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Por: Museu da Pessoa,

A magia do rádio

Esta história contém:

A magia do rádio

Vídeo

Francisco Chagas do Nascimento, nasci no dia 4 de fevereiro de 1966, mais precisamente na cidade de Floriano, Piauí. Meu tio que me trouxe quando eu era criança, entendeu? Eu fui criado em Osasco com os meus tios, e eles jogavam muito na minha cara, porque eles falavam que eu não queria vencer. E na verdade, quando eu era moleque, eu era meio preguiçoso mesmo, né, não queria nada com nada. Só queria jogar bola, ficar no rio matando preá com os amigos.

Eu saía com meus amigos pra matar preá com espingardinha de chumbo e estilingue, no Rio Tietê, era muito gostoso. Eu gostava de jogar futebol. Sempre gostei de jogar futebol e tinha, melhor dizendo, uma curiosidade tremenda pra conhecer o que tinha dentro do rádio, entendeu? Desde criança que eu gostei de rádio, o mundo mágico do rádio, entendeu? Tanto é que uma vez – eu sou muito curioso – eu abri o rádio pra ver se tinha alguém falando dentro. Engraçado, né? Como é que é moleque; a curiosidade de como é que é. Aí, de repente, eu abri, aí eu falei “Cacildis, não tem ninguém falando, de onde vem essa voz?”, né? Aí, quando eu fui crescendo, aí eu fui descobrindo que seria transmitido através de um estúdio, de uma emissora, via satélite, entendeu? Enfim.

Eu falei: “Meu, eu vou ter que trabalhar numa emissora de rádio, que é o que eu gosto na verdade”. Eu trabalhei à beça pra pagar porque foi caríssimo, né? Eu trabalhei e ralei, ralei que nem louco. Saía do trabalho e ia pra escola, chegava em casa por volta de meia noite, uma hora da manhã, entendeu? Mas sempre focado. Pra gente conseguir algo tem que ser com muita luta e comigo não foi diferente, tinha que matar um leão, dois leão por dia pra conseguir nosso objetivo de vida, né? E eu, quando chegava mas emissoras de rádio, pelo fato de ser negro, deixava o meu piloto, as pessoas olhavam com menosprezo, eu percebia, né? Eu falei “eu vou conseguir, vou ser perseverante”.

Eu...

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Dados de acervo

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Projeto Minha Casa, Minha Cara, Minha Vida, Cabine São Bernardo do Campo

Depoimento de Francisco Chagas Nascimento

Entrevistado por Márcia Trezza e Nilza Rocha

São Bernardo do Campo, 09/03/2014

Realização Museu da Pessoa

ASP_CB011_Francisco Chagas Nascimento

Transcrito por Cristiane Costa

P/1 – Francisco, fala o seu nome completo.

R – Francisco Chagas do Nascimento.

P/1 – Que data você nasceu?

R – Nasci no dia 04/02/1966...

P/1 – Onde?

R – Mais precisamente na cidade de Floriano, Piauí.

P/1 – Você tem lembranças marcantes da sua infância?

R – Eu tenho, que eu na verdade eu fui criado em Osasco e eu saía com meus amigos pra matar preá com espingardinha de chumbo e estilingue, no Rio Tietê. Era muito gostoso.

P/1 – Você veio pra cá, pra São Paulo, muito pequeno?

R – Sim, criança, fui criado aqui. Ou melhor, em Osasco, né?

P/1 – E o Rio Tietê você disse que era muito gostoso. Que lembrança você tem?

R – Da gente matar preá, entendeu, com espingardinha de chumbo e estilingue também.

P/1 – Mas do rio, assim?

R – Não, o rio em si já era poluído, né? Não lembro quando ele não era poluído, quando eu o conheci já era poluído. E como era! Entendeu?

P/1 – E vocês ficavam brincando desse jeito, né, e você morava perto do rio?

R – Sim, morava ali na proximidade da Rodovia Castelo Branco.

P/1 – E como era? Você lembra da sua casa naquela época?

R – Era uma casa humilde, humilde, mas que eu gostava de morar ali porque tinha bastante amizade com as pessoas, então era gratificante morar naquele local.

P/1 – Você tem irmãos?

R – Eu lembro dos meus irmãos adotivos. Sim, tenho.

P/1 – Sim. Quantos?

R – Três... Quatro, quatro irmãos.

P/1 – Quatro irmãos?

R – Sendo dois irmãos e duas irmãs adotivos. Agora, biológico eu tenho, mas só que eu não me recordo deles, né? Na verdade, acho que... Deixa eu ver, deixa eu me recordar. Acho que é um, dois... Acho que é...

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Título: A magia do rádio

Local de produção: São Bernardo Do Campo, 09/03/2014

Autor: Museu da Pessoa

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