Projeto Museu Clube da Esquina
Depoimento de Hamilton Mendonça de Paula
Entrevistado por Stela Tredice
Três Pontas, 22 de maio de 2004
Realização Museu da Pessoa
Código do depoimento: MCE_CB017
Transcrito por: Bruno Weiers
Revisado por Joice Yumi Matsunaga
P/1 – Hamilton, fala para mim o se...Continuar leitura
Projeto Museu Clube da Esquina
Depoimento de Hamilton Mendonça de Paula
Entrevistado por Stela Tredice
Três Pontas, 22 de maio de 2004
Realização Museu da Pessoa
Código do depoimento: MCE_CB017
Transcrito por: Bruno Weiers
Revisado por Joice Yumi Matsunaga
P/1 – Hamilton, fala para mim o seu nome completo.
R – Hamilton Mendonça de Paula
P/1 – O local e a data de nascimento.
R – Três Pontas, 26 de junho de 1957.
P/1 – O nome dos seus pais.
R – Francisco Galvão de Paula, Maria Ivone Mendonça de Paula.
P/1 – E você tem irmãos, irmãs?
R – Tenho. Meus irmãos vivos são Luís Eduardo Mendonça de Paula, Marco Antonio Mendonça de Paula, Viviane Mendonça de Paula. E teve dois que faleceram, uma irmã minha que faleceu, Liziane Mendonça de Paula.
P/1 – Como era sua infância aqui em Três Pontas? O que você gostava de fazer? Como era o ambiente na sua casa?
R – Ambiente bem familiar. Infância de cidade do interior, jogava futebol, brincava com os amigos, aquela infância de interior mesmo.
P/1 – Que tipo de brincadeiras vocês faziam?
R – Fazíamos brincadeiras de pique, guerra-guerra, que reunia duas turmas, uma saía, delimitava a área, uma não podia chegar na área do outro, aquelas coisas bem, que não existem mais, né?
P/1 – E o que seu pai fazia?
R – Meu pai começou como comerciante e, logo depois, meu pai foi funcionário da Usina Boa Vista. E depois, como comerciante, ele começou vendendo adubo e, de vendedor de adubo, ele tornou-se diretor de uma das maiores empresas de Três Pontas.
P/1 – Qual é?
R – Fertibrás.
P/1 – E você trabalhou nessa empresa?
R – Meu primeiro emprego foi com ele na Fertibrás.
P/1 – O que você fazia lá?
R – Eu era assistente de vendas dele. Logo no começo da empresa.
P/1 – E voltando um pouquinho para sua infância, você se lembra de festas que tinha na cidade, festas populares, procissões?
R – Muitas, lembro. As mais famosas eram as quermesses. Tinha a festa da Embaixatriz da Televisão que foi uma festa em Três Pontas que teve um auge estupendo, mas infelizmente acabou. E as quermesses depois viraram exposições agropecuárias.
P/1 – Como era essa festa Embaixatriz da Televisão?
R – Era escolhida a embaixatriz da televisão. Representantes das cidades de Minas Gerais mandavam as miss e era coberta, se eu não me engano, pela Rede Tupi. Então vinham todas as artistas para festa, a cidade vivia um auge total nessa época.
P/1 – É? E você ficava olhando as misses? Do que você se lembra?
R – Tinha as festas em que a gente ia. Eu ainda era bem novo, mas a gente participava das festas e era bem interessante. Aquelas mulheres bonitas que vinham, todas. Realmente eram muito bonitas que vinham representar sociedades.
P/1 – E essa adolescência? O que você gostava de fazer? Tinha baile, tinha footing na praça?
R – É, a adolescência, os bailes foram posteriores. Na adolescência chamava-se brincadeira, né? Eram uns bailinhos dançantes que faziam em casas mesmo, punha a música e você ia, dançava, escolhia a colega e fazia. Chamava brincadeira. (riso)
P/1 – E quem era a sua turma de adolescência, assim? Você tinha uma turma de amigos?
R – Tive, tive vários, vários amigos. Vaguinho, Betinho, antes o Pena, o Frã, irmão do Jacaré, foi meu grande amigo, Pantera, diversos amigos que a gente guarda muito.
P/1 – E você sempre morou aqui em Três Pontas?
R – Sempre morei aqui.
P/1 – E o que você acha que essa cidade tem que saem tantos músicos daqui?
R – É uma boa pergunta. Três Pontas realmente tem esse poder de fabricar bons músicos. A cidade é musical naturalmente. Aqui tem essa particularidade.
P/1 – Em que sentido você acha assim que ela é musical?
R – Acho que flui mesmo. O exemplo do Bituca, do Wagner, deixou a cidade criar esse clima e todo mundo querer. Ver o Bituca sair daqui, vocês conhecem a vida dele toda, tornar. Então ajudou muita a cidade, é um orgulho que Três Pontas tem de ter o nosso Bituca e sempre falando de Três Pontas. Quando o Bituca fala de Três Pontas na imprensa, Três Pontas no outro dia é outra cidade.
P/1 – E a sua relação com a música? O que você gostava de ouvir? Você participa da carreira do Bituca? Qual a sua relação com a música em geral?
R – Eu sempre gostei de Beatles e música popular brasileira, a boa música popular brasileira. Foi sempre meu gosto. Adoro. Música popular brasileira, eu vou em Belo Horizonte e escuto a Inconfidência vinte e quatro horas por dia, porque só toca música popular brasileira.
P/1 – E como começou a sua amizade com o Bituca?
R – A minha amizade com o Bituca começou, eu conhecia o Jacaré, o Helson Romero,
que lá são todos Jacaré. Conhecia o Jacaré e fomos fazendo a amizade com o Frã, irmão dele. Fizemos amizades e uma vez eu fui presidente do Estudante do Samba, uma escola de samba daqui de Três Pontas, e, uma vez, eu tive a cara-de-pau de pedir para ele fazer um samba-enredo para mim e ele topou fazer, e fomos tendo afinidade.
P/1 – Quando foi isso?
R – Tem tempo.
P/1 – Mais ou menos. A década, ou mais ou menos o ano.
R – Tem trinta anos, isso aí brincando.
P/1 – E ele fez o enredo?
R – E ele fez o samba-enredo. Depois acabou fazendo outro que fez muito sucesso, que foi “Reis e Rainhas do Maracatu”, que foi gravado em disco. E outras vezes que eu fui presidente, ele tornou a fazer samba-enredo. Eu ia ao Rio de Janeiro, sempre visitava, ia na casa dele. Uma amizade sem cobrança. Eu tenho o Bituca como um ídolo sem nunca cobrá-lo nada. Eu sou amigo dele por gostar.
P/1 – Parece que tem uma apelido que você deu para ele?
R – Tem. Eu só o chamo de Divindade. E gostei muito do lançamento em Belo Horizonte do Marcinho me apresentando, a hora que o Bituca chegou, Marcinho falou que tinha três pessoas no mundo que o Marcinho admirava e colocava na frente de tudo: Deus, Miles Davis e Milton Nascimento. O Bituca falou assim: “Não necessariamente nessa ordem”. Achei fantástico o espírito dele. E é porque eu o chamo de Divindade faz muito tempo. Ele, quando manda cartões para mim de natal e tal e coisa, é: “Abraços e Beijos da Divindade”.
P/1 – E como surgiu esse apelido?
R – Foi naturalmente. Num show que eu estava presente, cheguei e falei: “É ele, a Divindade da música.”
P/1 – E você participou daquele encontro, daquele festival de música que teve aqui em Três Pontas?
R – Do Woodstock Mineiro?
P/1 – Do Woodstock Mineiro?
R – Participei. Aquilo tinha que acontecer outra vez. Outra, não, outras vezes. Foi fantástico.
P/1 – Quem tocou? Quem estava no palco?
R – Tinha muita gente. Chico, Francis Hime, Bituca, Clementina, Fafá de Belém, Azimuth, Grupo Água. Aí eu não sei, posso esquecer alguém, era muita gente, foi uma loucura. Para se ter uma ideia, na época, em Três Pontas, no dia do chamado Woodstock Mineiro, acho que foi manchete que deu o nome, acabou leite e água na cidade, não tinha mais nada.
P/1 – E qual foi a reação da população com esse festival, você se lembra?
R – Maravilhosa. No princípio, houve certo receio de hippies, drogas, aquela coisa, mas depois viu que foi uma coisa que teria que acontecer de novo. E só o Bituca para fazer isso acontecer de novo aqui, a Divindade.
(PAUSA)
P/1 – E, você disse que costuma ir a Belo Horizonte, né?
R – Isso.
P/1 – No momento, lá nos anos 1970, começo dos anos 70 quando estava se juntando o pessoal do Clube da Esquina, você já tinha algum envolvimento com o Milton nessa época? Com os Borges? Você viveu toda a preparação do que foi o “Clube da Esquina 1”?
R – Não, não. Eu tinha envolvimento com o próprio Bituca. Eu fui conhecer o pessoal do Clube da Esquina posteriormente. Nessa época não tinha envolvimento com eles. Tenho muito contato com Fernando Brant, com Lô Borges, com o Marcinho, Tavinho Bretas, Murilo Antunes, tenho muita convivência com eles, mas posterior.
P/1 – Com o Bituca você já tinha?
R – Com o Bituca é toda.
P/1 – E você se lembra dele fazendo comentários do que ele imaginava desse trabalho? Ele comentava com você?
R – O Bituca, toda vida quis fazer alguma coisa parecida com Beatles. Beatles, no começo da carreira dele é Beatles. Beatles é Beatles, até hoje não tem o que falar.
P/1 – Tem alguma música do “Clube da Esquina 1” que você mais goste, que mais te toque?
R – Eu tenho uma música que me toca demais da conta, é o “Clube da Esquina 2”. Eu acho aquilo. Aquilo nunca mais vai existir musicalmente falando e a letra encaixada naquilo, fantástico.
P/1 – E do Milton, qual trabalho dele você mais admira, já na carreira solo?
R – Na carreira solo?
P/1 – É, quando ele passou a…
R – Tem coisa..., “Coração de Estudante”, “Canção da América”, tem coisa demais do Bituca, coisas bonitas demais da conta. Ele, acho que deveria ser mais idolatrado do que é. Porque ele pegou um final da Bossa Nova e entrou com uma coisa diferente e foi seguido por esse pessoal de Minas, do Clube da Esquina, que você hoje não vê surgir alguma coisa diferente. Tá aquilo ali, normal. Eles foram depois da Bossa Nova, não existiu outro ritmo musical no Brasil a não ser o do Clube da Esquina, que começou com a Divindade.
P/1 – E você identifica nesses grupos novos que estão surgindo em Minas algum grupo de música que está tocando que tenha se inspirado no trabalho do pessoal do Clube da Esquina?
R – Quer queira, quer não, eu acho que todos se espelham.
P/1 – Quais?
R – Eu acho que o Skank, Jota Quest e outros menos famosos, tudo se espelha na coisa. É que tem que se espelhar. Se o Milton começou a se espelhar nos Beatles, quem vai começar tem que se espelhar em alguma coisa para fazer jus, né?
P/1 – Tá. E tem alguma história engraçada que você se lembra que tenha vivido com esse pessoal, tanto Jacaré, né, esse pessoal daqui de Três Pontas, o Milton, tem alguma lembrança, alguma história curiosa, um causo?
R – O Bituca mesmo, quando ele chega em Três Pontas, ele costuma não avisar que está chegando em Três Pontas. Aí chega, aí começa a fazer os contatos. E ele adora comer peixe, traíra, que é um peixe natural da gente aqui. E tem um amigo particular nosso que é o Vaguinho, tem uma casa de campo na beirada da cachoeira, um lugar maravilhoso. E eu aviso: “Vaguinho, o Bituca tá aqui, vamo comer a traíra”. Então pode ser segunda, terça, o dia que for, o BItuca chega com a gente lá, pouca gente, que ele não gosta de muito movimento. Aí estamos lá, na segunda ou terça-feira, começamos a comer a traíra, ele não bebe, fica ali no suco dele, na água mineral. Quando vê, o papo vai indo, vai indo e ele pega e vira assim: “Hoje não é mais segunda”. Aí falam: “Por quê?”. “Não, hoje virou sexta-feira. Nós vamos embora só domingo.” Ele decreta o dia e nós temos que acompanhá-lo. Sendo segunda-feira, vira sexta, então nós ficamos até na quarta, que quarta virou domingo.
P/1 – E ficam lá só na…
R – E ficam lá, só comendo peixe, pescando, conversando. E o que ele mais adora, né, ficar conversando e saber as coisas novas da cidade, as palhaçadas, o que aconteceu, o que não aconteceu. É um molecão quando está com a gente.
P/1 – E ele pesca?
R – Não. (risos) Ele prefere o peixe fritinho no prato.
P/1 – E quem que pesca de vocês?
R – Aí o Vaguinho, que é o dono dessa casa de campo, coloca os funcionários dele para arrumar o peixe, para na hora que o Bituca chegar, ter o lambari e a traíra prontinha, fresquinha para ele poder comer.
P/1 – E que tipo de fofoca vocês contam para ele?
R – Tudo que acontece na cidade, né, os causos da cidade. E ele quer saber de tudo. E ali a gente ri, passa a sexta, o sábado e o domingo, que seria segunda, terça e quarta.
P/1 – E aí o trabalho…
R – Não tem trabalho. (risos)
P/1 – Tem alguma história, alguma coisa que…
R – São tantas histórias que lembrá-las são... Se eu soubesse que você ia me perguntar isso eu teria vindo já.
P/1 – Não,
mas eu não quero que você prepare, não. Eu só queria que você me desse uma dica do que a gente podia estar conversando agora.
R – Não, ele sempre quer saber...
P/1 – Não, eu não quero saber das fofocas, só quero saber de uma maneira geral.
R – Pois é, mas ele não quer fofoca, ele quer saber quais são as gírias novas que acontecem na cidade, o que é que se fala. Porque aqui fala da cidade vizinha, que rifa televisão preto-e-branco, e é isso e aquilo. E ele adora ficar sabendo essa palhaçada.
P/1 – Mas você costuma ir aos shows deles?
R – Vou muito, muito, muito. Frequento muitos shows dele. Sempre que posso estou em todos os shows dele.
P/1 – E quando você percebeu que era essa a carreira dele mesmo, que o negócio dele era a música?
R – Ele já fazia o programa de rádio na cidade e já dava para saber porque o programa dele era só de músicas boas, então já tinha um gosto musical apurado. E, depois, quando foi no festival que ele apareceu com “Travessia”, aí falou: “Agora ninguém segura”. E foi o que aconteceu mesmo.
P/1 – Você se lembra do Festival?
R – Lembro do Festival.
P/1 – Você estava assistindo?
R – Assistindo em casa na televisão.
P/1 – O que você sentiu?
R – Nossa, uma loucura. Eu me lembro de uma coisa, que é uma coisa boa, muito importante. Eu estudava no Ginásio São Luiz, e quando ganhou a música “Apareceu a Margarida”, “Travessia” ficou em segundo e a “Carolina” em terceiro. A repercussão não foi a esperada, o povo esperava “Travessia” ou “Carolina”, né? E eu no Ginásio São Luiz, apareceu um pessoal fazendo pesquisa para saber qual seria a música que teria que ser a primeira. E os meus colegas de classe não sabiam que “Travessia” era do Milton Nascimento. E eu vi eles votando na música, ficava revoltado com aquilo. “Pronto.Estão votando contra o cara que é daqui.” Isso me gravou muito, no Ginásio São Luiz, uma pesquisa que foi feita para saber. “Apareceu a Margarida”, “Travessia” e “Carolina”, então “Carolina” para mim com “Travessia” são... Eu acho que “Apareceu a Margarida” não deveria ter ficado em primeiro. Mas eu não concordava que alguém votasse na “Carolina”, eu queria que votasse na “Travessia”. Mas sabendo que o Bituca era daqui, isso me gravou muito.
P/1 – De quais outros eventos, festivais, você lembra que ele participou e que você tenha assistido?
R – Não, de festivais, daí eu não participei de muita coisa. Shows eu fui bem. Inclusive, ele fala uma coisa que é interessante, que não tem lugar do Brasil que ele deixou que não apareça um trespontano. Isso ele mesmo fala: “Eu posso estar dando show onde estiver, hoje não vai ter um trespontano, quando vê bate no camarim, tem um trespontano”.
P/1 – Como pode?
R – Ele confirma isso para todo mundo aqui. Não tem show que ele dê que não tenha um trespontano para ver.
P/1 – Quer dizer, o pessoal vai mesmo assistir e se orgulha disso?
R – Ou então, está perto, fica sabendo e aparece lá no show.
P/1 – E trespontano é orgulhoso, né?
R – Trespontano é orgulhoso, tem o orgulho dele que é o ídolo, a divindade nossa.
P/1 – Bacana. E você se lembra da Dona Lília?
R – Muito.
P/1 – Qual a imagem que você tem dela, assim, quando a gente fala “Dona Lília”?
R – Dona Lília é aquela pessoa meiga, carinhosa. A Lília do Bituca. A Lília do Bituca.
P/1 – E a sua família também sente o mesmo por ele?
R – Todos. Minha mãe, quando morava na Usina Boa Vista, que eu falei que o meu pai começou a trabalhar na Boa Vista, minha mãe chegou a pajear o Bituca na Usina da Boa Vista.
P/1 – Como foi isso?
R – Ela lembra do Bituca na Usina Boa Vista menininho. E que saía com ele, passeava. Quando a gente se encontra, conversa muito a respeito disso.
P/1 – Que ele ia lá para brincar com você, é isso?
R – Não. Nem eu tinha aparecido ainda. Era minha mãe com ele, pajeava ele novinho na Usina Boa Vista. Ele ia lá na Usina, acho que para família dos Brito, que a Usina era dos Brito, e minha mãe pajeava ele na Usina.
P/1 – E você esperava ter um amigo que chegasse a ser um cantor de projeção internacional?
R – Nunca esperava, nunca. Poderia imaginar que chegasse a algum lugar, mas onde ele chegou, não imaginava nunca.
P/1 – E que lições de vida você tira dessa relação, dessa amizade que você tem com ele?
R – Lição de vida é que uma pessoa completamente simples, humilde, uma pessoa que, se você chega com uma pessoa que ele não conhece, ele demora dez minutos para poder falar alguma coisa. Acho que o dom que ele tem, a divindade que ele tem de conhecer a pessoa para saber se ele pode conversar, pode se abrir. E uma pessoa que saiu, foi bem acolhido pelo seu Josino e pela Dona Lília, mas vem de situações difíceis, menino adotado, e conseguiu chegar onde chegou, com méritos próprios, e a torcida da gente, isso ele pode ter certeza.
P/1 – Você é um torcedor convicto?
R – Eu sou. Aqui em Três Pontas eles falam que nós somos do PSDB – Puxa-saco do Bituca.
P/1 – Ah, além de você, tem mais?
R – Tem mais.
P/1 – Quantos, como que é esse…
R – É eu, o Jacaré, o Vaguinho, Bichinho, Pantera, Paulinho, tem uma turma que se reúne para fazer o aperitivo, aí o pessoal chega e fala: “Ali está reunido o PSDB, os Puxa-saco do Bituca”.
P/1 – E vocês cantam? Alguém puxa uma viola?
R – Não, não, não. A não ser o Cleiton, quando está aqui. O Cleiton é amigo dele também. O Cleiton toca um violão e sempre canta música do Bituca. Nós não, nós somos fãs sem cantar, sem nada.
P/1 – Desde quando então, você conhece o Bituca? Você tinha quantos anos?
R – Eu era novo, devia ter catorze anos de idade quando conheci o Bituca.
P/1 – Foi na escola? Onde foi?
R – Não, foi aqui. Aqui nessa casa mesmo.
P/1 – Como?
R – Foi por intermédio do Helson Romero, Jacaré, do Frã.
P/1 – Mas vocês vinham brincar, como é que se dava isso?
R – Não, eu tinha amizade com eles, o Helson, o Jacaré, nós jogamos futebol de salão muito tempo juntos. Então tenho amizade com ele há muito tempo. Então, o Bituca estava aqui, a gente começava a conversar, conversar e a amizade foi fluindo e deu no que deu.
P/1 – Qual que é a sua opinião, o que você sente de ter participado dessa entrevista do Museu Clube da Esquina? Você gostaria de deixar alguma mensagem?
R – Deixar para Divindade que com o maior orgulho para poder dar essa declaração para você: Divindade.
P/1 – Tá ótimo, Hamilton. Muito obrigada pela sua participação.
R – Obrigado.Recolher