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História
Personagem: Luís Carneiro Nawa
Por: Museu da Pessoa, 3 de outubro de 2021

Um bate-papo debaixo da samaúma

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Um bate-papo debaixo da samaúma

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(00:31) P/1 - Seu Luiz, muito agradecido por você partilhar um pouco da sua história com a gente. Gostaria que você falasse quando você nasceu e onde você nasceu.

R - Eu nasci aqui no Novo Recreio, na nossa aldeia Nawa. Nasci e me criei. Teve uma época que meu pai saía, mas era ambulante, ia lá, vinha cá. No tempo da seringa, saía para cortar a seringa. Foi uma época que a gente tinha um seringal ali; o papai foi, negociou com o patrão.

Aí foi a época que eu me casei. Eu pensei, teve aquele toque: “Que dia que eu vou receber esse lugar de volta? Eu não tenho onde morar.” O lugar todo é dos patrões, não tinha como ficar. Eu falei um dia para a esposa do patrão, que era a mulher do Bolota, a Adalgisa: “Eu vou receber o lugar de volta. Quanto será que o patrão vai querer de retorno? Ele tinha dado o motorzinho pequeno [pra gente].” Ela disse: “Não, meu filho, você tem direito, é de vocês. Não tem dúvida, ele vai devolver, fale pra ele.”

Um dia eu cheguei lá e falei para ele: “Bolota, vamos negociar o seringal de volta? Eu me casei, não tenho para onde ir, tenho que voltar para o seringal.” Ele disse: “Você me dá outro motor, que eu dei o motor para o seu pai, e pode ficar.” A mulher dele me respondeu… Depois ela disse: “Não dê nada, não.” Ele andou as estradas, o pessoal cortou, teve umas que cortaram mal cortado e como o pai dela era sabedor, ele era mateiro também, na época, ele cortava com o trator as estradas, matou um bocado de madeira. Cortava seringa, se cortasse muito pegando faca, ainda ficava… Quem andasse morria. Isso aí deixou para lá, aí eu fiquei.

(02:56) P/1 - Você falou do seu pai. O que você mais lembra dele?

R - Nessa época, papai vivia trabalhando com ele mais no beiradão do rio, um ano passado em um canto, dois no outro. Voltou para cá e sempre falava nos Nawa. Ficaram duas famílias - aliás três,...

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Memória Nawa

Depoimento de Luís Carneiro Nawa

Entrevistado por Jonas Samaúma, Lucila Moreira Nawa Mariruni e Paulo Almeida Nukini

Gravado por Jonas Freixo

Aldeia Novo Recreio - AC, 03/10/2021

Realização: Museu da Pessoa

Entrevista nº ARMIND_HV

Revisada por Genivaldo Cavalcanti Filho

(00:31) P/1 - Seu Luiz, muito agradecido por você partilhar um pouco da sua história com a gente. Gostaria que você falasse quando você nasceu e onde você nasceu.

R - Eu nasci aqui no Novo Recreio, na nossa aldeia Nawa. Nasci e me criei. Teve uma época que meu pai saía, mas era ambulante, ia lá, vinha cá. No tempo da seringa, saía para cortar a seringa. Foi uma época que a gente tinha um seringal ali; o papai foi, negociou com o patrão.

Aí foi a época que eu me casei. Eu pensei, teve aquele toque: “Que dia que eu vou receber esse lugar de volta? Eu não tenho onde morar.” O lugar todo é dos patrões, não tinha como ficar. Eu falei um dia para a esposa do patrão, que era a mulher do Bolota, a Adalgisa: “Eu vou receber o lugar de volta. Quanto será que o patrão vai querer de retorno? Ele tinha dado o motorzinho pequeno [pra gente].” Ela disse: “Não, meu filho, você tem direito, é de vocês. Não tem dúvida, ele vai devolver, fale pra ele.”

Um dia eu cheguei lá e falei para ele: “Bolota, vamos negociar o seringal de volta? Eu me casei, não tenho para onde ir, tenho que voltar para o seringal.” Ele disse: “Você me dá outro motor, que eu dei o motor para o seu pai, e pode ficar.” A mulher dele me respondeu… Depois ela disse: “Não dê nada, não.” Ele andou as estradas, o pessoal cortou, teve umas que cortaram mal cortado e como o pai dela era sabedor, ele era mateiro também, na época, ele cortava com o trator as estradas, matou um bocado de madeira. Cortava seringa, se cortasse muito pegando faca, ainda ficava… Quem andasse morria. Isso aí deixou para lá, aí eu fiquei.

(02:56) P/1 - Você falou do seu pai. O...

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