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Por: Museu da Pessoa,

A alfaiataria de meu avô

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A alfaiataria de meu avô

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Meu avô Hermano se mudou do interior de Minas para Belo Horizonte muito jovem. Ele ficou órfão muito cedo e começou a trabalhar com 16 anos. Ele buscou algum trabalho que não machucasse, teve um critério muito estranho. "Qual será minha profissão?" E ele não queria mexer com marcenaria, serralheria, ser pedreiro, não queria nada que tivesse o risco de se machucar. Ele pensou: "Bom, talvez costurando, o máximo que pode me acontecer é furar o dedo". Ele se tornou aprendiz de uma alfaiataria e isso é um fato muito importante, porque a família do meu pai acabou se gerando totalmente em volta da alfaiataria e depois, num segundo momento, da moda como um todo. O meu avô conheceu a minha avó ainda muito jovem. Minha avó era enfermeira, Irene, e eles tiveram cinco filhos. Uma família muito louca, muito festeira, com muito grito, muita comida, uma casa sempre muito confusa, com tudo misturado, trabalho misturado com a casa. Eles sempre tiveram essa coisa de fazer tudo no mesmo lugar, com os funcionários entrando, saindo e eles comendo. A casa da alfaiataria do meu avô foi comprada na década de 70, logo após ele ter vencido o prêmio "Tesoura de Ouro", que era um prêmio da época, reconhecido como o Oscar da alfaiataria. A alfaiataria era uma atividade que ainda era muito importante então, tinha premiações e tudo mais. Na época, ele realmente ficou muito famoso, saiu uma matéria grande sobre ele na Revista Vogue, que, na época, foi o auge. E ele começou a atender clientes como Presidente da República, governadores, senadores, os mais altos empresários de Minas Gerais… Ele sempre foi uma pessoa muito simples, acho que não terminou nem o ensino fundamental, ele era super autodidata, mas gostava muito de conversas com os clientes e fazia questão que os atendimentos fossem longos e lentos. Então, seja quando ele ia à casa dos clientes ou quando ou clientes iam no ateliê dele, no bairro Funcionários, eram duas ou três horas de...

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Projeto Conte Sua História

Depoimento de Lucas Durães

Entrevistado por Lucas Torigoi

Belo Horizonte, 12/09/2019

PCSH_HV814 _ rev.

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Ana Beatriz Cunha

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Qual o seu nome inteiro, a cidade em que você nasceu e a data?

R — Lucas Augusto Barbosa Durães, nasci em 28 de novembro de 1988, aqui mesmo em Belo Horizonte.

P/1 – Você nasceu em que hospital aqui em Belo Horizonte?

R – Nasci no Mater Dei, de cesariana, porque minha mãe já tinha tido… Meu irmão já tinha tido que nascer de cesárea também, então ela precisou… Diz ela, não sei se isso é lenda hoje em dia, que depois que faz uma cesárea, todo mundo tem que ser cesárea. Mas ela aproveitou para marcar a data no dia 28 porque ela é devota de São Judas Tadeu, que é no dia 28 de outubro… Ela fala que se pudesse, teria me adiantado um mês para eu nascer no dia 28 de outubro, mas como não foi possível, ela marcou para o dia 28 de novembro.

P/1 – Entendi. Como é o nome inteiro do seu pai?

R – Meu pai é Marcelo Augusto Bahia Durães.

P/1 – E como é que é a família dele? Essa família do seu pai, qual é a história dela?

R – Bom, essa família onde todos os homens têm "Augusto" no nome, é uma família… Bom, meu avô se mudou do interior de Minas para Belo Horizonte muito jovem. Ele ficou órfão muito cedo e começou a… Aos 16 anos ele já precisava trabalhar, enfim. Ele buscou algum trabalho que não machucasse, teve um critério muito estranho. "Qual será minha profissão?" E ele não queria mexer com marcenaria, serralheria, ser pedreiro, não queria nada que tivesse o risco de se machucar. Ele pensou: "Bom, talvez costurando, o máximo que pode me acontecer é furar o dedo" (risos). Ele se tornou aprendiz de uma alfaiataria e isso é um fato muito importante, porque a família do meu pai acabou se gerando totalmente em volta da alfaiataria e depois, num segundo...

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Título: A alfaiataria de meu avô

Local de produção: Brasil / Belo Horizonte

Autor: Museu da Pessoa

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