Projeto BNDES 50 anos
Depoimento de Denise Nogueira Gregory
Entrevistada por Sofia Costa Pinto
Rio de Janeiro, 12/04/2002
Realização Museu da Pessoa
Código: BND_CB044
Revisado por Ligia Furlan
P2- Primeiro vou começar pela identificação. Quero saber seu nome, o local e data do seu nascimento...Continuar leitura
Projeto BNDES 50 anos
Depoimento de Denise Nogueira Gregory
Entrevistada por Sofia Costa Pinto
Rio de Janeiro, 12/04/2002
Realização Museu da Pessoa
Código: BND_CB044
Revisado por Ligia Furlan
P2- Primeiro vou começar pela identificação. Quero saber seu nome, o local e data do seu nascimento.
R- Meu nome é Denise Nogueira Gregory, nasci, na verdade, em Botafogo, mas fui registrada como tendo nascido em Niterói, porque meus pais moravam lá e só atravessaram a barca aqui pra me ter. Eu morei em Niterói até os 13, 14 anos e mudei com meus pais pra Brasília, morei lá 30 anos e agora estou de volta ao Rio tem três meses e pouco, para o banco.
P2 – Então quando e como se deu seu ingresso no BNDES?
R- Meu ingresso no banco se deu no início de janeiro, com a posse do Eleazar, que foi quem me convidou pra vir aqui. Eu trabalhava em Brasília no Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, MDIC, órgão ao qual o banco está vinculado. Eu já conhecia o Eleazar há muitos anos, estudamos juntos há 20 anos atrás, fizemos o mestrado juntos, e aí ele me fez o convite para vir chefiar o gabinete dele aqui no Banco, então tenho apenas três meses de BNDES, mas já parecem três anos.
P2- O que é, exatamente, chefiar o gabinete do diretor?
R- Ah, é tudo (risos). É muito mais até do que eu imaginava. O banco é uma casa fantástica, a recepção aqui, os projetos, a dinâmica, o trabalho é fantástico, e pelo gabinete, geralmente quando você fala assim, chefia de gabinete, as pessoas pensam em alguma coisa muito burocrática, muita papelada, mas você passa desde isso até uma autorização de viagem, até uma entrevista de alguém que queira falar com o presidente, mas passa até a coisa dos projetos dos 50 anos, a imprensa, a parte de orçamento, planejamento, a parte de reuniões de diretoria, a assessoria parlamentar. Você tem toda uma dinâmica, a vida do presidente do banco é, na verdade, organizada, no sentido lato claro, que não pode ser um dia a dia, pelo gabinete. Então eu tenho uma estrutura bastante grande, eu tenho uma subchefia, tenho assessores, tanto econômicos quanto jurídicos, tenho uma secretária pra organizar isso tudo, secretária administrativa, assessores parlamentares, a área de imprensa ligada, a área de Comunicação Social, que está com esse belo projeto dos 50 anos, no qual se insere esse projeto do Museu da Pessoa e um livro, um filme, um documentário. Tem toda parte de contato com a imprensa, as entrevistas do dia a dia, enfim, planejamento, estudos, é uma área realmente grande e compassa todos os assuntos que o banco trata.
P2- Nesse pouco tempo que você está aqui, além do projeto dos 50 anos, tem algum outro projeto que você considere significativo, que você goste? Alguma coisa que te emocione, que você tenha uma atenção especial?
R- Com a visão de quem está chegando, que é nova, tem me motivado muito esse relacionamento do banco de consolidar o planejamento. A gente está num movimento bastante grande, o Banco passou por uma fase no ano passado bastante densa de implantar um planejamento estratégico, que é uma visão de cinco anos, uma visão de futuro. As várias dimensões do banco, a visão 2005. Esse projeto de consolidação é um projeto bastante vivenciado por todos, e a dinâmica, a forma como as pessoas são motivadas aqui é algo que realmente te motiva bastante. É uma casa, eu venho de experiências no serviço público, ministérios, Brasília, onde você tem uma troca muito rápida de chefias e estruturas e você não tem então muito tempo para formar pessoas. Todos que vocês ouviram aqui vocês vão ver que trabalham no banco há muito tempo, então o banco tem um corpo técnico, isso emociona realmente. A preparação, a forma como eles são entusiasmados, o banco passa a ser uma grande família, no sentido bom, não no sentido pejorativo das pessoas se acostumarem, não, eles se respeitam, têm um corpo técnico fantástico, têm um conhecimento amplo, profundo, isso tudo é bastante contagiante. Então é realmente uma experiência que eu já julgava que seria boa, tanto que foi um desafio que eu topei imediatamente, achei muito legal vir pra cá, mas a cada dia que passa ele é mais entusiasmante, estou muito feliz com a acolhida e com toda a experiência que eu estou tendo aqui.
P2- O que o BNDES é... O que ele era antes de você entrar e o que ele é agora, que você faz parte do corpo técnico?
R- Ele antes era algo que passava bastante em paralelo. Claro que como funcionária de governo eu trabalhava na área de comércio exterior, ele era o órgão de financiamento também de comércio exterior, então a gente conhecia as operações. Toda essa parte de PROEX(?) Exim Bank(?) Bombardier(?), tudo isso que você ouve falar de experiência de financiamento eu já conhecia, mas numa coisa à parte, conhecia pessoas, respeitava seu quadro técnico. Estar dentro é tudo isso e muito mais, é uma coisa que quem está de fora não tem a dimensão do tamanho, seja ele do orçamento, do apoio que ele dá, seja da dimensão das coisas que ele abarca − que é do pequeno empresário −, todo aspecto social... Vou citar um exemplo. Há pouco tempo a gente fez uma viagem a trabalho, à Fortaleza, e eu tive a oportunidade de assistir um Ballet, que foi apoiado pelo BNDES, o Ballet EDISCA, e quem puder ver, é algo... Você não acredita como que um financiamento, um apoio... Que claro, não foi só do banco, mas mostra um apoio do banco na área social. Você conseguiu tirar crianças de rua e torná-las bailarinas, isso é que elas são, são perfeitas, passam não só a beleza técnica do aprendizado − que mostra que com esforço você consegue chegar lá −, mas mostra toda emoção de estar participando daquela experiência. Isso, pra qualquer pessoa que trabalha no Banco, é realmente emocionante, porque você vai do apoio a grandes empresas, de EMBRAER até um pequeno empresário, a compra de uma máquina, alguém que está... Todo o apoio regional no Nordeste, no Sul, a região que está na capital ou no interior, isso realmente é algo que só aqui dentro você tem a real dimensão.
P2- Pra finalizar, eu queria saber o que você achou de ter participado dessa entrevista e, portanto, ter contribuído com o projeto 50 anos do BNDES.
R- Eu acho todos esses projetos dos 50 anos o máximo, mas esse particularmente é fantástico, porque ele é necessário. A memória hoje do país, a memória do desenvolvimento, do progresso, é o que fica. Quando você pensa nas experiências que todas essas pessoas passaram e se não fosse por esse resgate elas jamais seriam contadas, isso é algo que realmente poderia nos deixar muito tristes, ainda bem que nós vamos ficar felizes por ter um projeto pra contar essa história toda.
P2- Obrigada Denise.
R- Obrigada.Recolher