Eu nasci em 1972, dia 2 de dezembro, em Ribeirão Preto. Meus pais são de Ituverava, meus avós paternos são dessa cidade e meus avós maternos são daquela região também. Meu avô paterno era fazendeiro, eu não tive muito contato, nem com ele e nem com a minha avó, pois eles faleceram muito cedo, mas vieram da fazenda, trabalharam na roça, tiveram propriedades. Eu tive mais contato com meus avós maternos, pois viveram muito mais tempo.
Ele era funcionário público, trabalhou na Prefeitura, escreveu livro, teve uma série de coisas na cidade de Ituverava, e minha avó foi professora. Meus pais se conheceram em Ituverava. Ele se chama José Jovino Borges, e ela, Diva França Borges. Meu pai sempre trabalhou com revenda de veículos e tratores. E também sempre teve um pé na fazenda, porque recebeu de herança e sempre trabalhou com isso também. E minha mãe era pedagoga, ela fez magistério lá em Ituverava, educava profissionais a se tornarem professores. A única relação que eu tenho com Ribeirão Preto é o nascimento, o médico da minha mãe era de lá, por isso eu nasci em Ribeirão, mas depois voltei para Ituverava.
Morei até os 15 anos em Ituverava. E fora de Ituverava, as cidades que eu morei no estado de São Paulo foi São Carlos, que eu fiquei um ano, e depois em São Paulo, capital. Eu me lembro das duas casas em que morei em Ituverava: a primeira foi onde eu vivi até os oito anos de idade. Era uma casa pequena e tinha um alpendre. Era uma casa bacana, simples. Depois meu pai construiu uma casa maior, um quarteirão para frente de onde a gente morava, na mesma rua. Eu tenho duas irmãs, uma mais velha do que eu e uma mais nova. A mais velha tem um ano e pouco a mais do que eu e a mais nova oito anos a menos.
Quando ela nasceu a gente já estava numa outra fase de nossas vidas, eu já estava com oito, minha irmã com nove anos de idade, por isso foi pouco tempo que a gente viveu juntos. Eu comecei a nadar com nove anos de idade...
Continuar leituraEu nasci em 1972, dia 2 de dezembro, em Ribeirão Preto. Meus pais são de Ituverava, meus avós paternos são dessa cidade e meus avós maternos são daquela região também. Meu avô paterno era fazendeiro, eu não tive muito contato, nem com ele e nem com a minha avó, pois eles faleceram muito cedo, mas vieram da fazenda, trabalharam na roça, tiveram propriedades. Eu tive mais contato com meus avós maternos, pois viveram muito mais tempo.
Ele era funcionário público, trabalhou na Prefeitura, escreveu livro, teve uma série de coisas na cidade de Ituverava, e minha avó foi professora. Meus pais se conheceram em Ituverava. Ele se chama José Jovino Borges, e ela, Diva França Borges. Meu pai sempre trabalhou com revenda de veículos e tratores. E também sempre teve um pé na fazenda, porque recebeu de herança e sempre trabalhou com isso também. E minha mãe era pedagoga, ela fez magistério lá em Ituverava, educava profissionais a se tornarem professores. A única relação que eu tenho com Ribeirão Preto é o nascimento, o médico da minha mãe era de lá, por isso eu nasci em Ribeirão, mas depois voltei para Ituverava.
Morei até os 15 anos em Ituverava. E fora de Ituverava, as cidades que eu morei no estado de São Paulo foi São Carlos, que eu fiquei um ano, e depois em São Paulo, capital. Eu me lembro das duas casas em que morei em Ituverava: a primeira foi onde eu vivi até os oito anos de idade. Era uma casa pequena e tinha um alpendre. Era uma casa bacana, simples. Depois meu pai construiu uma casa maior, um quarteirão para frente de onde a gente morava, na mesma rua. Eu tenho duas irmãs, uma mais velha do que eu e uma mais nova. A mais velha tem um ano e pouco a mais do que eu e a mais nova oito anos a menos.
Quando ela nasceu a gente já estava numa outra fase de nossas vidas, eu já estava com oito, minha irmã com nove anos de idade, por isso foi pouco tempo que a gente viveu juntos. Eu comecei a nadar com nove anos de idade lá em Ituverava, na Associação Atlética Ituveravense, que inclusive a piscina leva o meu nome hoje. Tenho super orgulho disso. O pai de um dos meus amigos era o presidente do clube naquele momento, e ele trouxe um treinador de fora de Ituverava. A molecada foi em peso. Depois foram ficando alguns. Naquela época eu não sabia muito bem se queria ser nadador, eu queria ir para Olimpíada. Não sabia nem muito bem o que era Olimpíada, mas eu queria ir.
O Ricardo Prado era um atleta que foi uma referência na época. Mas você pensava numa coisa dessas, “Quero ir pra Olimpíada”, e no dia seguinte você está lá em Ituverava na carteira com a Dona Lalá estudando, indo brincar de futebol. Eu gostava de nadar, gostava de jogar vôlei também, eu joguei vôlei até os 13 anos e achava bem bacana. A minha primeira competição de natação foi em Ituverava, era um festival de natação entre as escolas, e eu peguei terceiro lugar. No ano seguinte que eu comecei a treinar. Primeiro foi uma competição assim: “Atravessa a piscina aí e vê o que acontece”.
Depois começou uma coisa mais estruturada. Minha mãe viu que eu gostava, então arrumou um treinador lá em Franca para ir nadar. Depois quando eu mudei para São Carlos, foi muito baseado nisso. Minha mãe me levava uma vez por semana para Franca, o treinador vinha outra vez, passava treino, até eu mudar para São Carlos. Foi uma mudança já mais focada na natação em si. A gente viu que não tinha mais condições dentro de Ituverava para continuar dessa forma. Nesse período eu já estava competindo, eu já era federado, com 13, 14 anos. O ano que eu fui para São Carlos, a minha irmã foi para os Estados Unidos. A minha irmã foi fazer um intercâmbio.
Ela estava nadando ainda nessa época, ela parou de nadar depois, quando ela voltou. A gente nadava juntos. Minha rotina era escola de manhã, treino à tarde, estudar à noite e dormir. Então, eu saía da escola por volta de meio-dia e meia, uma hora, ia para casa, almoçava, era tudo mais ou menos pertinho ali. Eu fiquei em São Carlos o ano de 88. Em 89 eu vim para São Paulo. Do mesmo jeito que foi a ida para São Carlos, a vinda para São Paulo foi o próximo passo. Eu evoluí muito em São Carlos, aí já teve uma perspectiva assim: “Pô, sua irmã está voltando e vai morar em São Paulo. O que você está a fim de fazer? Vamos pra São Paulo também?”. Eu vim para nadar no Paulistano, em São Paulo. E quando eu cheguei aqui, o treinador William Urizzi de Lima era o treinador de natação do Paulistano.
Eles estavam numa ascendência muito bacana, uma equipe jovem. Fiz as malas e assim que eu chego a São Paulo, eu fico sabendo que o Paulistano ia terminar com a natação e o Willian ia para o Paineiras. O Paineiras para mim era do outro lado do mundo. Eu não lembro exatamente se eu tinha marcado para ir ao Pinheiros ou não, mas quando eu encontrei no Shopping Iguatemi esse atleta que estava vindo para São Paulo para treinar, a gente foi junto para o Clube Pinheiros. Então, chegam dois “pirulões” lá para entrarem no clube e, na hora que o técnico viu os dois, falou assim: “Cara, está tudo certo”. O diretor veio: “Olha, são do Pinheiros. Vamos embora”. Eu fiquei toda a minha carreira profissional treinando pelo Clube Pinheiros, teve uma evolução muito rápida no primeiro ano, já peguei seleção e tudo mais. Você tem todas as competições estaduais e nacionais, se você pegar seleção, você vai para as competições internacionais e assim por diante.
A primeira vez que eu ganhei o nacional foi em dezembro de 89, eu participei de um campeonato de Goiânia, que foi a primeira vez que eu fui campeão brasileiro. Em 1990 eu já não perdi nenhuma prova que eu disputava. Eu perdi o 200 livre no começo do ano e ganhei o 50 e o 100 no brasileiro, tanto no brasileiro no troféu, quanto no de categoria. No aberto eu ganhei o 50 e o 100, perdi o 200. E desde aquele momento em diante, eu não perdi mais nada, praticamente. Ganhei no meio do ano, no ano seguinte já era o Pan-americano, eu já tive uma melhora tremenda, que acabei indo para os Estados Unidos. Em 90 eu fui para os Estados Unidos. Estava buscando oportunidade de estudo e de treinamento em alto nível. Naquele momento eu já estava muito claro que meu negócio era nadar.
Eu já estava com 17 anos, eu já estava ganhando tudo aqui no Brasil. Com 18 anos não tinha a mínima chance de ninguém chegar nem perto, assim, já estava muito consolidado, que a evolução estava indo muito boa. Eu fazia 48 no 100 livre, por exemplo, na curta, e o segundo colocado fazia 50, então, um segundo, um segundo e meio. De 90, 91, 92, foi muito rápido. Em 90 eu nadei muito bem, fui para os Estados Unidos. Em 91 eu fiz um tempaço, era quarto do mundo. Em 92 eu fui para a Olimpíada e ganhei segundo lugar. Eu fiquei dez anos nos Estados Unidos. Mas eu fiquei em Jacksonville durante um ano, eu fiz faculdade em Michigan, depois eu voltei para Jacksonville, fiquei mais um tempo, e aí voltei para o Brasil.
A mudança para os Estados Unidos foi um período novo de adaptação. Eu me lembro de um período muito sozinho nessa época. Eu treinava no próprio local. Morava, treinava e estudava Bolls School. Nesse período eu correspondia muito com a minha família. Tinha carta, tinha telefonemas, mas eu me lembro de ter muita carta, principalmente, com alguns amigos aqui do Brasil. E naquele primeiro ano foi muito intenso isso, eu lembro muito claramente. No segundo ano, quando eu já estava em Michigan, na faculdade, diminuiu bastante. Eu sempre gostei do lado empreendedor do meu pai, muito voltado para negócios, para vendas.
Eu trabalho hoje com muitos educadores físicos, com a natação, com tudo isso que tem a ver com a Educação Física, mas eu sou muito mais alinhado com aspectos voltados ao negócio, e não a parte técnica exatamente, apesar de ter muito conhecimento nessa área pela prática que eu vivi. Mas eu queria fazer Administração, só que Administração era muito difícil em Michigan para eu entrar, pelas notas e pela disponibilidade de tempo com a natação. Então, Economia era o caminho mais objetivo ali para eu conseguir alguma coisa nessa área. Eu bati o recorde mundial em 93. Eu estava no processo de Michigan, mas eu estava treinando com Gregg Troy, que era o treinador de Jacksonville lá de Bolls, fui para um verão lá, porque é normal você estar na faculdade e você vai para o verão competir, treinar em outro lugar. O que aconteceu em 93 é que o recorde mundial na curta era mais fácil de bater do que na longa. E quando eu nadei, eu já queria nadar para baixo de 48 segundos, eu nadei para 47,97.
E eu já tinha feito tempos na longa, que é a piscina de 50 metros e em piscina de jardas, que me credenciavam para fazer isso. Então, era mais ou menos assim: “Vai lá, nada e bate o recorde mundial”. Não era tão simples quanto isso, mas foi muito próximo do que aconteceu. Aí, eu bati o recorde que era do Michael Gross, que era 48,20, e foi uma felicidade total ali, vibração, imprensa, aquela coisa toda. Pela primeira vez abaixaram de 48 segundos em solo brasileiro, recorde mundial no Brasil. Foi uma festa tremenda, foi bem bacana.Em 1992 eu fui na minha primeira Olimpíada. Foi uma emoção tremenda. Eu estava preparado para nadar a prova, principalmente, os 100 metros. Os 200 é uma prova que eu fui me consolidando ao longo do tempo, mas os 100 metros eu sabia que eu podia ganhar uma medalha.
E, aí, teve toda aquela preparação para chegar nos 100 livre, para nadar a prova, na sala de balizamento, aquela tensão, aí, vai para prova, que tinha Matt Biondi de um lado, Popov do outro, tinha toda uma energia conspirando a favor para o resultado. Caí na prova, todo mundo, assim, no pau, sabia que a prova ia ser muito disputada, e hora que eu termino a prova, o placar não funciona. Aí vem uma frustração, pensei: “Treinei, fiz tudo isso, aí chega aqui, o placar não funciona”. E naquele momento eu vejo lá o resultado, nada, aí demora 40 minutos para sair o resultado.
Depois desses 40 minutos eles me chamam de volta, falam: “Ganhou medalha de prata, tal”. Aí vai lá, premiação, aquela felicidade toda. Dá uma bela história esse contexto todo, mas faltou aquele negócio de você comemorar o prêmio, comemorar a vitória, comemorar a medalha no momento certo. E em 96, isso aconteceu de uma maneira um pouco mais tranquila, que é por a mão na parede, funcionar e ver. E aí eu consegui duas medalhas em 96 dessa forma. A Olimpíada é um momento particular, é um momento bacana, um cheiro diferente, energia diferente, a área internacional com as bandeiras ali para um lado e toda aquela mistura de culturas onde você está ali trocando experiências. Hoje em dia mudou um pouco, está muito mais profissional o negócio.
Na Olimpíada de Barcelona a gente deve ter chegado lá uns quatro, cinco dias antes. Já em 96 a gente fez uma aclimatação antes em Memphis, depois foi para Atlanta. Mas normalmente o pessoal faz uma aclimatação em algum lugar e depois você vai para Vila Olímpica já adaptado ao fuso horário. Hoje acabou isso. É muito caro o atleta ficar na Vila e o espaço para os países ele é reduzido, toda a logística de construção, a logística de alimentação, depende muito dessa logística de você entrar, competir e sair. Então, não tem mais o “curtir muito a Vila”. Você curte a Vila, mas curte rápido, você vai “vazar” daqui a pouco.
Em 2004 na Olimpíada de Atenas foi a minha última Olimpíada competindo. Mas a primeira vez que eu pensei em parar acho que foi em 2001. Em 2000 eu não sabia se eu ia chegar a 2004. Se perguntasse em 96 também eu não sabia que eu ia chegar a 2000, porque antigamente com 26, 27, você era velho no esporte. E naquele momento, em 2000, falei: “Vou dar um descanso”. Aí eu voltei a treinar em 2001, ainda estava com um pouco de gás.
Estava voltando para o Brasil, tinha outros interesses, queria começar a fazer uma transição, comecei a investir em academia, em outros negócios. Investi em bares também. A natação me deu muita flexibilidade para investimentos nas coisas que eu fiz. E, aí, as academias vieram na sequência, a metodologia veio depois. Abrir as academias foi meio que junto com os bares. As academias têm muito mais a ver comigo, com o que eu queria e proposta de trabalho. Estamos com cinco academias próprias e uma rede também na questão da metodologia, que hoje tem 250 licenciados. Essa rede surgiu em 2005.
A gente percebeu que tinha um produto na mão que podia ser replicado. E a gente construiu a empresa focada nisso, focado em algo que era replicável e que ajudasse o empreendedor com o negócio dele. O Clube Pinheiros foi o primeiro clube que me apoiou financeiramente. Quando eu estava aqui no Pinheiros, eu já recebia mais uma ajuda de custo, depois veio a ser um patrocínio. Eu tive um patrocínio, se eu não me engano, da Eletropaulo. Os Correios, eles entraram com patrocínio individual.
Com patrocínio na CBDA entraram em 91, lembro bem do campeonato mundial, mas como patrocínio individual os Correios entraram, se eu não me engano, em 93 ou 94. Mas acho que o meu primeiro patrocínio, assim, que foi bem próximo dos Correios, foi do Banespa. O patrocínio era o esporádico. Até eu conseguir as cinco medalhas no Pan-americano eu não tinha patrocínio.
Quando eu consegui a medalha no Pan-americano, surgiu o Banespa, depois vieram os demais. Eu fiquei, se eu não me engano, oito anos com o Banespa. Depois entrou os Correios, que aí todo o resto da minha carreira eu fui patrocinado pelos Correios. Depois do fim da minha carreira, em 2004, eu tive mais dois anos, que ainda fiz trabalhos com os Correios, depois disso se encerrou e voltou esse ano com outros tipos de trabalho.
A CBDA tem toda a estrutura que ela oferece de viagens e estruturas de treinamento e tudo mais, e com patrocínio individual para os atletas. Os Correios patrocinavam os atletas via CBDA. Os Correios sempre foram um parceiraço, sempre estiveram presentes, sempre estiveram segurando mesmo os investimentos que a Confederação fez e o apoio para os atletas. O patrocínio dos Correios hoje é para trabalhar com os eventos e ações que os Correios tenham necessidade que eu trabalhe.
Recolher