Texto escrito por Karen Worcman, fundadora do Museu da Pessoa.
Viajar por desertos causa uma estranha sensação. No princípio, tudo parece igual – areia, sol, areia, sol, areia, sol, pedra.
Mas cada deserto tem sua vida. Cada deserto tem seu mistério. Cada deserto tem sua cor. Há muita vida no deserto. Inclusive uma biblioteca.
Don Quijote y sus manchitas é uma biblioteca comunitária, fundada há mais de 20 anos por Eddy e Lis. Fica em Santa Rosa, ao redor de Lima. No meio do deserto. Uma parte da cidade fica nas dunas. Casas e casas feitas na areia. Sem água. Somente sol, areia e pó. E vida.
A biblioteca é uma casa feita para crianças e jovens. Discutem literatura. Criam livros. Seus livros “cartoneros”. Cada um cria o seu: com histórias, pinturas, desenhos. São todos autores e leitores.
Don Quijote em uma rádio, um espaço para voluntários, que já possui “filhos”. No meio da areia, mais uma biblioteca. Agora criada e administrada por jovens que cresceram lendo.
No deserto há muito mais do que areia e sol. No deserto há cores, vidas, mistérios e muita luz e mistério. Don Quijote y sus Manchitas brilha no deserto. Tudo é possível!
Confira, na próxima semana, a história de Lis, professora, mãe e criadora com Eddy – seu marido – da extraordinária Don Quijote y sus manchitas.
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Representando o Museu da Pessoa com a expedição “As Américas e suas histórias”, a fundadora e curadora do Museu, Karen Worcman, deu uma entrevista ao projeto “Quijote para la vida”. A conversa foi veiculada na rádio comunitária QR19, gestionada por jovens da comunidade de Santa Rosa, próxima à Lima, no Peru.
Assista à entrevista e conheça o projeto aqui.