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História
Por: Museu da Pessoa, 23 de março de 2006

"O sangue do meu povo vai cair na sua cabeça."

Esta história contém:

"O sangue do meu povo vai cair na sua cabeça."

Dados de acervo

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Depoimento de Aílton Krenak

Entrevistado por Stela Tredice e Thiago Majolo

São Paulo, 23 de maio de 2006

Realização Instituto Museu da Pessoa

Entrevista número BIO_TM011

Revisado por Carolina Ruy e Camila Catani Ferraro

P/1 – Pra começar, eu queria que você dissesse pra gente o nome completo seu, o local e a data de nascimento.

R – Eu nasci no Vale do Rio Doce, num lugar que nós chamamos de Córrego do Itabirinha. É a região antiga das nossas famílias, né, da tribo Krenak. E o meu nome é Aílton Krenak, eu sou um camarada deste povo que viveu, durante muito tempo, na região do Rio Doce.

P/1 – Tá. Eu queria que você começasse...

P/2 – Faltou a data só...

P/1 – Ah, é! A data.

R – 29 de setembro de 1953.

P/1 – Tá bom.

R – Este ano estou fazendo 53 anos. É legal, assim. Meio século, né? Eu quero ver como é que vai ser um século. Depois um e meio.

P/1 – Perspectiva grande. Como é que você começou a se interessar por lutas ambientais, causas ambientais?

R – Quando eu era pequeno e vi, pela primeira vez, assim digamos, isso há quase 50 anos atrás, as carretas, aqueles caminhões diesel grandões entrando lá na nossa região de floresta e desmatando a última região de floresta do Rio Doce e levando aquelas toras impressionantes, assim, quase da altura desse ambiente que nós estamos aqui, aquelas toras de cedro, que precisava um caminhão para carregar uma peça de cada vez. E eu fiquei olhando aquela violência e eu ficava com uma vontade enorme de tombar aqueles caminhões e jogar eles dentro do rio. Eu acho que foi minha primeira reação, não assim, não compreensão, né, mas minha primeira reação instintiva mesmo, assim, de bichinho humano, contra a predação da natureza e contra a mudança do meu ambiente, né? Porque eu gostava do meu ambiente. Quando o meu ambiente... quando começaram a tirar os esteios do meu ambiente, a minha primeira reação foi de raiva contra os caminhões. Ficava pensando...

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Título: "O sangue do meu povo vai cair na sua cabeça."

Data: 23 de março de 2006

Local de produção: Brasil / São Paulo / São Paulo

Entrevistador: Thiago Majolo
Entrevistador: Stela Tredice
Revisor: Carolina Ruy
Autor: Museu da Pessoa

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