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História
Por: Museu da Pessoa, 12 de abril de 2016

Um dos três maiores violonistas do Brasil

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Um dos três maiores violonistas do Brasil

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Meu nome é Roberto Nascimento. Nasci na véspera de Santo Antônio em 1940. Sou o terceiro filho numa família de quatro irmãos. Meu pai era do Ceará e se chamava José Vieira do Nascimento, ele era radiotelegrafista de bordo, e participou da Segunda Guerra Mundial. Minha mãe se chamava Guiomar de Souza Nascimento, era uma dona de casa amazonense. Eles se casaram e decidiram vir para o Rio de Janeiro. Nasci no Botafogo e minha família foi sempre muito pobre, assim que estávamos sempre mudando de aluguel para aluguel. Morei no Engenho Novo primeiro… não, morei na Lins de Vasconcelos, depois fui para o Engenho Novo, do Engenho Novo fui para Vila Isabel, de Vila Isabel para Botafogo, em Botafogo fiquei um tempo lá e aí, depois, meus pais já tinham falecido, eu vim morar sozinho, então eu vim morar no Recreio.

Comecei a estudar com 11 anos na Escola Preparatória de Cadetes do Ar e da EPCAR de Barbacena, mas larguei os estudos para tocar violão. Daí em diante comecei a tocar sempre. Comecei a tocar com Elizeth Cardoso, Helena de Lima, e Dick Farney. Meu primeiro show, aliás, foi no Cangaceiro com a Elizeth. Fui pro ar com ela e ela até cantou músicas minhas. Modestamente, realmente, na época eu tocava bem. Depois, passei a tocar excepcionalmente bem. Eu fui um dos três melhores, modestamente, um dos três melhores violonistas do Brasil. Não é à toa que eu tô aqui no Retiro dos Artistas. Quando eu entrei aqui, eu fiz um show, nós fomos muito premiados. Nós inscrevemos, atuamos, a direção foi do Amir Haddad. Não sei se ele morreu, eu acho que não. Nunca mais o vi. O Stepan Nercessian e eu também.

Eu sei que eu conheci o Cartola e foi tão bom lá no morro, lá na Mangueira, que me convidaram para ser conselheiro do Centro Cultural Mangueira, porque, modestamente, eu era uma pessoa, em comparação com o pessoal do morro, lá, todo mundo analfabeto, né, eu era mais ou menos culto, falava muitos idiomas, eu fui exilado político,...

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Retiro dos Artistas

Depoimento de Roberto Nascimento

Entrevistado por Rosana Miziara

São Paulo, 12/04/2016

Realização Museu da Pessoa

RDA_HV04_Roberto Nascimento

Transcrito por Mariana Wolff

P/1 – Você pode falar seu nome completo?

R – Sou Roberto Nascimento, de passarinho e de jumento.

P/1 – Qual a sua data de nascimento?

R – A data de nascimento é… deixa eu me lembrar, eu já esqueci, tem tanto tempo. Véspera de Santo Antônio.

P/1 – Que ano?

R – Muito simples, é diminuir 75 de… 1940.

P/1 – Em que cidade você nasceu?

R – Aqui no Rio, mesmo. A senhora deve achar eu com cara muito de palhaço, né? Porque ela ri o tempo todo de mim.

P/1 – Nasceu no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro?

R – No Rio de Janeiro, nada. Quem tá rindo é você? Como que é o Rio de Janeiro? Nasci aqui mesmo.

P/1 – E seus pais?

R – Ah, minha mãe era ou é amazonense e meu pai cearense.

P/1 – E como é que eles se conheceram aqui no Rio?

R – Ah, minha filha, para isso tem que fazer uma sessão de macumba para… como é que eu vou saber? Sei lá como é que eles se conheceram! Eu sei que foi difícil, porque ela nem saía quase, e ele era radiotelegrafista de bordo, teve na Segunda Guerra Mundial e ela era dona de casa, era uma mulher séria. Ela era do interior do Amazonas, quer dizer, isso é verdade, quanto tem que acontecer… negócio de religião é engraçado, porque quando as coisas estão previstas para acontecer, não tem jeito, ele era do mar e lá do raio que o parta, lá do Ceará, mas ele viajava, viajava, passava anos viajando para Europa e ela era daqui, meio índia…

P/1 – Mas eles se conheceram aqui no Rio de Janeiro ou conheceram lá no Amazonas?

R – Eu acho que se conheceram no Amazonas.

P/1 – E aí, casaram e decidiram vir para o Rio?

R – Casaram e decidiram vir para o Rio.

P/1 – Em que lugar você nasceu? Que bairro?

R – Nasci em Botafogo.

P/1 – Você tem mais irmãos?

R – Tenho duas irmãs e...

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Título: Um dos três maiores violonistas do Brasil

Data: 12 de abril de 2016

Local de produção: Brasil / Rio De Janeiro

Autor: Museu da Pessoa

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