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História
Personagem: Martti Anton Antilla
Por: Museu da Pessoa, 23 de novembro de 2018

Um médico de quebrar barreiras

Esta história contém:

Um médico de quebrar barreiras

Vídeo

Sempre quis ser engenheiro. Minha fantasia era ser engenheiro. Sempre tive aquela imagem do meu pai engenheiro, meu irmão engenheiro. Ia prestar engenharia até o meio do terceiro colegial. Estava pronto para prestar, mas aos 49 minutos do segundo tempo eu mudei de ideia. Acho que precisava de uma profissão que fixasse raiz. Como engenheiro, tinha uma grande chance de seguir a vida do meu pai, de viajar de um lado para o outro. E, nessa vida, você acaba perdendo a raiz. Acho que, naquela época, estava precisando de alguma coisa que me fixasse em algum ponto, acho que medicina ainda fixa. Tem especialidades que podem fazer você mudar, mas ainda assim fixa raiz.

No começo do século passado, ser médico na Finlândia, assim como no Brasil, era um status muito grande; hoje, com certeza, o menino Martti está muito mais feliz médico do que estaria sendo engenheiro.

O menino Martti está feliz hoje, e feliz tendo uma mistura: essa característica do médico da Finlândia, a característica do brasileiro, faz com que hoje seja uma coisa importante na minha relação médico-paciente.

Por exemplo, quando voltei da Finlândia para ser médico em São Paulo, coloquei uma mesa redonda na sala do consultório para sentar na mesma altura do meu cliente. Hoje, a minha mesa é triangular porque eu gosto de bater papo.

Tenho uma sala de bate papo. É uma forma de entender a doença e mudar a relação médica com o paciente, de aprender a escutar aquilo que não é dito.

E acho que esse escutar aquilo que não é dito é muito mais importante do que ouvir aquilo que está sendo exteriorizado. Tenho que saber moldar o humor para trazer isso e, com certeza, eu consigo quebrar muito mais barreiras, em especial com as crianças. Com as crianças, eu não deixo os pais falarem: deixo as crianças falarem. A criança que fala, eu converso com os pais muito depois. Não deixo os pais se intrometerem. Mas quando se intrometem, começo a entender como é a...

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Programa Conte sua História

Depoimento de Martti Atila

Entrevistado por Carol Margiotte

Sorocaba, 23 de novembro de 2018

Entrevista número PCSH_HV663

Realização: Museu da Pessoa

Revisado e editado por Bruno Pinho

P/1 - Doutor, boa tarde. Muito obrigada por receber a gente aqui hoje.

R - Eu que agradeço.

P/1 - E, para começar, seu nome completo.

R - Martti Anton Antila.

P/1 - O local e a data do nascimento.

R - Bom, eu nasci em Mogi das Cruzes, dia 08 de maio de 1963.

P/1 - E seus pais contavam histórias para o senhor sobre o dia do seu nascimento, como foi?

R - Sim, meus pais são da Finlândia e mudaram para o Brasil, no começo da década de 60, primeiro ele veio; e mudaram para Mogi das Cruzes, onde ele acabou montando a fábrica de tratores (Valmet) [00:01:12]. Então graças ao boom econômico daquela época, então havia uma indústria finlandesa de tratores. E, nesse período, meus pais já tinham dois filhos: o Marco, que era o mais velho, que já mudou para o Brasil por volta dos nove, dez anos; e minha irmã, um ano menos. Minha mãe acabou engravidando, em 1962, logo após a vinda para o Brasil. Acabo nascendo em maio de 63, pequenininho, com quase dois quilos, saindo do hospital com menos de dois quilos. Então, naquela época, no hospital Ipiranga, de Mogi das Cruzes. É uma história que, com certeza, não foi uma gravidez planejada - minha mãe já tinha mais idade, perto dos 40 anos, é uma coisa que aconteceu. Ficamos, e assim acabei vindo eu brasileiro, mas com raízes completamente finlandesas.

P/1 - E o senhor sabe por que seus pais te deram esse nome?

R - Porque, primeiro, meus dois irmãos começam com M, então: Marco, a (Mirnia) [00:02:22]; um nome muito comum na Finlândia, (um nome que apreciado é Martti) [00:02:25] um nome também comum daquela época, então acabou sendo, tanto é que meu nome tem dois T's, é um pouco diferente do brasileiro. Então, é um nome que (ressoou) [00:02:40] ser forte, tanto é que...

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Título: Um médico de quebrar barreiras

Data: 23 de novembro de 2018

Local de produção: Brasil / São Paulo / Sorocaba

Revisor: Bruno Pinho
Editor: Bruno Pinho
Personagem: Martti Anton Antilla
Autor: Museu da Pessoa

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