Ano: 2022
Baixe a publicação – (PDF) 5,8MBQuando seu José Anício, um dos entrevistados para esta publicação, chegou a Ipatinga, o município ainda era um vilarejo. A instalação e a ampliação da Usiminas, desde a
década de 1950, só fizeram a cidade, que
se emancipou na década de 1960, crescer. Hoje, são cerca de 265 mil habitantes na região do Vale do Rio Doce, a 215 quilômetros de Belo Horizonte.
A vida em torno da indústria é um entre os muitos assuntos das histórias que estão registradas nas próximas páginas. Enquanto Ipatinga se desenvolvia, dona Rejane brincou de bola, casou-se, teve filhos, separou-se, mudou-se de casa. Já Alaídes, que nasceu em uma cidadezinha no interior de Minas, viu a explosão econômica e o crescimento da população na década de 1980, quando migrou ainda jovem para Ipatinga. Irene, por sua vez, dedicou-se a ajudar os outros ao longo dos anos em que viveu no bairro Bom Jardim, enquanto edifícios eram erguidos. Seu Jefferson, ao mirar a paisagem para falar sobre a própria trajetória, tem mesmo é saudade do filho, que morreu jovem e hoje dá nome à escola do bairro Panorama, a Everson Magalhães Lage. Zé Preto, apesar da urbanização, manteve as tradições: pro curar pacas no mato com a filha Eliane.
Nas narrativas dessas e de outras pessoas entrevistadas pelas crianças e jovens das escolas municipais, há fragmentos de uma grande história, que se tece nesse conjunto de vozes. O trabalho é fruto do projeto Todo Lugar Tem uma História para Contar – Ipatinga. Nessa jornada, 17 professores participaram de 6 encontros de formação com a equipe do Museu da Pessoa. Aprenderam a realizar atividades de escuta de histórias dos alunos e depois de moradores do entorno da escola. Aprenderam e ensinaram suas turmas a escolher uma pessoa para ser entrevistada, a preparar o roteiro, a entrevistar, a produzir um texto e a desenhar as histórias que ouviram.