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História
Por: Museu da Pessoa, 16 de agosto de 2012

Todo dia é dia de sonhar

Esta história contém:

Todo dia é dia de sonhar

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“Se há algo que me define razoavelmente bem é acreditar nos sonhos e confiar no trabalho e na persistência como meios para realizá-los. Nem tudo o que tentamos dá certo e, como sempre, a vida se encarrega de nos mostrar isso. Nasci numa pequena aldeia em Portugal, filho de camponeses, que seis meses depois vieram para o Brasil em busca de oportunidades e sonhos. De Santo Antônio da Platina, interior do Paraná, onde meu pai se estabeleceu e manteve um pequeno negócio de distribuição de doces, mudamos para um modesto apartamento no Pari, em São Paulo. Era início dos anos 70 e eu corria atrás do sonho de ser médico. Em 1971 prestei vestibular em cinco faculdades e fui reprovado em todas. Em 1972 prestei em seis, com idêntico resultado. Em 1973, prestei em sete. E passei em todas. Optei pela Santa Casa. Como todo bom português, meu pai acabara de investir numa… padaria. Por uma dessas tristes ironias da vida, no dia 19 de agosto de 1973, ele que tocava o turno do dia, trocou com o sócio pelo da noite e eu o levei até a padaria. Às 23h, quando fui buscá-lo, encontrei-o no chão, sem vida. Havia sido assassinado durante um assalto. Naquela noite perdi a pessoa que mais amava. Com ele se foram meus sonhos, referenciais, crenças, até mesmo minha fé. Herdei uma padaria comprada havia 19 dias. A pior do mundo: velha, com equipamentos ultrapassados e funcionários sem qualificação... Era demais para mim e decidi vender. Contei a um taxista o que estava prestes a acontecer. As palavras que aquele homem disse devolveram tudo o que eu havia perdido naqueles dias: ‘Não desista, filho. É preciso caminhar. Você vai conseguir’, ele disse. Eram exatamente as palavras que meu pai usava na época do vestibular e que me impediram de desistir naquela época! Tornei-me o melhor padeiro: encostei a barriga no balcão e aprendi tudo. Não dependia de mais ninguém. Venci todas as padarias à minha volta vendendo pães 30%...

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Dados de acervo

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P/1 – Bom, Doutor Alberto, primeiro eu gostaria de agradecer por o senhor ter tirado um tempinho para contar a sua história pra gente e para participar desse projeto. Pra gente começar, eu gostaria de deixar registrado o nome completo do senhor, o local e a sua data de nascimento.

R – O meu nome é Antônio Alberto Saraiva, nasci em seis de Junho de 1953, portanto tenho 59 anos. Nós estamos aqui no escritório central, na sede do Habib’s, onde tem quinhentas e oitenta pessoas trabalhando e que são responsáveis por todo o nosso conjunto de empresas. Localiza-se na Rua Nelson Hungria, número 90, no Morumbi, na cidade de São Paulo.

P/1 – Doutor Alberto, onde o senhor nasceu?

R – Bom, eu nasci em Portugal, eu nasci em uma aldeia chamada Veloza, no norte de Portugal. Tem até uma historinha, porque eu ia nascer no Brasil, a minha mãe estava grávida e vindo pro Brasil, quando chegou no porto, não a deixaram embarcar porque a viagem era bastante demorada, alguns dias. E aí ela acabou retornando e eu nasci em Portugal. Depois de seis meses eu vim para cá. O meu pai veio nessa viagem, na frente da minha mãe. O meu pai era um camponês que trabalhava e vivia da lavoura, das ovelhas que tinha. A gente produzia o queijo da Serra da Estrela, um queijo famoso no norte de Portugal, muito conhecido e muito gostoso; ele tinha uma vida bastante simples, bastante humilde, mas ele era uma pessoa muito sonhadora, que tinha crença no futuro, que queria o melhor para a sua família, então, ele viu que no Brasil teria uma oportunidade para ele. Tinha um irmão dele que já tinha vindo para cá e ele resolveu então deixar essa vida mais simples que tinha e veio tentar uma nova vida aqui no Brasil, aqui em São Paulo.

P/1 – Doutor Alberto, o senhor contou um pouquinho do seu pai, o senhor pode falar o nome dos seus pais e dos seus avós pra gente?

R – O meu pai chama Antônio Saraiva, ele é filho do Belchior Saraiva e da dona Lucinda Saraiva. E a minha mãe...

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