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História
Personagem: Rubim Luis Benarroque
Por: Museu da Pessoa, 27 de junho de 2010

Um canto para viver

Esta história contém:

Um canto para viver

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Não ficou nada do garimpo em Mutum. Olha, Mutum foi um dos lugares de que mais saiu ouro e não tem recordação nenhuma do garimpo que foi usado aqui. O Mutum não tem uma casa feita e bonita, qualquer coisa feita por garimpeiro. Mutum não tem uma igreja feita por garimpeiro, Mutum não tem nada. Mesmo na época não tinha bar grande de nome, não tinha nada. Porque não adiantava o cara fazer nada bom. Bom pra quê? Porque, quando acabava aqui, eles iam pra acolá. E também todo dia matavam gente. Não tinha um santo dia pra não amanhecer um morto. Eu tinha meu comércio. Uma vez, o cara chegou lá, assim por volta de umas sete horas da noite, pediu uma cerveja. Tinha dois quilos de ouro com ele. Bebeu aquela cerveja, pegou um carro e foi. Chegou lá na beirado rio, em Palmeiral, parou e matou o cara, sem nem pra quê. E isso foi muito, não foi só esse não, muitos e muitos. Porque sabia que, com dinheiro,o advogado tirava. E ficou por isso. Mesmo assim, eu nunca abandonei o comércio, até hoje mexo com comércio.

Dados de acervo

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P/1 – Eu queria começar nossa entrevista do início. Que o senhor dissesse pra mim, de novo, o seu nome completo e o lugar que o senhor nasceu.

R – Olha dona Maria, o meu nome completo é Rubim Luis Benarroque. Eu nasci na época de seringal, numa colocação chamada São Paulo. Meu pai se chamava Afonso Rubim Benarroque, minha chamava-se Cesaltina dos Santos Benarroque.

P/1 – E essa colocação ficava onde?

R – Dentro de Ji-Paraná. Que hoje a cidade de Ji-Paraná é situada na beira do Machadão aqui, naquela época chamava-se Machado. Não era Ji-Paraná, era Machado.

P/1 – Mas Ji-Paraná é no Amazonas ou é aqui em Rondônia?

R – Não. É aqui dentro de Rondônia.

P/1 – Ah, é em Rondônia.

R – É um projeto iam... que até hoje não vigorou, queriam que fosse a capital de Rondônia. Mas não foi vigorado.

P/1 – E que época foi isso?

R – Eu nasci em 1943.

P/1 – E aí, o seus pais já eram de lá? O senhor sabe um pouco da história de seus pais?

R – Não. Meus pais eram seringueiros. Localizado em outros setores que eu não sei explicar pra vocês, porque eu não sei de onde ele veio.

P/1 – Quanto tempo o senhor morou nesse seringal?

R – Olha, minha querida, eu não sei te dizer, porque eu era inocente. Eu nasci lá. Você sabe: a gente pra procurar e se entender, a gente já tem que ter no mínimo uns seis, oito anos.

P/1 – E até seis, oito anos o senhor ficou lá?

R – Ficamos. Daí deve ter ido pra outros cantos, eu não tenho recordação.

P/1 – Qual é sua primeira recordação?

R – Minha primeira recordação é que nós já viemos aqui pra perto de Porto Velho, de um lugar que se chamava Belmonte, que hoje é a cidade. Nós convivemos lá uns três anos.

P/1 – Vocês vieram pra essa cidade?

R – Depois nós viemos pra cá, com destino de cá. 1955.

P/1 – Em 55 vocês vieram pra onde?

R – Em 55, nós viemos aqui pro Rio Madeira... cortar seringa.

P/1 – Vieram pra trabalhar?

R – Para...

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Título: Um canto para viver

Data: 27 de junho de 2010

Local de produção: Brasil / Mutum-paraná

Personagem: Rubim Luis Benarroque
Autor: Museu da Pessoa

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