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História
Personagem: José Cândido Maia
Por: Museu da Pessoa, 11 de abril de 2016

Um nome na história do teatro

Esta história contém:

Um nome na história do teatro

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Meu nome é José Cândido Maia Alves, o J Maia. Nasci em Manaus, numa família de doze irmãos. Meus pais se mudaram do Ceará para o Acre e depois Amazonas, onde nos tiveram. Meu pai explorava borracha, mas era marceneiro, carpinteiro e construtor de obras. Minha mãe foi negociante e sempre a ajudávamos na infância, além de estudarmos. Éramos muito pobres na época. Começara a fazer seminário, pois minha mãe sempre quis ter um padre na família, mas fora expulso, nunca deixando, no entanto, de ser um homem religioso. Desde cedo, mostrava interesse pelas artes, principalmente pelas cênicas. Porém, quase toda família tinha preconceito contra teatro, negro, prostituta, homossexual e batuque, assim que um dia fui expulso de casa, dizendo: “Eu só quero que a senhora me abençoe, que tão cedo tu não vai me ver, tu só vai me ver quando eu colocar o meu nome na história do teatro do país. Eu vou colocar. Aí, tu vai me ver”. Imediatamente, fui pra Belém do Pará, onde aos 12 anos já tinha de trabalhar para o próprio sustento. Trabalhava no mercado ver-o-peso e dormia na rua a princípio até poder arcar com um canto em uma pensão até que encontrei uns amazonenses que trabalhavam em um navio e viajei clandestinamente nele até o Rio de Janeiro.

Uma vez lá, fui morar com minha irmã, que era como uma mãe para mim e logo me apresentei a Silva Filho, fazendo sapateado, cantando, interpretando, o que lhe agradou muito. A princípio, trabalhei como porteiro e tomei conta da bilheteria, aumentando os lucros da casa ao ficar de olho em roubo de ingressos. Logo, trabalhei também com Colé. Mas foi numa oportunidade de ser contrarregra em uma peça, onde este havia faltado e antigamente, quando isso ocorria, não havia apresentação, que me apresentei para fazer tal trabalho, já que conhecia a peça de trás pra frente. Daí para frente, fui contrarregra de inúmeras peças, fazendo, inclusive, seleção de atores, e por vezes...

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Retiro dos Artistas

Depoimento de José Cândido Maia

Entrevistado por Rosana Miziara

São Paulo, 11/04/2016

Realização Museu da Pessoa

RDA_HV02_José Cândido Maia

Transcrito por Mariana Wolff

MW Transcrições

P/1 – Maia, você pode falar o seu nome completo?

R – Meu nome é José Cândido Maia Alves.

P/1 – Qual a data e o local do seu nascimento?

R – Eu nasci na cidade de Manaus, na rua Visconde de Porto Alegre, no dia 27 de julho de 1941. Isso já tem muito tempo, né?

P/1 – Seu pai e sua mãe são de Manaus?

R – É, meu pai não é amazonense, nem minha mãe, nem meus avós, nem meus bisavós, nem meus tios, ninguém. Na época da borracha, na década de acho que de 30, 20 e pouco, né, a borracha era o grande sucesso desse país, né, era o que segurava o país, era a borracha e aí, eles migraram ou imigraram – não sei qual seria a palavra certa – do Ceará para o Acre e do Acre para Manaus. As famílias todas cearenses migraram, meu pai era de Sobral, minha mãe, minha família toda de Sobral, foram todos para lá. Aí lá, eles começaram a constituir a família, que nós somos 12 irmãos, lá deve ter uns oito vivos, ou sete, eu não sei.

P/1 – Você é qual nessa escada?

R – Eu sou… deixa eu ver. depois de mim só tem a Teresa e o Roberto.

P/1 – Mas eles nasceram em Manaus ou…?

R – Todos nasceram em Manaus, estudaram em Manaus, se criaram em Manaus, todo mundo.

P/1 – E no Ceará, de onde que eles eram? Sobral, seu pai ou sua mãe que era de Sobral?

R – Meu pai, minha mãe, meu avô, minha bisavó, minha vó, tudo era de Sobral.

P/1 – E você conheceu seus avós?

R – Conheci. Foram todos para Manaus.

P/1 – E quando seu pai e sua mãe casaram e foram para Manaus… para o Acre, eles foram primeiro.

R – Eu não tinha nascido ainda, não.

P/1 – Aí do Acre que eles foram para Manaus?

R – Para Manaus, é. Porque aí, exploraram a borracha no Acre, aí no Amazonas, toda exploração da...

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Título: Um nome na história do teatro

Data: 11 de abril de 2016

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Personagem: José Cândido Maia
Autor: Museu da Pessoa

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