Querida vovó, quero bolo de fubá

Em dezembro de 1974, o paulistano Eduardo escreveu uma cartinha para a querida vovó Madalena dizendo que a visitaria antes do Natal, mas com uma condição: que ela o esperasse com seu doce favorito, o bolo de fubá. Para muita gente, ainda hoje, nem é preciso ter tido uma avó Madalena para salivar ao cheiro dessa receita saindo quentinha do forno. Encobertos por um imaginário de afeto e conforto (reforçado pela propaganda de docerias e casas especializadas), os bolos caseiros concretizam a saudade coletiva por um tempo que já passou. Nesta coleção, além de Eduardo, reúnem-se vovós cozinheiras de Paracatu, cidadezinha do interior de Minas Gerais, que falam do quitute que se tornou símbolo do desejo local: o bolo de domingo, um bolo de fubá feito não do milho, mas do arroz.