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História
Por: Museu da Pessoa, 10 de junho de 2017

Uma vida de luta no São Domingos

Esta história contém:

Uma vida de luta no São Domingos

Vídeo

Meu pai era lavrador, o serviço dele era de lavoura: plantar roça; e garimpeiro, vivia do garimpo. Garimpo, plantação da lavoura, pesca… Eram essas as atividades dele. A minha mãe ajudava, minha mãe garimpava, trabalhava na roça e trabalhava também na fábrica de chapéu.

Quando eu entendi por gente, a comunidade, tinha poucos moradores, tinha apenas, no máximo, umas sete casas. Tinham três ranchos de palha e essas casas. Depois foi crescendo, o pessoal foi casando, foi multiplicando as casas. Aqui era uma comunidade, só os parentes. Casava também parente com parente, primo com primo, iam casando, eu sou casada com o meu primo. A minha vó era tia do pai do meu marido, né? Então, a gente casava assim, não entrava pessoas de fora e nem saía daqui pra fora e foi crescendo a comunidade.

Eram muitas as nossas brincadeiras, a gente tinha muita brincadeira: jogar peteca, pular corda, balanço na galha do pau, né? A gente pegava a corda da bananeira e trançava, amarrava na galha dos paus pra gente balangar. A gente nem tinha medo do perigo, pra gente era tudo simples, cada um queria ir mais alto que o outro balançando nessa corda. Hoje, eu fico pensando: e se essa corda arrebenta? Mas graças a Deus, nunca aconteceu, né? E era muita brincadeira de roda, cozinhadinho, juntava as colegas tudo, domingo, ia pra casa da outra e ia fazer cozinhado, cada uma levava um pouquinho de uma coisa, a gente fazia cozinhado debaixo dos paus.

As brincadeiras de roda eram com música, todo mundo dava as mãos, juntava aquela turma, dava a mão. (...) A gente usava lamparina que não tinha energia. Quando era noite de lua clara, o terreiro limpinho, varridinho, ficava clarinho, aí juntava a turma, a gente ia brincar, né? Era “Que pau é esse”, era de pique, de pega, era tanta coisa que a gente brincava, pulava corda de noite, eu lembro que ficava todo mundo lá no terreiro brincando, meu pai e minha mãe sentado lá na calçada olhando a gente...

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Foto para documento

Pai (João Coutrim Ferreira) e mãe (Julia Ferreira Gomes): a foto foi tirada para documento.

período: Ano 1965
local: Brasil / Minas Gerais / Paracatu
tipo: Fotografia

Dia das mães

Vanda, Jaqueline, Cristina, mãe Julia, Miguelina, Marinês e Joana (as irmãs). A última, Jocimara, casada com Antônio. Em comemoração aos dias das mães.

período: Ano 1990
local: Brasil / Distrito Federal / Ceilândia
tipo: Fotografia

Procissão de São Domingos

Procissão da festa de São Domingos, tirada próximo da igreja. Blusa branca: Francisco (morador da comunidade), Joaquim (camisa vermelha), cunhado, ao lado, Manuel Pinheiro (morador da comunidade). Seu Aureliano aparece ao fundo, de branco, com as mãos pra baixo.

local: Brasil / São Domingos

A velha guarda

Foto tirada durante um documentário sobre os moradores mais velhos.

período: Ano 2005
tipo: Fotografia

Recordação

Marido Jacinto Lopes Reis: foto tirada para “guardar de recordação”. Mandou reproduzir para a filha mais nova.

período: Ano 1977
tipo: Fotografia

Dados de acervo

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Projeto Kinross Paracatu

Depoimento de Cristina Coutrim dos Reis

Entrevistado por Márcia Ruiz e Fernanda Prado

Paracatu, 10/06/2017

Realização Museu da Pessoa

KRP_HV14_Cristina Coutrim dos Reis

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Dona Cristina, bom dia.

R – Bom dia.

P/1 – Eu queria agradecer em nome do Museu da Pessoa e da Kinross a sua participação, a senhora nos receber aqui na sua casa. E eu vou fazer algumas perguntas que já foram feitas mas é só para deixar registrado, tá bom?

R – Tá bom.

P/1 – Qual é o seu nome, local e data de nascimento?

R – Cristina Coutrim dos Reis, nasci no dia 24 de julho de 1939, São Domingos.

P/1 – A senhora nasceu em São Domingos, mesmo?

R – São Domingos, mesmo.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – João Coutrim Ferreira e Julia Ferreira Gomes.

P/1 – E os seus avós, por parte de pai ou por parte de mãe, a senhora chegou a conhecê-los?

R – Por parte de mãe, não. Por parte de pai, eu não conheci o meu avô, mas ele era Sabino Coutrim Ferreira e minha vó é Sa Luciana Lopes dos Reis.

P/1 – E eles nasceram todos aqui na Comunidade São Domingos?

R – Não, eles não foram nascidos aqui, não.

P/1 – Eles eram de onde? A senhora sabe?

R – Eu não sei, mas sei que tem descendência da África, né? Aí, eu não sei se os pais deles eram da África, se eles nasceram lá ou se foi aqui, aí eu não sei.

P/1 – E seus pais, qual era a atividade dos seus pais?

R – Meu pai era lavrador, o serviço dele era de lavoura, né, plantar, roça, e garimpeiro, vivia do garimpo. Garimpo, plantação da lavoura, pesca… Eram essas as atividades dele.

P/1 – E a sua mãe, ela fazia o quê?

R – A minha mãe ajudava também, minha mãe garimpava, minha mãe trabalhava também na roça e trabalhava também na fábrica de chapéu, né? Fabricar chapéus de palha.

P/1 – E essa fábrica de chapéu ficava aqui em São Domingos, mesmo?

R – É, cada um fazia na sua casa,...

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Título: Uma vida de luta no São Domingos

Data: 10 de junho de 2017

Local de produção: Brasil / Minas Gerais / Paracatu

Autor: Museu da Pessoa

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