Histórias Que Reciclam
Depoimento de Luiz Gustavo Ortega
Entrevistado por Lucas Torigoe e Joyce Pais
São Paulo, 21 de outubro de 2015
Realização Museu da Pessoa
HQR_TM01_Luiz Gustavo Ortega
Transcrito por Karina Medici Barrella
R – Minha formação é em Engenharia Têxtil. Apesar de eu ter sido engenheiro quando eu saí do colegial eu saí prestando Odontologia, eu queria uma coisa completamente diferente. Não entrei direto na Odontologia então eu fiz um ano de cursinho e nesse período eu vi que eu não gostava de estudar nada relacionado a Biomédicas.
P/1 – Fez cursinho aonde?
R – Eu fiz cursinho no Anglo, em Santo André. Aí eu acabei indo pra Engenharia. E minha ideia era fazer Engenharia Mecânica, mas durante a faculdade você tem dois anos de Engenharia que são matérias básicas e aí eu vi que eu também não gostava de estudar aquilo, eu estava procurando alguma coisa diferente. E na minha faculdade tinha uma especialização que era de Engenharia Têxtil e me pareceu muito interessante porque ali você não tinha professores formados pra dar aula e sim eram profissionais que davam aula nos seus períodos à noite, no período livre, que eles reservavam pra faculdade. Então era um curso muito mais próximo da realidade do mercado, isso me pareceu bastante interessante e eu acabei optando pela Engenharia Têxtil. Da Engenharia Têxtil obviamente eu fui trabalhar na indústria têxtil e depois de quatro ou cinco anos eu recebi uma proposta pra vir pra Petroquímica. Dentro da Petroquímica eu trabalhava na aplicação têxtil, então eu era responsável por todo mercado têxtil dentro de polipropileno, que era a minha especialidade. Com o passar do tempo você acaba fazendo outras coisas além da sua especialidade, então eu fui assumindo outras responsabilidades, fui crescendo, cheguei a ser Gerente Técnico e depois de 12 anos na área técnica eu recebi uma proposta para ir pra área de Sustentabilidade.
P/1 – Isso tudo na Braskem?
R – Isso tudo na Braskem.
P/1 – Você entrou em que ano?
R – Na Braskem eu entrei no ano 2000, então eu tenho pouco mais de 15 anos. Eu fiquei 12 anos na área Técnica e estou há três anos na área de Sustentabilidade.
P/1 – E quem foi que te indicou pra Braskem e como é que você...
R – Foi através de um headhunter, uma empresa de consultoria que entrou em contato. Eu passei por um processo de entrevista longo porque eu não sabia qual era a empresa.
P/1 – Ah, você não sabia?
R – Eu não sabia. Foram várias entrevistas que eu não sabia qual era a empresa, eles falaram só que era uma empresa química. E eu como trabalhava na área têxtil, quando falava empresa química e que eles estavam procurando engenheiro têxtil eu achei que fosse pra trabalhar com pigmentos, com corantes e eu falei: “Nossa, eu não quero fazer isso”, mas ia na entrevista só pra não fechar as portas, né? E foi interessante que quando eu descobri que eu estava num processo para uma petroquímica eu fiquei bastante em choque. Foi engraçado assim porque anos antes o meu pai tinha trabalhado na empresa. Meu pai, meu tio, eles trabalharam nessa empresa. E talvez um dos motivos pelo qual eu quis estudar Odontologia é porque eu queria o máximo de distância com aquela realidade, que todos os finais de semana eles se encontravam e falavam de plástico, não sei o quê e eu não queria nada daquilo. Mas eu não sei se por força do destino aconteceu de eu cair na área, mesmo fazendo Engenharia Têxtil, não tinha nada a ver, eu caí na petroquímica. E agora nos últimos três anos eu estou trabalhando na parte de Sustentabilidade. Eu tinha acabado de chegar na área de Sustentabilidade e eu acabei ganhando uma nova área depois de uma reestruturação que era a área de Reciclagem.
P/1 – Isso daí em 2012.
R – Isso daí em 2012.
P/1 – Você foi pra Sustentabilidade.
R – Eu fui pra Sustentabilidade, fui cuidar de uma área que era relacionada, a ideia era que essa área de Sustentabilidade levasse sustentabilidade pra nossa cadeia de clientes e uma das ferramentas principais que a gente trabalha é Avaliação de Ciclo de Vida. E eu tinha acabado de chegar nessa área quando teve essa reestruturação e eu acabei ganhando uma nova área que era a área de Reciclagem. É engraçado porque depois eu fui entender por que eu ganhei essa área de Reciclagem, porque tinha muito a ver com a minha área, na verdade. Depois de 12 anos de área técnica eu tenho bastante conhecimento em polímeros, em processos de transformação, em aplicações, então hoje eu posso trabalhar todo esse conhecimento que eu adquiri na área técnica, que era para desenvolver novos produtos, desenvolver novas aplicações, eu posso usar todo esse conhecimento pra buscar alternativas para os resíduos plásticos, buscar melhorar os produtos reciclados e novas aplicações para esses produtos.
P/1 – No ciclo do trabalho da Braskem onde é que era a sustentabilidade, a reciclagem? A Braskem é a Petroquímica, né, e onde que vai entrar no ciclo produtivo?
R – Os nossos produtos principais são os polipropilenos, polietilenos e o PVC, então são os plásticos que você vê mais comumente no dia a dia, principalmente no dia a dia das pessoas o que se relaciona mais são as embalagens plásticas. A Braskem é produtora desses plásticos que depois vão ser utilizados pelos nossos clientes pra transformar isso em embalagens ou em outros produtos automobilísticos, pra construção civil, pra agricultura, mas a gente está bem no começo da cadeia.
P/1 – Quando você acha que a empresa viu a necessidade de construir uma área assim?
R – A área de Sustentabilidade é bem maior, não é somente a minha área, tem uma área que cuida de Responsabilidade Social, tem uma área que cuida de Gestão de Desenvolvimento Sustentável, então quer dizer, é uma área bastante ampla, né? As nossas ações relacionadas ao desenvolvimento sustentável são bastante concretas, desde o início da Braskem. Então quando a Braskem foi formada pela junção de diversas empresas em 2012 ela já foi formada e assumiu um compromisso público de atuar de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável. Isso se desdobra em várias ações, desde controles internos dos nossos processos, melhoria dos nossos produtos e buscar aplicações onde a gente possa melhorar a vida das pessoas. Então isso é exatamente a nossa crença e propósito, melhorar a vida das pessoas através das soluções da Química e do Plástico.
P/1 – Tem algum exemplo que você possa dar de uma ação que tenha acontecido, que tenha melhorado o processo nesse sentido de Reciclagem?
R – De Reciclagem, específico?
P/1 – É.
R – Aí a gente vai fazer um parênteses porque a gente não atua diretamente hoje em Reciclagem, pelo menos por ora. O nosso trabalho principal dentro de Reciclagem é trabalhar junto com cooperativas permitindo que os catadores ou os cooperados tenham melhores condições de trabalho e possam aumentar a renda. E a gente busca também fomentar negócios que envolvam a reciclagem, então fomentando parcerias com recicladores, com clientes, com os usuários das embalagens para que a gente consiga buscar soluções pra reduzir a quantidade de resíduos plásticos.
P/1 – Você pode falar um pouquinho mais dessas parcerias que vocês fazem com os catadores? Como vocês fazem isso, quem vai lá e conversa com os catadores.
R – É, o que a gente vê é assim, as cooperativas, via de regra, não têm condições adequadas de trabalho. Na maior parte das vezes o que a gente consegue identificar é que pequenas melhorias em equipamentos, uma mesa, uma prensa, EPIs, podem melhorar muito a condição de trabalho dessas pessoas e naturalmente isso acaba resultando em um aumento de renda também. Com um pouco de treinamento eles aprendem a selecionar melhor o material e isso reverte em aumento de renda. Então hoje já são, eu não vou me lembrar do número, depois a gente pode ver, acho que hoje já são 57 cooperativas apoiadas. A gente trabalha em parceria com outras empresas também, como Bunge, como Gerdau. Tem uma parceria com o Sebrae que justamente trabalha fazendo uma espécie de diagnóstico nessas cooperativas e promove treinamento para esses cooperados, gestão das cooperativas.
P/1 – E nesses anos que você está trabalhando na área você presenciou alguma inovação, uma mudança no meio de processo de tratamento dos resíduos, mudou alguma coisa?
R – Nos últimos anos acho que o que houve de mais significativo é uma mudança de comportamento das empresas, elas já estão mais preocupadas da forma como elas gerenciam os seus resíduos, sejam resíduos industriais ou resíduos de embalagens que levam seus produtos, hoje a gente vê que as empresas estão muito mais engajadas em de fato procurar soluções para reduzir a quantidade de resíduos, principalmente os resíduos que são dispostos através do lixo doméstico. Outra coisa que a gente percebe é que ultimamente têm aparecido bastantes tecnologias que permitem separar melhor esses resíduos. Como exemplo temos as centrais mecanizadas de São Paulo, hoje já tem duas mega centrais, elas são totalmente mecanizadas, o lixo já oriundo da coleta seletiva, quer dizer, o lixo já seco, sem a mistura com o orgânico é separado mecanicamente através de sensores infravermelhos e eles separam por tipo de materiais. Isso é uma tecnologia que está disponível e a gente quer que tenha o máximo possível desse tipo de equipamento, isso aumenta a produtividade, aumenta a quantidade de separação do lixo. Outras tecnologias são relacionadas a reaproveitamento dos rejeitos. A gente chama de rejeitos tudo aquilo que sobra dos resíduos que vão pra reciclagem mecânica. Então é separado papel, plástico, alumínio, eles vão pra reciclagem mecânica e o que sobra disso daí a gente chama de rejeito, o que não tem valor, o que o catador e a cooperativa não veem valor pra vender. Então isso geralmente vai para o aterro. A gente já vê tecnologias cada vez mais desenvolvidas para reaproveitar esses rejeitos, então, os rejeitos plásticos podem virar um óleo combustível para gerar energia ou ainda assim pode virar matéria prima para fazer novos plásticos. Essas eram tecnologias muito incipientes que estão cada vez mais robustas e chegando ao ponto de se tornarem comerciais.
P/1 – Você acha importante essa parte, tem que fazer esse trabalho, mas também tem que ter um interesse comercial na área de Reciclagem?
R – Área de Reciclagem depende de que haja um interesse comercial, o catador só vai separar o que tiver valor pra ele. Então tem uma hierarquia, o catador dá preferência pras latas de alumínio porque são muito caras, são facilmente vendidas a excelente preço. Depois garrafa PET, depois o papelão. Tem uma hierarquia aí, o que tem mais valor, então depende de ter valor comercial para que haja separação. Aquilo que não tem valor comercial ainda assim tem muito valor energético, pelo menos, e isso pode gerar energia ou virar matéria prima para novos produtos.
P/1 – E daí precisa da tecnologia.
R – Precisa da tecnologia, exatamente.
P/1 – E como é que você vê a área pública? Ela tem ajudado também nesse processo, existe parceria entre privado e público?
R – Eu acho que é fundamental que seja uma responsabilidade compartilhada. Começa na casa do cidadão onde ele vai fazer a correta separação do lixo porque se ele não fizer a correta separação do lixo não vai ser possível reciclar. Se ele misturar uma garrafa plástica com orgânico vai sujar, aquilo já é difícil, ninguém vai fazer uma limpeza pra separar, então já começa com a correta separação. Depois entra a participação do poder público sim, poder público que hoje é responsável pela coleta do lixo urbano fazer uma coleta seletiva, então fazendo duas coletas, uma para material orgânico e outra para material seco que vai ser reciclado.
P/1 – Como é que está isso hoje, o que você vê no Brasil ou em São Paulo? Você diz que já tem dois centros aqui em São Paulo.
R – É, em São Paulo tem duas mega centrais de triagem mecanizada, é. A gente está às vésperas da assinatura do acordo setorial para embalagens, que é o acordo setorial da Política Nacional de Resíduos Sólidos. A hora que isso acontecer de fato você vai ter um aumento da quantidade de material reciclado. Mas aí, de novo, é muito importante a participação das prefeituras porque elas vão fazer a coleta seletiva que vai permitir que se recicle mais. E as indústrias, naturalmente, estão se organizando justamente para estruturar melhor a área da reciclagem, então desde cooperativas, pontos de entrega voluntária, recicladores, buscar aplicações para esse material reciclado, buscar uso para esse material reciclado. E educação, claro, trabalhar na educação é muito importante.
P/1 – E conta pra gente um pouco mais desse plano, pra quem não sabe, qual é esse plano que está sendo desenvolvido.
R – O Plano Nacional de Resíduos Sólidos é um plano que trata do gerenciamento de resíduos sólidos em diferentes segmentos, então, tem um acordo setorial para lâmpadas, um pra pilhas e baterias, outro pra embalagens de agroquímicos, para eletrodomésticos. Cada setor vai ter que achar uma solução que envolva a logística reversa dos seus produtos e a correta destinação, a correta reciclagem ou disposição final correta, mais indicada para aquele produto. E de embalagens em geral, que são as embalagens de produtos não perigosos, são as embalagens que a gente leva pra casa do supermercado e você acaba jogando através do seu lixo doméstico, que a gente chama de RSU, Resíduos Sólidos Urbanos.
P/1 – Agora queria voltar um pouquinho pra sua história de vida. Quando é que você achou que era uma área interessante ou quando você começou a se interessar por essa área? Você falou que você mudou de área em 2012, né, quando é que você se interessou ou falou: “É legal, é importante”.
R – Na verdade, quando eu fui pra Desenvolvimento Sustentável é porque eu já conhecia muito da parte técnica e eu já encomendava alguns estudos de Avaliação de Ciclo de Vida pras aplicações que a gente desenvolvia na minha área, então eu já tinha alguma familiaridade com a ferramenta, eu acho que foi esse um dos motivos pelo qual eu assumi essa posição. Depois, a hora que eu ganhei, como eu disse pra você, a área de Reciclagem, aí eu vi que tinha, de fato, uma relação direta com o que eu fazia que era desenvolver novos mercados através do conhecimento em polímeros, em processos de transformação, em aplicação final, isso é muito útil na área da Reciclagem.
P/1 – E qual é a sua rotina de trabalho?
R – Eu não tenho rotina. É a coisa mais deliciosa do mundo porque eu não tenho rotina (risos). Cada dia você está num lugar, cada dia falando com entidades diferentes. Então um dia eu posso estar num cliente, outro dia eu estou em Brasília falando com o Governo, tem dia que eu estou estabelecendo parcerias com recicladores, consultorias, eu não tenho muita rotina. Então isso é a parte mais interessante.
P/1 – E como é esse contato com as cooperativas, os cooperados? Você vai até lá?
R – Eu particularmente não tenho. Conheço, já visitei, porque não dá pra trabalhar nisso se você não conhece a realidade, mas eu não atuo diretamente. A parte desse programa que a gente chama de Ser Mais Realizador está numa outra área que eles têm contato mais direto no dia a dia com as coooperativas, é feito através do nosso pessoal de Relações Institucionais, que fica em cada região onde a gente tem planta.
P/1 – Mas nesse contato não tão direto que você teve o que você viu do cotidiano desses cooperados?
R – Olha, é uma realidade chocante. Na maior parte das vezes as pessoas não têm ideia de qual é a situação do trabalho dessas pessoas. Então são duas coisas que me chocam muito. A primeira vez que eu fui visitar um aterro sanitário, muito bem organizado, mas aí você tem noção do volume de lixo que chega lá todo dia, não para de entrar caminhões, caminhões, caminhões assim, são filas de caminhões chegando com resíduos, aquilo lá é uma coisa assustadora. Apesar de ser muito bem organizado, era um aterro sanitário realmente muito bem gerido, não é como os lixões a céu aberto, nada disso, mas é uma coisa que chama a atenção a quantidade de lixo que chega todo dia, principalmente para quem vive numa cidade como São Paulo. A gente não tem ideia do quanto se gera de lixo. E lixo tem valor, pensar que a gente está aterrando tudo aquilo é realmente alguma coisa que a gente tem que refletir e pensar como dar um melhor destino para tudo isso. Não só pelos impactos ambientais que isso acarreta, mas pelo valor que tem aí, muito valor, seja orgânico, seja lixo seco, tem valor comercial e tem valor em termos de recursos naturais. E a outra coisa que me choca, chama muito a atenção, é quando você vai visitar cooperativas. Existem cooperativas melhores, cooperativas piores, mas de fato você trabalhar com lixo, mexer com lixo pra você buscar sua renda é uma coisa que não é a melhor coisa que você pode oferecer para uma sociedade bem desenvolvida. Existem cooperativas que recebem lixo seco somente e só faz uma triagem, já vem de uma coleta seletiva, então só chega o lixo seco, faz a triagem em boas condições de trabalho, você nem tem problema de cheiro, cheiro forte. Agora tem cooperativa que faz triagem de lixo bruto, então são cooperativas que foram montadas por uma questão de necessidade econômica daquelas pessoas e elas recebem o lixo bruto, tudo misturado e ali elas vão fazer a separação. Isso é muito ruim, é muito triste pensar, as condições de trabalho, o ambiente é muito insalubre e não é a melhor coisa. Então quando você se dá conta dessa situação você vê que realmente você precisa cuidar mais da gestão dos resíduos urbanos.
P/1 – E das pessoas, né?
R – E das pessoas naturalmente, claro.
P/1 – Você tem alguma história que você levou dessas visitas, específica, que te marcou alguma coisa nesses anos trabalhando com reciclagem, sustentabilidade?
R – Acho que não me ocorre nada.
P/1 – Não tem problema. Agora falando da sua vida pessoal, como é que mudou, a questão de reciclagem você também leva pra sua vida, pro seu dia a dia?
R – Levo a questão da reciclagem, levo a questão da sustentabilidade. É uma coisa muito bacana quando você deixa de trabalhar em função de metas e passa a trabalhar por uma causa, então, você conseguir associar essas duas coisas, você faz o que é preciso fazer para atingir suas metas para ajudar a empresa, mas ao mesmo tempo isso se transforma numa causa pessoal. Então é bacana quando você consegue associar as duas coisas. Naturalmente você passa a ter um olhar diferente no seu dia a dia, na forma como você mora, na forma como você se veste, na forma como você trafega, então muda a percepção em relação a tudo isso. Nosso estilo de vida, você repensa mil vezes, você começa a enxergar como você pode fazer mais com menos, de verdade, e não é por uma questão financeira, é uma questão de consciência coletiva.
P/1 – Agora eu queria fazer só uma última pergunta. Quais são os planos na Braskem, quais são as perspectivas para o futuro nessa área?
R – Bom, eu acho que a sustentabilidade está cada vez mais dentro do negócio da Braskem ou de qualquer empresa. A área de sustentabilidade acaba tendo cada vez mais destaque porque a gente tem muita coisa pra fazer e a parte de reciclagem também. Eu acho que a perspectiva é que a gente comece a enxergar isso como uma forma de negócio também, por que não? Já que os resíduos têm tanto valor eu acho que são as empresas que têm que buscar a valorizar de fato os resíduos para ajudar na solução.
P/1 – Você acha que está engatinhando ainda?
R – Eu acho que a gestão de resíduos sólidos ainda está engatinhando. Eu acho que a consciência das empresas começa a mudar, principalmente das grandes empresas, por uma questão de legislação, uma questão de compliance, uma questão de imagem até, mas a gestão do lixo urbano ainda está engatinhando. Se a gente pensar que 42% ou 48% do lixo é disposto de forma inapropriada, ou seja, em lixões, é jogado em mananciais, rios, é disposto de qualquer forma, é muita coisa. Então tem muito o que ser feito ainda.
P/1 – Obrigado Luiz, foi ótimo!
R – Imagina.
FINAL DA ENTREVISTA
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