Dona Jóia nasceu Laura da Silva Cardoso, na cidade de Sorocaba no bairro Cajurú no ano de 1907.
Dona Jóia recebeu esse apelido, porque no dia do seu nascimento, passava por sua casa um vendedor ambulante, esse vendedor disse que dentre suas mercadorias também tinha jóias, ao ouvir esta palav...Continuar leitura
Dona Jóia nasceu Laura da Silva Cardoso, na cidade de Sorocaba no bairro Cajurú no ano de 1907.
Dona Jóia recebeu esse apelido, porque no dia do seu nascimento, passava por sua casa um vendedor ambulante, esse vendedor disse que dentre suas mercadorias também tinha jóias, ao ouvir esta palavra a irmã de Laura correu ao quarto da mãe e disse que já sabia qual nome poderia colocar no bebê que tinha acabado de nascer: Jóia.
Laura recebe o seu apelido: Jóia
Todos riram achando engraçado, mas o apelido ficou e não saiu mais da vida de Laura.
Jóia foi uma criança muito pobre, que teve como infância brincadeiras que todas as crianças antigamente costumavam brincar.
Brincava de roda, pega- pega, peteca, bola, de professora e também com uma boneca cega, pois os olhos eram de botões costurados ao contrário.
Brincava com amigos que moravam perto de sua casa. Um dia ela contou que estava brincando de balançar com seus amigos em uma corda, só que quando chegou sua vez a corda arrebentou e ela caiu de pernas pro ar dentro de um buraco que havia debaixo deste lugar que foram balançar.
Jóia apavorada, custou muito para sair do buraco e quando saiu, correu muito do pai que corria atrás dela com a bainha do facão. Apanhou muito naquele dia e conta que foi sua maior arte.
O sonho de dona Jóia sempre foi ser professora, como não podia frequentar escola, porque era muito longe e também ela não tinha condições financeiras para ir estudar na cidade, brincava com uma pequena lousa, alguns livros e giz, que ganhou de seus tios. Contou com satisfação que era uma professora muito brava.
Quando jovem gostava de ir para os bailes e escondida, seus pais não a deixavam sair, então ela fugia.
Em um desses bailes aconteceu um fato que marcou a sua vida, o sanfoneiro depois de beber um pouco além do que devia, deixou o cigarro cair na sanfona que pegou fogo, ela disse que foi muito engraçado.
Sempre trabalhando na roça desde muito cedo cresceu vendo seus pais e avós sempre trabalhando muito, conta que se lembra de sua avó materna fazendo comida para índios e escravos que trabalhavam nas fazendas daquela região.
Conheceu seu esposo com quem teve três filhos, dois morreram ainda pequenos e ficou apenas um. Como cresceu naquele bairro, ficou muito
conhecida por todos e como líder de bairro conseguiu muitas melhorias para o Cajurú.
Hoje com 95 anos, conta com emoção sua vida sofrida e pede que os jovens aproveitem a oportunidade do estudo, a escola que ela não teve e respeitem a todos.Sem estudo não somos nada, diz ela.
Gosta muito de comer paçoca com banana mesmo que escondido, pois sua diabetes não permite tal proeza.
Dona Jóia, a jóia do Cajurú é um exemplo de vida a ser seguido, que mesmo sem realizar seus sonhos, acreditou naquilo que estava ao seu alcance, viver.Recolher