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História
Personagem: Rafik Hussein Saab
Por: Museu da Pessoa, 14 de maio de 2012

Troca o superintendente

Esta história contém:

Troca o superintendente

Vídeo

“Foi através da Companhia Química e Industrial de Laminados que eu vim a ser madeireiro. A história é interessante: eu tinha meu trabalho; eu fiz abertura comercial, vamos dizer, da Companhia Química e Industrial de Laminados em todo o Estado de São Paulo, mais sul de Minas. E meu faturamento representava um terço do faturamento da empresa no Brasil inteiro. E um dia eu fui convocado pelo Doutor Ricardo para ir ao Rio. Ele queria conversar comigo; na verdade queria me propor uma redução de ganho. E eu então respondi a ele: ‘Doutor Ricardo, o senhor me paga 1% de comissão sobre as minhas vendas. Esse 1% está inserido no contexto do custo da sua matéria prima. Então o senhor não me paga nada; quem está me pagando é o cliente que está comprando a mercadoria. Eu não tenho salário consigo, eu tenho é a comissão que já está inserida no custo. ‘É’, ele respondeu, ‘mas seu salário hoje é maior do que o salário do superintendente da empresa.’ E eu falei: ‘Então é bom o senhor trocar o seu superintendente, porque se ele não faz jus ao que está ganhando, ele não é uma pessoa eficiente.’ E era uma reunião de diretoria, estava cheio de gente; inclusive esse superintendente estava presente. Aí o Doutor Ricardo falou: ‘Não, vamos reduzir isso pra 0,5%.’ Eu falei: ‘Doutor Ricardo, não se trata de reduzir pra 0,5, para um terço, qualquer coisa que seja. O problema é: eu me habituei a um padrão de vida x; se amanhã o meu ganho for menor do que hoje, eu vou trabalhar mais e vou voltar a ganhar o que estou ganhando hoje. Aí o senhor vai me convocar de novo para quê, para trabalhar de graça?’ E todo mundo deu risada lá na sala, né? Aí o Doutor Alfredo comentou com o português, o Senhor Ferreira, que era o gerente nacional de vendas: ‘Ah, seu pupilo está engolindo meu sobrinho.’ Aí o português falou para ele: ‘O que ele está falando é...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, senhor Rafik, bom dia.

R – Bom dia pra você também.

P/1 – Primeiramente, muito obrigado por participar desse projeto. E pra começar eu gostaria que o senhor me dissesse o seu nome completo, o local e a data do seu nascimento.

R – Meu nome é Rafik Hussein Saab. Sou nascido no Líbano, na cidade de Alley, em 1937.

P/1 – E qual o nome dos seus pais?

R – Hussein Saab; a mamãe é Latif Jordi.

P/1 – E qual era a atividade deles, como eles eram?

R – Papai esteve cinco vezes aqui no Brasil antes de eu nascer. E fui pra lá no útero materno (risos). Fui nascer no Líbano e retornei ao Brasil com 12 anos de idade. Meu pai era comerciante, tinha uma fazenda em Bragança Paulista; e tinha comércio em Atibaia e em Bragança Paulista também.

P/1 – E o senhor tem irmãos?

R – Tenho, eu tive irmãos; tive dois irmãos que estavam com o papai aqui no Brasil antes de eu nascer. Quando nós fomos pra lá meus irmãos estavam aqui e continuaram aqui no Brasil. Tenho uma irmã também. Infelizmente todos falecidos no momento.

P/1 – E como era o senhor nessa escadinha, o senhor era o mais velho, o mais novo?

R – Eu sou o último dos moicanos (risos).

P/1 – (risos) E conta um pouco pra gente, senhor Rafik, como era a sua infância lá no Líbano.

R – No Líbano? É como eu digo: é como a infância de todo garoto, toda criança. Freqüentei escola lá até a idade dos 12 anos, quando retornei aqui pra cá pro Brasil. Chegando aqui, meus irmãos residiam no interior do Estado em Agudos, na região de Bauru. Cheguei dia 26 de novembro de 1951, já faz algum tempo. E, consequentemente, com a minha chegada aqui – evidentemente eu não falava o português porque eu não havia nascido aqui, eu nasci lá. Mas meu irmão começou, escrevia pra mim 20 frases por dia e pedia pra mim memorizar aquilo, decorar aquilo, ler aquilo bastante etc. pra ficar na memória. Então eu lia aquilo durante o dia, à noite ele me tomava, vamos dizer, a...

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