Índios, os guardiões da biodiversidade

De acordo com o censo demográfico apurado em 2010 pelo IBGE, vivem no Brasil 897 mil índios – algo como 0,47% da população brasileira –, que compõem 305 etnias e falam 274 línguas. Para um contingente que se julgou ameaçado de extinção nos anos 1970, o aumento do número de indivíduos indígenas a partir da década de 1980 significou mais uma prova de resistência dos povos originários do país. Ainda assim, as ameaças à sua existência permanecem formidáveis.
Embora relativamente poucos em relação à população total, os índios brasileiros são donos de uma cultura e um conhecimento únicos, um valioso ativo socioambiental ainda não suficientemente estudado e assimilado como vetor de inovação. A ciência tem muito a aprender com os nossos índios, e o tanto que já sabe é um indicador da enorme riqueza – até mesmo material – resguardada na vida e na cultura dos povos tradicionais. Em um raciocínio simplório, proteger os índios é um ótimo negócio.
Não por outra razão, a Constituição de 1988 foi sábia ao consignar, no artigo 231, que:
“São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens.”
O parágrafo primeiro do mesmo artigo, complementa:
“São terras tradicionalmente ocupadas pelos índios as por eles habitadas em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindíveis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessárias a sua reprodução física e cultural, segundo seus usos, costumes e tradições.” (Veja aqui a íntegra do artigo: http://bit.ly/2RNwDUH)
É o que se requer, ao fim e ao cabo, de nossos governantes, qualquer governante: respeitar a Constituição.