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História
Por: Museu da Pessoa, 23 de janeiro de 2007

Um visionário do guaraná

Esta história contém:

Um visionário do guaraná

O meu pai teve várias atividades. Primeiro foi pescador, numa época em que se matava muito animal silvestre, mas a caça dos jacarés e lontras era proibida. Depois meu pai foi tirar pau-rosa e plantar guaraná. Minha mãe sempre trabalhou no serviço doméstico, mas também fez um curso de permanente, como era chamado aqui naquele tempo. Ela foi uma das primeiras cabeleireiras aqui de Maués (AM). Ela colocava os cabelos das pessoas em permanente. Ela tinha essa atividade e depois também abriu comércio. Foi comerciante por muitos anos.

Meu nome é Waldo Mafra Carneiro Monteiro, mas me chamam de Barrô desde criança ou, como a gente chama aqui, desde curumim. A gente jogava futebol na rua e na praia e eu sempre fui um jogador razoável. Aí, começaram: “Ele barrou o fulano, ele barrou...” E aí ficou! Até hoje eu sou conhecido como Barrô. Tem muita gente que me conhece mais com esse apelido do que com meu próprio nome.

Nós somos em quatro irmãos, todos homens. Eu sou o terceiro. Posteriormente, meus pais adotaram uma menina. Então nossa família é composta de cinco pessoas. Nossa infância foi muito tranquila porque, naquela época, a luz apagava às 10 horas da noite. Nós brincávamos muito. Não tinha maldade, não tinha computador. A gente brincava muito na praia de luta de espada, de guerra de índio. A gente armava as nossas flechas, os nossos arcos e ia brincar na praia, ficava ali atirando um no outro, se fazia de morto e era eliminado da brincadeira. E assim crescemos, nessa brincadeira sadia. A gente fazia assim: vocês são os Mundurukus, nós somos os índios Sateré-Mawé. Ou vocês são os Mura ou os Tupinambás. E formava a brincadeira! A gente guerreava, uma turma contra outra turma de outra rua. A gente se digladiava, mas era uma brincadeira sadia. Ninguém guardava mágoa, tudo terminava ali mesmo. A gente brincava muito também de corrida de cavalo. A gente tirava umas pequenas varas e saía correndo. Brincava muito...

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Dados de acervo

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Projeto Memória dos Brasileiros – Módulo Maués – Saberes e Fazeres

Depoimento de Waldo Mafra Carneiro Monteiro

Entrevistado por André Machado

Maués, 23 de janeiro de 2007

Realização Instituto Museu da Pessoa

Entrevista MB_Maués_HV_007

Transcrito por Lúcia Nascimento

P1 – Eu gostaria que você dissesse seu nome completo, local e data de nascimento.

R – Meu nome completo é Waldo Mafra Carneiro Monteiro, mais conhecido como Barrô. Eu nasci em 10 de outubro de 1958, aqui no município de Maués.

P1 – Por que esse apelido de Barrô?

R – Olha, Barrô é desde criança, como a gente chama aqui, desde curumim. Era bem pequeno, com a minha turma e a gente jogava futebol na rua, na praia e eu sempre fui um jogador razoável. Aí, começaram: “Ele barrou o fulano, ele barrou...” e aí ficou. Até hoje eu sou conhecido aqui na cidade, no interior, sempre como Barrô. Tem muita gente que me conhece mais com esse apelido do que com meu próprio nome.

P1 – E você sabe qual é a origem dos seus pais?

R – Olha, meu pai é filho daqui mesmo, de Maués, uma família tradicional dos Carneiro Monteiro. E minha mãe veio do estado do Pará. Ela é paraense de Juruti. Eles migraram para cá, a família Mafra, que também é outra família tradicional. Daí a origem da minha família.

P1 – Por que a família da sua mãe migrou para cá?

R – Porque, na época, eles resolveram mudar de lugar. A mãe dela faleceu e ela era muito pequena. E o meu avô, antes, veio para o Amazonas e gostou muito da região, achou que era muito farta. Eles ficaram no interior, num local chamado Barreira. Consequentemente toda família veio. Eles trabalharam aqui, constituíram família e isso se alongou muito mais.

P1 – E o que seus pais faziam?

R – O meu pai teve várias atividades. Primeiro foi pescador, naquela época se matava muito animal silvestre e era proibida a caçada dos jacarés, lontras. Então, meu pai trabalhou muito com isso também. Depois...

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