sobre a coleção

criada em: 29/11/2017

Cada uma dessas fotografias será sempre um veredito. Um livro aberto, uma alvorada, um pôr de sol: arquivo de um museu que guarda histórias. Nada mais futurista. Nomes e sobrenomes. Aquela casa que escutou tantos segredos, lembra? A antiga palavra que nunca foi pronunciada, lembra? A mão que tocou a outra mão porque um verso possui o hálito encarnado. Um lustre, um castiçal, um quase sorriso. Quem será que está do meu lado na fotografia? Quem será que está do teu lado, aqui, diante desse álbum de família? Uns todos. Todos um. Tempo e tempo: cornucópia, transparência, vida e morte, risco fino, ventania.
Todos aqui, num ensaio para sinônimos.
Uma fotografia, cada uma delas: o batizado na manhã de domingo, o casamento num dia de chuva, a chegada ao Brasil, uma recordação do passado. Uma fotografia será sempre será um retrato e um verdadeiro retrato não deixa rastros, porque uma história sempre vem de um tempo grávido de nomes, de coitos arredondados, de apelos, de dádivas, de inícios, de confins. Em planos abertos e fechados. Em ambientes públicos e privados. Carne, músculo, sangue, osso.
Diógenes Moura

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