Eu sou José do Nascimento Pereira Ramos, Natural de Correntina, Bahia. Nasci em 25/12/1961.
Sou um natalino original. Às vezes fazem uma cesariana, marcam a data para nascer dia 25, e o Zezé não, minha mãe falava que quando o galo cantou o Zezé apareceu.
Meu pai é natural de Brejo Verde, município de Correntina, Bahia né, e minha querida mãe também, nascida na Prainha, bem próximo onde meu pai nasceu. São pessoas que deixaram só saudades, pessoas maravilhosas que souberam nos educar. Somos doze irmãos, desses doze já faleceram dois.
A minha infância, até nove anos, realmente foi na roça mesmo. Era levantar de manhã e ir lá no rio lavar as mãos, lavar o rosto, tocar um gado; ir para o curral com o meu pai para tirar o leite e fazer arapuca para pegar juriti, para pegar codorninha, lambuzinha. No mais, eu tinha que ir para a roça para levar alguma coisa para o meu pai, para os meus irmãos.
Eu sempre fui uma pessoa tímida. Na escola eu não me enturmava muito, não, eu ficava mais na minha né. Comecei a estudar em Correntinha, depois a gente foi para Goiânia. Estudei em várias escolas. Não prolonguei muito meus estudos, gosto de ser bem sincero nas minhas palavras, mas o que eu aprendi e o dom que Deus me permitiu é muito gratificante.
Comecei a trabalhar em farmácia, era muita correria desde quando eu comecei. Eram bons os finais de semana, de bater uma bolinha com os meus irmãos, tomar um refrigerante, bater um papo. Meus irmãos e os amigos que moravam próximos eram muito unidos.
Comecei em Goiânia em 75, limpando o piso, fazendo entrega, buscando medicamento no centro de Goiânia de bicicleta - inclusive, uma vez eu derrubei uma mulher bem no centro de Goiânia. (risos) Eu ia pedalando e ela apareceu na frente de uma vez, não tinha como eu frear, mas são coisas que acontecem, né?
Aí eu passei para o balcão, fazendo injeção. Não fui mais para entrega, não limpava mais o chão. Meu patrão gostava muito de...
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Eu sou José do Nascimento Pereira Ramos, Natural de Correntina, Bahia. Nasci em 25/12/1961.
Sou um natalino original. Às vezes fazem uma cesariana, marcam a data para nascer dia 25, e o Zezé não, minha mãe falava que quando o galo cantou o Zezé apareceu.
Meu pai é natural de Brejo Verde, município de Correntina, Bahia né, e minha querida mãe também, nascida na Prainha, bem próximo onde meu pai nasceu. São pessoas que deixaram só saudades, pessoas maravilhosas que souberam nos educar. Somos doze irmãos, desses doze já faleceram dois.
A minha infância, até nove anos, realmente foi na roça mesmo. Era levantar de manhã e ir lá no rio lavar as mãos, lavar o rosto, tocar um gado; ir para o curral com o meu pai para tirar o leite e fazer arapuca para pegar juriti, para pegar codorninha, lambuzinha. No mais, eu tinha que ir para a roça para levar alguma coisa para o meu pai, para os meus irmãos.
Eu sempre fui uma pessoa tímida. Na escola eu não me enturmava muito, não, eu ficava mais na minha né. Comecei a estudar em Correntinha, depois a gente foi para Goiânia. Estudei em várias escolas. Não prolonguei muito meus estudos, gosto de ser bem sincero nas minhas palavras, mas o que eu aprendi e o dom que Deus me permitiu é muito gratificante.
Comecei a trabalhar em farmácia, era muita correria desde quando eu comecei. Eram bons os finais de semana, de bater uma bolinha com os meus irmãos, tomar um refrigerante, bater um papo. Meus irmãos e os amigos que moravam próximos eram muito unidos.
Comecei em Goiânia em 75, limpando o piso, fazendo entrega, buscando medicamento no centro de Goiânia de bicicleta - inclusive, uma vez eu derrubei uma mulher bem no centro de Goiânia. (risos) Eu ia pedalando e ela apareceu na frente de uma vez, não tinha como eu frear, mas são coisas que acontecem, né?
Aí eu passei para o balcão, fazendo injeção. Não fui mais para entrega, não limpava mais o chão. Meu patrão gostava muito de mim, gostava do meu trabalho; as pessoas gostavam do meu trabalho e até das injeções.
Fiquei cinco anos na primeira farmácia, trabalhei mais dois anos em outra e saí para o interior. Fui para Mata Azul, que é o “interiorzinho”. Depois fui para Campos Verdes, onde tinha um garimpo, trabalhava em farmácia. Em 83 eu vim para Ponte Alta, que é a cidade onde a Selma também nasceu; fiquei lá cinco anos. Em 87 eu vim para Luís Eduardo, para Mimoso do Oeste. Quando eu cheguei, a população, acho que não chegava a cinco mil pessoas. A família ficou lá em Ponte Alta, eu fiquei só. Dormia dentro da sala da farmácia, forrava um pano lá e dormia lá mesmo.
Para pessoas que infelizmente não tem como vir à farmácia, eu vou até a casa atender. As pessoas agradecem muito por isso, e eu não meço distância, se puder ir eu vou. Ontem mesmo teve um que falou: “Zezé, por que você não fez medicina? Por que você não é um médico?” Falei assim: “Porque Deus me quis assim, né?”
Meus filhos são meus queridos. Primeiramente a Jaque, a Jaqueline, aí eu tenho o Patrick, que é surdo e mudo, e tenho o Peterson - esses são do meu primeiro casamento, tive dois casamentos. Da Jaque eu tenho as minhas netas queridas: a Alice, que vai completar dezenove anos, a minha Julinha que vai completar onze, ela é especial, e tem a Laisinha, que tem dois aninhos, vai completar três agora dia quinze. São as paixões do vovô, né? A minha filha também é muito querida, todos os meus filhos.
Tenho os meus do segundo casamento: o Matheus, que tem vinte anos, o José Victor que tem dezessete - inclusive, o Matheus e o José Victor estão na farmácia comigo; abraçaram a sequência do Zezé lá na farmácia, se Deus quiser - e tem o Yuri, que é o caçulinha, de catorze anos.
Eu tive a oportunidade também de ser vereador, mas infelizmente política não é com o Zezé não, viu? A gente busca tanta coisa, mas infelizmente não acontece nada. Hoje o pessoal me procura: “Zezé, precisamos de pessoas iguais a você na Câmara.” Mas eu falo: “Não, deixa eu quietinho aqui cuidando da minha clientela na farmácia. Aqui sim eu sou elogiado, aqui eu sou contente, sou alegre”. Você, como vereador, é muito cobrado e cobrado de umas coisas que não tem nada a ver, então eu não me senti bem.
Meu sonho hoje? Não quero ficar muito tempo atrás de um balcão de farmácia. Eu gosto da roça, de preferência vou lá para o Tocantins… Uma chácara, uma beira de rio. Quero dividir o meu tempo entre a farmácia e o meu lazer na roça, criar uma galinhazinha, um porquinho, pescar. E passar a minha experiência, que eu estou passando já para os meus filhos - experiência de vida e de trabalho.
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