Marcel Bezerra, um artista genial
Existem pessoas que nasceram para colorir o mundo e uma delas eu tive o enorme prazer de conhecer e compartilhar conversas, sonhos e arte.
Marcel Bezerra era das terras do mar, Recife, mas foi aqui no sertão de Itaparica, precisamente aqui em Jatobá, que fincou suas raízes e teve seu corpo plantado aos 53 anos de idade, no cemitério local.
Filho de artistas de cimento e bordado, herdou a habilidade nas mãos e com uma riquíssima e vasta consciência cultural pernambucana transformou a nossa microrregião na sua mais colorida aquarela. Com os seus traços inconfundíveis e multicoloridos, e ainda que a sua arte plástica tenha forte presença do movimento cubista, dos fundadores Pablo Picasso e Georges Braque, sabemos que a grandeza de sua obra vai muito além desse movimento.
As artes de Marcel estão espalhadas em painéis, murais, quadros, em peças de madeira, em esculturas de ferro, de concreto, por várias partes também nas cidades de Petrolândia e Tacaratu, dentre outras fora de nosso estado.
Marcel explorou diferentes materiais e a sua delicadeza artística retratou as belezas da cultura pernambucana, a história de nossa gente, os trabalhadores que vieram construir a UHE Luiz Gonzaga, os pescadores, as brincadeiras infantis, a vida do campo, os povos indígenas Pankararu, elementos de sua religiosidade, entre outros, fazendo especialmente de Jatobá um museu a céu aberto.
Nos muros, e internamente, da Escola de Referência em Ensino Médio de Itaparica - EREMI, fui presenteada com três de seus painéis em datas de meu aniversário. E dele recebi autorização para juntos com os estudantes sempre renovar as suas obras em cores, e assim o fiz até o ano de 2019, exceto o painel interno (2007) que se mantém com as cores originais.
Ainda, como devoto de Nossa Senhora Aparecida levou também a sua arte para a Serra Grande, planejou e começou uma escultura de mais de três metros em sua homenagem, promessa que...
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Marcel Bezerra, um artista genial
Existem pessoas que nasceram para colorir o mundo e uma delas eu tive o enorme prazer de conhecer e compartilhar conversas, sonhos e arte.
Marcel Bezerra era das terras do mar, Recife, mas foi aqui no sertão de Itaparica, precisamente aqui em Jatobá, que fincou suas raízes e teve seu corpo plantado aos 53 anos de idade, no cemitério local.
Filho de artistas de cimento e bordado, herdou a habilidade nas mãos e com uma riquíssima e vasta consciência cultural pernambucana transformou a nossa microrregião na sua mais colorida aquarela. Com os seus traços inconfundíveis e multicoloridos, e ainda que a sua arte plástica tenha forte presença do movimento cubista, dos fundadores Pablo Picasso e Georges Braque, sabemos que a grandeza de sua obra vai muito além desse movimento.
As artes de Marcel estão espalhadas em painéis, murais, quadros, em peças de madeira, em esculturas de ferro, de concreto, por várias partes também nas cidades de Petrolândia e Tacaratu, dentre outras fora de nosso estado.
Marcel explorou diferentes materiais e a sua delicadeza artística retratou as belezas da cultura pernambucana, a história de nossa gente, os trabalhadores que vieram construir a UHE Luiz Gonzaga, os pescadores, as brincadeiras infantis, a vida do campo, os povos indígenas Pankararu, elementos de sua religiosidade, entre outros, fazendo especialmente de Jatobá um museu a céu aberto.
Nos muros, e internamente, da Escola de Referência em Ensino Médio de Itaparica - EREMI, fui presenteada com três de seus painéis em datas de meu aniversário. E dele recebi autorização para juntos com os estudantes sempre renovar as suas obras em cores, e assim o fiz até o ano de 2019, exceto o painel interno (2007) que se mantém com as cores originais.
Ainda, como devoto de Nossa Senhora Aparecida levou também a sua arte para a Serra Grande, planejou e começou uma escultura de mais de três metros em sua homenagem, promessa que tristemente ficou inacabada.
Assim, aos 25 anos de nossa cidade, deixo aqui a minha manifestação de admiração pelo acervo de obras de imensurável valor histórico, artístico e cultural deste genial artista, e também o meu apelo às autoridades para que esse patrimônio seja devidamente cuidado, e as palmas que não lhe foram dadas em vida, como deveriam, sejam transformadas em muitas tintas e cores, pois sei que de onde ele estiver estará sorrindo e celebrando como sempre fez!
Marcel Bezerra da Silva
03/09/1955 - 29/06/2008
Texto publicado nas redes sociais em 21/09/2020, um tributo aos 25 anos de Jatobá.
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