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História
Personagem: Ailton José Machado
Por: Museu da Pessoa,

Um suspeito censor

Esta história contém:

Um suspeito censor

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Na época a gente estava em ditadura. Na época das produções, não é? Era ditadura. Então tinha aquela história de o roteiro do show, o que ia tocar, ser cantado; o texto, quando era teatro, tinha que passar pela censura local, então eu levava isso na censura, eles carimbavam, liberado, ia para o teatro, tinha que fazer o ensaio. A coisa chata da ditadura, que eu vi nessa época de produção, era isso: que a gente tinha que fazer o show de tarde, antes da estreia, para o censores - que eram dois, era uma mulher e um outro - ficavam sentados com a plateia vazia e você tinha que fazer o show inteirinho. Era assim. Isso eu achava um saco, entendeu? E tinha uma história bacana, teve uma história boa com o Chico Buarque. O Chico, a gente fazendo um recital, ele e o MPB4. E estava proibido cantar o Apesar de Você. Aí, o que o Chico fazia? Terminava o show e todo mundo aplaudindo de pé, alguém, no violão da banda, fazia assim (instrumental da música Apesar de Você). Aí a plateia inteira entrava cantando, sabe? Era genial, cara. E eles ficavam no palco olhando e o povo cantando. E acabava o show - tinha sempre censor lá - me entregava um papelzinho falando assim: “Chico tem que comparecer amanhã lá na Censura”. Eu falava: “Tá”! Entrava no camarim e falava: “Chico, tem que comparecer na Censura”, “Eu não vou não, vai lá e vê o que é”. Aí eu ia e o censor falava “Não, ele tem que vir, porque ele está cantando uma música que não pode”. Eu falei assim: “Ele não está cantando uma música que não pode, quem está cantando é a plateia, não é? Vai ter que prender a plateia inteira. Não é ele quem está cantando”. Bom, não teve jeito, cara. Todo dia tinha essa história, até uma hora em que a gente sacou que o censor era fã dele! Ele só queria que o Chico fosse lá para tomar um cafezinho com ele pra liberar tudo, você acredita, cara? E a gente tenso, não...

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Dados de acervo

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Projeto Belo Horizonte Surpreendente

Depoimento de Tutti Maravilha

Entrevistado por Lucas Torigoe

Belo Horizonte, 23 de setembro de 2019.

PCSH_HV827 _ rev.

Realização Museu da Pessoa

Transcrito por Fernanda Regina

Revisado por Paulo Rodrigues Ferreira

P/1 – Tutti, qual é o seu nome completo, onde você nasceu e em que data?

R – Aílton José Machado, mas esse nome é só para... Quando alguém me chama de Aílton ou é banco ou é algum documento, boleto para pagar (risos). Nasci em Belo Horizonte, no dia 13 de fevereiro de 1950.

P/1 – Tá. E você é conhecido por ter começado na produção musical, não é? Na Cultura aqui da cidade. Como é que você caiu nesse mundo?

R – Pois é, veja só. Eu sou um cara privilegiado, cara, porque eu fiz vestibular para Jornalismo. No primeiro ano de Jornalismo - fechando o primeiro ano - eu consegui fazer estágio em um grande jornal dos Diários Associados, aqui em Belo Horizonte: no Diário da Tarde, do Estado de Minas. E foi aí que a minha vida começou a mudar realmente, porque eu fazia Faculdade de manhã e de tarde o jornal, como estagiário. E um dia, eu cheguei no jornal, o editor de pautas me entregou a minha pauta do dia, falou: “Você vai lá no teatro tal, teatro Marília, entrevistar Sá, Rodrix e Guarabyra, que estão fazendo um show rock rural, e eles estão dando uma coletiva. Vá lá fazer uma matéria com eles para o jornal de amanhã”. Ok. Fui. E conversa vai com Sá, Guarabyra e Zé Rodrix, ficamos amigos, trocamos telefones e aí cheguei no jornal, fiz a matéria - naquela época era máquina de escrever (imitando barulho da máquina de escrever) - e entreguei. No dia seguinte, saiu a matéria, eu fui ao show também, na estreia, no dia seguinte. Bom, aí eles foram embora. Aconteceu o quê? Um mês depois me liga um carioca - que eu não lembro o nome do cara - falando: “Ô, Tutti, eu sou produtor do Marcos Valle, estou produzindo o Marcos Valle e fiquei sabendo de você em...

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Título: Um suspeito censor

Local de produção: Brasil / Belo Horizonte

Autor: Museu da Pessoa
Personagem: Ailton José Machado

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