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História
Personagem: Nelita Souza Matos
Por: Museu da Pessoa, 8 de maio de 2015

A vida da gente é uma verdadeira política

Esta história contém:

A vida da gente é uma verdadeira política

Vídeo

Eu nasci em Novo Acordo em 28 de setembro de 1956. Meu pai era comerciante, era pobre, ele veio de São Luís do Maranhão para o Tocantins, chegou lá ele roubou a minha mãe, porque os pais da minha mãe não queriam o casamento com um aventureiro. Eles vieram pra Brasília, no comecinho, em 56, eu tinha poucos meses de vida. Ele tinha uma bicicleta de carga, e saía vendendo peixe lá no IAPI para os operários de Juscelino Kubitschek. Na época se criou a cidade de Taguatinga Sul, onde ele foi contemplado com um lote.

Eu não tinha boneca, não tinha brinquedo, naquela época, não tinha brinquedos evoluídos na tecnologia como são hoje, mas assim, as minhas amiguinhas vizinhas, a gente brincava de “cozinhadinho”, a gente pegava uma latinha de sardinha, fazia a panelinha. Queria brincar de boneca, a gente ia lá ao quintal do vizinho, roubava uma espiguinha de milho, puxava os cabelinhos da espiga, botava os bracinhos de fósforo. Eu fui muito feliz nessa época lá na Vila Dimas.

Eu já tava, assim, com 17 ou 18 anos, não lembro, quando eu conheci o Delson. Ele dava dinheiro, dava uma balinha, um chiclete para o meu irmão entregar cartinha pra mim. E a coisa foi caminhando pra um rumo, que nós ficamos namorando. Meu pai falava bem assim: “Eu prefiro ver a minha filha casada com um cachorro a um PM”. Não queria o casamento em hipótese alguma. Eu fui e falei pra minha mãe, que eu era tão autêntica como ela: “Se a senhora não me deixar namorar, não me deixar casar, eu vou fugir igual a senhora fugiu. Eu vou fugir”. Mãe sempre dá aquele jeitinho, aí foi conversando, conversando com o meu pai. Aí começamos a namorar mesmo. Meu pai concordou não concordando, mas preferiu arrumar o casamento.

Eu não tinha planos de vir morar aqui na Rua do Mato, na Fercal. Eu já tinha a Deise, estava com oito meses, tinha o Daniel, Júnior e Daniele, cada um na barra da saia, um pegava de um lado, outro pegava de outro. E...

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Casamento

Sra. Nelita e o sr. Delson no altar da igreja Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro no dia do seu casamento.

local: Brasil / Distrito Federal / Taguatinga
imagem de: Nelita Souza Matos
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Festa Junina

Eliane, Nelita, Ivonete, Laura e Tereza na Festa Junina das Associações Rurais da Fercal. Na época Nelita era presidenta da Associação Comunitária Rua do Mato e por isso resolveram fazer a festa conjunta com todas as associações.

período: Ano 1990
local: Brasil / Distrito Federal / Fercal
imagem de: Nelita Souza Matos
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

XV Plenária Nacional de Saúde

Nelita ao lado do secretário municipal de saúde de Sergipe, na XV Plenária Nacional dos Conselhos de Saúde.

período: Ano 2008
local: Brasil / Distrito Federal / Brasília
imagem de: Nelita Souza Matos
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Uma mulher de luta

Panfleto de candidatura de Nelita a deputada distrital em Brasília.

período: Ano 2006
local: Brasil / Distrito Federal / Brasília
imagem de: Nelita Souza Matos
crédito: Acervo Pessoal
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Votorantim Fercal

Depoimento de Nelita Souza Matos

Entrevistada por Andreia Aguiar e Marcia Trezza

Fercal, 08/05/2015

Realização Museu da Pessoa

VOF_HV007_Nelita Souza Matos

Transcrito por Liliane Custódio

P/1 – O nome da senhora?

R – Nelita de Souza Matos.

P/1 – Data de nascimento, dona Nelita.

R – Vinte e oito de setembro de 1956.

P/1 – Dona Nelita, qual a lembrança que a senhora tem dos seus pais?

R – Bom, a lembrança que eu tenho dos meus pais, assim, que eles eram do tempo de antigamente mesmo, aqueles pais rígidos, na época da palmatória. Na época que eles se encontravam com os amigos, quando os amigos iam pra lá pra conversar, nós não podíamos nem passar, que ali com um olhar a gente sabia o que eles queriam falar pra gente, então a gente já saía, porque senão depois já era a palmatoriada na certa.

P/1 – E qual imagem que a senhora tem do seu pai?

R – Olha, eu tenho... A imagem do meu pai, assim, a lembrança que eu tenho dele é aquele pai muito paizão, porém muito rigoroso.

P/1 – E a sua mãe?

R – Minha mãe já era... Mãe sempre já é mais assim... Então eu tenho uma lembrança afetiva, não consigo jamais esquecer da minha mãe. Não sei se porque eu era caçula, a caçulinha, então assim, ela sempre... O primeiro soninho era na cama dela. Mesmo com 15 anos, o primeiro sono era na cama dela, pra depois ir pra minha cama. Tanto é que eu com 13 anos, quando veio a minha primeira menstruação, eu estava dormindo na cama dela, eu nem sabia o que era aquilo, porque naquela época os pais não diziam, jamais, nada do que hoje as crianças de dois, três, quatro anos já sabem. Então quando eu vi aquele sangramento, eu saí apavorada, saí correndo apavorada. Aí ela simplesmente rasgou um lençol, pegou e me deu: “Olha, põe. Use”. E no outro dia ela saiu espalhando pra Vila Dimas todinha, onde nós morávamos, que eu tinha ficado moça. E eu nem sabia nem o que era aquilo, o que era ter ficado...

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Título: A vida da gente é uma verdadeira política

Data: 8 de maio de 2015

Local de produção: Brasil / Distrito Federal / Fercal

Personagem: Nelita Souza Matos
Autor: Museu da Pessoa

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