Como parte do Programa Vidas Indígenas e Patrimônios Imateriais do Museu da Pessoa, neste ano o projeto “Memória, território e patrimônios imateriais” está sendo realizado em conjunto com o povo indígena Enawenê Nawê (Mato Grosso) e está relacionado ao Ritual Yãokwa, considerado um patrimônio imaterial brasileiro.
O projeto começou em junho deste ano e envolve 30 jovens indígenas em ações de registro, organização e socialização das histórias de vida e saberes de seus anciãos e anciãs. As ações devem se desdobrar em quatro etapas, que vão até janeiro de 2025.
A iniciativa “Memória, território e patrimônios imateriais” tem como propósito promover, de forma colaborativa, com as comunidades indígenas, a constituição e a preservação de um acervo de histórias e de saberes por meio da Tecnologia Social da Memória, desenvolvida pelo Museu da Pessoa, além de registrar línguas indígenas em forma de narrativas de memória. O conteúdo consolidado também deve contribuir como referência para o desenvolvimento de práticas educativas, de pesquisas e de ações que contribuam com a causa indígena.
O Ritual Yãokwa marca a relação do povo com o mundo dos espíritos, mais especificamente com os Iyakaliti. Segundo a tradição, o equilíbrio nessa relação, mediada pelo ritual, é o que garante a ordem do mundo e a saúde de todos. Por isso, a sua realização é vital para os Enawenê.
Os cantos e a música são elementos fundamentais do ritual, assim como o peixe, que é o produto ofertado. O Ritual Yãokwa envolve um calendário socioeconômico e ecológico completo, centralizado na pesca e envolvendo a construção de complexas barragens nos cursos dos rios.
O projeto conta com a parceria do IPHAN, da Associação Indígena Enawenê Nawê e da Associação Indígena Enawenê Nawê; é realizado por meio da lei de incentivo à cultura “Lei Rouanet” do Ministério da Cultura do Governo Federal e conta com apoio financeiro do BNDES e patrocínio da TECBAN.