"Terra de meus amores região de sonhos e alegrias", esse é o início do hino de Pirassununga, a terra onde nasci e passei minha infância e adolescência. Ali estão guardados cheiros, imagens e sons que compõem a minha história.
A praça tem um correto no meio, onde ainda hoje toca a banda e em volta do qual as crianças dançam e os adultos se deleitam ao som das mais variadas músicas. É ali que levo meu filho aos domingos a noite, nas férias. Um programa a dois para construir memórias de uma infância feliz.
Neste mesmo local há uma igreja matriz, nem imponente, nem simplória, uma igreja de interior que acolhe a todos que ali adentram, porque suas portas raramente fecham. Não sou católica, nem acredito em Deus, mas sou adepta dos bancos da igreja, do seu silêncio e das energias ali depositadas. Sentada em comunhão comigo mesma encontrei nestes bancos paz para buscar respostas preciosas para seguir a vida.
Logo ao lado da igreja matriz está o Instituto de Educação, uma escola pública que tem histórias e histórias. Nas escadarias desta escola estão as minhas lembranças de menina, as brincadeiras, as correrias, as conversas com os amigos. As paredes das salas de aula guardam segredos, pois viram os bilhetes escondidos, as risadas, o esforço e as dúvidas de uma menina-moça estudante.
Para ir para casa caminhava ao lado da linha do trem, que ladeada de árvores registrava a chegada das férias e do final de ano com o canto das cigarras e o perfume das flores, que eu ainda hoje chamo de "cheiro de natal".
Nesta terra da minha infância moram minhas doces lembranças e minha história. Sou uma filha grata e orgulhosa, desta cidade pequena, no interior paulista, na qual ainda vivem meus pais e para a qual eu amo sempre voltar.