Entrevistada: Maria Marsal, mulher negra de 58 anos, gari, dedicada e trabalhadora.
-Qual trabalho exerce atualmente?
Hoje em dia eu trabalho como gari, para a prefeitura da cidade de Timóteo.
-Com qual idade você começou a trabalhar?
Eu comecei a trabalhar aos 15 anos, em casas de família, era um emprego bem difícil, que exigia muito de mim e que não gostava, mas desde os 5 anos o meu pai me colocava para trabalhar em casa e para ajudá-lo a capinar.
-Como foi o início?
No início, aos 15 anos, fui para Belo Horizonte em busca de oportunidades e passei a morar de favor na casa do meu irmão. Trabalhava como doméstica em casas de famílias. Depois me mudei para a cidade de Timóteo, Bairro Novo Tempo, aos 25 anos. Durante toda a vida, sempre enfrentei diversas dificuldades, pois perdi a minha mãe muito nova, apenas com 1 ano de idade e de 1 ano aos 7 anos fui criada pela minha irmã. Depois, um pouco maior, passei a trabalhar em casa e a capinar para ajudar o meu pai.
-Quais eram seus sonhos?
Meu maior sonho era casar e me vestir de noiva, como a minha irmã, mas devido às dificuldades, nunca consegui realizar este sonho.
-Como conheceu seu marido?
Conheci meu marido na casa do meu irmão. Ele era amigo do meu irmão e sempre frequentava a casa. Em um momento de desespero, querendo sair da casa do meu irmão, onde morava de favor para conseguir uma oportunidade de emprego, pedi a Deus para que me enviasse uma pessoa, um marido com quem eu pudesse me casar. Então eu conheci meu marido e me casei. A relação não foi boa, meu marido era alcoólatra e vivi uma relação abusiva, com violência doméstica, agressões físicas e psicológicas. Tive duas filhas com meu marido.
-O que te motiva?
Sempre tive que trabalhar pelo meu sustento, para superar as dificuldades que enfrentava, a falta de recursos e a fome. Depois, lutava pela sobrevivência das minhas duas filhas. Então, passei a trabalhar durante o dia capinando e...
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Entrevistada: Maria Marsal, mulher negra de 58 anos, gari, dedicada e trabalhadora.
-Qual trabalho exerce atualmente?
Hoje em dia eu trabalho como gari, para a prefeitura da cidade de Timóteo.
-Com qual idade você começou a trabalhar?
Eu comecei a trabalhar aos 15 anos, em casas de família, era um emprego bem difícil, que exigia muito de mim e que não gostava, mas desde os 5 anos o meu pai me colocava para trabalhar em casa e para ajudá-lo a capinar.
-Como foi o início?
No início, aos 15 anos, fui para Belo Horizonte em busca de oportunidades e passei a morar de favor na casa do meu irmão. Trabalhava como doméstica em casas de famílias. Depois me mudei para a cidade de Timóteo, Bairro Novo Tempo, aos 25 anos. Durante toda a vida, sempre enfrentei diversas dificuldades, pois perdi a minha mãe muito nova, apenas com 1 ano de idade e de 1 ano aos 7 anos fui criada pela minha irmã. Depois, um pouco maior, passei a trabalhar em casa e a capinar para ajudar o meu pai.
-Quais eram seus sonhos?
Meu maior sonho era casar e me vestir de noiva, como a minha irmã, mas devido às dificuldades, nunca consegui realizar este sonho.
-Como conheceu seu marido?
Conheci meu marido na casa do meu irmão. Ele era amigo do meu irmão e sempre frequentava a casa. Em um momento de desespero, querendo sair da casa do meu irmão, onde morava de favor para conseguir uma oportunidade de emprego, pedi a Deus para que me enviasse uma pessoa, um marido com quem eu pudesse me casar. Então eu conheci meu marido e me casei. A relação não foi boa, meu marido era alcoólatra e vivi uma relação abusiva, com violência doméstica, agressões físicas e psicológicas. Tive duas filhas com meu marido.
-O que te motiva?
Sempre tive que trabalhar pelo meu sustento, para superar as dificuldades que enfrentava, a falta de recursos e a fome. Depois, lutava pela sobrevivência das minhas duas filhas. Então, passei a trabalhar durante o dia capinando e limpando terrenos, durante a noite fazia tapetes que eram vendidos a R$5.00. Quando tinha alimento em casa, não comia, deixava para as minhas filhas. Elas sonhavam em ser arquiteta e médica, hoje as duas se casaram.
-Como foi a busca por oportunidades?
Sempre busquei emprego, nunca pedi esmolas ou ajuda, pedia uma oportunidade de emprego honesto. Era difícil de achar muitas vezes, por não ter estudos, mas eu sempre busquei vencer pelo suor do meu trabalho.
-Qual era seu sonho de infância?
Falava com meu pai desde criança que queria trabalhar varrendo, sempre varri muito bem. Hoje em dia enquanto varro as ruas da cidade, no meu trabalho, às vezes os meus colegas deixam folhas para trás, mas eu nunca deixo, eu sempre trabalho com muita dedicação, quero fazer um trabalho perfeito.
-Quais conquistas você se orgulha?
Ter conseguido sustentar minhas duas filhas, ter uma casa para morar e meu emprego como gari, trabalhando com muito capricho, dedicação e honestidade.
-A quem você atribui suas conquistas?
A Deus, sem Ele não teria conseguido sobreviver e ainda criar duas filhas. Houve épocas em que diziam que iriam pegar minhas filhas de mim, que eu não tinha condição de cuidar delas, mas eu venci. Levava minhas filhas para o trabalho, deixava elas comigo enquanto capinava, Deus sempre cuidou delas para mim, sempre consegui trabalhar e cuidar delas. Depois em casa, quando elas dormiam, fazia tapetes para vender. Sempre rezei e pedi a Deus para que me desse forças para trabalhar e cuidar da minha família.
-Qual conselho você daria?
Se eu pudesse dar um conselho eu diria para ter fé em Deus, e pedir coisas boas a Ele. Tudo o que pedir ele dará.
Nota: Foi uma experiência maravilhosa entrevistar uma mulher tão dedicada, honesta e trabalhadora. Que vence diariamente as dificuldades através do seu trabalho e que cuida para que, diariamente, tenhamos uma experiência melhor na nossa cidade, através do seu trabalho dedicado e zeloso com a limpeza das ruas. Maria é uma mulher que enfrentou dificuldades de diversas maneiras, mas que não deixou se abater, trabalhando dias e noites a fio para o seu sustento e da sua família. É uma história inspiradora de trabalho, resiliência e honestidade.
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