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Ano: 2022
Baixe a publicação – (PDF) 3MBBenevides, município com cerca de 60 mil habitantes no Pará, é conhecido como “berço da liberdade”, porque foi a segunda localidade do Brasil a iniciar o processo de alforria das pessoas escravizadas, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Hoje, liberdade em Benevides tem a ver com a conquista do conhecimento, da palavra e da própria história.
Esta publicação é o resultado do trabalho de seis escolas locais que têm turmas de Educação de Jovens e Adultos, de gente que, com muito esforço e vontade, voltou para a escola depois dos 18 anos para concluir os estudos. Essas turmas, que cursam o Ensino Fundamental, entrevistaram pessoas como Paulina, professora que chegava a andar 12 quilômetros para alfabetizar crianças na zona rural; Elza, vítima de violência doméstica, que venceu a opressão cotidiana para realizar o sonho de lecionar e pós graduou-se em Educação; seu Talamuda, um homem do tempo em que se pagava ingresso para assistir a uma das únicas televisões locais; Maria Antônia, que chegou à comunidade do Murinin quando mal havia estrada; tia Cassi, que ajudou a formar muitos benevidenses; Cirene, cujo nome foi inspirado na passagem de uma ambulância; Edna, que sonha em ver a neta concluir o curso de Medicina; e Socorro, nascida em Óbidos, no Pará, que chegou em Benevides com seus filhos pequenos há 25 anos. É costureira e diz que nunca escolheu trabalho.
Essas memórias ganham concretude quando são contadas, registradas e compartilhadas em um trabalho feito a muitas mãos no projeto Memória Local na Escola – Benevides. Nessa jornada, professoras participaram de encontros de formação com a equipe do Museu da Pessoa e do Instituto Avisa Lá. Aprenderam a realizar atividades de escuta de histórias dos alunos e depois de moradores do entorno da escola. Aprenderam e ensinaram suas turmas a escolher uma pessoa para ser entrevistada, a preparar o roteiro, a entrevistar e a produzir um texto.