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Por: Museu da Pessoa,

A vida é muito rápida

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A vida é muito rápida

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Eu só fui aprender música já velho, já cursava inclusive Engenharia Civil. O curso, em relação à teoria musical, é pesado: cálculo, integral, diferencial, entendeu? Eu já fazia Engenharia, mas estava querendo e planejando um dia largar para ser músico. Mas eu precisava dar uma satisfação ao Sistema e estudar Engenharia, porque em plena ditadura, se você não estuda você é vagabundo. Então, em 1970 eu saio do colégio estadual e vou para a escola de Engenharia em Belo Horizonte. Fiquei ali na praça Afonso Arinos, na Avenida Pedro Álvares Cabral, 217, apartamento 1002. O centro era encantador, porque era outra época, você tinha tudo muito leve, apesar da época de ditadura. A gente acabava que tinha todo tempo do mundo. Era cheio de cinemas! Nós fomos ver um filme, a Belle de Jour, o Hitchcock - eu costumo dizer também que fui salvo pelo cinema - de tarde, das duas às quatro, era maravilhoso. Era uma cidade ainda pequena, uma cidade paroquial, e você podia ir à casa dos amigos sem avisar: "Ah, fulano, estava passando por aqui". E parava lá para tomar café. Tinha o Cine Pathé. Inclusive é o nome do meu último disco - com aquela letra do Murilo Antunes - que fala um pouco dessa coisa da gente no cinema, desse encantamento. O Cine Palladium, que hoje é o Teatro Sesc Palladium; tinha o Cine Guarani, ao lado da minha casa; o Cine Metrópole; tinha o Cine Ajax; Cine Tamoio; tinha o Cine Pathé… A época do cinema era uma coisa. É, eu fui tocando. De certa forma, eu não podia falar que queria ser músico profissional, porque o Sistema não queria: "Você é louco, vai mexer com música?". Então o pessoal pensava que eu tocava violão por hobby e distração. Eu estava fazendo Engenharia, fazendo o que minha família pediu para que eu estudasse, então eu estudava. Quando chegou no último ano, falei: "Não vou fazer, não quero, não tenho vocação para isso". Meu pai não gostou, minha avó perguntou: "Por que você...

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Projeto Conte Sua História Belo Horizonte Surpreendente

Depoimento de Juarez Moreira

Entrevistado por Lucas Torigoe

Belo Horizonte, 12/09/2019

PCSH_HV815_ rev.

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Ana Beatriz Cunha

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Qual o seu nome inteiro, Juarez? Onde você nasceu e em que data?

R – Meu nome é Juarez Ferreira Moreira, eu nasci em Guanhães, no Centro Nordeste de Minas, no dia 6 de fevereiro de 1954.

P/1 – E do seu pai, qual o nome inteiro dele?

R – Rivadávia Moreira.

P/1 – Rivadávia Moreira. Nasceu lá também?

R – Nasceu lá.

P/1 – Como era a família dele?

R – A família do meu pai tem uma ascendência espanhola. O pai dele já é filho de uma espanhola, que, inclusive, era artista de circo. Essa mãe dele tinha um lado artístico. O meu avô era músico "diletância", não era músico… Depois se formou em Odontologia. Meu pai também era músico - essa palavra "diletância" era deles. O meu pai queria que eu fosse músico também, não profissional. Depois, ele concordou com isso tudo, queria que eu fosse engenheiro civil e eu estudei engenharia civil até o quinto ano, faltando seis meses para me formar.

P/1 – Como era a cidade em que você cresceu?

R – A minha cidade era muito bonita nos anos 60, era uma cidade simples, com uma igreja, a praça, o coreto… Aquela cidade brejeira do Brasil, típica cidade pequena e bela. Eu tenho boas recordações da minha terra. O nome original da minha cidade… Ela se chamava "São Miguel e Almas de Guanhães". Guanhães vem da tribo Guanaes, dos índios. Depois, ela passou a ser Guanhães. No Brasil, depois de uma época, as cidades pequenas passaram por um processo cultural, onde elas perderam a originalidade, o formato original. Cresceu tudo…

P/1 – Seu pai tocava o quê?

R – Violão. Ele… O bom gosto dele, o gosto dele pela música foi responsável pelo fato de eu e meu irmão sermos músicos - o Celso Moreira...

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Título: A vida é muito rápida

Local de produção: Brasil / Belo Horizonte

Autor: Museu da Pessoa

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