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Personagem: Jair Massaro
Por: Museu da Pessoa,

36 anos no ramo dos relógios

Esta história contém:

36 anos no ramo dos relógios

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Meu nome é Jair Massaro, nascido em 30 de novembro de 1953 em Ribeirão Preto. Meu pai era taxista e tinha um ponto lá na rodoviária. Na minha infância, eu morava na Rua Dois de Julho, 571. Eu brincava muito de bola na rua, mas eu queria trabalhar, não queria estudar. Então, o meu pai foi caçando um jeito de arrumar um emprego para mim. Eu tinha sete para oito anos, estava na escola, mas não queria estudar de jeito nenhum.

Aí, eu pensei comigo: "Como eu não quero estudar, eu vou aprender alguma coisa". Aí meu pai me arrumou um serviço na alfaiataria. Mas a criançada mexia comigo, dizendo que era serviço de mulher, e eu fiquei desarrumado, porque começou todo mundo: "Ah, isso aí é serviço de mulher. É serviço de mulher". Aí apareceu um rapaz lá e perguntou se eu queria trabalhar com ele - chamava Antônio Conaço, a relojoaria que eu comecei. Era numa portinha muito pequenininha. Depois, nós saímos dessa porta pequena, fomos trabalhar de baixo de uma escada, isso tudo na São Sebastião, tudo no centro da cidade. Eu fiquei com ele até meus 17 anos, mas aí eu falei assim: "Eu vou montar uma oficininha para mim". Então eu arrumei um lugar que era uma portinha, que tinha um metro por um e cinquenta, na Avenida Jerônimo Gonçalves.

Dali, ela ficou muito pequena para mim, e eu comecei a procurar algum outro lugar. Mudei pra outro número na mesma rua, mas era um salão maior. A partir disso, eu comecei a pegar gente mais nova pra trabalhar comigo: primos, sobrinho... e muitos deles se tornaram relojoeiros.

Quando já fazia uns 22 anos que eu estava ali na Jerônimo Gonçalves, veio uma enchente. Eu já tinha montado duas lojas com meus filhos, uma na José Bonifácio e outra na General. Aí veio essa enchente e perdi tudo que tinha lá. Desanimei daquele lugar e fiquei na General Osório. Coloquei um filho em cada loja. Depois eu ainda tive que sair da loja da General, pois pediram o prédio, e meu...

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Dados de acervo

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Projeto Memórias do Comércio de Ribeirão Preto 2020-2021

Entrevista de Jair Massaro

Entrevistado por Cláudia Leonor e Ana Eliza Barreiro

Ribeirão Preto, 22 de abril de 2021

Entrevista MC_HV059

Transcrita por Selma Paiva

Transcrita por Selma Paiva

Conferida por Ana Eliza Barreiro

P1: Então, ‘seu’ Jair, obrigada por o senhor está aqui com a gente hoje, aceito o convite da entrevista. E aí eu vou perguntar, primeiro, o nome completo do senhor, se eu não falei algum nome, o local e a data de nascimento.

R1: Jair Massaro. Jair Massaro, 30 de novembro de 1953.

P1: E que cidade, ‘seu’ Jair?

R1: Ribeirão Preto.

P1: Ribeirão?

R1: Ribeirão Preto.

P1: Maravilha. E, ‘seu’ Jair, o nome dos seus pais e o que eles trabalhavam?

R1: Meu pai era taxista.

P1: Ah! Tinha um carro de praça, que eles falavam?

R1: É, carro de praça.

P1: E ele trabalhava... ele tinha um ponto onde, ‘seu’ Jair?

R1: Rodoviária.

P1: Que é bem movimentado, né?

R1: É.

P1: Ô, ‘seu’ Jair, e assim, quando o senhor era criança, que... onde o senhor morava e o que o senhor gostava, assim, de brincar, lá com a turma?

R1: Olha, a minha infância, eu morava na Rua Dois de Julho, 571. Eu brincava muito de bola na rua, mas eu queria trabalhar, não queria estudar. Então, o meu pai, sabendo disso, foi caçando um jeito de arrumar um emprego para mim, um serviço. Mas eu tinha sete para oito anos, nisso. Estava na escola, mas ele queria... eu não queria estudar de jeito nenhum e ele queria que eu trabalhava, então. E eu comecei a...

P1: É? E por que o senhor não queria estudar?

R1: Ah, eu fugia da escola, dava para trabalho para ele, coitado. Dava trabalho para mãe e para o pai ((Risos)). Ó...

P1: Ãhn?

R1: Aí, o que que eu fiz da minha vida? Eu pensei comigo: "Como eu não quero estudar, eu vou aprender alguma coisa". Eu era moleque, criança ainda, né? Aí meu pai me arrumou um serviço na alfaiataria. Alfaiataria. A alfaiataria, eu comecei a trabalhar e eu fiquei...

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Título: 36 anos no ramo dos relógios

Local de produção: Brasil / Ribeirão Preto

Autor: Museu da Pessoa
Personagem: Jair Massaro

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