20 anos do Museu da Pessoa no Brasil

Ano: 2011

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Antônia Fogo viu o sertão virar mar; Idaliana de Azevedo nasceu de novo ao ser salva das águas do Amazonas; Elifas Andreato só aprendeu a ler na fábrica; Ailton Krenak foi a pé até Minas Gerais; Mestre Antônio Bastião conheceu a língua das plantas e das árvores; Rosa Fajersztajn sobreviveu a um gueto e dois campos de concentração; Aloisio Miranda viu a guerra de perto no Iêmen; Geraldo Prado fundou a maior biblioteca rural do mundo…

Essas e muitas outras histórias – mais de 14 mil – fazem parte, hoje, do acervo do Museu da Pessoa, construído em 20 anos de escuta, trabalho e maravilhamento. Muitas coisas aconteceram nesses 20 anos – boas e ruins. Mas uma única certeza nunca deixou de existir em todos nós: cada história devida é, de fato, uma nova janela que abrimos para conhecer o mundo. Cada pessoa tem seu olhar, sua emoção e sua narrativa. Em 20 anos aprendemos muito também sobre o Brasil. Um país riquíssimo em memória ou, melhor dizendo, memórias: orais, escritas, dançadas, cantadas. Um Brasil muitas vezes invisível para a grande maioria das pessoas. Cheio de sofrimento, dor e encantamento. E cheio de coragem.

Como, então, colocar tudo isso em um livro? Não cabe. Não cabe em uma vida, em mil vidas. Não cabe. Por isso, escolhemos apenas 12 histórias. Histórias inspiradoras. Histórias que revelam o tesouro que acabamos por reunir. Um acervo a ser compartilhado, cuidado e celebrado.

Foi difícil montar este livro. As histórias são absolutamente envolventes e longas. Cada entrevista rendeu mais de 50 páginas de transcrição. Ao todo, são quase 50 horas de gravação. O que temos aqui são recontos. Recontos com muitos autores. Começam no narrador e em seus entrevistadores, passam pelos transcritores, editores, revisores e pela edição final. Mesmo assim, o tom das falas, o ritmo de cada pessoa, o olhar de cada um foram mantidos.