Sou Sandra tenho 26 anos, mulher, negra, psicologa e portadora de paralisia cerebral, fiz 13 cirurgias ortopédicas, 17 anos de fisioterapia, 07 anos de natação, 02 anos de fonoaudiologia. Na infância passei por dificuldades financeiras, pois só meu pai trabalhava, enquanto minha mãe me leva a...Continuar leitura
Sou Sandra tenho 26 anos, mulher, negra, psicologa e portadora de paralisia cerebral, fiz 13 cirurgias ortopédicas, 17 anos de fisioterapia, 07 anos de natação, 02 anos de fonoaudiologia.
Na infância passei por dificuldades financeiras, pois só meu pai trabalhava, enquanto minha mãe me leva aos hospitais. Na fase de reabilitação os médicos me deram o prognostico de “nada vai fazer, ela será para sempre sua mãe”, porém estavam enganados e a cada dúvida que me jogam eu me fortalecia, comecei a andar com muita dificuldade e muitas quedas.
Me formei na escola e arrumei emprego, em 2012 comecei a graduação de psicologia, vencendo a cada dia as barreiras sociais, minhas limitações e a dislexia me formei e atualmente me especializo em psicologia hospitalar e penso que os limites estão mais em nossos pensamentos do que no corpo.
Ainda sofro com o preconceito social, mas me tornei militante e hoje posso dizer que tenho orgulho de quem sou sendo deficiente, mulher, negra e resiliente!
Além de tudo tenho dor crônica na coluna, que um dia me levou a uma tentativa de suicídio em 2013, mas atualmente aprendi a respeitar minha dor e minhas limitações.
Eu sonho com um mundo melhor, cheio de empatia e amor, onde todos possam ser o que de fato são, por isso criei a pagina "Me empoderei" no facebook. O preconceito é algo que lido desde que nasci, pois a equipe de médicos que cuidaram de mim, sempre afirmou que meu prognóstico não era bom, e a cada cirurgia um passo rumo a vitória, certas vezes tive que lutar até com minha família, pois os mesmos tinham medo de que eu me machucasse, mas aprendi muito nova que cair faz parte do aprendizado. E entre as milhares de barreiras que me deparei uma me fez mudar, a vontade de ser quem eu sonhei e hoje sou uma pessoa que luta, sonha, se frustra, que vence, que chora, mas que na maioria das vezes sorri e agradece por mais um dia.
Ser resiliente e empoderada é um processo, o qual vivo e luto diariamente, pois a travessia é dolorosa, mas olhar para trás e ver onde cheguei me fortalece!!!Recolher