastante coeso e forte Assim, foi até o dia 19 de dezembro de l981, quando colamos grau, em solenidade única, na Praça Cívica do Campus Universitário, onde tive a honra de ser o orador geral das turmas concluintes, após escolha entre doutorandos de diversos cursos, como comentei em capítulo anterior. INGRESSO
NO
SERVIÇO
PÚBLICO
Após muitos anos de trabalho no setor privado, parto agora para o serviço público. Deixei a Usina Estivas, onde fiquei 8 anos, já que, não tive a oportunidade que esperei, para quando terminasse o curso de Ciências Contábeis.
Parece, que aqui, funcionou aquele adágio popular: “que santo de casa não faz milagre” Não fui valorizado como esperava e comecei a me movimentar, no sentido de partir para outros rumos. Estava para iniciar um novo período de governo no Estado. Um cunhado, Urubatam Maia, acabava de ser eleito vereador pelo Município de Natal. Por estar bastante informado acerca das mudanças que aconteceriam nos quadros de pessoal, apresentou-me à futura Secretária de Trabalho e Bem-Estar Social, que de pronto, motivada pelos meus conhecimentos científicos, me garantiu a vaga de chefe do setor de contabilidade e finanças, da sua futura Secretaria. No dia 15 de março de 1983, começo as minhas novas atividades, no campo da contabilidade pública. Na época, os governos tomavam posse nessa data; na minha modesta opinião, creio que fosse inadequada, pois já decorriam dois meses e meio do novo exercício, o que facilitava, em caso de um governo adversário, criar uma série de dificuldades, com o uso indevido de verbas, para pagamentos da nova gestão financeira. Felizmente, a Constituição de 1988 conserto essa discrepância financeira, mudando as datas de posse de novos governantes, para o dia 1o. de janeiro. Essa medida me pareceu muito salutar, já que, evita o empenho de verbas que são destinadas aos novos mandatários. Assumo a Chefia da U.S.F. (Unidade Setorial de Finanças) da Secretaria de Trabalho e Bem-Estar Social, onde de início, tenho algumas dificuldades, o que seria natural, já que, nunca havia trabalhado com contabilidade pública, a não ser, nos tempos de universidade. Mas, com muito empenho e dedicação, logo me adaptei ao novo serviço e em pouco tempo, dominava toda a situação. Era um período meio difícil, porque havia muitos convênios com o Governo Federal e consequentemente, muitos recursos a serem administrados.
Para quem não conhece, devo salientar que o dinheiro público, deve ser corretamente aplicado, porque ao final do prazo de aplicação, é obrigatória a prestação de contas das verbas utilizadas. Essa prestação de contas, é a comprovação, através de documentos hábeis, de todo o uso dos recursos, destinados àquele fim. Qualquer irregularidade é, ou deve ser, detectada pelo Tribunal de Contas, que é o órgão fiscalizador do emprego das verbas públicas, com poderes de responsabilizar civil e penalmente os faltosos. Graças a Deus, desempenhei satisfatoriamente a minha missão. Nada de errado foi constatado na minha gestão, à frente do setor financeiro daquela Secretaria. Foram 4 anos de um aprendizado, que muito contribuíram para o meu aprimoramento, na qualidade de servidor público. Esse tempo em que fiquei à frente do setor contábil-financeiro, ocupei cargo comissionado. Antes do término da gestão como Chefe do Setor de Finanças, da Secretaria de Trabalho, fui contratado como técnico de nível superior da Fundação Estadual do Bem-Estar do Menor-FEBEM, onde permaneço até a presente data. O meu contrato na FEBEM é de 1o. de julho de 1985. Voltando um pouco no tempo, devo acrescentar mais dois fatos, que também marcaram a minha vida, no ano de 1983. O primeiro foi o meu vestibular de Direito, onde fui aprovado para o 1o. semestre/83 e o segundo foi o meu contrato para professor de 2o. grau, na rede estadual de ensino, onde fiquei até fevereiro de 1995.
Solicitei a minha rescisão por motivos óbvios, conhecidos de todos, sendo o principal deles os baixos salários. A máquina educativa no Brasil, diferentemente do primeiro mundo, é relegada a um plano inferior, de tal forma, que às vezes, não acredito numa perspectiva promissora, para o ensino no País. A alavanca propulsora do progresso de uma nação passa por este estágio; caso não seja satisfatória, o desenvolvimento é lento e muito precário A
VOLTA
À
UNIVERSIDADE
Mais uma vez, estou de volta aos bancos escolares. Agora, para fazer um curso que sempre desejei - Direito.
Submeti-me a mais um vestibular e ingressei novamente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN. Desta feita, não senti as sensações da vez anterior. Os meus colegas de turma eram todos jovens; eu era o vovô do grupo Mas, isso não foi problema.
O que não me agradou, é que fiquei desnivelado, freqüentando classes diferentes, já que, aproveitei 11 (onze) matérias do curso anterior. Era uma situação meio desagradável, porque os colegas de sala estavam sempre se renovando, já que eu estava
assistindo aulas, em salas diferentes. Pagava u’a matéria com uma turma,
outra, com uma diferente e assim por diante. Fosse hoje, eu não faria questão de aproveitar matérias já pagas no curso anterior e seguiria uma determinada turma normalmente, ficando, assim, nivelado. O aproveitamento seria melhor, sem contar com o entrosamento pessoal, que ficaria numa situação bastante agradável, como ocorreu da vez anterior.
Agora, não havia aquele grupo constante, como aconteceu por ocasião em que cursava Ciências Contábeis.
Enquanto cursava Direito, praticamente, não tive fatos dignos de nota, salvo, apenas, 2, que vou tentar descrevê-los aqui e agora. Um primeiro, aconteceu quando eu estava pagando a matéria Direito Internacional Público, cujo professor era o Chefe da Procuradoria Geral da República, Dr. Francisco Nóbrega, de quem me tornei amigo; passou um trabalho em grupo, para que falássemos ao respeito da O . E. A . (Organização dos Estados Americanos). Dentro do tema, escolhemos o tópico “Guerra das Malvinas”. Criticamos veementemente a posição assumida pelos Estados Unidos, quando naquele fato, se posicionou ao lado da Inglaterra, em desrespeito ao Tratado assinado na cidade do Rio de Janeiro, o qual, pregava a união dos Estados Americanos, em caso de violação das suas soberanias, etc. Consultamos as fontes da época da referida guerra. Preparamos, então, toda a literatura inerente ao conflito. Mas, queríamos fazer uma coisa diferente, que chamasse a atenção e que culminasse com uma nota 10 (dez), estrelada, já que valeria como uma prova mensal. Lembrei-me, que naquela ocasião, assistira um programa “Globo Repórter”, por sinal, muito bem feito, acerca do conflito das Malvinas. Para ilustrar o trabalho, que modéstia à parte, estava bem escrito, imaginei algo diferente; seria complementar o mesmo, com o filme exibido à época, naquele programa. Fizemos uma correspondência para a TV Globo, endereçada à produtora Alice Maria (se não me falha a memória) e solicitamos uma cópia daquele documentário.
Exigiu, apenas, o valor correspondente à fita, para que pudesse providenciar a tal cópia. Atendemos a solicitação e dois dias depois, recebíamos o filme completo, exibido naquele programa.
Qual não foi a nossa surpresa, já que haviam passado 3 anos do final dos combates A Guerra ocorreu em 1982 e nós estávamos em 1985. Para completar o mistério, o nosso grupo não comunicou a ninguém essa proeza. Iria ser uma surpresa geral
Chegou, finalmente, o dia da apresentação do grupo. Eu levei o vídeo cassete, Valdenir, um colega do grupo, foi com um televisor. Ao chegarmos à sala de aula, instalamos os aparelhos e ficamos à espera do Dr. Nóbrega.
Todos se perguntavam, o que iria acontecer? Nada adiantamos. A alma do negócio é a surpresa. Como os demais, o Professor também ficou perplexo
Iniciamos a leitura do nosso trabalho, onde cada um, lia um trecho pré-determinado do trabalho. Só aí, já foi um sucesso Parecia uma verdadeira exibição teatral Após esta etapa, apagamos as luzes da sala e iniciamos a exibição do “Globo Repórter”, sobre a Guerra das Malvinas. Quando menos esperamos, a sala estava cheia de alunos de outras classes e as portas da mesma, repletas de estudantes, tomados de surpresa, pelo acontecimento inédito. Foi um verdadeiro rebu Atingimos o nosso objetivo, que era revolucionar o sistema de apresentação de trabalhos. Não sei se alguém nos copiou a idéia, mas a semente foi lançada e com pleno êxito Um outro fato que devo contar é simples, não existe nada de extraordinário nele. Foi o seguinte: estávamos atravessando um verão de temperaturas muito altas. Aquilo incomodava bastante, porque as salas de aula eram muito quentes. Nas janelas, por onde deveria entrar um pouco de vento, havia aquelas esquadrias de alumínio, com vidros inclinados, com abertura na parte baixa das mesmas. Eu não entendo de engenharia civil, mas, aquele modelo empregado na UFRN, ficaria melhor, num clima siberiano, onde o frio é bastante acentuado e não se precisa de ventilação; pois bem, colocaram esse sistema aqui, num clima tropical, de 30o. à sombra. É para matar de calor Pois os nossos engenheiros construíram as nossas salas de aula, usando esse sistema de janelas, que jamais dariam certo, numa terra quente como a nossa
Pois bem, por causa disso, e, como sempre gostei de conforto, cheguei à conclusão, que deveria levar para a Universidade um ventilador; ao menos, resolveria, em parte o calor que tomava conta das salas. Não contei até 2. No dia seguinte à minha decisão, levei o utensílio para a sala de aula.
Quando instalo o aparelho, de modo que ficasse me ventilando, foi uma “risadagem” geral
Ninguém se “agüentou” de tanto rir O Professor, o sisudo Dr. Edgar Smith, riu um pouco e passou a aprovar a minha atitude Para concluir, devo dizer que antes do término da aula, já havia uns 15 colegas à minha volta, aproveitando o ventinho produzido pelo meu ventilador Cheguei a pensar que a moda fosse pegar, mas não pegou Só eu, continuei levando o objeto que causava um certo conforto; contudo, a turma não saía do meu derredor, cada qual, que quisesse ficar mais próximo, para ser mais beneficiado pelo vento quente, porém, gostoso, do meu ventilador Um determinado professor chegou a dizer que eu gostava de conforto; mas quem não gosta? Disse-lhe, na oportunidade, que lamentava não poder levar um aparelho de ar condicionado, mas, se houvesse possibilidade, bem que eu levaria Não recordo de outros fatos dignos de nota. Como falei, um pouco atrás, o curso de direito não teve aquela pujança, que tive, quando cursava Ciências Contábeis. Expliquei o porquê. Mesmo sem o brio esperado, colei grau pela 2a. vez na UFRN, fazendo um curso que muito tem contribuído para a minha vida e que me trouxe ensinamentos valorosíssimos. Um dos objetivos do meu ingresso na Universidade era dar o exemplo aos meus filhos. E funcionou a contento Em janeiro de 1985, Taciana se submete ao vestibular e é aprovada para o curso de Serviço Social; em julho do mesmo ano, Mano faz a sua inscrição para Medicina e também é aprovado Foram duas vitórias importantes, para as quais, contribuímos, de uma forma ou de outra, tanto eu, quanto Igara. Portanto, nós dois, (os pais), também merecemos uma folha, da coroa de loiros, que os nossos filhos conquistaram
OS
ÚLTIMOS
ANOS
Os meus últimos anos, foram,
mais ou menos, tranqüilos. Alguns problemas tristes, outros alegres, e outros tantos, nem alegres e nem tristes ocorreram, porém, não diretamente comigo e sim, com pessoas que me eram muito queridas. Em 1990, casa-se a minha filha Taciana. O seu esposo, Francisco Wenzel, um engenheiro eletricista da COSERN, (Cia. Energética do Rio Grande do Norte), recebe Taciana em matrimônio, no dia 2 de junho desse ano, na Igreja de S. Francisco, conhecida como a Igreja do Galo, em Natal.
No dia 14 de março de 1991, sai no Diário Oficial
o meu enquadramento, como Assessor Jurídico do Estado. No dia seguinte, é a posse do Governador José Agripino Maia. Já no discurso da solenidade, demonstrou a perseguição que iria fazer aos assessores jurídicos, cargo criado pelo seu antecessor, segundo ele, com fins eleitoreiros.
Fui grandemente prejudicado pela atitude do novo Governador, já que, a minha nomeação aconteceu no último dia do governo que estava saindo, 14.03.91; portanto, não houve o tempo suficiente para que eu tomasse posse no cargo de assessor e consequentemente, fosse lotado numa Secretaria de Estado. Esse gesto do novo governo me fez esperar 4 anos, até que, no final do seu mandato, por imposições políticas, saiu a posse e lotação de um determinado Assessor Jurídico, o qual, era vereador na Câmara Municipal
de Natal. Isso foi o bastante, para que, eu entrasse com um requerimento junto ao Secretário de Administração, já do novo governo, solicitando, também, o direito concedido àquele Vereador. O ato se tornou Jurisprudência e, com base nesse fato, redigi a minha petição, onde colocava todos os momentos ocorridos até ali.
Graças à peça apresentada em processo, tive a minha solicitação aprovada e fui imediatamente convocado a tomar posse e ser lotado na Secretaria de Trabalho e Ação Social, onde me encontro lotado, até a presente data, só devendo sair, se Deus quiser, por ocasião da minha aposentadoria, que já possui o lapso temporal necessário para se concretizar. Aliás, não o faço agora, porque careço de mais uns poucos anos, a fim de que, possa incorporar uma gratificação que recebo.
Após conseguir completar o referido tempo, para a incorporação do benefício, solicitarei a minha aposentadoria e tentarei aproveitar os restantes dos meus dias, empreendendo
trabalhos mais amenos e que me sejam mais agradáveis, tanto para o corpo, quanto para o espírito. Ainda em 1991, Odilon Filho (Mano), cola grau em Medicina, após 6 anos de muito esforço e muita dedicação.
A partir desse ponto, pensa
em galgar outros objetivos, como era natural De início, apresenta-se à Aeronáutica, onde vai prestar o Serviço Militar Obrigatório. É incorporado na F.A .B. como Aspirante a Oficial Médico, em solenidade ocorrida no 1o. semestre/92, na Base Aérea do Recife. Em seguida, é transferido para a Base Aérea de Parnamirim, (Natal), onde fica até setembro/93, quando dá baixa e parte para inscrições em residência médica.
Em princípios de 1994, Mano é aprovado em concurso
e viaja para Santos/SP, onde está concluindo a sua residência médica, no Hospital Ana Costa. Em 7 de julho de 1995, casou-se com Soraia Galvão de Medeiros, médica residente no Hospital Infantil Menino Jesus, da Cidade de S. Paulo. Agora, vou falar de um assunto que jamais gostaria de abordar. Refiro-me a Neraldo, pessoa “fora de série”, que nos deixou, e , com a sua partida, ficaram muitas saudades.
Era pessoa “sui generis”, muito especial e querido por todos os que o conheciam. Acometido de doença incurável, lutou com todas as suas forças para não nos deixar, mas o destino o subtraiu do nosso meio, ficando o vazio daquele que gostava tanto da vida e que a viveu intensamente, até os seus últimos momentos. Foi-se a tua figura física, mas as tuas lembranças permanecem entre nós. Sempre lembramos os teus gestos, as tuas atitudes, o teu comportamento íntegro, de pessoa de bem e, como não podia deixar de ser, os teus momentos de boêmia, nas tuas folgas de finais de semana. Onde estiveres, saibas que estamos contigo, como se entre nós, ainda permanecesses, com aquele teu comportamento correto, amigo, alegre e bonachão C L A R I N H A
Para finalizar estas Memórias, ninguém melhor do que a minha neta - Clara. Aguardada com muita ansiedade, como é natural, no dia 13 de novembro de 1995, nasce a minha primeira netinha, filha de Taciana e Wenzel. Fruto da 2a. gravidez de Taciana, já que, perdera a 1a., Clarinha, desde os seus primeiros instantes, foi cercada de muitos cuidados, para que viesse ao nosso convívio completamente sã. O criador atendeu o nosso pedido e nos mandou uma criança linda e saudável Hoje, com pouco mais de 1 aninho, é a graça da família Todos lhe querem bem
Rogo a Deus que lhe conserve assim, para que tenha por toda a sua existência essa espécie carisma, que é um dom concedido a uns poucos. E assim, pensando em Clarinha, que neste momento é a minha grande paixão, vou caminhando para as minhas últimas palavras, desta história que não tem nada de fenomenal, mas que eu quis registrá-las, ao menos, para satisfazer o meu “ego”. Sou cônscio da insignificância desta obra, contudo, acredito, que em assim agindo, contribuí com algumas informações, para aqueles que me sejam próximos na afinidade. Plantei árvores, gerei dois filhos maravilhosos e escrevi um livro; portanto, de conformidade com o ensinamento milenar, agora eu sou um homem O terceiro item não é grande coisa, bem sei, mas, retrata o meu esforço mental e intelectual, desenvolvido durante alguns meses de trabalho. Espero não decepcionar aqueles que, se “aventurarem” a ler essas passagens da minha história, que mesmo em não sendo fantásticas, refletem a veracidade dos meus 60 anos de vida.
P E D R I N H O
Já falamos sobre Clarinha, agora, é a vez de Pedrinho, seu irmão e nosso segundo neto que, veio ao mundo no dia 17/08/2000. Portanto, nos últimos meses do século XX . Se bem conheço o meu descendente, Pedro Paulo Rocha de Sousa, dentro de mais alguns anos não irá gostar que digam que ele é
do século passado, ou, ainda, do 2º
milênio Mas, esperemos mais algum tempo para vermos se esse meu pensamento se concretizará ou não Quem viver, verá Pedrinho veio à luz na Maternidade da Pro Mater, aqui mesmo em Natal/RN. Um fato curioso aconteceu às vésperas do nascimento da criança que, foi a ausência dos seus avós maternos. Igara e eu
estávamos perfeitamente saudáveis, até o dia anterior mas, no momento da internação de Taciana na maternidade para ganhar o bebê que estava chegando, adoecemos os dois, de maneira súbita e de tal forma que, não podemos ir acompanhar a nossa filha e receber o rebento tão esperado Não entendemos a peça que o destino nos pregou mas, a verdade
é que,
fomos substituídos por Francisquinha, -
esposa de Sebastião, um irmão de Igara e meu cunhado -
que, prestou aquela assistência que seria destinada aos avós: Igara e Odilon. Graças a Deus, tudo ocorreu às mil maravilhas e, o netinho veio ao mundo
saudável, conforme o previsto e, como desejávamos. Hoje, com mais de 4 aninhos é
o “queridinho” de todos da família.
Demonstra ser possuidor de uma excelente memória e, vamos esperar que o tempo passe, para ver qual foi a utilidade prática deste
dom que Deus lhe
deu. Esperamos e desejamos que seja uma das armas que ele possa utilizar, no futuro, quando necessário, em prol do seu engrandecimento, como um
cidadão de bem deste País. Natal/RN, 27 de dezembro de 2004.
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MINHAS HISTÓRIAS
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